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O cristão surpreendente: Como os verdadeiros filhos de Deus vivem na terra
O cristão surpreendente: Como os verdadeiros filhos de Deus vivem na terra
O cristão surpreendente: Como os verdadeiros filhos de Deus vivem na terra
E-book202 páginas3 horas

O cristão surpreendente: Como os verdadeiros filhos de Deus vivem na terra

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Sobre este e-book

Para conhecer verdadeiramente a Deus e desfrutar de todo Seu amor, é necessário antes de tudo um relacionamento profundo e correto com Ele. Tudo requer tempo. Tudo requer conhecimento. Tudo requer fé! Devemos buscá-Lo humildemente, livres de todas as "amarras" do mundo, longe daquilo que valorizamos de forma errada, sem qualquer sentido com os desígnios de Sua Palavra. Não podemos caminhar pelos Seus passos, vistos como exemplo e testemunho, sem a luz do Espírito Santo iluminando nosso interior.
O cristão surpreendente é um convite a todos os cristãos que desejam uma vida plena, conduzida por Deus, sem desvios ou atalhos. Nesse clássico da literatura cristã, escrito pelo mestre A. W. Tozer, o leitor encontrará um autêntico guia para sua jornada, tratando de temas como arrependimento, perdão, iluminação divina, desequilíbrio religioso, adoração e autoavaliação espiritual.

A.W. TOZER embarcou em uma busca por Deus quando tinha apenas 17 anos após ouvir um pregador de rua em Akron, Ohio - EUA. Foi um pastor autodidata, escritor, professor e editor cujas poderosas mensagens influenciam grandes pensadores, provocando debates e reflexões, tocando a alma de cristãos por todo o mundo.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de mar. de 2021
ISBN9786586048605
O cristão surpreendente: Como os verdadeiros filhos de Deus vivem na terra

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    O cristão surpreendente - A. W. Tozer

    Witness

    O PRESENTE ESFORÇO de inúmeros líderes religiosos em harmonizar o cristianismo com a ciência, a filosofia e tudo o que seja natural e racional é, creio eu, resultante de uma falha em compreender o cristianismo e, pelo que tenho ouvido e lido, fruto também de um lapso na compreensão da ciência e da filosofia.

    No cerne do sistema cristão repousa a cruz de Cristo com seu paradoxo divino, e sua força reside na aversão, jamais na aceitação, dos caminhos dos seres humanos decaídos. A verdade da cruz é revelada em suas contradições. O testemunho da igreja é mais eficaz por meio de declarações do que de explicações, pois o evangelho é endereçado não à razão, porém à fé. O que pode ser provado não necessita de fé para ser aceito. A fé fundamenta-se no caráter divino, não em demonstrações laboratoriais ou lógicas.

    A cruz coloca-se em ousada oposição ao homem natural, e sua filosofia corre na direção contrária aos processos da mente não regenerada, levando o apóstolo Paulo a afirmar, sem rodeios, que a cruz é loucura para os que se perdem. O esforço para descobrir um terreno comum entre a mensagem da cruz e a razão da humanidade decaída constitui uma tentativa impossível, e a insistência nesse caminho pode resultar em uma razão deficiente, uma cruz sem significado e um cristianismo impotente.

    No entanto, vamos descer dos elevados campos da teoria e simplesmente observar o cristão genuíno à medida que ele coloca em prática os ensinamentos de Cristo e de Seus apóstolos. Fique atento aos paradoxos:

    O cristão acredita que está morto em Cristo, não obstante ele está mais vivo do que nunca e espera plenamente viver para sempre. Ele anda neste mundo enquanto está sentado no céu e, embora tenha nascido na terra, descobre que, após sua conversão, não se sente mais em casa aqui. Assim como o bacurau, ave que no ar é a expressão da graça e da beleza, mas que em terra é desajeitada e feia, igualmente o cristão está em sua melhor forma nos lugares celestiais, mas não se ajusta bem aos caminhos da própria sociedade em que nasceu.

    O cristão logo aprende que, caso deseje ser vitorioso como filho do céu entre os homens na terra, não deve seguir o padrão comum da humanidade, mas ir contra ele; que, para estar seguro, deve correr riscos; que deve perder a sua vida para salvá-la; e que pode perdê-la se tentar preservá-la. Ele desce para subir e, caso se recuse a descer, já está embaixo, mas quando começa a descer é que a sua subida se inicia.

    Ele é mais forte quando é mais fraco, e mais fraco quando é forte. Apesar de pobre, o cristão possui poder para enriquecer outros, mas, quando se torna rico, o seu poder de enriquecer outros se esvai. Ele possui mais quando retém menos e possui menos quando retém mais.

