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Izendz
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E-book114 páginas1 hora

Izendz

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Sobre este e-book

Vivemos em um mundo-paraíso. Assim, aprendemos a amá-lo. Ele nos fornece tudo que precisamos, e nada do que temos pode ser dado em troca. É o começo da história de Gazegiz, nosso pequeno herói em um mundo semi-desértico, constantemente calcinado por tempestades solares e onde nem mesmo os dias e os anos são regulares. Mesmo assim o paraíso para ele e seu povo, os Izendz, felizes usuários em sua lingua. Convido a conhecer esse mundo e seus habitantes, poderá surpreender.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento21 de mai. de 2014
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    Izendz - Francisco Nobre

    IZENDZ

    Nascimento e Descobrimento

    Francisco Nobre

    www.pensamentoseliteratura.com

    franobre1967@gmail.com

    ISBN 978-85-913320-1-4

    São Paulo, 2012

    Francisco 1Francisco 2

    Zizkz já me havia dito a respeito do perigo de entrar naquela caverna. Desde há muito se falava sobre isso. Um grande Koz firmou o pensamento, e foi aceito por todos, nunca houve rebeldia ou refutação. Era um segredo bem guardado, coisa muito respeitada na profissão Kazekz. Mas, assim que pude, registrei meu pensamento de que não havia fundamento para aquele medo. Agora eu entendia porque ninguém o subscreveu.

    Parte 1

    Nascimento e Descobrimento

    Capítulo 1

    Vivemos em um mundo-paraíso. Assim aprendemos a amá-lo. Ele nos fornece tudo o que precisamos, e nada do que temos pode ser dado em troca. Na verdade não temos bem algum que seja nosso, por assim dizer. Tudo nos foi emprestado. Tudo que utilizamos ou transformamos, o fazemos unicamente por concessão de nosso mundo. Temos depois que devolver da mesma forma, de alguma forma.

    Isto é importante. Para podermos tomar emprestado de novo a mesma coisa, ou ainda outra, temos de devolver aquilo que nos foi emprestado inicialmente. Esse é o procedimento para nossa jornada nesse mundo-paraíso.

    Por isso temos orgulho em nos chamar Izendz[1]. Melhor denominação não nos justificaria neste mundo. Nós o utilizamos e é o único direito que nos foi dado.

    E somos os únicos. Somente nós o fazemos de forma pensante. Somente nós rastejamos, somente nós andamos, somente nós voamos. Somos os únicos com movimento nesse mundo. Além de nós, com vida, somente os seres fixos ao chão, a que chamamos de Ikzoz[2] e que nos serve de alimento e refresco.

    Essa foi a primeira lição que Mestre Zizkz[3] fez questão que revisássemos, não somente uma, mas inúmeras vezes. À exaustão.

    E ele estava certo. Nada poderia ser aprendido se antes não aceitássemos totalmente essa verdade.

    Mestre Zizkz tem excelente didática ao apresentar suas lições. Sabe que jovens sempre desejam saber o motivo das coisas e gostam de vê-las na prática. E é justamente essa prática o que ele mais gosta.

    Tem uma paciência sem fim e conhece nosso mundo por experiência própria. Não sabe das coisas por que lhe falaram. Quase nenhuma parte desse mundo não foi tocada, pisada ou sobrevoada[4] pelo Mestre.

    Nada mais justo do que ocupá-lo agora com a convivência e a educação dos jovens. E eu tive a sorte de tê-lo como meu preceptor, embora não tivesse sua exclusividade, pois tive de compartilhá-lo com uma Fêmea Habilitada[5], Izegiz[6], a segunda escolhida de nossa Comunidade Ampla para o treinamento e outra grata surpresa nesse processo.

    Ela não foi criada ou vivia em minha Comunidade Local, ou Comunidade Oito. Vinha de um local mais afastado, da Comunidade Três, que fazia fronteira com as localidades do Nascer-Do-Sol, Comunidade Ampla mais próxima à nossa Eu já havia passado um tempo por lá, em meu treinamento anterior, quando a vi pela primeira e única vez, até o momento em que cruzamos nossos caminhos novamente, já em minha Comunidade.

