Na Perspectiva de uma Educação Humanizadora
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Sobre este e-book
Sem dúvida, a escola é um lugar, por excelência, onde se educa para a vida, para o desenvolvimento cultural, para a formação humana e profissional, pelo bem comum e para a vivência de valores, ensinando a convivência com tantas diversidades, sendo capaz de respeitá-las, discernindo o que é correto, ético e do bem. Ensinar a pensar sobre a sua realidade é, portanto, a melhor maneira de construir conhecimento. Desse modo, o indivíduo terá a capacidade de se compreender como um ser social e atuante.
Deste livro, acentua-se uma agradável leitura que assegura um adentrar-nos em espaços educativos de onde fluem possibilidades e novos caminhos; caminhos que despertem a busca de interesses e novos horizontes, e novas buscas de enriquecimento e diálogos, por meio da comunicação expressa pela palavra e pela ação transformadora, que, segundo Paulo Freire, se faz pela reflexão e ação, no inventar e reinventar-se em educação. Toda obra aponta para um mundo mais humanizado, na certeza de que a vida nada mais é do que ser fraterno respeitoso e irmão junto àquele que vive ao nosso lado.
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Na Perspectiva de uma Educação Humanizadora - Olmira Bernadete Dassoler
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE
Ao DEUS UNO E TRINO, que, com seu Espírito de sabedoria,
iluminou minha trajetória.
À Maria, a Mãe Aparecida, presença forte em minha vida.
Aos meus queridos e amados PAIS (in memoriam), irmãos e irmãs,
pelos exemplos de dignidade, incentivo, luta e perseverança.
À minha CONGREGAÇÃO, Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo,
pela realização deste sonho.
A todos os EDUCADORES e EDUCADORAS que, pela educação, contribuem para a construção de uma sociedade melhor e mais humana.
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos exímios professores do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação da Universidade Católica de Brasília: Dr. Afonso Celso Tanus Galvão; Dr. Luiz Síveres; Dr. Cândido Alberto da Costa Gomes; Dr.ª Clélia de Freitas Capanema (in memoriam); Dr.ª Jacira Câmara; Dr.ª Beatrice Laura Carnielli (in memoriam); Dr.ª Ranilce Mascarenhas Guimaraes Iosif; Dr. Geraldo Caliman; Dr. José Manoel Pires Alves; Dr.ª Maria Cândida Borges de Moraes; Dr. Bernhard Fichtner (Universität Siegen, Alemanha); PhD. Ali A. Adi (Universidade de Alberta, Canadá); e Dr.ª Lynette Shultz (Universidade de Alberta, Canadá).
Obrigada às irmãs de minha comunidade religiosa, Colégio e Faculdade Sant’Ana, pelo incentivo.
Aos dedicados professores Lúcio Mauro Braga Machado, Gilvan Stratch e Júlio César Stadler, do Colégio e Faculdade Sant’Ana, pela presença de apoio.
À Irmã Marlene Frinhani, da Congregação das Carmelitas da Divina Providência, e à Irmã Bernadette Marsaro, da Congregação das Irmãs de Ingolstadt, minhas queridas colegas de trabalho na Rede Católica de Educação, religiosas com grande visão, gratidão e reconhecimento.
À querida colega Prof.ª Dr.ª Loni Elisete Manica, pelo seu esmero e carinho no atendimento e orientações às minhas dúvidas.
À estimada colega Prof.ª Ma. Maria Denise Maria Soares, pela cumplicidade e empenho nos trabalhos em conjunto e na confecção de artigos e apresentações, obrigada.
Às sempre atentas secretárias Joana Cordeiro do Nascimento e Erivana da Silva Florêncio, pelo atendimento cordial, muito obrigada.
Especial agradecimento aos professores e professoras Dr. Geraldo Caliman; Dr.ª Ranilce Mascarenhas Guimarães Iosif; Dr.ª Sirley Terezinha Filipak; Dr. Luiz Síveres; e Dr. Nivaldo Luiz Pessinatti, pelo trabalho prestado com competência, profissionalismo e dedicação.
Neste momento, gostaria de deixar minha sincera gratidão e meu reconhecimento a todos os amigos, amigas e conhecidos do presente, do passado e do futuro, sem querer esquecer-me de ninguém, o meu muitíssimo obrigada.
Analisar a escola como espaço sociocultural significa compreendê-la na ótica da cultura sob um olhar mais denso, que leva em conta a dimensão do dinamismo, do fazer cotidiano levado a efeito por homens e mulheres [...] sujeitos sociais e históricos, presentes na história e atores na história.