    O cristão pode ser e, com frequência, é mais exaltado quando se sente o mais humilde; menos pecaminoso quanto mais consciência do pecado possui. É mais sábio quando reconhece que nada sabe, e sabe menos quando adquiriu a maior quantidade de conhecimento. Ele, por vezes, faz muito ao não fazer nada e vai mais longe ao permanecer parado. Consegue alegrar-se na aflição e mantém o coração alegre mesmo na tristeza.

    O caráter paradoxal do cristão é revelado continuamente. Por exemplo, ele crê que é salvo agora, mas anseia ser salvo mais tarde, aguardando em alegre expectativa a salvação futura. Ele teme a Deus, mas não tem medo dEle. Na presença de Deus, sente-se oprimido e anulado, porém não gostaria de estar em nenhum outro lugar. Ele sabe que foi purificado de seu pecado, mas permanece dolorosamente consciente de que sua carne nada abriga de bom.

    O cristão ama de forma sublime Aquele que jamais viu e, embora seja, ele mesmo, pobre e inferior, conversa familiarmente com Aquele que é Rei de todos os reis e Senhor de todos os senhores, não enxergando nisso nenhuma discrepância. Sente que, de sua parte, é menos que nada, mas crê, sem qualquer sombra de dúvida, que é a menina dos olhos de Deus e que, por ele, o Filho eterno se fez carne e morreu na cruz da vergonha.

    O cristão é um cidadão do céu e a essa cidadania ele reconhece a sua primeira e plena fidelidade; mas ainda pode amar a sua nação terrena com aquela intensidade de devoção que levou John Knox a orar: Ó Deus, dá-me a Escócia ou morrerei.

    Com jubilosa ansiedade aguarda adentrar em breve aquele mundo fulgurante acima, mas não tem pressa em deixar este mundo, disposto a esperar pela convocação de seu Pai celestial. Ainda, é incapaz de entender a razão de o descrente crítico condená-lo por agir assim; tudo lhe parece tão natural e correto nas situações que não consegue ver nenhuma inconsistência nisso.

    O cristão que carrega a cruz, além disso, é tanto um pessimista quanto um otimista, do tipo que não se encontra em nenhum outro lugar deste mundo.

    Ao contemplar a cruz, ele é um pessimista, pois sabe que aquele mesmo julgamento que veio sobre o Senhor da glória, naquele ato único, condena toda a natureza e todo o mundo dos seres humanos. Ele rejeita toda esperança humana à parte de Cristo porque sabe que o esforço mais nobre do homem é apenas pó sobre pó.

    No entanto, o seu otimismo é calmo e reconfortante, pois, se a cruz condena o mundo, a ressurreição de Cristo assegura o triunfo final do bem em todo o universo. Por meio de Jesus, tudo terminará bem, e o cristão aguarda a consumação. Cristão incrível!

    O PECADO FAZ COISAS ASSUSTADORAS, e seu efeito sobre nós é ainda mais mortal porque nascemos nele e pouca ou nenhuma consciência temos do que está ocorrendo conosco.

    Um dos efeitos do pecado é confundir nossos valores, de modo que só com dificuldade podemos distinguir um amigo de um inimigo, ou afirmar com certeza o que é bom e o que é nocivo para nós. Andamos num mundo de sombras, onde as coisas reais parecem irreais e coisas vazias são buscadas com tamanha avidez como se fossem o próprio ouro que reveste as ruas da cidade de Deus.

    Nossas ideias raramente concordam com as coisas como elas são, pois são distorcidas por um tipo de astigmatismo moral que a tudo desfoca. Por uma multidão de equívocos, toda a nossa filosofia está fora de prumo, assim como a nossa matemática estaria caso aprendêssemos a tabuada de forma equivocada sem nos darmos conta de nosso erro.

    Um conceito falso ao qual nos apegamos tenazmente é o tempo. Pensamos nele como um tipo de substância viscosa fluindo como um curso d’água preguiçoso, carregando em seu seio as nações, os impérios e civilizações, bem como os seres humanos. Visualizamos esse pegajoso riacho como uma entidade, e a nós mesmos inexoravelmente presos a ele por toda a nossa existência.

    Ou, ainda, por uma simples mudança em nosso pensamento, podemos retratar o tempo como um revelador da forma de coisas por vir, quando, por exemplo, expressamos: O tempo dirá. Ou o imaginamos como um eficiente médico e nos confortamos, dizendo: O tempo a tudo cura. Isso é tão inerente a nós que seria muito esperar que o hábito de relacionar tudo ao tempo possa ser quebrado. No entanto, é possível nos proteger contra o malefício que tal pensamento carrega consigo.

