Ensinar Valores Humanos e o Saber Fazer: A Essência para uma Educação de Qualidade - Estudo Comparado entre Brasil, Itália e Japão
De Mami Ueno
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Ensinar Valores Humanos e o Saber Fazer - Mami Ueno
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE
Aos milhares de educadores e formadores brasileiros que diariamente carregam, com profundo amor, a missão de desenvolver o tesouro brasileiro – nossos estudantes e jovens – para um futuro promissor desta nação, mesmo com os percalços e dificuldades cotidianas.
AGRADECIMENTOS
A realização do presente trabalho foi possível graças ao apoio de pessoas de valor que contribuíram ativa e voluntariamente, em muitas ocasiões, de forma incondicional.
Em primeiro lugar, ao Prof. Dr. Ignacio Gallardo, com suas orientações precisas de valor incomensurável e com uma imensa paciência a qual não tenho palavras para agradecer. Verdadeiramente, meu muito obrigado! À Prof.ª Dr.ª Angela Silva Sase, presidente da banca examinadora na defesa da tese que, mesmo após a conclusão da defesa, me deu forças e ricas indicações para seguir adiante e transformar em livro, minha gratidão pelo seu humanismo incondicional. À Universidade Sek do Chile, que me recepcionou como aluna do mestrado e aos seus docentes que com profundo amor, simplicidade e humanismo nos ensinaram com paciência e alegria; um intercâmbio de valor que me permitiu conhecer melhor nossas raízes comuns do povo latino-americano.
Aos líderes educacionais (diretores de escolas e coordenadores pedagógicos), líderes empresariais (empresários e executivos do primeiro escalão), estudantes do Brasil, Itália e Japão que gentilmente concederam seu valioso tempo para a realização das entrevistas, com conteúdo riquíssimo e que são o coração da pesquisa da presente obra. Aprendi muito com todos eles!
Agradecimento especial ao deputado Fabio Porta, um verdadeiro humanista ítalo-brasileiro, de quem recebi indicações de valor imensurável e tive a honra de poder contar com seu prefácio, e à grande amiga Soraia que prontamente sempre me apoiou. A vida se torna mais bela quando descobrimos os grandes amigos.
Aos tantos amigos e colegas brasileiros, italianos e japoneses que auxiliaram e intermediaram a viabilização das entrevistas para a pesquisa. Sem esse apoio seria impossível realizar um trabalho com a qualidade e resultados alcançados. Aos profissionais que me auxiliaram na degravação, transcrição e tradução do enorme conteúdo das pesquisas realizadas, um trabalho árduo e que valeu a pena.
Aos dirigentes, professores e colegas da Antonio Meneghetti Faculdade, da FOIL Itália e da Universidade de São Petersburgo, que me concederam a oportunidade de uma formação altamente diferenciada com profundos valores do humanismo perene e que me motivou a realizar a presente obra.
Por fim, à editora Appris pela oportunidade de concretizar em livro, com todo o suporte técnico que me deixou confortável em aceitar a publicação e poder compartilhar com outras pessoas meu sonho de ver realizada uma educação de qualidade digna de um grande Brasil.
Hoje, no mundo, discute-se sobre o petróleo, o carbono, o urânio, etc. e isso nos preocupa. Mas a energia base, que funda todas as outras, é a inteligência. Um povo, uma escola que saiba gerir este enorme poder, possui a forma elementar que pode controlar qualquer energia. Trata-se de entrar diretamente no mérito de como se facilita a inteligência, de ensinar às instituições como serem produtoras de inteligência, não de estilos, de costumes, de morais ou regras, mas de inteligência em si e por si
(MENEGHETTI).
APRESENTAÇÃO
A presente obra nasce de uma inquietude pessoal e da vontade profunda de fazer com que o nosso Brasil, junto à nossa gente, seja de fato um país desenvolvido e protagonista. Desde sempre se ouve falar do Brasil como um país do futuro, de esperança, do seu imenso potencial; mas quando esse futuro chegará e deixará de ser um imenso potencial para se tornar realidade no aqui e agora? O que fazer, como fazer para que esse futuro chegue?
