Guia De Assuntos Requentados Da Atualidade
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Guia De Assuntos Requentados Da Atualidade - Niran Alves De Lima
INTRODUÇÃO
Como disse o escritor Luli Radfahrer, autor do delicioso livro A Arte da Guerra para Quem Mexeu no Queijo do Pai Rico, é na introdução que os autores são especialmente sinceros sobre o livro que escreveram. Este livro é como uma sopa requentada com observações atuais sob um ponto vista que pode ser diferente de outros, mas isso me lembra que cada um tem seu nariz e cada tem uma opinião sobre o nariz alheio.
Escrevi um livro para pensar, sentir raiva ou para refletir. Críticas, opiniões ou coisa semelhantes são bem-vindas.
1. INGRATIDÃO ALHEIA
Vamos direto ao assunto com uma frase de Nicolau Maquiavel (poeta e historiador italiano, 1469-1527) que indiretamente, ou diretamente, fala da gratidão e ingratidão: Quando fizer o bem, faça-o aos poucos. Quando for praticar o mal, é fazê-lo de uma vez só.
Para um bom entendedor meia palavra basta. Podemos praticar a quantidade de favores que quisermos que, com o tempo, serão relegados ao esquecimento, mas a parte engraçada
é que as pessoas se lembrarão para sempre de um único mal praticado. Divertido, não?
Quem nunca ajudou alguém e em seguida recebeu uma bela rejeição em vez de uma reles gratidão? Por que um estranho tem gratidão melhor do que de um amigo
ou colega de trabalho?
Emoções variadas surgem desse sentimento. Será sentimento mesmo isso que envolve o ser humano? Uns sentem raiva, decepção ou frustração. É difícil destrinchar tudo numa única e curta explicação. Só existem parcos estudos sobre essa sensação que atormenta a moral sem piedade. Outra situação é quando, após a sensação de desprezo, algumas pessoas criam
uma espécie de paranoia de rejeição e ainda piora quando o fulano que foi ajudado fica em uma posição tranquila e resolve esculachar sua ajuda.
E quando você pensa que não pode piorar ainda acrescenta situações que desmerece mais ainda o seu esforço. Vem ainda mais a bendita frustração fazer companhia. A confiança rola penhasco abaixo. Um instinto animal de espancar surge em sua mente.
Uma votação, por exemplo, pode ser de sindicato, diretor, prefeito e afins. Você ajuda a pessoa em seu objetivo e quando comenta que ajudou, direta ou indiretamente, esse ser de baixo nível menospreza seu auxilio, blasfemando que você só serviu mesmo para atrapalhar e, para acabar de vez com a sua moral, se apoia em todo tipo de comentário infeliz.
Existem níveis de ingratidões estratosféricas, mas como sobreviver a isso? Simples: faça sem intenção de ser canonizado. Isso mesmo: sem intenção de ganhar nada. Sem querer levar vantagens ou esperar anjos descendo do céu louvando seu ato.
Se a pessoa reconhecer sua ação no futuro, ótimo, senão sacuda o pó e viva a vida. Quem faz um favor sem interesse é mais feliz pois sabe que teve o poder de fazer a diferença. Quem recompensa melhor que isso? Dane-se o mal-agradecido. Essa sub-raça que sempre existira até o Sol engolir a Terra.
Quanto aos estranhos, que são mais gratos é pura ilusão. E pura ilusão mesmo. Quando te conhecem melhor serão ingratos do mesmo jeito.
Para piorar quando você ajuda uma pessoa, como dito anteriormente, com o tempo, esse fulano vai esquecer. E o que é mais pior ainda: quem fez o favor tende a lembrar cada vez mais criando um vínculo meio neurótico.
Eu já ajudei esse tipo de sub-raça como um bom samaritano. As poucas vezes que precisei de um auxilio, isso é incrível, eles ficam cegos e surdos. Era mais fácil ressuscitar um dinossauro.
A grande maioria das pessoas esquece
favores ou fingem. E aí, no melhor estilo monge meditei, mas ainda não entendia. A psicologia me explicou tudo. Que tremenda decepção e aprendizado.
Em outra situação semelhante, um conhecido queria trabalhar em uma grande empresa. Não tinha muita experiência e a idade também estava aquém do que a empresa geralmente contratava. Se inscreveu em uma empresa terceirizada que selecionava o pessoal a ser contratado.
O tempo passou e nada de ser chamado, então o fulano estava entregando os pontos quando incentivei para continuar insistindo, focando diretamente no responsável da empresa de contratação. Incentivei para ir sempre falar com ele semana sim e semana não. Tanto que a estratégia funcionou e ele conseguiu. É quando eu disse que era essa o caminho o fulano bufou dizendo que conseguiu tudo por mérito próprio e que ninguém fez nada ou deu sugestões para ele.