(Dayrell, 1996)
PREFÁCIO
Olmira Bernadete Dassoler ingressou em uma comunidade religiosa quando era muito jovem. Hoje é professora e pedagoga da educação básica, da educação superior e tem uma vasta experiência em gestão de instituições de ensino. Doutora e mestre em Educação pela Universidade Católica de Brasília, na área de Política e Administração Educacional e na linha de pesquisa Educação, Juventude e Sociedade.
Preocupada com os desafios enfrentados por gestores e professores na educação de crianças e jovens, que serão os responsáveis pela perpetuação de uma sociedade que está longe de ser justa, solidária, fraterna, entre tantos outros valores que, já há muito tempo, estão esquecidos; e comprometida com a missão da sua comunidade religiosa, Olmira defende a ideia de uma educação orientada à sociabilidade humana, pautada em valores humanos e cristãos.
No decorrer deste trabalho, a autora aborda a educação como um processo de humanização que deve desenvolver nos educandos a sociabilidade, a arte de conviver e de interagir. Por meio de uma revisão de literatura, buscou destacar os valores mais significativos que constroem esse processo e investigou a opinião de gestores, docentes e discentes do ensino médio de instituições confessionais católicas.
Para esta investigação, caracterizou as instituições de ensino confessionais, discorreu sobre as políticas educacionais e os desafios contemporâneos da gestão escolar na perspectiva da sociabilidade humana, do ponto de vista da pedagogia social; e as implicações curriculares e do projeto político pedagógico, tendo em vista uma concepção de educação pautada em valores humanos, cristãos, universais e perenes.
Escrever e pesquisar valores representa um grande desafio, pois o que estamos enfrentando na atualidade são exemplos que não contribuem para o desenvolvimento da humanização de crianças, adolescentes e jovens. A família procura fazer a sua parte na educação dos filhos pautada em valores, e a escola também precisa contribuir nessa aprendizagem.
Qualquer que seja a natureza administrativa da escola – pública, privada, confessional, filantrópica, comunitária –, segue-se a mesma legislação que estabelece, nos princípios e fins da educação brasileira, o desenvolvimento integral da pessoa humana e cita valores como: liberdade, solidariedade humana, cidadania, igualdade, respeito, tolerância e direitos.
Da mesma forma, nos documentos eclesiais, a autora destacou a preocupação com o ser humano no sentido de que se transforme em um agente de mudança social, com uma visão cristã e solidária, que contribua para humanizar todos, com uma escala de valores que lhe dê sentido de vida. Além dos documentos legais e eclesiais, na literatura científica e no projeto político pedagógico das escolas, ampliou-se o rol de valores: justiça, compreensão das diferenças, diálogo, dignidade, promoção da vida, cultivo das faculdades intelectuais, entre outros.
A obra enfatiza a importância de conhecer, analisar e refletir o desenvolvimento da sociabilidade humana pautada em valores humanos e cristãos, viabilizados por meio de ações desenvolvidas junto aos gestores, docentes e discentes. Na culminância deste trabalho, a autora verificou de que modo essas ações acontecem no cenário escolar, tendo em consideração as práticas e contribuições relatadas pelos gestores, docentes e discentes do ensino médio, na dimensão da sociabilidade humana.
A pesquisa em escolas confessionais católicas revelou que os valores humanos e cristãos estão presentes no desenvolvimento integral dos estudantes do ensino médio, entre eles, a fraternidade, a solidariedade, o serviço, a cidadania, o respeito, a justiça, o diálogo, o senso crítico e criativo, a participação, o perdão e a responsabilidade. As escolas possibilitam o desenvolvimento de competências e habilidades na vivência diária dos valores humanos e cristãos, citados tanto pelos profissionais da educação como pelos jovens estudantes do ensino médio.
O livro Na perspectiva de uma educação humanizadora será um valioso instrumento de consulta para professores, pesquisadores e estudantes da área da educação, pois indica caminhos para o desenvolvimento da humanização por meio de valores perduráveis.
Professora e doutora, a irmã Olmira Bernadete Dassoler é um exemplo de educadora, de religiosa, perseverante, dedicada a difundir a missão da escola confessional católica; e por meio desta obra, compartilha seus conhecimentos e acredita que a educação pautada em valores humanos e cristãos pode desenvolver a sociabilidade humana, tornar as pessoas e o mundo melhores.
