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Mosaico
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E-book225 páginas3 horas

Mosaico

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Sobre este e-book

Escrevi este livro porque precisava me encontrar. Diante de uma crise familiar, que parecia ter a força de um desastre, desses que deixam as pessoas se sentindo impotentes, resolvi avaliar e valorizar tudo que fiz até aqui. Foi assim que percebi que era muito afortunada e encontrei, através da escrita, a força para seguir em frente. Espero que minhas reflexões possam ajudar pessoas em momentos críticos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de fev. de 2019
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    Mosaico - Ângela Utinguassú Dos Santos

    MOSAICO

    A SEMENTE FOI PLANTADA

    Porto Alegre

    2013

    Agradecimentos .................................................................. 4

    Prefácio ................................................................................. 6

    Atualizando você, leitor, em 2019 .............................. 11

    Introdução .......................................................................... 14

    Capítulo 1 – Porque nesta família? ............................. 23

    Capítulo 2 – A Família que construí ............................ 53

    Capítulo 3 – Meu trabalho ............................................. 81

    Capítulo 4 – A magia na minha vida ......................... 134

    Reflexões finais ............................................................... 168

    Glossário ........................................................................... 177

    Dedico este livro a meu pai, Octávio Tavares Utinguassú, que disse certa vez:

    Polaca, gosto muito de ler o que tu escreves, vai em frente.

    Ele teve tempo de me ensinar algo que jamais esqueci, tanto que aplico até hoje.

    É a mensagem que permeia todo este livro: "No judô você aprende a utilizar a força do adversário para impulsionar seu golpe de defesa.

    E quando o atleta cai, deve aprender a cair de tal modo que não se machuque!"

    Assim veio a idéia de escrever este livro: aproveitar as adversidades da vida para me conhecer e aprender a superá-las!

    TE AMO, MEU PAI.

    Agradecimentos

    Agradeço ao Anjo que sussurrou esta inspiração e me acompanhou durante este período tão difícil de tantos desafios.

    Hoje sei que fui muito bem socorrida e continuo sendo amparada.

    Aos meus queridos pacientes, que são também amigos sinceros que fui conhecendo ao longo de meu trabalho, escrevo para vocês.

    Repito o que digo sempre: sejam fiéis a si mesmos e não se abandonem.

    Vocês são meus mestres, mais ainda, irmãos de caminhada.

    Agradeço por ser uma pessoa abençoada com amigos e colegas certos, nos momentos em que a lição era do coração e nos momentos em que, através da mente, era preciso manter-me focada. Todos são bênçãos para a minha evolução. Dentre essas pessoas estão Marisa Campio Müller e João Bernardes da Rocha Filho. Vocês me acompanharam até a última palavra!

    À Patrícia Goulart, seu esposo Fernando e meu amiguinho Giordano, por todo o apoio dado à minha família nesses meses tão difíceis.

    Vocês são amigos de fé!

    Também à Célia Costa, Roberto Baraldi e seus filhos Paulo e Laura que, nesse mesmo período, nos acolheram e aconselharam mesmo à distância!

    Nossa amizade transcende estes detalhes!

    À Sonia Machado, Letícia Nolde Melo e Rodrigo Santos Rosa, irmãos de jornada. Obrigada por retribuírem meu mau humor com flores.

    Vocês são um exemplo de generosidade.

    Pela paciência e respeito com o meu propósito de vida, reconhecendo o quanto era importante que eu escrevesse este livro mesmo sem ter a menor perspectiva de publicá-lo, agradeço a Marcelo, meu esposo, e André Luiz, meu filho.

    Vocês deram todo o espaço que eu precisava, mesmo que faltasse espaço para vocês.

    Agradeço à minha mãe, Zulma, por me apoiar e defender durante esse ano de 2005, nós duas aprendemos a nos respeitar.

    À Dna. Irene Barcellos, minha querida professora de português, que trouxe lembranças maravilhosas do tempo de Colégio Sévigné, durante nossas noites de correção do texto.

    Jamais esquecerei suas recomendações, prometo!

    No tempo de 2012, agora cuidando da diagramação do livro, te agradeço querida Rosane González, pelo gesto acolhedor, por ser cuidadora deste livro e amiga desde sempre.

    Prefácio

    Sobre o livro Mosaico: a semente foi plantada

    Foi com surpresa e gratidão que recebi a tarefa de apresentar o livro Mosaico: a semente foi plantada, de autoria da minha amiga e colega Ângela Utinguassú dos Santos. Como diz Ana Mae, o livro envolve e desenvolve. Confesso ter postergado a hora desta escrita por não me sentir a altura para fazê-la, e este sentimento me acompanhou em vários momentos. Por que eu? Foi uma das primeiras perguntas que fiz, quando a minha amiga com ares de menina travessa e ao mesmo tempo a segurança daqueles que têm uma vasta bagagem de vida, brindou-me com o seu manuscrito: Eu quero que tu apresentes o meu livro. Talvez pela minha cara de espanto, ela doce e didaticamente recomendou: És tu, Patrícia, quem me levará pela mão, e dirás aos leitores do que trata este livro.

