Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Solo de histórias: Contos daqui, dali e de toda parte
Solo de histórias: Contos daqui, dali e de toda parte
Solo de histórias: Contos daqui, dali e de toda parte
E-book54 páginas33 minutos

Solo de histórias: Contos daqui, dali e de toda parte

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

"Certa vez aprendi com Toumani Kouyaté, um griot (djleli ) de Burkina Faso, que quando o contador de histórias pega a palavra pelo rabo ele oferece para aqueles que o escutam a sua melhor performance.
Quem já teve oportunidade de ver a Cia do Solo em cena entendeu de primeira o motivo dessa citação, pois trata-se de um grupo com excelência na arte de transmitir a Palavra Viva. Não é todo dia que temos
o privilégio de ouvir Martha e Gabriel nas praças e nos teatros da cidade, mas com este livro teremos a chance de trazer a vivacidade de ambos em nossas mãos. Esta coletânea carrega o cheiro das rodas de história, as
pitadas de humor tão marcantes da dupla, a dinâmica latente do jogo teatral e o propósito generoso na escolha de cada um dos contos. A memória que nos trouxe até aqui nos levará adiante. Boa leitura!"
Eliza Morenno – Contadora de histórias, escritora e especialista em
literatura infanto-juvenil
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de mai. de 2021
ISBN9786587349145
Solo de histórias: Contos daqui, dali e de toda parte

Relacionado a Solo de histórias

Ebooks relacionados

Imaginação e brincadeiras para crianças para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de Solo de histórias

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Solo de histórias - Martha Paiva

    lá?

    O SAPO

    E O BOI

    EUROPA

    Era uma vez um boi. Mas não era qualquer boi. Não era um boi magrelinho, esmirradinho que a gente vê por aí de vez em quando. Também não era como esses bois embalados que a gente compra no mercado. Era um boizão, grandão, fortão, musculosão, mais ou menos assim:

    (ligar botão de visualização – preparar e…. Cria aí na sua mente o seu boi. O meu está sempre em pé sobre duas patas e, no lugar dos músculos, ele tem enormes batatões.)

    E os chifres dele?

    Uhhhhhh enormes! Nem cabem no livro.

    Esse boi dava o seu passeio rotineiro, todos os dias, perto de uma lagoa; é bom avisar que essa lagoa era limpa! Ao seu redor tinham várias plantas sem flores e várias com flores coloridas, principalmente amarelas. Nessa lagoa também viviam vários sapos, tipo um condomínio de sapos e sapas. Um deles quando viu aquele boizão, grandão, malhadão, musculosão, ficou assim… até fugiram as palavras. Voltaram. Ficou assim, maravilhado. Assim, encantado. Ficou assim… com uma pontinha de inveja.

    Então ele chegou perto de outros amigos sapos e declarou:

    Foi aí que o sapo teve uma grande ideia. Sabe qual foi a ideia dele?

    Engolir o ar para crescer e ficar do tamanho dele, do boizão saradão.

    Então ele começou. Estufou o peito e começou a engolir o ar. E engoliu. Mais ar, e mais, mais, e mais. Até que congelou e disse:

    − E aí, já estou grandão que nem ele?

    E os amigos sapos responderam:

    − Ihhhhh, não! Tá longe.

    Talvez vocês já tenham percebido que o sapo não aguentava mais ser do tamanho de um sapo. Começou a achar melhor ser maior, ficaria mais bonito, mais importante, talvez, quem sabe?!

    E voltou a engolir mais ar.

    E engoliu o ar.

    E mais.

    Mais.

    Mais.

    − E aí? E agora? Já estou grandão que nem ele?

    E todos do condomínio de sapos disseram:

    − Ihhhhhh, não! Tá longe!

    Mas o sapo não conseguia de verdade se ver importante, bonito, interessante. Achava que se ele fosse do tamanho do boi seria melhor. Aí sim ele seria percebido. Todos falariam com ele, valorizaria sua existência de sapo.

    E foi então que mais uma vez o sapo estufou o peito e começou a engolir o ar. Engoliu o ar. Mais ar, e mais, mais, mais ar, maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaais…

    E BUMMMM!

    Isso mesmo que estás pensando.

    Engoliu o ar até explodir completamente.

    Cuidado aí. Pode ser que tenha voado uma pata de sapo para debaixo do seu chinelo. Ou talvez o fígado. Quem sabe a unha?

    É de bom tom fazermos uma homenagem. Então lá vai:

    Em homenagem aos sapos que

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1