Sirley Terezinha Filipak
Professora doutorada pelo Programa de Pós-Graduação em Educação
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
APRESENTAÇÃO
A presente obra tem o propósito de aprofundar e discutir a gestão educacional em valores na perspectiva da sociabilidade humana, em instituições confessionais católicas. Intenciona, também, propiciar considerações sobre a prática educacional que se efetiva por meio de estratégias que favoreçam a expansão da instituição de ensino na sua função social. Almejamos investigar como se concretiza a prática da gestão de uma educação em valores na perspectiva da sociabilidade humana na opinião de gestores, docentes e discentes em instituições confessionais católicas, no segmento do ensino médio. Trabalhamos com a hipótese de que ao proporcionar uma gestão de educação em valores na perspectiva da sociabilidade humana, a escola confessional católica estará cumprindo com a sua missão em prol da formação do ser humano na sua integralidade.
O suporte teórico contou com as contribuições de Bauman; Simmel; Izquierdo Moreno; López Quintás; Caliman; Freire; Pimenta; Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) n.º 9.394/96; Parâmetros Curriculares Nacionais; documentos eclesiais; e projetos político pedagógicos. O caminho percorrido e a organização dos cômputos permitiram-nos a descoberta de um olhar humano e sociável que perpassa pelos ambientes escolares. É possível afirmar que o benefício aqui atribuído se refere ao destaque às práticas educativas desenvolvidas no interior das instituições, constituídas de estímulo, envolvimento e participação da comunidade educativa. Como desfecho, constatou-se a existência de uma conjugação de diversos fatores que contribuem para aprender, na prática, a ser solidário, honesto, admirar o belo, respeitar o diferente, solidarizar-se com o menos favorecido, enfim, incluindo valores e sociabilidade. Sob diferentes formas de sábias estratégias, percebemos a atuação dos gestores, docentes e discentes buscando construir ações de cidadania na convivência com os seus pares. Assim, a escola pode ser um laboratório de vivências e convivências no cultivo de uma educação em valores na perspectiva da sociabilidade humana, na medida em que, no exercício de sua missão, preserve sua identidade e promova o ser humano na sua completude. Com esta obra, intencionamos provocar e buscar respostas para as indagações feitas sobre como as instituições confessionais católicas realizam suas práticas educativas. Perguntamo-nos: até que ponto as instituições confessionais católicas efetivam a gestão de uma educação em valores na perspectiva da sociabilidade humana no segmento do ensino médio?
O Capítulo 1 contém as possibilidades e os desafios com a escolha do tema, as inquietações e o percurso históricos por nós vividos e sua contribuição para o texto. O Capítulo 2 prevê os caminhos, as perspectivas e os procedimentos necessários para o desenvolvimento da investigação. O Capítulo 3 contempla a literatura nacional e estrangeira a respeito da temática, constituindo um suporte teórico com destaques à educação como processo de humanização. Para a questão da gestão da educação em valores na perspectiva da sociabilidade humana e da esperança na formação do ser humano, recorremos a fundamentos mais acentuados em Bauman (1997, 2001, 2009, 2011a), Simmel (1983, 2006), Gabriel Marcel (1951, 1964, 1987), Caliman (2008, 2009, 2010, 2012, 2013), Pérez Serrano (2004), Hämäläinen (2012), Petrie Eichsteller (2012), Baechler (1995), Freire (1987, 1993, 1999, 2000, 2003) e Gurvitch (1986).
Dedicamos um espaço para esclarecer o que são entidades confessionais católicas e/ou filantrópicas e beneficentes, sua relação com a sociabilidade humana e a educação em valores; abordamos a questão da sociabilidade humana e da formação em valores, assim como o papel social da gestão de uma instituição de ensino; e, finalmente, os valores na educação, fundamentados em López Quintás (2003) e Izquierdo Moreno (2010). Além disso, discorremos sobre políticas educacionais e gestão escolar aliadas às implicações do currículo e do projeto político pedagógico (PPP) como questões que permeiam o processo educativo das instituições e estão fundamentados em Lück (2002, 2006), Arroyo (1994, 2001) e Vasconcellos (2004, 2005, 2011). Buscamos apontar as confluências presentes na LDB, nos PCN (BRASIL, 1997), em documentos eclesiais¹ (DE, 1968, 1992, 2007) e por meio dos PPPs (2011-2013) das instituições confessionais católicas. O Capítulo 4 contempla a apresentação dos resultados e, finalmente, as considerações finais, com um olhar sobre a realidade encontrada, indicando perspectivas de aplicação possíveis no contexto escolar.
Nosso intuito é ampliar horizontes didático-pedagógicos de uma educação em valores nas comunidades educativas das instituições confessionais católicas direcionadas à sociabilidade humana, assegurando ao ser humano valores que enalteçam a convivência com o outro. A interação com gestores, docentes e discentes favoreceu também a busca de possibilidades, maior aprofundamento e partilha, abrindo caminhos para novos estudos, proporcionando à instituição educativa a busca prazerosa do conhecimento e de uma fraterna convivência social. Nosso melhor desejo é de que você realize uma agradável e boa leitura!
