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Ensino Médio Integrado, Percepções e Expectativas dos Jovens
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Ensino Médio Integrado, Percepções e Expectativas dos Jovens
E-book266 páginas2 horas

Ensino Médio Integrado, Percepções e Expectativas dos Jovens

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Sobre este e-book

Ensino médio integrado: percepções e expectativas dos jovens analisa as percepções e as expectativas dos estudantes, matriculados nos cursos de ensino médio integrado em um Campus do Instituto Federal Catarinense, em relação ao ensino médio integrado e ao futuro profissional. O estudo empírico divide-se em dois momentos importantes: 1) caracterização dos estudantes e 2) a) percepções dos estudantes sobre o curso e b) expectativas de futuro profissional.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento20 de abr. de 2020
ISBN9788547324742
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    Ensino Médio Integrado, Percepções e Expectativas dos Jovens - Denise Danielli Pagno

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    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE

    Dedico a Joel, Idina e Jordana.

    AGRADECIMENTOS

    Ao programa strictu sensu em educação da Universidade do Oeste de Santa Catarina e ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense.

    Aos estudantes do ensino médio integrado do Instituto Federal Catarinense.

    A professora e orientadora desta pesquisa Leda Scheibe.

    Ao meu afilhado Steve Pagno que me inspira pela sua inteligência e interesse pelo conhecimento do mundo e das coisas desde a sua tenra idade.

    Nós pressupomos o trabalho sob uma forma que o caracteriza como exclusivamente humano. Uma aranha efetua operações semelhantes à de um tecelão, e uma abelha envergonha muito arquiteto na construção de seus alvéolos. Mas o que distingue o pior arquiteto da mais hábil das abelhas é que o arquiteto ergue sua estrutura na imaginação antes de levantá-la na realidade. No final do processo de trabalho, obtivemos um resultado que já existia na imaginação do trabalhador no seu começo, ou seja, já existia previamente.

    (MARX, 1983, p. 149).

    LISTA DE SIGLAS

    Sumário

    1

    INTRODUÇÃO 15

    1.1 Procedimentos de Pesquisa 23

    2

    O Princípio Educativo do EMIEP: uma discussão conceitual 27

    2.1 A Concepção de Ensino Médio e Profissional no Brasil: História da Construção da Proposta Dual nesse Nível de Ensino 27

    2.2 O Trabalho como Princípio Educativo 41

    2.2.1 Significado e Desafios do Ensino Médio Integrado ao Tomar o Trabalho como Princípio Educativo 50

    2.3 Fundamentos e Princípios do Ensino Médio Integrado 58

    2.4 A Legislação do Ensino Médio Integrado: Um Campo de Conflitos de Interesses e Ideologias 61

    2.5 O Currículo Integrado 68

    2.5.1 As Formas de Organização do Trabalho Escolar: Disciplinaridade, Interdisciplinaridade e Transdisciplinaridade 75

    2.6 A Centralidade do Trabalho para a Juventude Brasileira 78

    2.7 A Relação entre as Novas Tecnologias, Trabalho, Juventude e Educação Profissional 87

    3

    Percepções SOBRE O ENSINO MÉDIO INTEGRADO e Expectativas DE FUTURO PROFISSIONAL de estudantes do EMIEP do IFC CAMPUS pesquisado 93

    3.1 Organização dos Projetos Políticos Pedagógicos dos Cursos e dos Seus Currículos 93

    3.2 Caracterização dos Estudantes com o Questionário 98

    3.2.1 Identificação dos estudantes: curso, idade, rede escolar que frequentou o ensino fundamental, número de integrantes na família, residência, distância da residência em relação à escola, tipo de transporte utilizado para ir à escola 100

    3.2.2 Dados sobre o contexto familiar de cada um (grau de escolaridade dos pais e/ou responsáveis, ocupação profissional dos pais e/ou responsáveis) 110

    3.2.3 Indicações sobre as razões da escolha do curso, aspirações quanto à continuidade de estudos e aspirações quanto à escolha profissional. 119

