O Paciente de Quarta-feira: as contribuições de Wilhelm Stekel à Psicanálise
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O Paciente de Quarta-feira - Marina Bialer
SEXUALIDADE E FANTASIA SEXUAL: CONTRIBUIÇÕES STEKELIANAS AO ESTUDO DO FETICHISMO E DO SADOMASOQUISMO
FETICHISMO
A teorização stekeliana do fetichismo parte dos estudos psicanalíticos freudianos, mas também se ancora em várias outras teorizações circundantes na época, como as de Adler, Havelock Ellis, Binet, Kraff-Ebing, Hirschfeld, Abraham, Moll e Merzbach, dentre outros. Dialogando com estes estudos e se alicerçando em suas próprias observações clínicas, Stekel situa o fetichismo como parte dos quadros de psicopatologia somente quando o fetiche ocupa o lugar do objeto sexual principal, ressaltando, de outra parte, quão frequente é a atração pelo objeto fetiche normal que estabelece as contingências do campo do amor e do desejo de todo ser humano. Peço ao leitor que espere a continuação do subcapítulo para desdobrarmos o que significa para o psicanalista o fetichismo normal e a distinção clínica deste e do patológico; por ora apresento a seguinte síntese.
O fenômeno do fetichismo é sem dúvida nenhuma um dos mais enigmáticos de todo o campo da patologia sexual. De fato, nós não temos, até agora, uma real concepção de quão difundido ou importante ele é. Nós todos sabemos que todo ser humano tem necessidades individuais, mas nós constatamos que sua vida amorosa é, no entanto, contingente, dentro de certas condições. A forma pessoal de atração sexual varia em diferentes pessoas com base em um tipo de fetichismo, i.e, todo mundo prefere certas características ou atributos em seus objetos sexuais. Na verdade, tais atributos são praticamente as condições de sua atração. Mãos, pés, ouvidos, a voz, o olhar, a tez, o busto, e outras partes do corpo sempre foram fetiches
. Nós os chamamos fetiches normais. Eles se tornam patológicos somente quando elas empurraram todo o amor de objeto para o background e eles se apropriam da função de objeto, por exemplo, quando um amante se satisfaz com a posse do sapato de uma mulher e a considera secundária ou mesmo perturbadora e supérflua. (Stekel, 1971, p. 3)
Ao se basear nos estudos das biografias eróticas dos indivíduos normais
(Stekel, 1971, p. 7) para elucidar a especificidade do fetichismo, o psicanalista sustenta a possibilidade de se ter uma relação não patológica com o objeto fetiche. É isto que o leva a dizer que a neurose advém da luta do neurótico contra sua sexualidade, contra sua forma singular de obter prazer, e não propriamente de uma sexualidade que seria patológica em si; propondo, em contrapartida, que essas mesmas pessoas podiam viver a vida sem adoecerem, sem sofrerem, desde que aceitassem sua forma de gozar. Que, em suma, cada um tem as particularidades que o atraem, as condições específicas em que seu desejo é despertado, e que isto em si estaria dentro do rol dos fetiches que fazem parte de toda sexualidade humana. Deste ponto de vista, qualquer parte do corpo humano pode se tornar uma zona erógena, pois no domínio erótico não há, por assim dizer, indivíduos normais
(Stekel, 1953, p. 71). Concluindo que talvez não haja nenhum homem integralmente normal. Cada um desvia a sua linha da normalidade para um lado e para o outro
(p.