Sinto Muito, Senhora! Nunca Mais
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Sinto Muito, Senhora! Nunca Mais - Tatiana Vacanti Mattos
SINTO MUITO, SENHORA!
NUNCA MAIS
Uma abordagem 360° do atendimento ao cliente
Tatiana Vacanti Mattos
Sinto Muito, Senhora!
2
Nunca Mais
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Sinto Muito, Senhora!
© Copyright 2015 Tatiana Vacanti Mattos
Todos os direitos reservados
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ficha Catalográfica feita pelo Autor
T219
Mattos, Tatiana Vacanti, 1974
Sinto muito, senhora! Nunca mais: uma abordagem 360 graus
do atendimento ao cliente/Tatiana Vacanti Mattos - São Paulo:
Alexandre Rodrigues de Carvalho, 2015.
263p. ; 21cm.
ISBN: 978-85-919432-2-7
ISBN: 978-85-919432-3-4 (internet)
1.Não-Ficção. 2. Administração. 3. Política comercial.
I.Título II. Autor
CDD. 381.3
CDU. 366.6
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Nunca Mais
Aos meus pais, meu eterno agradeci-
mento por tanto apoio e amor.
Ao Zé do Coco – um ser iluminado que
acreditou em mim e, pacientemente, me
ensinou que, com entendimento e sabe-
doria, podemos alcançar todos os nos-
sos objetivos. E ir além.
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Sinto Muito, Senhora!
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Nunca Mais
SOBRE A AUTORA
Tatiana Vacanti Mattos é graduada em Administração de em-
presas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em 1997.
Proprietária da Net Salas, empresa que disponibiliza salas
virtuais na internet e Sócia-diretora na SQTA, empresa que
intermedia vendas pela internet.
Web site: www.sintomuitosenhora.com.br
Contato: livro@sintomuitosenhora.com.br
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Sinto Muito, Senhora!
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Nunca Mais
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos atendentes que me trataram mal e que não
cansaram de repetir Sinto muito, senhoooooora
nos meus
ouvidos.
Agradeço aos diretores, gerentes e supervisores que não dis-
pensaram a devida atenção aos seus colaboradores e às re-
clamações de seus clientes.
Agradeço às equipes de atendimento que não retornaram
meus e-mails, ignorando, sumariamente, minhas dúvidas e
reclamações.
Sem vocês, este livro não seria possível.
Agradeço, também, a todos aqueles que colaboraram com o
conteúdo deste livro, respondendo a pesquisa, enviando in-
formações e conversando comigo sobre o assunto.
Minha gratidão especial:
Aos amigos e parceiros Rodrigo Bertozzi e Vitor Mattoso, por
todo seu apoio, incentivo e colaboração, indispensáveis para
a realização deste projeto.
À Maria Inês de Mello, uma pessoa ímpar, sem sua luz e seu
apoio eu não estaria aqui.
E a você, leitor. Muito obrigada pela oportunidade de com-
partilhar minha visão sobre o atendimento ao cliente.
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Sinto Muito, Senhora!
10
Nunca Mais
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 15
PARTE I – O MUNDO É FEITO DE... PESSOAS
FÓRMULA SECRETA? 23
CONHECENDO PESSOAS: PRIMEIRO VOCÊ 29
Encontre a sua paixão 36
Nunca diga que não consegue 39
CONHECENDO PESSOAS: DEPOIS OS OUTROS 46
ENTENDENDO O CONTEXTO SÓCIO-POLÍTICO 51
Educação 56
OS EFEITOS DA MODERNIDADE 58
CONFLITO DE GERAÇÕES 63
PARTE II – VÁ ALÉM DE SEUS OBJETIVOS
TROCA – A BASE DE TUDO 71
O COMEÇO 72
MUDANÇAS 78
Apresentação de ideias 96
HOME OFFICE 100
MERITOCRACIA 103
Reconhecimento sem dinheiro? 110
SIM, É POSSÍVEL 114
AH, MAS... 119
11
Sinto Muito, Senhora!
PARTE III – MAS ESTE LIVRO É SOBRE O QUE MESMO?