Nas diversas viagens internacionais que fiz a trabalho e a estudo para a Europa, aos Estados Unidos e ao Japão – lugares considerados do primeiro mundo e desenvolvidos – buscava entender o que faz com que eles sejam desenvolvidos e nós não. Duas nações me chamavam atenção, a Itália e o Japão. Nessas viagens, notava um ponto em comum em ambos os países: possuíam produtos de alta qualidade que eram desejados pelo mundo inteiro. A Itália e o seu Made in Italy, que tem ícones de mercado como a Ferrari, Dolce & Gabana, Valentino, Stradivarius, os cristais de Murano, os famosos queijos, vinhos, óleo de oliva, a gastronomia, a música clássica, a ópera e tantas outras coisas. O Japão e o seu Made in Japan, não tem a tradição histórico-milenar como a Itália, mas é surpreendente como em pouco tempo, pós-Segunda Guerra Mundial, tornou-se sinônimo de alta tecnologia, de eletrônica, de automóveis, de automação e robótica, marcas famosas como a Toyota, Honda, Sony, Hitachi, Mitsubishi, Yamaha, além da gastronomia que caiu no gosto do mundo, sinônimo de requinte e ao mesmo tempo saudável.
Enquanto o Brasil, com seu imenso recurso natural que faz inveja ao mundo todo, com a sua diversidade racial, como dizem muitos tem tudo para dar certo
. Mas qual o motivo dos atrasos? Da indústria defasada, com poucos produtos de referência mundial? Os produtos brasileiros são preponderantemente com característica de commodities. Constatado esse enorme contraste entre potencial e realidade atual, qual a relação desses fatores com a educação?
Dois fatos foram determinantes e me levaram a fazer essa investidura na área da Educação, que culminou na realização da pesquisa junto ao mestrado que deu origem a esta obra. A primeira foi há 20 anos. Numa das viagens ao Japão, participei de um programa de formação de jovens líderes, promovido pelo Ministério das Relações Exteriores do Japão. Nessa viagem, tivemos aulas de economia e business. Em Kyoto, tivemos uma aula prática inusitada, de pintura em tecido com um mestre artesão, com seus mais de 70 anos, em seu ateliê que deve ter mais de 100 anos. Foi-nos colocado o seguinte desafio: qual a relação dessa experiência com a economia japonesa
? O Japão estava no auge do desenvolvimento tecnológico, daí questionei-me: como fizeram para chegar aonde chegaram? Entendi naquele momento que o trabalho manual era valorizado, junto à técnica racional. A alta tecnologia era consequência da precisão e habilidades práticas humanas. Dou-me conta que nos falta isso! Mas o quanto essa falta era essencial, qual o nível da sua importância? Não fazia ideia.
Mais de 10 anos se passaram e das diversas idas e vindas à Itália, participei de um MBA intitulado La Business Intuition del Made in Italy. Foi uma experiência única e rara, conhecemos in loco as raízes do Made in Italy e que está na forma mentis do italiano. O italiano carrega o profundo humanismo clássico, desde os tempos greco-romanos até os dias atuais. "L’uomo al centro" ¹, ou seja, o antropocentrismo é vivo e forte, não como teoria, mas como práxis cotidiana, de estilo de vida. A conjugação dos valores do humanismo com a superior e refinada técnica racional do saber fazer italiano é a característica preponderante da forma mentis italiana, a qual está na base dos seus produtos de alta qualidade.
Nessas viagens de descobertas, por um lado, tive a felicidade de ter compreendido as raízes da alta qualidade, mas por outro, a frustração por compreender o quão longo caminho temos pela frente. Se questionarmos, por onde começar? A resposta é pela educação de base de alta qualidade, de ensinar os valores humanos e desenvolver as habilidades manuais junto à técnica racional, desde a infância.
