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Discipulado para a glória de Deus: Um guia pastoral para fazer discípulos por meio da escritura e doutrina
Discipulado para a glória de Deus: Um guia pastoral para fazer discípulos por meio da escritura e doutrina
Discipulado para a glória de Deus: Um guia pastoral para fazer discípulos por meio da escritura e doutrina
E-book368 páginas6 horas

Discipulado para a glória de Deus: Um guia pastoral para fazer discípulos por meio da escritura e doutrina

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Sobre este e-book

O FUNDAMENTO DO DISCIPULADO É O ENSINO BÍBLICO SÓLIDO

O valor da sã doutrina quase sempre não é compreendido pela igreja moderna. Às vezes, ela pode parecer árida e monótona, mas quando flui da narrativa bíblica, a doutrina transborda vida e amor. Esse tipo de pensamento, imerso na Escritura, é crucial para o discipulado, embora possa ser negligenciado por muitos pastores hoje.

Nesta obra, Kevin Vanhoozer defende que os pastores devem interpretar a Escritura teologicamente a fim de articular a doutrina e ajudar na edificação dos discípulos. A sã doutrina é crucial para a vida da igreja e, por isso, pastores-teólogos têm a responsabilidade de entregá-la fielmente para suas comunidades.

Com um texto cativante e metáforas belíssimas, Vanhoozer aborda o desafio mais urgente na igreja atual: ensinar a doutrina bíblica e sólida para fazer discípulos.
IdiomaPortuguês
EditoraVida Nova
Data de lançamento14 de jan. de 2022
ISBN9786559670451
Discipulado para a glória de Deus: Um guia pastoral para fazer discípulos por meio da escritura e doutrina

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    Incrivel em sua apresentação e, didática. O livro é um chamado para ser pastor-mestre que capacita a igreja a viver a essencia de Atos.

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Discipulado para a glória de Deus - Kevin Vanhoozer

Parte Um

Aquecendo: por que o discipulado é importante

1

O papel da teologia na formação de discípulos

Algumas ideias preliminares importantes

Dois filmes muito diferentes balizam o interesse deste livro.

A animação Wall-E, da Pixar, lançada em 2008, oferece um comentário social incisivo. Como muitos dos filmes de ficção científica, o ambiente de sua história é o futuro, mas o que o motiva é uma preocupação ambiental bastante atual.

O filme retrata uma terra traumatizada e uma sociedade futura de consumidores que de tal forma exauriram os recursos do mundo e, no processo, criaram tanto lixo, que não é escuridão que cobre a terra, mas entulho — pilhas e pilhas de entulhos (em contraste com o herói-robô, Wall-E, que recicla). De fato, há tanto lixo na terra que toda a humidade tem de ir para o espaço em busca de um novo lugar para viver, um novo mundo com novas matérias-primas para consumo. Entretanto, é difícil achar um bom planeta, e velhos hábitos não se desfazem facilmente. Por isso, depois de 700 anos de vida a bordo de sua espaçonave, onde todas as tarefas foram automatizadas e não há jardim para cultivar, os humanos se tornaram consumidores em tempo integral, e não fazem nada além de comer e desfrutar de mídia não social. Estão inchados demais até para se levantarem de suas cadeiras de repouso. Um crítico disse que o filme apresenta os seres humanos como obesos, consumidores infantis que gastam seus dias imóveis em cadeiras de repouso flutuantes, assistindo a anúncios na tela de computadores — em outras palavras, americanos.¹ Ironicamente, os passageiros a bordo da Axiom são mais robóticos do que Wall-E, porque se permitem passivamente serem programados por qualquer programa, ou anúncio, a que estejam assistindo. Estão dormindo com seus olhos bem abertos, grudados a seus aparelhos eletrônicos. Parece familiar?