    Sua personalidade não condizia em nada com seu nome, pois poucas vezes eu contemplei um sorriso na face de Izegiz. Como pode alguém ser chamado de feliz sem nunca esboçar um sorriso.

    Perguntei-lhe a respeito, depois de algum tempo de convivência. Ela disse-me que guardava sua alegria para um rebento que seu destino poderia revelar. Estranho isso, mas não temos por costume questionar em exagero a decisão de uma pessoa, a menos que tal decisão traga um risco iminente a qualquer um, e Izegiz era aluna disciplinada e inteligente.

    Capítulo 2

    No luzero[7] em que me comunicaram que iria ser treinado por Mestre Zizkz eu não acreditei de imediato. Não que o Arauto da Comunidade fosse mentiroso ou mesmo que pudesse mentir, já que seu encargo o levava a ser a pessoa mais verossímil da Comunidade. Até tínhamos uma máxima que dizia: Isso só acontecerá quando um Arauto não contar a verdade, quando queríamos demonstrar quão imutável era uma situação.

    Eu não estava desconfiando do Arauto. Apenas não acreditava na sorte do destino a meu favor, não depois de tudo o que havia acontecido e do último ciclo perdido de minha existência. A inscrição para Viajador de Pesquisa, cargo que Mestre Zizkz treinava, não estava muito concorrida, mas era a única função que exigia testes preliminares, os quais foram muito difíceis.

    Além do que, a nossa Comunidade Ampliada[8] somente poderia treinar dois jovens a cada ciclo[9] para essa função. Muitíssimo menos que as quotas permitidas para Coletores, Cultivadores, Construtores e Cuidadores, por exemplo, funções que exigiam grande volume de jovens a cada ano e que tinham importância vital para nossa sobrevivência, sem contar os Memorizadores.

    Apesar do significado de meu nome Gazegiz[10] e da vontade de meus mentores, inicialmente, eu estava mais talhado para Construtor. Era forte e alto. Alguns de meus preceptores, na fase de rebento, pensavam que seria assim. Eles próprios haviam sido isso na juventude. Um deles sempre recordava:

    - Gazegiz, você não sabe como é alegre a vida de um Construtor. Sabermos que aquelas edifícios serão úteis a tantas pessoas. Ou mesmo quando reparamos um prédio ou somente uma via, já é bom saber que tantos irão se utilizar daqueles espaços com segurança.

    - Tem razão Zizpz. - Complementava a sua associada[11] e também instrutora Zizgz. – Nada como ver o rosto e as antenas de um pequeno quando observa que sua rua está recuperada e funcional após uma construção ou reforma.

    Outro Preceptor, membro da Congregação dos Voadores, era Coletor, função vital em nossa comunidade, pois trazia a maior parte de nossos alimentos. Chamava-se, como eu, Gazegiz e sempre dizia:

    - Amigo, a mais importante função, aquela que ninguém fica sem, aquela que traz alegria a todos, é a de Coletor. Você se chama Gazegiz porque seus mentores[12] certamente desejavam que seguisse esse mister tão vital. Eles próprios são Coletores e dos melhores.

    Concordava com todos eles. Eram muito amáveis em me desejar o que tinham conhecido de melhor. Para isso estavam me preparando, embora houvessem sido instruídos a procurar não influenciar ou direcionar uma habilidade em um rebento, apenas transmitir conhecimentos e experiências.

    O povo Izendz acreditava e incentivava muito as aptidões natas de cada um.

    Capítulo 3

    Meus mentores haviam adquirido status Zizi[13] ainda relativamente jovens. Um fato motivou essa situação. Foi um grave acidente que deixou o terceiro membro de meu mentor inabilitado. Mas, isso nunca foi impedimento para ele, pois ainda conseguiu trabalhar muito bem durante vários ciclos com os três membros restantes.

    Mas esse revés do destino permitiu que conhecesse minha mentora, fato que aconteceu assim que se acidentou. Ela tinha acabado de chegar de uma coleta distante e foi quem socorreu meu Mentor e cuidou dele nos vintes luzeros em que ficou licenciado.

    Criou-se um vínculo entre ambos que não se pôde separar. Assim que Yuvtiz[14] (antigo nome de meu mentor) voltou a

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