Para mim, essa conclusão que hoje é tão óbvia – mas levei anos para compreender a raiz da questão – notei que não o era para muitos.
Diante disso, iniciei uma outra viagem solitária, para ver se isso que era óbvio, era real, precisava de evidências concretas. Assim, resolvi investir e empreender numa pesquisa na área educacional.
Foi uma experiência única e ímpar. Ao entrevistar os diretores de escolas e as lideranças empresariais, vi com meus próprios olhos a realidade trágica da educação brasileira, que consta nos seus depoimentos que são parte da pesquisa.
Ainda, para o devido respaldo à pesquisa empírica, fiz uma revisão bibliográfica, bastante sucinta, sobre a educação, a formação dos valores humanos, a qualidade dos produtos e os currículos escolares de cada país (Brasil, Itália e Japão).
Por fim, pude comparar os resultados da pesquisa empírica com a revisão bibliográfica. Com isso foi possível evidenciar a relação direta que há entre a qualidade educacional, a qualidade dos produtos, o perfil de pessoas e o desenvolvimento social e econômico.
Assim, espero poder contribuir no desenvolvimento de uma educação de qualidade no Brasil – independente de ideologias e disputas de poder – para a formação de pessoas com qualidades humanas superiores e então podermos realizar o sonho de todos, senão da maioria dos brasileiros, de que o futuro do grande Brasil seja presente.
São Paulo, agosto de 2020.
Mami Ueno
PREFÁCIO
O estudo, a pesquisa e a reflexão séria e profunda de Mami Ueno, sobre a essência de uma educação de qualidade, constituem uma referência importante para todos aqueles que estão há anos na vanguarda para que o Brasil, finalmente, dê aquele salto de qualidade capaz de colocar o gigante sul-americano no nível dos países mais desenvolvidos, não só do ponto de vista econômico, mas também do ponto de vista social e educacional.
Não há futuro sem educação e, por isso, o País do futuro
deve apostar com determinação e coragem na educação, em todos os níveis, para responder às grandes expectativas que, dentro e fora do continente latino-americano, são respostas para um necessário protagonismo do Brasil nesse setor.
Por essas razões, a obra de Mami Ueno merece não só uma leitura atenta, mas também uma resposta em termos de políticas e projetos. Na comparação com as políticas educacionais de dois grandes países, tão próximos do Brasil (por suas grandes comunidades oriundas e presentes, sobretudo no estado de São Paulo), destacam-se os elementos fundamentais e vitais para uma educação de qualidade: o ensino de valores humanos e do saber fazer.
Made in Italy, uma referência mundial indiscutível, decorre precisamente da habilidade inteligente e previdente de combinar habilidade e tecnologia, tradição e inovação. A cultura milenar que se estratificou ao longo dos séculos na Península Itálica sempre encontrou uma forma de se enriquecer, preservando e transmitindo conhecimentos e saberes, graças a um humanismo de base que encontrou a sua melhor expressão no Renascimento. O Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci exprime de forma sublime essa busca pelo equilíbrio e pela perfeição, de forma harmônica e nada agressiva. A busca da harmonia e da perfeição se tornou de tal forma típica dos valores e dos modelos educacionais transmitidos pela escola na Itália; destreza e racionalidade estão na base da grande beleza
e, portanto, do Made in Italy.
A partir da qualidade da educação, como mostra claramente a obra de Mami Ueno, deriva a qualidade dos produtos e – de modo mais geral – a qualidade do desenvolvimento social e econômico de um país, como demonstram a experiência italiana e japonesa (cada uma com suas próprias características e especificidades).
O Brasil ainda pode colher, em toda a sua grandeza e potencialidade, a enorme oportunidade que tem em poder contar com uma população ainda relativamente jovem, em um mundo acadêmico e intelectual de alto nível (no interior do qual se insere o precioso trabalho de Mami Ueno) e em uma geopolítica que naturalmente o coloca em uma posição privilegiada e estratégica no cenário internacional.