A autora
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
abr. Abril
ago. Agosto
Ap Apocalipse
art. Artigo
cap. Capítulo
dez. Dezembro
DF Distrito Federal
doc. Documento
Dr. Doutor
Dr.ª Doutora
ed. Edição
et al. E outros (do latim, et alii)
fev. Fevereiro
Hb Hebreus
in Em
jan. Janeiro
Jo João
Jr. Júnior
Jr Jeremias
jul. Julho
jun. Junho
Lc Lucas
mar. Março
Me. Mestre
Ma. Mestra
Mt Mateus
nov. Novembro
org. Organizador, organizadora
out. Outubro
Pe. Padre
PhD Pós-Doutorado (do latim, philosophical doctor)
PR Paraná
rev. amp. revisão ampliada
rev. imp. revisão impressa
s. n. sem edição
s/p sem página
set. Setembro
SP São Paulo
v. Volume
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
Abong Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais
AEC Associação de Educação Católica
CEB Câmara de Educação Básica
Cedhap Centro de Desenvolvimento Humano Aplicado
Celam Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano
Ciec Coordenação Interamericana de Educação Católica
CNBB Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
CNE Conselho Nacional de Educação
CNE/CP Conselho Nacional de Educação/Curso de Pedagogia
CO Colômbia
Consed Conselho Nacional de Secretários de Educação
DE Documentos Eclesiais
DOU Diário Oficial da União
Fidene Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
Inep Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
ITF Instituto Teológico Franciscano
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MEC Ministério de Educação e Cultura
MEC/SEF Ministério de Educação e Cultura/Secretaria de Educação Fundamental
OCDE Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
OIEC Organização Internacional de Educação Católica
PCNEM Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio
PCN Parâmetros Curriculares Nacionais
PNH Política Nacional de Humanização
PPP Projeto Político Pedagógico
PUC Pontifícia Universidade Católica
PUCPR Pontifícia Universidade Católica do Paraná
PUC-Rio Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
PUC-SP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
RCE Rede Católica de Educação
S.A. Sociedade Anônima
SUS Sistema Único de Saúde
UCB Universidade Católica de Brasília
Uefs Universidade Estadual de Feira de Santana
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
Uneb Universidade do Estado da Bahia
Unesco Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
Unesp Universidade Estadual Paulista
Unisal Centro Universitário Salesiano
Unoesc Universidade do Oeste de Santa Catarina
USP Universidade de São Paulo
Sumário
INTRODUÇÃO 21
1
EDUCAÇÃO EM VALORES: NOVOS PARADIGMAS NO MUNDO GLOBALIZADO 23
1.1 A EDUCAÇÃO, A SOCIABILIDADE E OS VALORES 29
1.2 INSPIRAÇÕES, INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO TEMÁTICO 35
1.3 INQUIETAÇÕES E ESPAÇOS PERCORRIDOS: CONTRIBUIÇÕES, MEMÓRIAS E VIVÊNCIAS 38
2
PERSPECTIVAS DE DIÁLOGO E INTERAÇÃO 45
2.1 SUJEITOS E ABRANGÊNCIA DO UNIVERSO 55
2.2 INSTITUIÇÕES: UM BREVE HISTÓRICO 56
2.2.1 Instituição A 56
2.2.2 Instituição B 57
2.2.3 Instituição C 58
2.2.4 Instituição D 58
3
A ARTE DE CONVIVER E DE INTERAGIR 61
3.1 A EDUCAÇÃO, UM PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO 61
3.2 A ESPERANÇA COMO VALOR E A SOCIABILIDADE 67
3.3 A SOCIABILIDADE HUMANA E OS VALORES QUE A CONSTROEM 71
3.3.1 A educação e a sociabilidade em instituições confessionais católicas ou
filantrópicas/beneficentes 83
3.3.2 A função social na gestão de uma instituição de ensino 86
3.4 POLÍTICAS EDUCACIONAIS E GESTÃO ESCOLAR 91
3.4.1 Desafios contemporâneos da política e da gestão da educação 92
3.5 IMPLICAÇÕES DO CURRÍCULO E DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NUMA EDUCAÇÃO EM VALORES 95
3.6 A SOCIABILIDADE HUMANA PELO OLHAR DA PEDAGOGIA SOCIAL 102
3.7 CONFLUÊNCIAS NA PRÁXIS DE UMA EDUCAÇÃO EM VALORES 107
3.7.1 Valores significativos na revisão de literatura 108
3.7.2 Os aparatos legais e a significância dos valores 111
3.7.3 Os ensinamentos em valores com base em documentos eclesiais 113
3.7.4 A escola, uma organização de aprendizado em valores nos projetos político pedagógicos 115
4
A ESCOLA, UM ESPAÇO SOCIOCULTURAL 123
