Análise da identidade e da alteridade no Sistema Educacional Haitiano
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Análise da identidade e da alteridade no Sistema Educacional Haitiano - Vagner Charles
1 O PAÍS
1.1 ORIGEM
Figura 1. HAITI.
Fonte: https://www.thinglink.com/scene/616725516971409411
Figura 2. CARIBE.
Fonte: https://jfjpm-genie-civil.blogspot.com/2009/04/haiti-quelques-cartes-trouvees-sur-le.html
Figura 3. LINHA DO TEMPO HAITI.
http://fr.wikipedia.org/wiki/Histoire_d%27Ha%C3%AFti acesso 16/04/2015 às 17h28mns.
Um dos escritores mais famosos deste país, Louis Joseph Janvier citado por Jean- Price Mars (1956) em « Formation ethnique, folk-lore et culture du peuple haïtien », disse:
« Haiti é um campo de experimentação sociológica » (PRICE-MARS, 1956, p.13). Pensamento perfeito, agradável de um lado para o autor dessa frase mais também estranho de outro lado tendo em conta a posição retrógrada concedida à comunidade haitiana no processo da história mundial. Pensamento pretensioso e sem ostentação, considerando o número da população – 10 milhões habitantes, a área geográfica em que se move – 27,750 kms2 - em comparação com outros povos cuja importância é medida pelo poder e da sua população, à área que ocupam na superfície do globo cujo cada movimento social, contribuem para o desenvolvimento do cenário da história, tem um enorme proporções históricas. No entanto, a proposta de Janvier é justificada quando se considera um pouco mais de perto as condições em que o povo haitiano conquistou a sua independência e, especialmente, quando refletimos sobre os obstáculos, barreiras, preconceitos que aumentaram e pesam ainda o seu desenvolvimento. Os Estados Unidos foram o último grande poder para insistir que o Haiti seja m proibido das nações e eles o reconheceram, em 1862, seja mais ou menos 58 anos de embargo depois da sua independência. (La tragédie d’Haïti Chapitre 8 de L’an 501, la conquête continue
(L’Herne), Noam Chomsky).
Para todos os tipos de razões que terei de apresentar no momento oportuno, o Haiti sempre foi esquecido, se não for ignorado no exterior.
A origem e o significado do nome da Ilha fazem debate ainda hoje no país. Existe ainda certa confusão. No seu relato da primeira viagem (1492-1493), o Almirante Colombo se refere constantemente à nossa ilha pelos nomes que ele deu: O Española, Hispaniola e os nomes utilizados pelos seus intérpretes: Bohio o nome dado pelos índios
. Max Beauvoir¹² disse que os africanos chamavam esse pedaço de terra Ayiti Toma
, Ayiti que significa o nosso país, a nossa terra, essa terra é a nossa agora
, e a palavra Toma cada parcela de terra dentro das linhas fronteiras desse país
. Como escreveu o historiador Jean Fouchard (1988, p. 7) no livro Les Marrons de la liberte
, poucos documentos sobre o período pré-colombiano e a conquista da ilha foram encontrados, o ponto de vista do Tainos é fragmentário e evasivo, e podemos confiar apenas aos testemunhos dos colunistas espanhóis, com todos os limites que comportam. A fonte primeira permanece e fica ainda hoje o Jornal de bordo de C Colombo. A Ilha foi habitada primeiro pelos Arawaks (ou Taïnos) e as Caraíbas. Os primeiros indígenas chamavam a ilha de Ayiti
, que significa Terra de altas montanhas
ou montanha no mar
, Quisqueya ou Bohio, batizada por C. Colombo Española que os cartógrafos confundiram com a
Hispaniola (
Pequena Espanha)
. Organizada em colônia por Bartolomeu Colombo, irmão de C. Colombo, que fundou, em 1496, a Nova Isabela (em homenagem à Isabela
rainha de Castela), mais tarde Santo Domingo (Saint-Domingue, em