Apesar das dificuldades e das contradições do momento social e político, a obra de Mami Ueno confirma que não é irreal continuar pensando no Brasil como o país do futuro, desde que as indicações e sugestões contidas em estudos como este sejam seriamente levadas em consideração.
Fabio Porta, 2020
Lista de Abreviaturas e Siglas
Sumário
INTRODUÇÃO 23
CAPÍTULO 1
INDICADORES ECONÔMICO, SOCIAL E EDUCACIONAL DO BRASIL, ITÁLIA E JAPÃO 27
CAPÍTULO 2
NOTÍCIAS SOBRE A EDUCAÇÃO BRASILEIRA 41
2.1 Sobre a qualidade da educação brasileira e seus reflexos 42
2.2 Quanto às razões da baixa qualidade educacional brasileira 49
2.3 Quanto às soluções para a melhoria da qualidade educacional brasileira 50
CAPÍTULO 3
RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO - SOCIAL 53
Capítulo 4
Esclarecimento dos Principais Termos Utilizados 59
4.1 Saber Ser 62
4.2 Técnica racional 63
4.3 Valores 64
4.4 Ética e Moral ٦٥
4.5 Responsabilidade 67
4.6 Autonomia 68
4.7 Saber Fazer ou Saber Prático 69
4.8 Trabalho 70
4.9 Qualidade 71
4.10 Criatividade 71
4.11 Pedagogia e Educação 72
CAPÍTULO 5
OS VALORES HUMANOS 77
5.1 Na Itália 77
5.2 No Japão 83
5.3 No Brasil 86
CAPÍTULO 6
A EDUCAÇÃO 97
6.1 A educação no Brasil 97
6.2 A educação na Itália 106
6.3 A educação no Japão 117
CAPÍTULO 7
O CURRÍCULO ESCOLAR 129
7.1 Do Brasil 129
7.2 Da Itália 139
7.3 Do Japão 159
7.4 Quadro comparativo dos currículos 166
CAPÍTULO 8
QUALIDADE E CARACTERÍSTICA DOS PRODUTOS 167
8.1 Do Brasil 169
8.2 Da Itália 177
8.3 Do Japão 187
CAPÍTULO 9
OS OBJETIVOS E METODOLOGIA DA PESQUISA EMPÍRICA 203
9.1 Objetivos da pesquisa 203
9.2 Tipo de pesquisa 203
9.3 Quanto aos questionários para entrevistas 204
9.4 Aplicação das entrevistas 204
9.5 Método de análise mediante comparação constante e teoria fundamentada 207
9.6 Fluxo dos passos para a pesquisa 211
CAPÍTULO 10
RESULTADOS DA PESQUISA SOBRE O BRASIL 213
10.1 Os valores humanos (saber ser) e o saber fazer no Brasil 214
10.1.1 Quanto ao desenvolvimento do saber ser
215
10.1.2 Quanto ao desenvolvimento do saber fazer
219
10.2 O perfil do brasileiro e as características dos seus produtos 227
10.2.1 Quanto ao perfil do brasileiro 227
10.2.2 Quanto aos produtos brasileiros 233
10.2.3 Sobre a Importância da Educação para a Qualidade do Profissional, dos Produtos e no Desenvolvimento Econômico e Social 237
10.3 Análise dos resultados das entrevistas sobre o Brasil 238
CAPÍTULO 11
RESULTADOS DA PESQUISA SOBRE A ITÁLIA 243
11.1 Os valores humanos e o saber fazer na Itália 243
11.1.1 Quanto ao desenvolvimento do saber ser
244
11.1.1.1 Quanto ao desenvolvimento do saber fazer
249
11.2 O perfil do italiano e as características dos seus produtos 251
11.2.1 Quanto ao perfil dos italianos 251
11.2.2 Quanto aos produtos italianos 255
11.3 Análise dos resultados das entrevistas sobre a Itália 262
CAPÍTULO 12
RESULTADOS DA PESQUISA SOBRE O JAPÃO 267
12.1 Os valores humanos e o saber fazer no Japão 268
12.1.1 Quanto ao desenvolvimento do saber ser
268
12.1.2 Quanto ao desenvolvimento do saber fazer
