O Sapo de cabelos

De Amancio Norato

Em um laguinho, bem perto da ilha do Jacaré Albino, vivia um sapo de cabelos. Ele não era um sapo qualquer; tinha cabelos! Imaginem só... Até que um fato inesperado transforma radicalmente a aparência do sapinho e o seu encontro com o Monstrinho de Papelão pode lhe revelar sua verdadeira beleza.
O sapinho empreende uma jornada em busca de si mesmo e encontra nos demais bichos que lhe circundam um apoio para encontrar força na fraqueza, beleza na dor e a alegria na autoaceitação.
O Sapo de Cabelos nos oferece um relato poético e comovente das lutas que devemos travar em busca da felicidade.

• Idioma: Português
• Editora: Viseu
• Data de lançamento: 23 de ago. de 2021
• ISBN: 9786559850815

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Um singelo preâmbulo

Lembro quando eu estava no ensino primário, ainda dava os primeiros passos na leitura, a professora sempre terminava a aula contando para nós as estórias de João e Maria, do Pequeno Príncipe, Chapeuzinho Vermelho, Os Três Porquinhos e tantas outras. Eu ficava encantado em ouvir todas aquelas estórias. Voltava para casa relembrando cada detalhe, às vezes, dava outros finais para elas, acrescentava coisas, fatos novos, eu mesmo entrava na estória e fazia parte do enredo. Quando saía da escola, não via a hora que chegasse logo o outro dia para ouvir uma nova estória e poder continuar minhas aventuras imaginárias. Certa vez, ela nos contou a fábula do Patinho Feio, mas por um motivo que não me recordo agora a professora não chegou a terminar. E também por um motivo que não me recordo também, ela não foi mais dar aulas. O fato é que eu fiquei com aquela estória na cabeça durante um bom tempo, sem saber o final. Disse para mim mesmo que quando aprendesse a ler, o Patinho Feio seria minha primeira leitura. Nesse tempo tinha por volta 8 anos de idade.

Algum tempo depois, ainda nessa época, acompanhei minha mãe ao supermercado. Qual não foi minha surpresa, na seção de higiene e limpeza, avisto a estória do Patinho Feio numa caixa promocional de sabão em pó para o dia das crianças. Arregalei os olhos em direção à caixa de sabão e disse para minha mãe:

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