O segundo filme, Cold souls,² é uma tragicomédia metafísica também vestido de ficção científica. Apareceu um ano depois e apresenta Paul Giamatti como um ansioso ator de Nova York (uma versão ficcional dele mesmo) que tem dificuldade para se dissociar dos personagens que encena, um problema que tem um custo emocional significativo. Enquanto luta para encenar seu personagem na peça Tio Vânia, de Chekhov, carregada de emoções, cujo protagonista está preso em um desânimo melancólico, Paul decide valer-se de uma empresa de alta tecnologia que promete oferecer uma vida livre de angústia ao extrair a alma de uma pessoa e, depois, guardá-la em um freezer de estocagem. A ideia é que, uma vez destituídas de sua alma, as pessoas podem desfrutar o alívio de todos os fardos emocionais e tristezas existenciais que as afligem e as deprimem. Assim, Paul se submete ao procedimento, passando pela divisão de alma e corpo, e descobre, no fim, que sua alma se parece com um minúsculo grão-de-bico. Viver sem alma, entretanto, não ajuda seu casamento nem sua atuação. Por isso, ele retorna à empresa e aluga a alma de um poeta russo para dar mais autenticidade à sua performance na peça de Chekhov. Sua atuação melhora, mas seu casamento, não. Por fim, Paul decide ter sua alma de volta, mas descobre que ela foi roubada por alguém que imaginou poder atuar melhor ao implantar em si a alma de Paul. O filme retrata os humanos como almas atormentadas que passam a vida procurando por significado, em vão.

Esses dois filmes podem não representar o que há de melhor do pensamento sobre corpos e almas, mas representam, de fato, o estado do imaginário social contemporâneo referentes ao que significa ser humano e em que consiste o florescimento humano. Em outra obra, soei o alarme a respeito de como as imaginações de muitos frequentadores de igreja são sequestradas pelas imagens seculares de prosperidade humana e da boa vida.³ É um alarme que vale a pena soar de novo, porque o que governa as nossas imaginações — as imagens e histórias que produzem autoentendimento e dão coerência à vida cotidiana — nos orienta para o mundo e direciona nossos passos rumo ao sucesso. O tempo, a energia e o dinheiro que gastamos durante os nossos quase oitenta anos no palco deste mundo é, em grande parte, um desenvolvimento das histórias e imagens de prosperidade humana nas quais cremos e colocamos nossa confiança.

Imagens do Reino pelas quais Israel viveu

Considere os reis de Israel. Cada um deles teve alguma imagem do que desejava que seu reino fosse. Sem dúvida, muitos desses quadros foram influenciados pelos diversos reinos ao redor de Israel. Onde mais poderiam obter suas imagens de reis bem-sucedidos? Na verdade, os israelitas inicialmente tiveram a ideia de ter um rei porque todos os outros povos pareciam estar fazendo isso. Os anciãos de Israel se aproximaram de Samuel com esta lógica: Queremos um rei sobre nós. Assim, seremos como todas as demais nações, com um rei para nos liderar e para sair adiante de nós e lutar em nossas batalhas (1Sm 8.19,20). Curiosamente, alguns dos discípulos de Jesus corriam o risco de cometer o mesmo erro quando pensavam que o reino do céu, que Jesus estava proclamando, restabeleceria o tipo de monarquia davídica terrena marcada pela força militar e pelo poder político (Jo 18.36). Mesmo depois da ressurreição de Jesus, o imaginário de seus discípulos ainda estava refém de certos estereótipos e concepções errôneas sobre o reino: Eles lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaurarás o reino a Israel? (At 1.6). Eu me pergunto: quão diferentes são os discípulos de hoje?

Voltemos aos reis de Israel e ao conceito de reino. Como eu estava dizendo, o imaginário da maioria dos reis após Davi e Salomão, especialmente no reino do Norte, era refém de imagens seculares do que reinos bem-sucedidos deveriam ser. O erro básico desses reis israelitas foi confiar em recursos humanos (guerreiros, carros, prata, ouro), em vez de confiar na Palavra do Senhor. Depositar confiança suprema em qualquer coisa, mas não no Senhor Deus, é cometer idolatria, atribuir dignidade àquilo que não tem dignidade (imagens mudas e impotentes feitas de madeira e pedra). Particularmente significativo é o modo como a enganadora imaginação real/social levou ao modo errado de se caminhar. Esta descrição de Jeorão é típica: E andou nos caminhos dos reis de Israel […] e fez o que era mau diante do Senhor (2Rs 8.18). Ou então: Mas Jeú não teve o cuidado de andar sinceramente na lei do Senhor, Deus de Israel (2Rs 10.31). E piorou: Não fez [Acaz] o que era reto perante o Senhor, seu Deus… mas andou no caminho dos reis de Israel e até queimou a seu filho como sacrifício, segundo as abominações dos gentios (2Rs 16.2-3). Uma imagem falsa de reino os sequestrou, embora fossem pessoalmente responsáveis por sua idolatria.