ATENDIMENTO
QUE MUNDO É ESSE? 123
A INTERNET 126
Pergunte ao Google 130
O PERFIL DO CONSUMIDOR MODERNO 133
Consumidores Superconectados 134
Conhecendo o cliente 135
NOVOS TEMPOS 138
A força do trombone 141
Um presente chamado... reclamação 147
ABRA AS PORTAS. OU MELHOR, ESCANCARE AS PORTAS 151
Canais de comunicação 152
Dicas de ouro 173
Um cara chamado... Sistema 174
MAS, O QUE O CLIENTE QUER AFINAL? 176
ATITUDE É TUDO 180
INOVE. SEMPRE. 184
SAIBA APROVEITAR AS OPORTUNIDADES 190
O CAMINHO DA FALÊNCIA 192
CONCORRÊNCIA 195
PARTE IV – APRENDENDO COM O ERRO DOS OUTROS
CASO #01 TOLERÂNCIA ZERO 205
CASO #02 NÃO TENHO TROCO 205
12
Nunca Mais
CASO #03 CIDINHAAAAAAAAAAAA! 209
CASO #04 SEM BATERIA 212
CASO #05 ESSA FILA NÃO ANDA? 214
CASO #06 AH TÁ, TCHAU ENTÃO! 216
CASO #07 ELE É INVISÍVEL? 218
CASO #08 CAMA DOS SONHOS. PESADELO, ISSO SIM. 221
CASO #09 HAJA PACIÊNCIA! 223
O CLIENTE SEMPRE TEM RAZÃO. NEM SEMPRE. 226
VOCÊ TEM DIREITOS QUE, PROVAVELMENTE, NÃO SABE 235
PARTE V – DIRETO NA FONTE
MINHA PESQUISA SOBRE ATENDIMENTO 247
ENTÃO É ISSO! 263
13
Sinto Muito, Senhora!
14
Nunca Mais
INTRODUÇÃO
Eu não sou uma daquelas empresárias que tiveram uma ideia
genial, abriram um negócio, e dois anos depois, foi vendido
por milhões de dólares como Tony Hsieh (LinkExchange) ou,
em um ano depois, por quase dois bilhões de dólares como
os amigos Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim (YouTu-
be). Também não fui presidente de uma multinacional onde
me tornei famosa no mundo dos negócios por minhas técni-
cas e habilidades em gestão, como Jack Welch.
Apesar de não ser nenhum destes exemplos famosos, eu
também tenho a minha história. E ela também é feita de
muitas vitórias, decepções, alegrias e tristezas como a de
qualquer outra pessoa. Como a sua. Mas este não é um livro
sobre a minha história. Ora, se não é sobre mim, por que
comecei falando desta maneira?
Porque para chegarmos ao objetivo deste livro, é necessário
lembrar que empresas são feitas de concreto, computadores,
aparelhos eletrônicos, fios, cabos, e mais uma série de mate-
riais que podem ser substituídos por outros mais recentes ou
até mesmo, com o avanço frenético da tecnologia, simples-
mente podem deixar de existir. Entretanto, há um único
componente que é fundamental, ou seja, sem ele qualquer
empresa não pode existir: pessoas.
E pessoas têm história. E pessoas têm sentimento. E pessoas
têm objetivos, qualidades e defeitos. E pessoas têm proble-
mas, necessidades e força.
Mas, este também não é um livro sobre pessoas apenas. É
um livro sobre um conjunto de fatores que levam a excelên-
cia no atendimento.
Existem algumas coisas na vida que eu detesto, coisas trivi-
ais que qualquer ser humano honesto e sincero detesta. Mas,
15
Sinto Muito, Senhora!
tem uma coisa que eu realmente abomino com todas as mi-
nhas forças: mau atendimento. Atendimento, em minha opi-
nião, é primordial. Já desisti – várias vezes – de comprar
algo por causa de atendimento. Até mesmo cheguei a cance-
lar compras por causa dele.
