Pais para toda vida
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Sobre este e-book
Pais para toda vida é um importante livro sobre o amor que aquece em qualquer estação. Um amor incontestavelmente necessário à sobrevivência de nossas famílias e lares. Criar um filho é bem mais difícil do que parece, e só quem tem sabe. Dia após dia nascem as alegrias, bem como os problemas. Precisamos voltar e refletir sobre a nossa própria criação para compreender como agir sem agredir. ajudar sem atrapalhar, preferindo a compreensão à repressão.
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Pais para toda vida - Larry Keefauver
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Introdução
Começando
Nunca farei isso com meus filhos, resmungou o adolescente, frustrado, em voz baixa, enquanto o pai o atacava com todos os tipos de comentários depreciativos, humilhantes e prejudiciais. Você se lembra de fazer a mesma promessa quando era jovem e seus pais faziam ou diziam algo
absurdo"?
Entretanto, em um momento de frustração, cansaço ou raiva, você se vê dizendo para seus filhos o que prometeu nunca dizer ou os tratando do mesmo modo como seu pai tratava você, por mais que essa mesma atitude seja o oposto do que você imaginava ser o melhor para seus filhos.
Você está pronto para se ver no papel de pai ou mãe? Está cansado de repetir os erros cometidos por seus pais em sua educação?
Antes de educarmos nossos filhos, precisamos entender o modo como fomos educados
Kathy e John sentaram-se de frente para mim [Larry], na sala de aconselhamento, totalmente frustrados e confusos. Eram pais jovens de duas crianças em idade pré-escolar. Nada parecia ir bem com eles. Ambos detalharam todas as formas pelas quais os filhos os estavam levando à loucura
.
As crianças passaram a ser o terror da pré-escola que frequentavam, três vezes por semana, pela manhã, e que nossa congregação patrocinava. Batiam, mordiam, desobedeciam e desrespeitavam todo adulto que tinha autoridade. Molhar as calças (um deles tinha 4 anos, e o outro, 5 anos) era uma forma comum de expressarem a raiva e a revolta que sentiam pelos professores. Pedi aos pais que comparecessem a uma reunião. Os professores haviam avisado que, se não houvesse mudanças, as crianças não poderiam voltar à escola.
Kathy e John sabiam que as coisas estavam fora de controle. Sua casa lembrava uma casa em ruínas, e ambos pareciam exaustos e emocionalmente esgotados. Por algum tempo, eles me contaram tudo o que os filhos faziam de errado. Talvez não estivéssemos prontos para ser pais
, sugeriram.
Em um determinado momento, John disse: As crianças precisam ir ao médico. Tenho certeza de que elas têm DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção) e precisam ser medicadas
.
Depois de exporem todos os seus sentimentos e estarem prontos para ouvir um parecer, perguntei a cada um deles: Como seus pais educaram você? Falem-me sobre sua infância
. Como ficaram surpresos! A princípio, protestaram: Oh, somos bem diferentes de nossos pais. Fizemos muitas mudanças por causa de todos os erros que eles cometeram na nossa criação. Eles foram muito rigorosos e inflexíveis
.
Aos poucos e, deliberadamente, começamos a relembrar os passos que deram quando crianças e a descobrir lembranças ocultas e padrões do passado que tinham as chaves para compreendermos o modo como John e Kathy educavam os filhos hoje.
Como fomos educados?
Antes de começar a entender o modo como educa seus filhos, é preciso, em primeiro lugar, observar o modo como você foi educado. Independentemente do que seja educação para você, é provável que tenha aprendido muita coisa com seus pais. Se você teve um crescimento saudável, talvez tenha preferido imitar a educação que eles lhe deram. Se teve um crescimento marcado por feridas ou raiva, talvez tenha preferido nunca fazer o que eles fizeram. Entretanto, nenhuma das reações resume-se no plano que Deus tem para que você dê a melhor educação a seus filhos.
Todos fomos criados por seres humanos; consequentemente, tivemos uma educação imperfeita. Todos somos humanos e, por isso, nossos filhos também tiveram uma educação cheia de falhas. Nenhum de nós cresceu naquele lar ideal que só é descrito em livros e filmes. De certo modo, os pais falham e não somos exceção.
Às vezes, também fracassamos com nossos filhos. Uma boa notícia! Uma vez que reconhecemos nossos erros como pais, podemos arrepender-nos e pedir a Deus que nos ajude a melhorar, a mudar e a crescer. Por mais difícil ou doloroso que possa ser, precisamos reconhecer e aprender a aceitar os erros que cometemos, e também os dos nossos pais, na educação dos filhos.
Deus foi o primeiro pai. Desejava ter filhos e filhas a quem pudesse abençoar de uma geração à outra. Por isso, criou a família. Em seus planos, a família seria um refúgio no qual poderíamos crescer e amadurecer, recebendo amor e segurança, bem como correção e disciplina. Seu plano resultava em adultos saudáveis, que fossem abençoados e estivessem prontos para passar sua bênção à geração seguinte. Deus preferia abençoar as famílias de geração à geração.