Nem todos os reis foram maus. Josias, por exemplo, descobriu as palavras da aliança com o Senhor Deus, e isso alimentou a sua imaginação de tal modo que o levou a fazer reformas importantes (2Rs 23). Ao lembrarem aos reis de Israel a Palavra de Deus, os profetas foram provedores do que Walter Brueggemann chama uma contrarrealidade, uma maneira diferente de pensar sobre o poder, o sucesso e a justiça e de incorporá-los socialmente.

No final, porém, não bastou simplesmente ouvir a palavra que Deus falou por meio dos profetas. O ouvir caiu em corações endurecidos por uma falsa imagem do que era uma nação bem-sucedida. O que importava era o que Israel fazia, e os reis, representando toda a nação, não andavam no caminho do Senhor. Em um exemplo de justiça poética, Israel teve um rei como as outras nações — o rei da Assíria, que capturou a capital, Samaria, e exilou todos os israelitas do reino do Norte. A Bíblia é clara sobre a relação de causa e efeito: E isso [o exílio] aconteceu porque o povo de Israel havia pecado contra o Senhor, seu Deus […] e haviam temido outros deuses, e seguiram os costumes das nações (2Rs 17.7-8). A nação santa se corrompera.

A igreja como nação santa

A igreja, à semelhança de Israel, é chamada a ser uma nação santa (1Pe 2.9). Pedro também identifica a igreja como raça eleita e sacerdócio real. A igreja não é somente uma assembleia de indivíduos, mas também uma realidade social. De que natureza? A história da igreja está cheia de indícios: tudo, desde o Sacro Império Romano-Germânico à contracultura. Neste livro, quero focar na impressionante imagem bíblica da igreja como o corpo de Jesus Cristo, formado de muitas pessoas corporificadas. Qual é a imagem de corpo que governa o que pensamos sobre a igreja? Muitas pessoas podem ser tentadas a pensar na igreja apenas como outra instituição terrena cuja dinâmica pode ser estudada, explicada e melhorada por psicólogos, sociólogos ou outros profissionais com PhD em administração institucional.

O apóstolo Paulo, da sua parte, está mais interessado na edificação do corpo. E pensa que o Senhor Jesus Cristo também está: Ele designou apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério e para a edificação do corpo de Cristo (Ef 4.11,12). Líderes de igreja fazem isso parcialmente ao edificarem os indivíduos que são membros da igreja. O que os discípulos fazem com seu corpo contribui para a edificação do corpo de Cristo. Além disso, ao contrário da opinião popular, nossos corpos não pertencem a nós mesmos para serem usados como quisermos. Em vez disso, são templos do Espírito Santo, construídos sobre o fundamento da entrega do corpo do próprio Senhor Jesus em nosso favor: Não sois de vós mesmos […] pois fostes comprados por preço (1Co 6.19,20). Os pastores devem se engajar na edificação do corpo para a glória de Deus ao despertarem os discípulos para a realidade de que seus corpos são membros e instrumentos do corpo de Cristo: Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo (1Co 6.19).

Fazer discípulos vai além, portanto, de converter almas. Requer a edificação do corpo, ou seja, edificar a igreja. Edificamos a igreja ao edificarmos o corpo, um membro por vez. Entretanto, não é claro quais figuras e imagens devemos ter em mente para nos guiar quando pensamos em edificar o corpo. Como exatamente glorificamos a Deus em nossos corpos? Quem pode nos dizer o que fazer com nossos

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