É impressionante como esta atitude é mais comum do que se
possa imaginar - apesar de tantos livros, cursos, palestras e
ensinamentos difundidos a respeito. Alguns atendentes de-
monstram claramente como você é uma "persona non gra-
ta. Alguns te olham com aquela cara de
que droga!"; ou-
tros deixam bem claro o tamanho de sua insignificância ao te
fazer esperar enquanto elas terminam a conversa "super
animada" ao telefone; outros querem atender cinco pessoas
ao mesmo tempo; outros estão de péssimo humor; outros te
empurram a loja inteira; e por aí vai.
Eu já li diversos livros discorrendo sobre o assunto e em to-
dos eles há exemplos de como oferecer excelente atendimen-
to, exemplos de empresas que deram a volta por cima ape-
nas prestando um pouco de atenção a esse setor e diversos
cases de pequenas atitudes que se transformaram em mila-
gres para seus clientes.
E, por diversas vezes, me pergunto: se há tanta informação
a respeito, por que os empresários ainda não se preocupam
tanto quanto deveriam? A maioria dos livros com exemplos é
lida com interesse, mas a conclusão final é "sensacional para
ele, mas eu não tenho recursos – financeiros ou humanos –
para aplicar isso em minha empresa". E o resultado é sempre
o mesmo: um turbilhão de desculpas para deixar tudo como
está e esperar por um milagre!
Eu concordo que nem tudo o que se lê pode ser aplicado nas
empresas por diversos motivos: produtos diferentes, pessoas
diferentes, administração diferente, cultura diferente, locali-
zação geográfica diferente, e mais uma série de diferentes
16
Nunca Mais
que podem justificar a não implantação das técnicas apre-
sentadas. Mas será que ninguém pode pensar em rever seus
conceitos? Analisar sua empresa e seus funcionários? Adap-
tar técnicas para as suas realidades? Ser criativo para mudar
pequenas (ou grandes) atitudes e conquistar o mercado de-
sejado? Aprender com os exemplos e oferecer algo melhor
aos seus clientes?
Outra questão é que o atendimento não se refere apenas a
atendentes. Ela envolve internet, colegas de trabalho, telefo-
ne e qualquer outra forma de comunicação com o cliente,
seja ela qual for.
Em tempos de Twitter, Facebook, YouTube, Blogs, Smar-
tphones, Tablets etc., a velocidade de propagação da infor-
mação é extraordinária. E isso é sensacional, não é? Bem,
depende de qual é a informação.
Pesquisando na internet sobre excelência no atendimento,
todas as referências falam a mesma coisa:
Para oferecer excelência no atendimento a empresa deve:
utilizar o CRM;
compreender as necessidades do cliente;
comunicar-se corretamente com o cliente;
ter percepção do cliente, ou seja, deixar de lado as
impressões pessoais e preconceitos;
ter empatia;
os funcionários devem receber treinamento adequado.
Pelo amor de Deus! Isso é óbvio. Excelente atendimento é
obrigação de qualquer empresa!
Mas se é óbvio, por que é tão difícil recebermos um excelen-
te atendimento? Simplesmente porque o óbvio é ignorado.
17
Sinto Muito, Senhora!
E de tanto ser ignorado, resolvi dar voz a ele. E já que o ób-
vio é lugar-comum, resolvi ir além. Este livro é resultado dis-
so.
Mais do que mostrar (e provar) o óbvio, ele é um grito de-
sesperado de clientes cansados de serem tratados com des-
caso, cansados de serem ignorados quando fazem uma re-
clamação seja por um defeito no produto ou por terem sido
recebidos de forma grosseira por seus funcionários, cansados
de ouvirem "sinto muito, senhora, não há nada que possa-
mos fazer", e tantos outros esgotamentos que nós, clientes,
somos obrigados a engolir.
E já que eu resolvi ir além, este livro é mais do que um grito
desesperado de clientes esgotados, é um bê-á-bá de como as
empresas, podem, além de satisfazer seus clientes com um
excelente atendimento obrigatório, passar a oferecer exce-
lência no atendimento, conquistando e fidelizando muito mais
clientes e aumentando a lucratividade de suas empresas,
com pequenas ações extremamente significativas para nós.
Mas o atendimento não pode ser tratado de forma isolada. É
preciso entender que ele é uma parte orgânica da empresa e
precisa estar em perfeita sinergia com as outras partes –
empresa e pessoas, formando o todo. E, não há como enten-
der o todo sem segmenta-lo.