    3.2.4 Considerações sobre a Caracterização dos Estudantes 124

    3.3 Análise das Percepções e Expectativas Apresentadas Pelos Estudantes nos Grupos Focais 127

    3.3.1 Categoria Trabalho 135

    3.3.2 Categoria Trabalho e Tecnologia na Área do Curso 137

    3.3.3 Categoria Ensino Médio Integrado 139

    3.3.4 Categoria Futuro Profissional 154

    Considerações Finais 159

    Referências 163

    Documentos 163

    Referências Bibliográficas 164

    ANEXOS

    ANEXO 1 171

    Formulário – Pesquisa Qualitativa – Questionários 171

    Anexo 2 175

    Roteiro Básico da Pesquisa Quantitativa - Realização do Grupo Focal 175

    Anexo 3 176

    Codificação e Categorização dos Grupos Focais 176

    4.4.2 Eletroeletrônica 182

    4.4.3 Informática 188

    1

    INTRODUÇÃO

    Este livro destina-se a aprofundar os estudos que dizem respeito ao Ensino Médio Integrado à Educação Profissional, ou simplesmente Emiep, cuja finalidade é a de romper com a dualidade histórica entre o ensino propedêutico e o profissional na Educação Básica. Nesse sentido, complementa uma revisão teórica sobre as relações entre a educação e o trabalho com um estudo empírico que averigua e analisa as percepções e as expectativas dos estudantes matriculados nos Cursos de Ensino Médio Integrado de um Campus do Instituto Federal Catarinense, quanto ao desenvolvimento do curso e ao futuro profissional. O estudo articula-se à Linha de Pesquisa Educação, Políticas Públicas e Cidadania, do Programa de Pós-Graduação (PPGE) da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), Campus de Joaçaba (SC).

    Realizou-se o estudo com base nas percepções e expectativas dos estudantes de cursos do Emiep/IFC, com a intenção de, por um lado, verificar como esses estudantes percebem a concepção do curso que frequentam e o seu desenvolvimento, por outro lado, perceber nas expectativas que apresentam sobre o futuro profissional os caminhos e descaminhos de uma política pública de formação básica para os jovens brasileiros.

    O Emiep é hoje a forma privilegiada de ensino técnico de nível médio oferecido nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IF) brasileiros e apresenta, em sua gênese, essência e finalidade à formação integral do sujeito. O currículo toma o trabalho como princípio educativo em conjunto com ensinamentos culturais, científicos e tecnológicos.

    Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IF’s) foram criados pela Lei n. 11.892, em 29 de dezembro de 2008 (BRASIL, 2008) e hoje são considerados instituições públicas brasileiras de relevância social em educação profissional. Na sua gênese, conferem continuidade e ao mesmo tempo uma nova configuração às Escolas Técnicas Federais cuja trajetória conta com mais de um século de existência.

    Pode-se considerar que os Institutos Federais têm a sua origem nas dezenove Escolas de Artífices e Aprendizes, destinadas ao ensino de ofícios aos meninos pobres e desvalidos da sorte, inauguradas em 1909. Com o passar dos anos, essas escolas enfrentaram diversas modificações, mas a sua essência foi mantida e atualizada em consonância com as mudanças no sistema produtivo e no mundo do trabalho. Uma mudança significativa nessa história, e que se constitui de maior importância para este estudo, ocorreu, no entanto, na primeira década dos anos 2000 com a decisão do governo federal de privilegiar a expansão da denominada Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, resultante de definições presentes no Plano Nacional de Educação (PDE 2001-2011). Dela resultaram os Institutos Federais e uma Universidade Tecnológica. A Lei n. 11.892/2008, sancionada pelo então presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, no seu artigo 2º, assim se refere aos Institutos Federais:

    [...] são instituições de educação superior (IES), de educação básica e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializadas na oferta de educação profissional e tecnológica nos diferentes níveis e modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com as suas práticas pedagógicas.

    Pretendeu-se, com a expansão dessa rede federal de ensino, democratizar o acesso ao ensino público profissional técnico em nível médio e superior. O artigo 8o da mesma lei preconiza que, no desenvolvimento da sua ação acadêmica, o Instituto Federal, em cada exercício, deverá garantir o mínimo de ⁵⁰% de suas vagas para ministrar educação profissional técnica de nível médio, prioritariamente na forma de cursos integrados, para os concluintes do ensino fundamental e para o público da educação de jovens e adultos (inciso I do caput do art. 7o) e, ainda, destinar o mínimo de 20% de suas vagas para desenvolver cursos superiores em engenharias, bacharelados, licenciaturas e graduação tecnológica (alínea b do inciso VI).

