Contos e crônicas para crianças
De Diego Luri, Isis Coutinho, Igor Côrtes e
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Contos e crônicas para crianças - Diego Luri
Copyright © 2021 dos autores
Copyright © 2021 Editora Morandi
Todos os direitos reservados.
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação de direitos autorais. (Lei 9.610/98)
Grafia atualizada respeitando o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Projeito gráfico: Priscilla Morandi
Revisão: Bruno Oggione
Capa e ilustrações: Gabi L. Tores
Editora Morandi
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD
C763 Contos e crônicas para crianças [recurso eletrônico] / Diogo
Mirandela ... [et al.] ; organizado por Priscilla Morandi ; ilustrado por
Gabi L. Tores. - 2. ed. - Rio de Janeiro, RJ : Editora Morandi, 2022.
128p. ; ePUB ; 20,2 MB.
ISBN: 978-65-88686-07-2 (Ebook)
1. Literatura infantojuvenil. 2. Contos. 3. Crônicas. I. Mirandela,
Diogo. II. Morandi, Priscilla. III. Tores, Gabi. IV. Título.
CDD 028.5
2022-385 CDU 82-93
Elaborado por Odilio Hilario Moreira Junior - CRB-8/9949
Índice para catálogo sistemático:
1. Literatura brasileira 869.8992
2. Literatura brasileira 821.134.3(81)
Apresentação
Atenção, atenção, aventureiro e aventureira! Antes de começar a viajar nos contos e crônicas que preparamos com muito carinho, deixem-me explicar um pouco deste projeto tão especial para todos nós. Vamos lá?
Como você provavelmente já viu na página ao lado, meu nome é Priscilla Morandi e sou a pessoa responsável pela seleção e edição de todos os textos que você lerá aqui. Sou formada em jornalismo, mas não trabalho num jornal. Eu gosto mesmo é de livro! Com ele eu posso ir aonde eu quiser, mesmo sem sair de casa. Sabe como? Com a minha imaginação! Com apenas três palavrinhas mágicas eu embarco em qualquer aventura: ERA UMA VEZ...
Com a ajuda de muitos amigos, fiz este livro para que você se divirta. Aqui, cada um deles conta uma história que imaginou ou que viveu quando era criança, assim como você é hoje! Agora eles já são crescidos e trabalham – são dentistas, atores, advogados, músicos e muitas outras profissões. Legal, não é mesmo? Sabe o que também é legal? Você vai ver uma foto de quando eles eram crianças! Como eles, um dia você também será grande e contribuirá para que o mundo seja um lugar melhor. Mas, por enquanto, embarque neste livro e se acomode, pois percorreremos mundos mágicos. Tenho certeza de que você vai rir, vai se emocionar, vai refletir. Há uma história escrita para você!
Boa leitura!
A flor azul
Seu João, duas baguetes, por favor!
, pedi ao dono da mercearia da minha rua. Era assim que o meu dia começava. Todos os dias do mesmo jeito. Mamãe me dava algumas moedas e me fazia comprar pães para o café da manhã. Ela achava que era uma forma de me dar responsabilidade desde cedo. Além disso, era uma forma de eu despertar para ir à escola. Mas o mais importante: era assim que eu via a Bia todos os dias. Ela sempre ajudava o pai a ensacar as mercadorias dos clientes. Tinha mais ou menos a minha idade. E só ela – mais ninguém – me fazia sentir diferente.
Era assim todos os dias em que eu via a Bia. Meu coração disparava, minhas mãos suavam e eu não sabia o que fazer ou falar direito. Ela era tão bonita! Para mim, era muito difícil saber como agradar a Bia. Bombom? Cartinha? Flores? Minha mesada nem dava para tanto. Na verdade, talvez ela nem soubesse meu nome. Pelo menos era o que eu pensava.
É engraçado como as mães percebem tudo a nosso respeito. É como se elas tivessem um raio-x que avisasse tudo o que acontecesse com a gente – por fora e por dentro. Minha mãe achava engraçado o meu entusiasmo quando eu falava da Bia no café da manhã. Mas, para mim, era o melhor assunto do universo. Eu sempre chegava em casa dizendo alguma coisa sobre ela. A Bia deixou cair um pão no chão e teve que trocar
ou A Bia hoje estava com um vestido todo florido
ou, ainda, Mãe, a Bia nem olhou para mim hoje. Isso é falta de educação!
. Minha mãe somente ria.
Adultos têm essa mania de achar que só eles têm problemas. Para mim, era um grande problema não saber como chamar a atenção da Bia. Não tinha nenhum problema maior do que esse, a não ser a minha nota 4 na última prova de Matemática. De qualquer forma, acho que a Bia ainda era um desafio maior que a Matemática.
Um dia, no entanto, notei que a menina mais bonita da rua não estava ajudando seu pai na mercearia. Peguei os pães ensacados pelo Seu João e voltei para casa. Quando estava saindo para a escola, tive uma ideia. Estava esperando o ônibus escolar na calçada, em frente ao portão, quando notei uma nova flor que nascia no jardinzinho improvisado da mamãe. Era diferente de todas as outras. Era azul. Ao olhar para a flor, lembrei da Bia. Resolvi pegar a flor e atravessar a rua em direção à mercearia do Seu João.
O relógio da Bia não despertou hoje, Seu João?
, brinquei. Mas a resposta dele não foi tão sorridente quanto a minha pergunta: A Bia está no Hospital de Guadalupe desde ontem, filho. Pneumonia
, disse com o semblante caído. Gelei. Coloquei a flor no bolso e corri para o ônibus, que já buzinava no meu portão.
Naquele dia, na escola, não tinha outro pensamento. Ao professor de Ciências, perguntei o que era pneumonia. Ao de História, há quanto tempo essa doença existia. À de Geografia, questionei sobre onde ficava Guadalupe. Bem, à de Matemática eu perguntei apenas as respostas certas da última prova.
Ao fim das aulas, corri para casa e pedi à minha mãe para me levar para visitar a Bia. Ela se informou com o Seu João e