276
12.2 O perfil do japonês e as características dos seus produtos 279
12.2.1 Quanto ao perfil dos japoneses 279
12.2.2 Quanto aos produtos japoneses 287
12.3 Análise dos resultados das entrevistas sobre o Japão 291
CAPÍTULO 13
RESULTADO COMPARADO BRASIL, ITÁLIA E JAPÃO 295
CAPÍTULO 14
CONFIRMAÇÃO DOS RESULTADOS 301
14.1 Confirmação dos resultados sobre o Brasil 301
14.2 Confirmação dos resultados sobre a Itália 303
14.3 Confirmação dos resultados sobre o Japão 304
CAPÍTULO 15
RELAÇÃO ENTRE O MARCO TEÓRICO E RESULTADO DAS ENTREVISTAS 307
15.1 Análise entre resultados da pesquisa empírica e marco teórico do Brasil 308
15.2 Análise entre resultados da pesquisa empírica e marco teórico da Itália 313
15.3 Análise entre resultados da pesquisa empírica e marco teórico do Japão 319
CONCLUSÕES 327
Referências 331
INTRODUÇÃO
A presente obra veio confluir com um momento crítico, da constatação da crise da educação brasileira, sobre a qual temos ampla bibliografia e artigos, incluindo os mais renomados autores, que são referência sobre o tema no Brasil. Paulo Nathanael Pereira de Souza (2008), em sua Educação e Desenvolvimento no Brasil
, clama por mudanças urgentes na educação básica
e Cristovam Buarque, ao visitar Tomiama, constata em primeira pessoa a realidade trágica da educação brasileira e suas consequências. Percebe o triste círculo vicioso que gira passando de pais para filhos sem mudar o destino das pessoas que vivem em situação precária e de vulnerabilidade social. Reafirma ainda bastaria garantir escola com qualidade para todos por uma geração, mas não o fizemos
(BUARQUE, 2019, p. 18).
Com esta obra, não se tem a pretensão de fazer uma radiografia da educação brasileira, mas trazer os pontos essenciais para uma educação de qualidade. O que ensinar? Independente de ideologias e disputas políticas.
Portanto, na pesquisa foquei em dois objetivos:
Analisar a presença dos valores e princípios humanistas (saber ser) e do saber prático (saber fazer) nos modelos educativos do Brasil, Itália e Japão e sua relação com o desenvolvimento das respectivas nações e sociedade;
Comparar os dados da pesquisa entre os três países e poder chegar a sínteses de conclusão, ou seja, identificar os impactos qualitativos em ensinar os valores humanos e o saber fazer na educação, principalmente na educação de base.
A obra está organizada em quatro partes. A primeira parte trata dos Antecedentes
. Traz os dados objetivos, como os indicadores econômicos, sociais e educacionais, comparados do Brasil, Itália e Japão. Na sequência, as notícias que relatam e constatam o aspecto trágico da educação brasileira, constatado por diversos especialistas nacionais e internacionais. Por fim, incluí um capítulo para precisar os principais termos utilizados, baseada na filosofia, mais especificamente na filosofia pura ou ontologia.
A segunda parte traz a revisão bibliográfica sobre o Humanismo, Educação e Qualidade dos Produtos
dos três países (Brasil, Itália e Japão).