Gosta de sentir gratidão vindo de alguém? Ajude um estranho sem mostrar muito os dentes, digo, sem exageros e será o único momento que sentira alguma gratidão. Com os outros mais conhecidos, como eu disse antes, faça sem interesse e, principalmente, quando tiver tempo para isso, e será mais feliz. Ou quase.
Se alguém te ajudou e você não quer ficar preso nessa terrível obrigação? Dê uma lembrança. Um presente de agradecimento para quebrar o encanto da retribuição
que se sentira obrigado a fazer em algum momento que possa vir.
Perguntei a um Filosofo o que é ingratidão. Ele retrucou em tom de brincadeira dizendo que ingratidão é o contrário de gratidão. E durante a conversa citou uma sensação que pode acompanhar a pessoa benevolente: a mágoa.
A raiva passa. A mágoa gruda. Podendo criar até um inimigo dependendo da psique da pessoa. Dilacera a alma e, às vezes, as poucas virtudes que tem de tolerância da humanidade. Baseado nisso coloco aqui fica uma frase bem direta de um pensador desconhecido: Quando você é magoado, você nunca volta a ser o que era antes.
Claro que ninguém pede uma ajuda. A ajuda surge do momento. Existem aquelas impactantes como de um acidente ou menos impactante como auxiliar alguém atravessar uma rua. E sempre tem os abusados que são diferentes dos gratos.
Os abusados são aqueles fulanos que você ajudou uma vez e vão querer sempre mais, não tem limites. Também temos os abusados indiretos como, por exemplo, um casal que cuida dos filhos de outro casal. Com essa ação o casal benevolente
acha que, só porque aceitaram ajudar uma vez, o outro casal deve lealdade eterna e em cima disso extrapolam com pedidos de favores incessantes.
Como eu disse: dê uma lembrança. Mas, existe pessoas gratas? Existem, mas são seres difíceis de encontrar, mas existem. Boa sorte. Última dica: Seja sempre um desconfiado. É bom estar alerta. Gratidão demais é de estranhar.
Como disse Johann Wolfgang von Goethe (Escritor alemão, (1749 - 1832): Uma pessoa de valor nunca é ingrata.
2. COMO CONVENCER
Me cite alguém que não queira saber o segredo da arte da manipulação das multidões. Mas se todos tivessem esse jeito seria o caos. Claro, sempre terá que existir o fraco para o forte existir. Tanto na força como nas palavras. Existem vários jeitos de convencer. Mas depende do momento exato. Do humor da pessoa, do ambiente ao redor. Vamos ser radical ao analisar uma figura histórica polêmica: Adolf Hitler (Politico alemão, 1889 – 1945).
Quando a Alemanha estava tranquila internamente, Hitler era mais um maluco falando besteira sobre guerra e a autonomia econômica do país, criticando os judeus do país e as cobranças do Tratado de Versalhes (1919) referente a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) onde a Alemanha aceitava que foi a responsável direta pelo conflito e repararia o mal que causou.
Quando o caos dominou o país germânico, tanto no campo político como no econômico, Adolf se tornou o ícone pop da revolução. Suas ideias já não eram mais malucas e sem sentido. A situação da Alemanha, nesse período, era um campo fértil para a manipulação política. E Adolf Hitler viu a chance e mergulhou de corpo e alma nessa missão. E o ditador já conhecia o poder de manipular as pessoas: Ele apregoava: Quanto maior for a mentira, mais pessoas acreditarão nela.
Não estou estimulando que devemos mentir para alcançar objetivos. Isso foge do bom caráter, da pessoa honesta. Convencer é, antes de mais nada, manipular e por vezes mentir. Tudo depende do ambiente, do humor, da situação entre outras coisas para convencer. Convencer para o bem é uma coisa, mas tentar levar vantagens em cima da ingenuidade alheia é crime ético.
Não existe formula mágica para isso. Existe sim o momento. Que envolve o lado emocional, ambiente e sua maneira de falar e convencer. Quando o momento chega não é preciso ser expert para ser mestre em manipulação.
Como saber o momento certo? Observe ao seu redor e sinta se tem uma conexão com a pessoa, sinta o sorriso, os gestos, mas não entre de sola, analise e julgue, na dúvida caia fora.
3. COMO CONVENCER NOVAMENTE
Teve uma situação singular na época em que fui diretor em outra escola sobre o uso do uniforme. Anos sem uma solução.
Os alunos se vestiam como se fossem a uma festa ou pior. Era normal entrar pessoas estranhas no pátio da escola com intenções duvidosas e ninguém perceber. Se entrasse de sola na situação podia piorar.
A primeira atitude foi conversas com um empresário da cidade que mandava confeccionar uniformes escolares. Com afirmação que faria o uniforme padrão elaborei um concurso para um novo logotipo da escola com a adesão da maioria dos alunos.