Na Parte I, entenderemos as pessoas. Uma empresa não
existe sem pessoas, sejam elas funcionários (qualquer que
seja o cargo) ou clientes.
Na Parte II, entenderemos as empresas. O que pode ser feito
para que o ambiente interno transforme-se em um local bas-
tante agradável fazendo com que os funcionários tenham
prazer em fazer parte da equipe, ou seja, vistam a camisa
da empresa.
18
Nunca Mais
Na Parte III, analisaremos o atendimento. Conhecendo as
pessoas e as empresas, poderemos identificar as falhas no
processo de atendimento e implantar técnicas e recursos
para aprimorá-lo e alcançar a excelência.
Já na Parte IV, conheceremos exemplos de péssimas experi-
ências de atendimento, aprendendo o que não oferecer aos
clientes. Abordaremos, também, a questão dos direitos dos
consumidores: aqueles que nós pensamos ter – mas não
temos, e aqueles que temos – e não sabíamos.
Finalmente, na Parte V, analisaremos os resultados de uma
pequena pesquisa feita sobre atendimento ao cliente no Bra-
sil. A visão dos consumidores em relação ao tratamento que
recebem das empresas e suas atitudes frente à qualidade do
atendimento, ampliarão a compreensão do quanto as empre-
sas precisam melhorar para, de fato, conquistarem e fideliza-
rem os clientes.
Oferecer excelência no atendimento é a única possibilida-
de, se você deseja ser referência no mercado. Caso contrá-
rio, será apenas mais uma empresa como qualquer outra.
Mas, devo ressaltar que se você está esperando uma fórmula
mirabolante que fará com que sua empresa tenha lucros al-
tíssimos em pouco tempo, desculpe. Pode fechar o livro. Meu
objetivo não é ensinar como a sua equipe deve agir, mas
oferecer uma outra visão da história. Uma visão bem mais
ampla.
E, talvez, fazer com que comece uma nova história. Uma
história com paixão, sucesso e alegria. A nova história da sua
empresa e seus colaboradores, e de todos os seus clientes e
fornecedores.
A escolha é sua. Espero que possa enxergar o óbvio, antes
que sua empresa entre em falência em decorrência da escas-
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Sinto Muito, Senhora!
sez de clientes, que de tão esgotados, já não perdem mais
tempo reclamando, comprando em suas lojas ou escrevendo
livros.
Tatiana V. Mattos
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Nunca Mais
PARTE I
O MUNDO É FEITO DE...
PESSOAS
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Sinto Muito, Senhora!
22
Nunca Mais
FÓRMULA SECRETA?
No mercado, há muitos livros falando sobre atendimento a
clientes, a importância do excelente atendimento, citando
exemplos de atendimentos excepcionais e sucesso nas ven-
das. Eu mesma já li diversos deles. Mas a questão é: isso se
aplica à sua empresa? Eventualmente, um ou outro exemplo
pode ser adequado, mas a maioria não é. E por um simples
motivo: as realidades de cada empresa são diferentes, e en-
tenda por realidades, a cultura (interna e externa), a região
geográfica, a economia, os produtos, os serviços. Se apenas
um desses itens já for diferente, tudo muda. Exemplos são
ótimos para serem admirados, às vezes até seguidos, mas
não copiados. Se você quer se destacar no mercado, ainda
mais em tempos de globalização, inove.
Inovar não é fácil. Mas é simples. Requer atenção, paciência,
análise, criatividade, e essas condições não se compram na
esquina. E, ainda que se comprassem, de que adiantariam?
Falta um ingrediente essencial para que tudo dê certo, e por
incrível que pareça, é o ingrediente mais óbvio: pessoas.
Preste atenção à sua volta. Sua empresa é composta por...
pessoas. Seus produtos são comprados por... pessoas. As
ideias são apresentadas por... pessoas. As campanhas de
marketing são desenvolvidas por... pessoas. Os serviços que
você oferece são prestados por... pessoas. Os produtos que
você vende são fabricados por... pessoas. E agora você me
diz: não, meus produtos são fabricados exclusivamente por
máquinas, ou se preferir, robôs. Mas, quem opera as máqui-
nas? Pessoas. Quem desenvolveu os sistemas de seus robôs?
