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Unidos Por Laços de Amor
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E-book316 páginas3 horas

Unidos Por Laços de Amor

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Sobre este e-book

Ana Maria, uma jovem nascida na cidade de Bilbao durante o século XVIII na Espanha, morre tragicamente chocando toda a provícia de Álava na época. Sua avó materna passa a acompanhá-la em sua trajetória espiritual com o objetivo de reparar toda a confusão causada por suas escolhas durante a vida.

João Ricardo e José Roberto são dois jovens nascidos na mesma região, apesar dos encontros e desencontros que a vida lhes impôs, acabam se envolvendo em uma trama de dor e revelações surpreendentes, acarretando consequências em seus planejamentos reencarnatórios.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento4 de ago. de 2021
ISBN9786599136481
Unidos Por Laços de Amor

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    Unidos Por Laços de Amor - Evelyn Freire de Carvalho

    Agradecimentos

    Agradeço a Deus pela oportunidade de aprender a Amar.

    A minha esposa, Viviane Martins Amorim de Freitas, por caminhar ao meu lado me ensinando a compartilhar desse Amor.

    Aos meus pais e familiares, pela vida e pelos valores familiares.

    Aos amigos, irmãos da família do Amor e da Casa do Caminho Simão Pedro, pelo conhecimento e pela alegria de servir sempre. Em especial, a minha amiga, Evelyn Freire, por compartilhar deste enorme aprendizado que foi esta pequena contribuição literária.

    Carlos Eduardo de Freitas

    Ao querido e muito especial amigo, Carlos Eduardo de Freitas, pessoa sem a qual esta obra não seria possível. Foi maravilhoso realizar este projeto em parceria com alguém tão dedicado, amigo e possuidor de um lindo coração.

    Ao Espírito Bárbara, pela confiança em mim depositada, assim como pelo carinho e amor com que sempre me envolveu durante todo o período em que o romance estava sendo escrito.

    Aos amigos da espiritualidade que fizeram parte da história e que permitiram a sua publicação.

    À minha família e à equipe do Conhecendo o Espiritismo, pelo estímulo e incentivo nos trabalhos de divulgação da Doutrina Espírita.

    A Deus, pelo Seu amor e por nunca ter desistido de mim.

    Evelyn Freire de Carvalho

    Prefácio

    Ao passo que somos todos amparados por um Pai repleto de Amor e misericórdia, Ele nos concede oportunidades de repararmos nossos equívocos de vidas regressas. São muitos os encontros e desencontros que ocorrem diante da vida eterna, todos necessários e oportunos para cada um de nós.

    Para isso, precisamos nos preparar e estarmos abertos para obtermos conscientemente o aprendizado necessário em cada um desses momentos.

    Cada um daqueles que estão ao nosso lado, de alguma forma, despertam sentimentos em nós, não pelo acaso, mas por uma necessidade real de aprendermos e evoluirmos.

    O véu do esquecimento acalenta os olhos da consciência no corpo, mas não oculta os sentimentos que vivem na alma de cada um.

    Precisamos todos aprender a olhar a vida e suas oportunidades com os olhos da alma, sendo fraternos e amorosos em nossas atitudes, além de corretos e dignos em nossa conduta.

    O despertar da consciência, para a reforma de nós mesmos, é o bálsamo que precisamos nessa ardilosa caminhada de mudança, daquilo que já fomos, em direção ao que ainda seremos.

    Jamais somos esquecidos pelo nosso Pai de Amor e Misericórdia, todos sofremos com as sombras que ainda vivem em nós, mas todos temos a centelha divina plantada em nosso coração. Diante de cada momento vivido intensamente, diante de cada aprendizado, surge uma faísca desse Amor infinito de Deus, que ilumina nossa alma em contínuo crescimento, destinada à felicidade eterna.

    Que o amor e a renúncia de nossas atitudes egoísticas sejam o guia de nossas conquistas, vitórias da alma que almeja encontrar sua essência divina e a felicidade plena de caminhar em direção a Deus.

    Aqui estamos, aqui estejamos sempre prontos e disponíveis para vivermos intensamente cada um desses momentos, despertando em nós e no outro o verdadeiro amor que o Cristo nos exemplificou.

    Fiquem todos na paz do Senhor.

    Pelo Espírito de Antonieta.

    Espanha, século XVIII

    CAPÍTULO 1

    A morte de Ana Maria

    Província de Álava, 1734.