De posse do novo brasão foi feito uma reunião com os pais para aprovação final para endossar o novo uniforme. Daí foi mais fácil, pois teve a colaboração de todos. E diga de passagem é bonito ver os alunos uniformizados. Isso valoriza a escola e a educação.
Resultado foi positivo: foi fácil pegar os intrusos na escola que ficavam desnorteados com a nova situação. Essa parte foi surreal. Tempo que levou para esse resultado? Mais ou menos 8 meses.
4. GANANCIA
A praga da ganância é outro sentimento que assombra o ser humano desde o momento que passou a viver em comunidade.
. Claro que podemos classificar a ganância como ruim, mas tem o seu lado bom, desde que não prejudique ninguém. Como a ganância pelo saber, onde é preciso estudar muito.
Lembro de uma reportagem velha, mas atual sobre um funcionário que cuidava dos cartões de crédito de uma empresa da parte dos empregados. Era ele que computava os descontos na folha de pagamento.
Uma ideia imoral surgiu e começou a ignorar seus descontos em folha de pagamento com valores pequenos do tipo R$ 5,00 ou R$ 10,00. Começou a gostar do assunto. Os valores aumentaram consideravelmente, gostou tanto que acabou fazendo um cartão para sua esposa também. E assim foi. Mas quando algo é para dar errado vai dar errado. Lei de Murphy será?
O fulano entrou de férias e outro assumiu seu lugar e claro foi descoberto. Fim da história. Aqui sim. Mas em outras instâncias não. Vejam as polêmicas com nossos políticos sobre os desvios chegam a casa dos milhões.
A ganancia sempre será um parceiro para o ser humano. A vontade de ter, de desejar, de possuir as vezes de maneira incontrolada por luxuria, poder ou emoção.
Tem ganancia boa. Aquela em que você corre atrás. Estuda. Trabalha. Consegue aos poucos e valoriza cada etapa.
Tem a ganancia ruim que não pensa duas vezes em usar subterfúgios, enganações e violência.
O que define a ganancia é a educação, o preparo emocional da pessoa. Uma pessoa fraca emocionalmente e de educação é uma presa fácil para as garras da ganancia ruim. E muitas vezes é um caminho sem volta.
5. FALAR UMA SEGUNDA LÍNGUA
Não vou entrar em detalhes e explicações inúteis sobre isso. Saber mais de uma língua do planeta pode lhe tirar de algumas enrascadas. Aprenda principalmente o inglês básico além de ser um charme a mais.
6. O PRIMEIRO DA SALA
Sempre tem aqueles estudantes que se destacam. Tanto no ensino médio como no ensino universitário, e chega a doer
de inveja a capacidade deles de aprender enquanto alguns pelejam para garimpar algumas notas decentes.
E o pior é que vem os professores comentarem que serão vencedores tanto na profissão como no social. Que engano. Professores são péssimos videntes e acabam criando uma falsa ideologia na cabeça dos estudantes. Também, não são pagos para serem videntes.
Na escola, onde leciono, tivemos e teremos vários exemplos de estudantes bons, mas na hora de mostrar o seu potencial em vestibulares, Enem ou concursos, ou em alguma profissão de alto nível serão uma decepção e a maioria não terão uma psique boa para aguentar a situação negativa e alguns vão para a rua da amargura. Sem recuperação paralela.
E não raras vezes, aqueles que tinham desempenho inferior na vida escolar se mostravam mais capazes de enfrentar os problemas profissionais que os destaques de sua turma.
Como isso é possível? Existem vários fatores, mas uma das coisas que o sistema educacional do Brasil apresenta várias falhas. Não é um sistema rígido como na China ou Japão, tanto para professores como para alunos.
Nesses países os professores, principalmente, os mesmos passam por um pente fino de lascar, todo ano. É feito capacitação e a seguir uma avaliação. Se não pontuou está fora. Não existe professor efetivo como no Brasil.
Outro detalhe, além da valorização, é o ganho que compensa. Existe até pop star da matemática por lá, no Japão por exemplo, que chegam a ser disputados por cursinhos com ganhos na casa dos milhões de dólares. Isso mesmo, milhões de dólares.
Os planos de ensino nesses países focam mais na atualidade. Na necessidade presente. Não é saber quem colonizou seu país que vai melhorar a economia.
Recuperando o folego, eu prefiro um cinco batalhado do que um dez recuperado, copiado ou colado. O que vale é a primeira nota. Esse tipo de recuperação paralela é um engano. Uma enganação que muitos defendem. O estudante fica estigmatizado. Imagine que ele faz um vestibular, concurso, uma vaga de emprego ou está em um emprego mesmo. Se errar não existe prova de recuperação para isso. Não EXISTE.
É passando esse tipo de ideia na escola o estudante pensa que existira para toda a vida. Errou é só pedir recuperação paralela. Quem estuda não precisa disso. Tem professores tão desanimados que quando o aluno está ruim