Parábolas de Motivação

De Darlei Zanon

Parábolas de Motivação é um convite à reflexão e ao crescimento pessoal. As 23 parábolas populares, seguidas de tópicos para reflexão e debate, procuram deixar o nosso dia mais alegre e vivaz. Esta obra é uma oportunidade para refletir sobre o cotidiano da vida e serve também para ser trabalhado em grupos e movimentos paroquiais.

• Idioma: Português
• Editora: Paulus Editora
• Data de lançamento: 5 de jan. de 2022
• ISBN: 9786555624311

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1. Fazer alguém feliz

Num hospital público do interior, havia dois homens internados no mesmo quarto. Ambos estavam muito mal e infelizmente quase não recebiam visitas. Tinham apenas a companhia um do outro e por isso tornaram-se muito próximos.

Conversavam sobre tudo e já pareciam amigos de infância. Falavam sobre as conquistas da juventude, sobre as mulheres que amaram, sobre os filhos e netos que tiveram, sobre as suas casas, os seus empregos, as suas férias… Comentavam sobre as alegrias e também sobre todos os momentos tristes do passado.

Já nem pareciam estar tão doentes como de fato estavam. Um deles já não podia fazer qualquer movimento. Passava o dia a olhar o teto do quarto, apenas ouvindo a voz do amigo e respondendo com dificuldade. Como também não conseguia ver a janela ou a luz do dia, esse paciente pedia todas as manhãs ao amigo que relatasse o que via pela janela, como estava o mundo lá fora. Imaginar a beleza da vida e da natureza fazia com que se sentisse melhor.

O homem que ficava perto da janela começava então a descrever todas as belas coisas que estavam lá fora:

– Estou vendo um belo jardim, cheio de flores coloridas e borboletas. Há uma fonte onde diversos pássaros vão beber água e cantar. Mais ao fundo, tem um lago, com cisnes a brincar. Tem muitas árvores também. Hoje, tem duas crianças andando de bicicleta ali no gramado. Elas estão tão felizes…

E assim continuava o homem a narrar muitas coisas belas que via da janela. O outro, mais doente, fechava os olhos e ficava imaginando as cenas coloridas e alegres.

Algumas semanas se passaram, e o doente que estava perto da janela faleceu. Aparentemente, estava melhor do que o outro, mas não resistiu à grave doença. Seu companheiro de quarto ficou muito triste e por vários dias não conseguia reagir. Sentia falta da conversa com o amigo e do ânimo que lhe dava todas as manhãs, ao narrar a beleza do dia.

Alguns dias se passaram, e ele voltou a sentir-se um pouco melhor. Pediu então às enfermeiras que colocassem sua cama próxima à janela, para poder lembrar-se do amigo e ver com seus próprios olhos o jardim. A enfermeira, feliz por ver o doente reagir, fez o que ele pediu.

Após se acomodar no novo local, fez um grande esforço para mover a cabeça e olhar pela janela, mas viu apenas um muro branco. Não compreendeu o que se passava, pois o amigo descrevia tantas coisas. Comentou então com a enfermeira que, surpresa, lhe disse:

– O paciente que estava neste lugar era cego, não podia ter visto nada, mesmo que existisse o