    Noite agitada em Álava, todos correm pavorosos, quem seria aquela que fora encontrada nas margens do rio Zadorra, que deságua no oceano de lágrimas e lamentações que fizeram pobre jovem senhorita entregar-se às águas, afundando suas possibilidades na culpa, encontro em queda livre com seu vale de lamentações?

    João Ricardo corre em súbito desespero em busca de seu sigiloso amor, platônico desejo de um dia poder declarar seus sentimentos mais profundos a sua amada. Prantos são ouvidos ao longe, gritos de desolação em contraste lacerador com a beleza única da natureza divina daquele lugar.

    João Ricardo ajoelhou-se diante de Ana Maria, seu corpo desfalecido, envolto por seus braços e tomado pelo desesperador momento de dor, diz:

    — Ana Maria, não! Por que fizeste isso? Onde estavas com a cabeça para te entregares assim?

    Todos ali presentes em profundo pesar, alguns mais atormentados gritavam por socorro, outros por justiça, buscando o responsável por aquele momento de dor que tomava a todos daquela pequena cidade. Alguns amigos de João Ricardo tentavam acudi-lo, mas em vã tentativa:

    — Deixem-me em paz! Jamais deixarei que Ana Maria afaste-se dos meus braços, como poderia? Nunca mais terei a chance de declarar meu amor.

    — Acalme-se João, meu amigo — investiu Marcelo, amigo próximo de João Ricardo.

    — Marcelo, meu amigo, veja! Ela desistiu, não resistiu e sucumbiu ao desespero. Por conta de quê!?

    — Venha, João, não podemos raciocinar de forma adequada nesse momento, a família de Ana Maria aproxima-se, precisa acalmar-se.

    E ali ficaram sentimentos devastadores que dominavam todos da cidade com a partida da mais doce e encantadora senhorita da família Albuquerque Figueiredo.

    João Ricardo era um pobre rapaz de braços fortes e grosseira barba, banhada pelas lágrimas de seu coração ferido, maltratado com a partida de sua doce Ana Maria, filha do seus patrões, que muito ansiavam pelo casamento de sua filha com um rapaz de boa e abastada família, ambiciosos planos de seus patrões, que impossibilitavam João Ricardo de declarar seu amor.

    Ana Maria, desde sua infância feliz em vasta propriedade de sua família, esteve ao lado de João Ricardo, cresceram juntos, brincando e implicando um com o outro, em recíproca sintonia durante toda a infância. Na adolescência, muitas mudanças vieram, timidez e olhares diferentes, apesar do costumeiro cuidado especial que sempre demonstrou João Ricardo com sua inestimável Ana Maria.

    — Para sempre estarei ao seu lado! — Relembrou João Ricardo em voz alta, a promessa feita ainda na infância para Ana Maria e que dela jamais havia esquecido.

    Será que nem mesmo isso teria sido capaz de acalmar o coração de Ana Maria? Por que desistiria de sua vida? A dor de um desejo ambicioso alimentado por sua família?

    João Ricardo mantinha-se perplexo, como poderia Ana Maria ter tal atitude? Por que não procurou seu maior amigo nesse momento de tamanha dor? Onde ele falhara?

    A culpa atormentava-o, uma busca infindável iniciava em seus pensamentos, sentimentos de dor e vingança surgiam em sua mente fadada à solidão, jamais perdoaria o responsável por aquilo.

    — Só pode ser ele o culpado de minha dor. Maurício! Vou acabar com sua vida! Onde quer que esteja, irei encontrá-lo e faço essa minha nova promessa de vida!

    João Ricardo, exausto, enfim consegue adormecer. Fora o final do dia mais difícil, pois trazia muita dor.

    Alguns dias depois, logo ao nascer do sol, em horizonte tormentoso que iluminava o seu coração devastado pela dor, João Ricardo desperta desejoso de que tudo não passasse de um pesadelo. Cai em si, em profundo desespero novamente.

    — Hoje irei em busca de Maurício, ele deverá pagar por toda dor e sofrimento que sinto em meu coração — protestou João Ricardo mais uma vez em seus íntimos pensamentos atormentados e cegos com a partida de Ana Maria.

    Ao longe, escuta batidas na porta, em meio aos pensamentos enquanto divagava entre lindas lembranças com Ana Maria e planos horríveis de vingança pela dolorosa separação que sofrera antecipadamente.

    — Quem é? Não posso atender, volte depois! — Responde João Ricardo em tentativa desesperada de se livrar de quem quer que estivesse interrompendo o luto eterno sentido em seu coração.

    — Sou eu, Bárbara!

    Então, prontamente, João Ricardo apressou-se em atender.

    — Um minuto, senhorita Bárbara!