A terceira parte traz os resultados da Pesquisa Comparada Brasil, Itália e Japão
. Para atender aos objetivos propostos, realizei uma pesquisa empírica, mediante comparação dos seguintes aspectos: a) economia; b) qualidade dos produtos; c) perfil das pessoas e d) educação. Pude confirmar nos resultados aquele insight de 20 anos atrás e que pouco valor lhe dei na época, mas tão essencial – ou até mais – do que o pão nosso de cada dia, ou seja, qualificar o ser (o espírito humano) por meio dos valores e as habilidades humanas junto à técnica racional.
Nas Conclusões
, apresento uma síntese de toda a reflexão e análise realizada a partir da observação de décadas e com familiaridade nos três países, acrescidos da pesquisa bibliográfica e empírica. Por fim, tem as minhas singelas sugestões para que o Brasil possa definitivamente tomar o rumo do desenvolvimento digno da sua grandeza.
PRIMEIRA PARTE
ANTECEDENTES
CAPÍTULO 1
INDICADORES ECONÔMICO, SOCIAL E EDUCACIONAL DO BRASIL, ITÁLIA E JAPÃO
Para construir esse raciocínio, fizemos primeiro uma viagem pelos números, os indicadores econômico, social e educacional dos três países para dar uma visão objetiva ao estudo comparado. Em outras palavras, trazer dados concretos que evidenciam a relação entre a educação e os indicadores econômico e social. Esses dados foram utilizados para correlacionar com os resultados da pesquisa, que se encontra nos Capítulos 10 a 15.
Quadro 1 – Ranking dos Dados Estatísticos do Brasil, Itália e Japão
Fontes: (1) Worldometers.info (2016) / (2) International Monetary Fund World Economic (2018) / (3) Datawheel/OEC (2018) / (4) Schwab (2014) / (5) Datawheel/OEC (2018) / (6) OECD (2016) / (7) UNDP (2013) / (8) Embaixada do Japão no Brasil (2012) / (9) Global Entrepreneurship Monitor (GEM), Global Report (2018) / (10) WTO/ITS (2015)
Para facilitar a análise dos indicadores acima, elaborei alguns gráficos comparativos.
Gráfico 1 – População Comparada Brasil, Itália e Japão
Fonte: Worldometers.info (2016)
Gráfico 2 – PIB Comparado Brasil, Itália e Japão
Fonte: International Monetary Fund World Economic (2018)
Gráfico 3 – PIB per capita - $ Internacional Comparado Brasil, Itália e Japão
Fonte: International Monetary Fund World Economic (2018)
Gráfico 4 – Volume de Exportação e Importação Comparado Brasil, Itália e Japão
Fonte: do autor adaptado de Datawheel/OEC (2018)
Com base nos dados apresentados, constata-se que o Brasil tem uma população de 209 milhões, considerado a oitava maior economia do mundo com um PIB de 3,24 trilhões de dólares. Enquanto o Japão configura como a quarta maior economia do mundo, com uma população menor que a brasileira (60%) e a Itália a 12a maior economia, com um tamanho populacional de apenas 28% da brasileira. Consequentemente, o PIB per capita brasileiro é inferior ($15,6 mil) ante os $38,1 mil da Itália e $42,8 mil do Japão (INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2018).
Quanto ao perfil econômico, o Brasil configura na ٢4o posição no ranking do volume de exportação, enquanto a Itália está em sétimo e o Japão em quarto. (THE OBSERVATORY OF ECONOMIC COMPLEXITY, 2017)
Quanto ao perfil de produtos exportados e importados de cada país, baseado no relatório de Simões (Observatory of Economic Complexity (OEC), 2018), os principais produtos de exportação brasileira são os produtos commodities como a soja, o minério de ferro, o petróleo, a carne, o açúcar e o café; enquanto os principais produtos de importação brasileira são aqueles industrializados, como equipamentos eletrônicos, máquinas, carros, farmacêuticos etc., como demonstra o quadro 2. (DATAWHEEL LLC, 2018).
Quadro 2 – Produtos Exportados e Importados pelo Brasil (fonte original em inglês)