Roda-gigante
4.5/5
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Sobre este e-book
Ao descobrir que o Mundo da Aventura, seu parque de diversões favorito da infância, vai fazer um evento especial de dia das bruxas para marcar o seu fechamento permanente, Rebeca é tomada pela nostalgia e convence as amigas (e rivais), Melissa e Sabrina, a visitarem com ela o parque, que hoje está caindo aos pedaços. Uma companhia inesperada faz com que o passeio pela mansão mal-assombrada traga de volta sentimentos mal resolvidos e a lembrança de um passeio de roda-gigante muito especial.
Uma história delicada sobre primeiro amor, amizade e confiança, Roda-gigante é perfeito para quem quer sentir um frio na barriga e o coração bater mais forte – e ter certeza de que não é por medo de altura, mas sim por estar vivendo um romance apaixonante.
"Um conto leve e envolvente. Entre lembranças e segredos, Iris traz toda a nostalgia da adolescência para uma história sobre auto descoberta e primeiras vezes." – Diana Kalaf, do Sem Spoiler.
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Roda-gigante - Iris Figueiredo
Roda-gigante
Imagem decorativa: Uma roda-gigante. A partir daqui, será repetida e marcada como decorativa.Iris Figueiredo
Logotipo do selo editorial da agência Três Pontos: um adesivo em círculo, descolado da página na ponta diagonal, com três pontos escrito no centro e um sinal de reticências ao lado da palavra três.A banca de jornal era parada obrigatória a cada quinze dias. Naqueles tempos, as pessoas ainda liam revistas com frequência, repassando as edições mais recentes de suas publicações favoritas furtivamente em sala de aula. Era tudo feito com muita cautela, ninguém queria ser flagrado e ir parar na coordenação, encarando a fúria de uma das irmãs.
Seu José, o jornaleiro da esquina do colégio, já me conhecia.
— Separei a sua, Rebeca — disse ele, me estendendo um exemplar da nova edição da Superteens.
A capa, em tons de preto e roxo, era comemorativa. Uma atriz da novela das sete, Poção do amor, estava fantasiada de bruxinha. Abaixo, uma chamada: Sete simpatias para conquistar o gatinho
. Eu precisava admitir que o conteúdo da Superteens era levemente questionável.
Entreguei uma nota amassada e dei uma última espiada na capa. Criatividade é tudo: fantasias baratas para você arrasar no Halloween
. Já podia me imaginar rezando dez ave-marias se alguma irmã me visse com aquela edição especial de dia das bruxas em mãos.
— Obrigada, seu José! — agradeci, enfiando a revista, ainda dentro do plástico, na mochila.
Daquele hábito quinzenal, guardo a saudade da sensação de abrir a embalagem de uma edição novinha, ainda com cheiro de papel recém-impresso e intocado. Esperar quinze dias para saber o que minhas celebridades favoritas tinham feito — porque os programas de fofoca mal se interessavam por elas —, ler meu horóscopo, a crônica na última página e a coluna sobre sexo que falava coisas que minha mãe jamais me diria: era um ritual gostoso, que me enchia de expectativa.
Ao chegar à escola, vi que não fui a única a ter comprado a edição nova. Tirei a revista da mochila e rasguei o plástico, jogando-o na lixeira mais próxima. Duas meninas do segundo ano liam a revista perto do chafariz, cochichando uma com a outra. Eu estava prestes a abrir a minha quando o sinal tocou e Melissa, minha melhor amiga, passou por mim, me puxando pela mão.
— Você não sabe o que aconteceu… — disse ela.
Essas palavras eram sempre a chave para o meu cérebro desligar. Enquanto caminhávamos até a sala de aula, ouvi meio por alto a história sobre o último menino que ela beijou e que com certeza era o grande amor de sua vida. Os dramas amorosos de Melissa me cansavam um pouco, mas eram um preço pequeno a pagar por sua amizade. Estudávamos juntas há tantos anos que não conseguia imaginar como seria nossa vida quando a escola acabasse, em poucos meses.
Melissa queria ser jornalista. Assim como eu, era viciada na Superteens e, no fundo, era por isso que tinha escolhido a profissão. Se alguém dissesse aquilo, ela se faria de ofendida e diria que não, que se imaginava cobrindo guerras civis em países distantes, mas todo mundo sabia que sua motivação tinha surgido com a ideia de entrevistar famosos e ir a shows e sessões de cinema de graça.
Já eu não estava tão certa do futuro, mas o curso de economia era a minha opção porque parecia viável e próximo, algo que agradaria meus pais. A ideia não era muito animadora, mas era tudo o que tinha em mãos.
— … então é isso, a gente deve ir ao cinema amanhã — concluiu.
Melissa jogou a mochila ao lado da carteira e se sentou. Nós sempre escolhíamos o mesmo lugar: coladas à parede direita, no meio da fileira.
— Que bom — respondi, sentando-me atrás dela.
Melissa se virou e disse:
— Você não ouviu uma palavra do que eu disse, não é mesmo?
— É que eu estava aqui pensando… que vou sentir falta até de você reclamando de seus