4.1 UM OLHAR SOBRE OS CÔMPUTOS OBTIDOS NOS ESPAÇOS EDUCATIVOS DOS COLÉGIOS 123
4.1.1 Valores significativos, práticas e contribuições evocados nos posicionamentos dos gestores das instituições 126
4.1.1.1 Aprendizagem e aspirações 136
4.1.2 Tecendo os sentidos atribuídos pelos docentes do ensino médio à construção de valores na escola 138
4.1.2.1 Olhar de educador 148
4.1.3 Percepção dos discentes 150
4.1.3.1 Juventude, cidadania e convivência 151
4.1.3.2 A sabedoria do jovem do ensino médio 172
4.2 ANALISANDO RESULTADOS DE UMA TRAJETÓRIA EDUCATIVA 173
4.2.1 Valores educativos e perspectivas didático-pedagógicas, do ponto de vista de gestores, docentes e discentes do ensino médio 173
CONCLUSÃO 185
REFERÊNCIAS ٢٠١
INTRODUÇÃO
As exigências fomentadas pelo processo de globalização e pela revolução científico-tecnológica mudaram paradigmas de produção e de convivência. Nos últimos 30 anos, temos assistido a grandes mudanças tanto no campo socioeconômico e político quanto no da cultura, da ciência e da informação. Esse contexto alterou também o cotidiano de inúmeras pessoas que buscam se adaptar à emergência desses novos tempos, assim como a consideração de valores na vida do ser humano. É perceptível que a sociedade se encontra em processo de mudanças profundas e constantes. Mas essa situação gera crises e angústias na vida pessoal, nas instituições e nos vários setores da sociedade. Neste cenário, impõe-se a necessidade de que as informações e o conhecimento também possam encontrar diferentes espaços para fluírem. Por certo, o conjunto dessas transformações adquire um poder de abrangência que acaba atingindo outros aspectos da vida social.
No campo específico da educação brasileira, a realidade que se apresenta é profundamente complexa, o que nos faz pensar sobre a teoria da complexidade, grande desafio contemporâneo, de acordo com as reflexões de Edgar Morin (2000), o qual sustenta o princípio do saber e do conhecimento em torno do ser humano. Constitui um tempo de expectativas, de perplexidade, em que novas configurações marcam a educação em geral, as políticas educacionais e as instituições de ensino. Esse contexto é também portador de uma série de outros desafios para uma educação em valores humanos e cristãos, seja em sua dimensão formal, seja na questão socioeducativa da educação.
Os reflexos fazem-se sentir igualmente nas instituições, que se mobilizam e alteram suas características, suas políticas de oferta, diante da complexidade no processo de geri-las numa sociedade de céleres mudanças. Por outro lado, as exigências provocadas pela era da globalização, pela revolução científica e tecnológica, redirecionaram o dia a dia das pessoas inseridas nas instituições educacionais, no sentido de adaptação e adequação a esses novos tempos.
Tendo em vista tais circunstâncias, a nossa experiência e nosso interesse na apresentação desta obra surgiram como um desafio e uma necessidade no intuito de investigar como se concretiza a prática da gestão de uma educação em valores na perspectiva da sociabilidade humana em instituições confessionais católicas, no segmento do ensino médio. Esta investigação surgiu da percepção dos próprios gestores, assim como dos docentes e discentes do ensino médio, de instituições do sistema privado confessional católico de ensino situadas nas regiões Sul e Sudeste. Por nosso olhar, a proposta pretendeu ser inovadora, uma vez que no Brasil os estudos voltados para essa área educacional, aliada à educação em valores direcionados à sociabilidade humana, ainda são escassos e de pouca literatura, de acordo com Villas (2009).
Somos do parecer de que alternativas de expressões diversas se manifestam por meio do trabalho educativo, no caso, de um sistema privado de ensino confessional católico e, por meio de suas instituições. No entanto, e, na maioria das vezes, a própria instituição não se dá conta e não se lhe apresenta nítido e compreensível o modo como dimensionar uma educação em valores direcionada à sociabilidade humana. Dito de outra forma, as práticas educativas voltadas para essa dimensão e que deveriam permear as ações do contexto escolar