    — Bom dia, senhorita, em que posso ajudá-la?

    — Sente-se João, não estou aqui a mando de meu pai, nem mesmo à procura de seus serviços.

    João Ricardo sentou-se, ainda sem entender a procura da irmã de sua amada Ana Maria, mas como filha de seu senhorio e de maneira encabulada, perguntou:

    — Mas então, senhorita, o que lhe traz aqui?

    Bárbara, então, visivelmente emocionada, desmoronando em lágrimas e com as palavras dificultosas, anuncia o porquê de sua presença ali com João Ricardo.

    — João, Ana Maria deixou-nos uma carta! Uma em seu nome e outra em nome de todos da família.

    — Onde está essa carta? Vamos, dê-me! — Aturdido, questionou João Ricardo, quase que de forma abrupta e deseducada.

    — Não está comigo, sinto muito, meu pai confiscou-a assim que a lemos.

    — Meus Deus, senhorita Bárbara, o que devo fazer? Pois necessito receber essa carta.

    — João, as notícias não são boas, acredito que deva partir, meu pai e seus homens estão a caminho daqui, desejam culpar-lhe pelo ocorrido.

    — Mas por que isso, senhorita? O que Ana Maria teria revelado em sua carta para que isso ocorresse?

    — Não há tempo, João, vá para Vitória, encontre com Elisabeth, pegue essas economias e parta agora mesmo, ao chegar lá, ela o receberá e irá explicar o que precisa saber. Vá! Mas acalme seu coração, precisa entender que Ana Maria jamais faria algo para prejudicá-lo, pelo contrário, sempre buscou proteger-lhe, acredito que mesmo após sua morte continue assim fazendo. Tenha fé e afaste de seus pensamentos o sentimento de vingança contra Maurício.

    Como que por sintonia, João Ricardo lembrou-se que o paradeiro de Maurício também era em Vitória, mas, ao mesmo tempo, espantado com o comentário da senhorita Barbara, refletiu.

    — Como ela sabe de meus planos? Jamais revelei tais pensamentos a qualquer pessoa. Bom, irei mesmo assim, encontrarei Elisabeth e buscarei compreender toda situação antes de qualquer coisa — refletiu João Ricardo antes de concordar com Barbara.

    — Assim farei, senhorita Bárbara, mas antes preciso encontrar-me com Marcelo, gostaria que ele me acompanhasse nessa viagem para Vitoria, irei atrás de respostas e da verdade. Jamais deixarei Ana Maria morrer em meu coração, farei tudo que precisar para desvendar essa história.

    Então, com uma mistura de alegria e preocupação no olhar, Bárbara respondeu para João Ricardo em desejoso sentimento de realizações:

    — Que assim seja, João, que Deus abençoe seu caminho.

    João Ricardo rapidamente organiza seus pertences, pouco tem para levar perto do peso que carrega em seu coração devastado pela dor.

    Logo, despede-se de Bárbara, que prontamente deseja-lhe sorte e afirma:

    — João, tenha paciência, asserene seu coração, pois precisará de muita fé em Deus para suportar o que há de vir.

    Então João Ricardo, com sua trouxa de roupas sobre os braços e sorriso discreto em seu rosto, buscando confirmar discretamente o pedido de Bárbara, diz:

    — Que eu consiga encontrar essa paz, que Deus me ajude!

    CAPÍTULO 2

    Ida a vitória

    Já era noite em Vitória, João Ricardo, ao lado de seu amigo Marcelo, aproximava-se de residência vistosa ao longe. Prontamente, entreolharam-se, e Marcelo confirma com gesto que estavam a chegar na casa de Elisabeth, irmã afortunada de Marcelo, casada com Olavo, abastado senhor, proprietário de muitas terras e grande comerciante da cidade.

    — Veja, João, estamos chegando!

    João Ricardo, com visível sofrimento em seus olhos, pede para Marcelo um minuto para confessar seus pensamentos.

    — Marcelo, perdoe-me as fraquezas, não tenho sido totalmente franco com você! Sei que tens me ajudado nesse momento, até mesmo acompanhando-me hoje a Vitória. Meus pensamentos não me deixam negar, preciso encontrar Maurício, sei que sabes de seu paradeiro, não posso ignorar o ocorrido com Ana Maria.

    Marcelo imediatamente interrompe João com gesto sutil, acalmando o amigo.

    — Meu amigo, concentre-se em Ana Maria, pense no que ela pode ter deixado nessa carta que me contaste no caminho para cá.