    É importante esclarecer que essa inovação nas políticas de formação profissional, que dizem respeito tanto à educação básica como ao ensino superior, veio na contramão do Decreto ².²⁰⁸/¹⁹⁹⁷, assinado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Esse decreto extinguiu o ensino técnico na modalidade integrada, reforçando a dualidade historicamente presente no nível de ensino médio, de separação entre o ensino profissional e a educação básica: o ensino técnico só podia ser cursado após a conclusão do ensino médio ou então de forma segmentada, que significa cursar ensino médio e ensino técnico em instituições diferentes, de forma concomitante.

    Resgatada a possibilidade de integrar as áreas de formação básica e profissional no ano de 2004 por meio do Decreto n. 5.154, foi instituído o Ensino Médio Integrado à Educação Profissional. Esse decreto foi sancionado pelo presidente Lula como um compromisso com os sindicatos de trabalhadores e educadores defensores da integração do ensino profissional na educação básica. O Emiep foi pensado, portanto, como uma forma de atendimento aos jovens estudantes egressos do Ensino Fundamental dentro de uma perspectiva de formação humana entrelaçada com o mundo do trabalho, preparando o estudante para os desafios da vida como um todo. Na história da educação básica brasileira, o ensino médio sempre ocupou um papel de divisor de classes: ensino propedêutico para quem assumiria o desafio de comandar a sociedade e suas organizações, preparando-os para estudos posteriores, e o ensino profissional para as classes dominadas, destinadas ao trabalho manual.

    Pautado nesse cenário, o tema da pesquisa realizada tem como pano de fundo o curso de Ensino Médio Integrado à Educação Profissional ou Emiep, uma política pública de formação de implantação recente e que necessita de acompanhamento e de constante avaliação.

    Para conhecer os aspectos sobre a implementação e desenvolvimento do Emiep, esse estudo fez a opção de focalizar os seus estudantes, apurar suas características, percepções e expectativas como forma de identificar, no processo de realização do curso, os caminhos e descaminhos da sua proposta.

    O recorte feito para o estudo empírico deste livro toma os estudantes do Emiep em estágio de formação profissional na Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica ou, mais especificamente, em um IF, o Instituto Federal Catarinense (IFC), instituição na qual atuo. O IF é uma das 38 instituições regulamentadas e denominadas de Institutos Federais no País. O estado de Santa Catarina apresenta dois Institutos Federais, sendo o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) uma instituição e o Instituto Federal Catarinense outra.

    O IFC, criado no interior da política de expansão da Rede Federal de Educação Profissional, resultou da integração das Escolas Agrotécnicas Federais de Concórdia, de Rio do Sul e de Sombrio. No passado, as escolas de nível médio profissionalizantes estavam vinculadas à Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente o IFC conta com unidades nas cidades de Araquari, Camboriú, Concórdia, Rio do Sul, Sombrio, Videira, Ibirama, Luzerna, São Francisco e Blumenau. Em Blumenau, além de um Campus, fica a sede da Reitoria. Caracteriza-se, portanto, como uma nova institucionalização com todas as suas práticas sendo ensaiadas e aprimoradas, além de suas regulamentações desenvolvidas em planejamento constante entre Reitoria, campi e servidores.

    Um estudo com base nas percepções e expectativas dos estudantes pode apresentar indicações importantes para uma organização diferenciada nos processos de ensino e aprendizagem nos cursos, mesmo que tais percepções incorram naquilo que Kosik (1976) denomina de pseudoconcreticidade.

    Segundo o autor, a realidade ou a sua essência ou, ainda, a coisa em si não é abstraída pelo ser humano de imediato. Cabe, portanto, compreender que a percepção que o estudante tem sobre o seu curso, um misto de claro escuro (KOSIK, 1976, p. 11). Sua percepção possivelmente é imediatista, pois lhe faltam as possibilidades de uma visão da totalidade, para a qual muitas abstrações são necessárias, como bem indica o autor citado. Até onde vai

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