O conselho e a promessa de Deus são: Não te prostrarás diante deles [dos deuses] nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor, o teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam, mas trato com bondade até mil gerações aos que me amam e obedecem aos meus mandamentos
(Êx 20.5, 6).
O Inimigo também escolheu a família como um meio de passar maldições de geração à geração. Seu plano é garantir que os filhos fiquem magoados e envergonhados para que se tornem adultos cheios de ódio ou dor e passem maldições para a próxima geração.
Seja qual for a situação em que você cresceu, a boa notícia é que tem autoridade como pai ou mãe para determinar o que será legado às próximas gerações. Você pode criar uma família que passe as bênçãos de Deus de geração à geração (Gn 17.7).
Você pode quebrar as maldições do Inimigo que foram transmitidas por seus antepassados. Deus deu-lhe autoridade, como pai ou mãe, para determinar o que sua família passará para as futuras gerações. A educação não pára em você; ela continua nos seus filhos e nos filhos deles.
Os princípios para uma educação cristã dos filhos são os mesmos de geração à geração. Não mudam com o tempo ou a cultura. Segui-los sempre resulta em bênção. Ignorá-los ou negar-se a segui-los sempre resulta em maldição. Neste capítulo gostaríamos que você examinasse o modo como foi educado, para que possa resolver essas questões no seu coração, antes de começar a concentrar-se na educação de seus filhos.
Ambos os pais
O plano de Deus para a educação de filhos começa com duas pessoas, um homem e uma mulher. Deus concedeu dádivas e perspectivas distintas a cada um deles para que sejam combinadas em seu plano geral para a educação dos filhos. Nas famílias, entretanto, as coisas nem sempre seguem de acordo com o plano de Deus. Talvez você tenha crescido em um lar onde um dos pais esteve ausente por motivo de morte ou divórcio ou de algum outro fator que fugiu ao seu controle. Talvez você tenha sido arrastado de um lado para outro entre duas famílias. Talvez até tenha tido a infelicidade de perder os pais. Seja qual for o caso, é importante perceber o que essas circunstâncias significaram para você.
Independentemente do motivo que afastou o pai ou a mãe do lar, os filhos sentem-se abandonados por eles. Ao sentirem-se abandonados, podem irar-se com aquele pai ou aquela mãe que saiu de casa. Mesmo que seja um caso de morte, quando a mente da criança é capaz de entender que o pai ou a mãe não tiveram escolha, ainda assim o seu coração pode irritar-se com a partida deles. Em outros casos, como o divórcio, os adultos que estão à volta da criança podem achar que a vida está melhor sem o outro cônjuge por perto, mas a criança sempre sente a perda.
Os filhos também podem se sentir culpados pela perda de um dos pais. De algum modo, acham que fizeram algo errado que levou àquela situação. Podem começar a pensar que se tivessem sido filhos melhores, que se tivessem feito o que lhes fora dito ou comido aquelas verduras que detestavam, o pai ou a mãe não teria ido embora. Sentir-se desta forma com relação a um importante relacionamento quando criança pode levar a esses mesmos sentimentos na fase adulta. Se você se culpa pela perda de um dos pais, é possível que passe a vida com a sensação de que tem de se sair bem em todos os relacionamentos; do contrário, a outra pessoa irá deixá-lo.
Às vezes, as pessoas podem até sentir-se culpadas ao encararem seus sentimentos com relação ao pai ou à mãe ausente, porque sentem que estão traindo a pessoa que as criou.
No entanto, reconhecer sentimentos de perda, raiva, abandono, etc. não anula o sucesso do pai ou da mãe que educou você. É apenas perceber que temos sentimentos com relação àquela pessoa que não se fez presente. E se esses sentimentos forem negativos, isso afetará nosso modo de educar nossos filhos.
Se, por qualquer razão, você perdeu um ou ambos os pais quando era criança, é preciso enfrentar o que isso significou e o modo como está afetando a educação que dá a seus filhos. Você deve reconhecer a importância de ambos os pais antes de começar a trabalhar com seu cônjuge, como pais, na educação de seus filhos. Você não pode compensar, na vida deles, aquilo que não teve na sua. Se tentar fazê-lo, mais uma vez estará se tornando responsável pelas consequências de um relacionamento. A sua cura está em reconhecer o que está em seu coração e receber a cura do Senhor. Ele é o único que realmente pode curá-lo das feridas do passado.
Amor e afirmação
O desejo de Deus é que a família seja um lugar de bênção para cada um dos filhos. A bênção vem de muitas formas, como estudaremos nos capítulos seguintes. Pais que foram abençoados podem, em contrapartida, abençoar os filhos. Pais que não foram abençoados, mas envergonhados, amaldiçoados ou sofreram abusos piores, têm dificuldade