    O erro mais nocivo que cometemos com relação ao tempo é pensarmos que, de algum modo, ele possui um misterioso poder de aperfeiçoar a natureza humana. Dizemos sobre um jovem tolo: O tempo o tornará mais sábio, ou vemos um cristão neófito agindo como qualquer coisa, exceto como um cristão, e esperamos que, algum dia, ele se torne um santo.

    A verdade é que o tempo não possui mais poder de santificar um homem do que possui o espaço. Na realidade, o tempo é apenas uma ficção pela qual aguardamos por mudanças. É a mudança em si, não o tempo, que transforma tolos em sábios, pecadores em santos. Ou, mais precisamente, é Cristo que faz todo o processo por meio das mudanças que Ele opera no coração.

    Saulo, o perseguidor de cristãos, tornou-se Paulo, o servo de Deus, mas o tempo não foi o agente da transformação. Cristo realizou o milagre, o mesmo Cristo que, certa ocasião, transformou água em vinho. Uma experiência espiritual seguiu à outra, em uma sucessão sobremodo rápida, até que o violento Saulo se tornou uma alma gentil, enamorada de Deus, pronta para render a sua vida pela fé que outrora odiava. Claro que o tempo nada teve a ver com sua transformação como homem de Deus.

    Meu propósito ao escrever este breve texto não é promover um exercício em semântica, mas alertar meus leitores quanto aos danos que podem sofrer caso depositem uma infundada confiança no tempo. Pelo fato de Moisés e Jacó terem perdido a impulsividade e a obstinação, refletidas nos pecados de sua juventude, tornando-se santos mais gentis e maduros em sua velhice, tendemos a considerar como certo que o tempo operou essa mudança, mas isso não é verdade. Deus é que forma santos, não o tempo.

    A natureza humana não é fixa e, por esta razão, deveríamos agradecer a Deus noite e dia. Ainda somos capacitados a mudanças, podendo nos tornar diferentes do que somos. Pelo poder do evangelho, o homem ganancioso pode se tornar generoso, e o egocêntrico, humilde aos seus próprios olhos. O ladrão pode não roubar mais, e os lábios do blasfemador podem encher-se de louvor a Deus. Todavia, Cristo é quem opera tudo isso, e o tempo nada pode fazer a esse respeito.

    Muitos perdidos procuram adiar o dia da salvação, na vaga esperança de contar com a cumplicidade do tempo, quando, na verdade, a probabilidade de eles jamais se converterem cresce dia após dia. E por quê? Porque as mudanças que ocorrem em seu íntimo vão endurecendo a sua vontade, tornando o seu arrependimento cada vez mais difícil.

    Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar. (Is 55.6,7).

    Observe, nessa passagem, as palavras que denotam mudanças: Buscai […], invocai-o […]. Deixe […] volte-se. Todas elas manifestam mudanças específicas que o pecador que retorna deve fazer em si mesmo, atitudes que deve tomar. Contudo, isso não é o suficiente; se compadecerá […] perdoar, estas são as mudanças que Deus faz no e para o homem. Para ser salvo, o ser humano deve mudar e ser mudado.

    Nosso Senhor explicou que, para ter acesso ao reino de Deus, o homem precisa nascer de novo (Jo 3.3-7), isto é, ele tem que passar por uma transformação espiritual. Isso concorda plenamente com a pregação de João Batista, que convocou os seus ouvintes a prepararem o caminho do Senhor, produzindo frutos dignos de arrependimento. Da mesma forma, está em conformidade com o apóstolo Pedro, que lembrou aos cristãos primitivos que eles haviam sido feitos coparticipantes da natureza divina, obtendo escape da corrupção que o mundo sofreu pelas paixões.

    A mudança inicial, contudo, não é a única que o ser humano redimido irá conhecer. Toda a sua vida cristã consistirá em sucessivas mudanças, movendo-o sempre em direção à perfeição espiritual. Para alcançar essas transformações, o Espírito Santo lança mão de inúmeros meios, sendo o texto do Novo Testamento, provavelmente, o mais eficaz.

    O tempo somente pode nos ajudar se soubermos que ele não pode nos ajudar de modo algum. O que necessitamos é de mudança, e unicamente Deus pode nos transformar do pior para o melhor.

    FELIZMENTE POUCAS COISAS constituem questões de vida e morte, tais como uma bússola em uma viagem marítima, ou um guia para uma travessia pelo deserto. Ignorar esses elementos vitais não é apostar ou arriscar, mas cometer suicídio. Nesses casos, é estar certo ou estar morto.

    A nossa relação com Cristo é uma questão de vida ou morte, porém num plano muito superior. O homem instruído na Palavra de Deus sabe que Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores e que os seres humanos são salvos apenas e tão somente

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