Pessoas. E você é o que? Pessoa. Percebe como o óbvio está
escancarado? Qualquer ação, qualquer projeto, qualquer de-
cisão sempre terminará em um único objetivo, e adivinha
qual? Pessoas.
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Sinto Muito, Senhora!
Algumas empresas gastam verdadeiras fortunas em desen-
volvimento de novos produtos e serviços, campanhas de
marketing, compras de pontos ideais para abrir lojas, e o
resultado final é uma grande decepção. E aí vem a grande
pergunta: onde erramos? Erraram no ponto em que voltaram
todas as atenções para o cliente externo e esqueceram do
interno. Não estou dizendo que o único problema foi esse,
mas certamente esse foi um dos maiores.
Sua empresa pode desenvolver o melhor produto do merca-
do, mas precisa lembrar-se de quem irá vendê-lo. E mais
uma vez, voltamos ao ponto inicial: pessoas.
As pessoas que irão vender seu produto, antes de qualquer
outra coisa, precisam estar convencidas de que ele é real-
mente muito bom. Se elas estiverem convencidas, consegui-
rão passar essa confiança a qualquer cliente. E como conven-
cê-las? Disponibilizando o produto para que testem, realizan-
do treinamentos completos, ouvindo suas opiniões antes de
lança-los no mercado e, principalmente, ouvindo suas dúvi-
das.
A teoria é perfeita, mas na prática as coisas são diferentes. O
principal argumento para evitar todo esse processo é: não
temos tempo a perder. Ah, sim, o processo leva tempo e
precisamos aumentar o faturamento ontem! Então, me diga
uma coisa: qual das duas situações é a melhor?
Situação 1: você desenvolve o que considera o melhor pro-
duto do mercado. Não quer perder tempo com avaliações
internas e treinamentos. Prepara uma campanha de marke-
ting espetacular e lança o produto no mercado. Depois de
dois meses, convoca um recall porque percebeu que algo não
funcionava bem. Substitui todas as peças dos clientes que
atenderam ao recall. E, para aqueles que não atenderam (ou
porque não quiseram, ou porque não tiveram tempo, ou por-
que não souberam do chamado, já que você não divulgou
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Nunca Mais
corretamente para não manchar o nome da empresa, ou por
qualquer outro motivo), ocorre o pesadelo de todo empresá-
rio: eles simplesmente encostaram o produto e juraram que
nunca mais comprariam nada dessa marca.
O produto continua no mercado, mas, neste ponto, a credibi-
lidade já foi abalada. Como você não quis oferecer treina-
mento aos seus vendedores, diversas vezes os clientes foram
comprar seu produto sensacional
e se depararam com uma
situação caótica: o seu funcionário não sabia dar as explica-
ções solicitadas, então resolveu consultar o manual. Como
não conseguia encontrar a resposta, resolveu chamar o su-
perior na esperança de que ele tivesse sucesso na empreita-
da, e este por sua vez, pediu um minutinho
para que ele
pudesse checar com a equipe técnica de que se tratava a sua
pergunta. E lá se foram muitos minutinhos de espera e mais
uma desistência.
Situação 2: você desenvolve o que considera o melhor pro-
duto do mercado. Convicto de que realmente é o melhor
produto, convoca 20% da sua equipe de vendedores e entre-
ga a cada um o tal produto para que testem e emitam seus
pareceres. Depois de 15 dias, seus vendedores alegam que
tem uma peça que está com defeito. Você troca a peça, e
mais 15 dias de avaliações. Seus vendedores ficam impressi-
onados com o produto – realmente ele é a melhor opção do
mercado. Com esta certeza, você convoca toda a sua equipe
de vendedores para apresentar o novo produto, explicar cada
detalhe, como funciona, quais os diferenciais dos outros no
mercado, quais as funcionalidades que dispõe e todos os de-
talhes técnicos. Com sua equipe pronta para vender o produ-
to, você prepara uma campanha de marketing e lança o pro-
duto