    — Eu sei, meu amigo, a expectativa é grande e não vejo a hora de conseguir informações acerca desta carta, talvez seja um último momento, onde poderei ouvir as doces palavras de Ana Maria. Estou certo de que ela jamais deixaria algo que me magoasse. Por outro lado, preocupo-me com sua carta deixada para seus pais, sabemos de suas mágoas para com eles. Mesmo com seus anseios em atender as pretensões ambiciosas de seus pais, sempre pude ver seu puro e amável coração.

    — João, aí está a força que Bárbara dissera para encontrar, esse amor deve guiá-lo a partir de agora aqui em Vitória, não se deixe levar pelo ódio.

    — Sabe, Marcelo, foram nos momentos de simplicidade e pureza que verdadeiramente pude ver quem era Ana Maria, como era difícil para ela a imposição de sua família.

    — Veja, João, Elisabeth aguarda-nos na porta de sua casa. Vamos, com ela poderemos entender melhor o que houve com Ana Maria. Tenha certeza, meu amigo, o ódio jamais será a solução para o que quer que tenha ocorrido.

    Então João, ainda amargurado com seus sentimentos conflitivos de dor e saudade, intimamente, procura encontrar a calma necessária para as revelações esperadas naquele encontro com Elisabeth.

    Ao chegarem à residência de Elisabeth, que aguardava ansiosamente a chegada de João Ricardo, vê-se surpreendida com a companhia de Marcelo.

    — Marcelo! Meu querido irmão, vieste também!

    — Elisabeth, minha querida irmã, que saudade estava de você, como é bom vê-la novamente! Venho acompanhando João, são tempos difíceis como já sabes e tenho por mim que junto dele é meu lugar nesse momento.

    Ao se aproximarem, percebem a presença de Olavo, sentado em sua empoderada cadeira na varanda da residência, charuto robusto aceso em suas mãos e copo de bebida na outra. Levanta com sorriso irônico em seu rosto, cansado pelos abusos da vida mundana que andava a buscar.

    — Boa noite, cavalheiros, a que devemos a honra de ilustres visitas? Vieram em busca de um teto para lhes abrigar? Pois não estamos abertos para receber fugitivos no momento — afirmou Olavo, com a voz alterada pelo consumo excessivo de bebida.

    João Ricardo, extremamente constrangido e um tanto quanto confrontado com Olavo, exclama:

    — Boa noite, Elisabeth, sou grato por me receber nesse momento. Como vai, Olavo? Há quanto tempo não nos víamos, continua irônico e debochado, como nos tempos de escola.

    Olavo, com estrondosa gargalhada, senta-se novamente, quase caindo no chão e, balbuciando, afirma:

    — Tenho e faço o que quero, meu amigo, olhe para mim, os tempos de escola são passados e hoje as coisas caminham como e quando eu desejo. —Em contínua gargalhada, vira-se Olavo para a garrafa ao seu lado, novamente servindo-se de mais uma dose.

    Elisabeth então, como que interrompendo seu esposo, pronuncia-se:

    — Venham, vou acomodá-los em seus aposentos, precisam de um banho e algo para comer. Ainda temos muito o que conversar!

    Então João e Marcelo entram e logo se acomodam em seus quartos naquela noite fria, que ainda reservava outras surpresas para ambos os visitantes que ali chegaram.

    Logo após João e Marcelo acomodarem-se, Anastásia, fiel trabalhadora da família, alerta-os sobre o jantar que estaria sendo servido em breve. Ambos se preparam para se dirigirem à imensa sala de jantar da casa.

    João, ainda muito constrangido, interpela Marcelo quanto ao seu desconforto. Marcelo relembra João que não se perturbe quanto a Olavo e as regalias da casa, pois todos eram amigos de infância e sempre foram unidos, como uma família, apesar das evidentes diferenças sociais que eles apresentavam agora.

    Marcelo lembra-o também que, se não tivesse perdido seus pais muito jovem, talvez estivesse em condições melhores que Olavo e nada disso importaria, pois estavam ali com outros objetivos.

    — João, vamos jantar com todos, será um momento oportuno para conversarmos com Elisabeth, precisamos saber o que realmente ocorreu com Ana Maria e qual o conteúdo dessa carta que deixou seus pais tão furiosos com você.

    — Tudo bem, amigo Marcelo, agradeço por sempre estar ao meu lado, é um grande amigo e sem você jamais teria suportado a infância longe de meus pais.

    João, então, cai em lágrimas, com seu coração aturdido pelas lembranças e a dor novamente sentida com a partida de seus pais e, agora, de sua Ana Maria.

    — Não se sinta assim, meu amigo João,

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