    Confesso que na hora não entendi bem o por que da escolha, mas resolvi respeitar o que me era oferecido, como um presente, como uma oportunidade de aprendizagem, embalada pela percepção do outro. Foi num contexto paradisíaco de férias em uma praia do sul catarinense, que pude compreender um pouco melhor sobre o convite recebido, e é com este espírito que gostaria de compartilhar algumas percepções sobre a leitura deste Mosaico.

    De modo suave, como se recebesse inspiração divina a escrita vai desvelando uma história de vida e levando o leitor a rever a própria história. O teor das palavras impõe uma leitura pausada, que se constrói através de janelas e espaços que buscam, num

    movimento sincronizado com as emoções do aqui e agora, encontrar as origens das escolhas e do resultado no presente, como uma possibilidade de capturá-lo, não para dominá-lo, mas para vivenciá-

    lo intensamente.

    As palavras da autora atingem desde a comunidade psi até o leitor pouco interessado nos conhecimentos sistematizados das academias, exatamente por utilizar uma linguagem acessível ao ser humano, a linguagem da alma. Poderia dizer uma linguagem amorosa, um amor maduro, com o sentido utilizado por Erich Fromm. O amor nesta perspectiva exige conhecimento, respeito, cuidado, atenção e carinho. Fromm exemplifica, dizendo que gostar de plantas é diferente de amá-las, pois quem ama, conhece a sua planta, cuida de forma zelosa, é atento a falta ou excesso de água, tem respeito pelas mesmas, e carinho, por suposto. A autora tece através das palavras uma obra que traz de forma genuína estes elementos.

    A natureza atravessa o texto, com um apelo subliminar de cuidado e amor ao meio ambiente, pois não há separação entre natureza e pessoas, há uma totalidade. Assim como não há divisão temporal, apenas um tempo artificialmente organizado, e que não escapa da crítica da autora. Os recursos musicais, que por tantas vezes alteraram os níveis de consciência durante a escrita também são compartilhados no texto, oportunizando o leitor a trilhar caminhos semelhantes.

    Uma das portas que se abriram na escrita deste texto se refere ao significado e força das nossas próprias palavras, o que não configura uma novidade, mas que neste livro se expressa com um dom muito especial. O nosso verbo proferido constantemente forma uma espécie de lema de vida, ou como refere Ângela, um mantra, que nos transporta (ou impõe a) determinadas realidades. Estas realidades são por nós construídas, ou destruídas formando as bases de uma vida. Este mantra pode nos elevar ou aprisionar, a

    exemplo dos questionamentos que fiz a pouco. Porque eu negaria a possibilidade de assumir a tarefa de apresentar este livro? Seria o temor de não me enquadrar na categoria do perfeita do ideal?

    Uma auto-reprovação ou uma forma de negar uma parcela de mim?

    Qual o mantra que me rege nesta atitude? Arrisco dizer que inevitavelmente o leitor e a leitora também serão levados a refletir sobre as suas escolhas e possibilidades, ou sobre o seu lema de vida, sobre o mantra que sussurra em seus ouvidos, como um vento soprando e nos fornecendo direção.

    Escrever é implicar-se, transformar-se e, ao tornar a escrita pública podemos catalisar a transformação do outro. Nesta escolha nos deparamos com nossa própria censura e podemos paralisar. O

    que escrevo faz sentido? Estou sendo clara? As palavras captam o meu pensamento? Serei bem aceita pelos leitores? No caso deste livro, em cada parágrafo surgem fragmentos de uma vida, que nos emocionam porque se confundem com o nosso próprio cotidiano. O

    ato de escrever é empreendido como um poderoso recurso para romper com as correntes que insistem em nos limitar, castrar, repreender, e abre espaço para momentos de individualidade, reflexão em direção a uma integralidade do ser e do agir.

    A música se mostra como uma ferramenta metodológica para a autora produzir diferentes níveis de consciência. Os ritmos dos sons abrem portas e janelas no tempo, nos transportando para uma forma especial de compreender a vida, através da interligação de fatos e acontecimentos cotidianos, passados e futuros. Por isto, talvez pudéssemos falar de uma psicologia do cotidiano, da alma, na qual o tempo não pode ser avaliado pelos ponteiros do relógio. E

    esta característica do texto, me reporta aos questionamentos de São Agostinho: O que é o tempo, pois? A pergunta, aparentemente simples nos conduz a um enigma de difícil resolução. O tempo pode ser compreendido a partir da perspectiva de quem o define, e daí

    entraríamos em um terreno de paradigmas e concepção de ser humano.

    E sob uma posição paradigmática bem definida a autora é enfática com a ciência que ela se propõe a construir. E entrar nesta seara não é fácil, principalmente desde uma perspectiva psi, uma vez que tendemos a falar sobre o outro, ou sobre a sociedade, ou conforme o outro, e pouco sobre nós mesmos, ou das nossas percepções sobre fatos e acontecimentos, que neste caso é introduzir este livro ao outro. Desde o lócus acadêmico é complicado explorar as próprias emoções, como um recurso, que se constrói como uma tentativa de manter uma certa distancia do objeto de análise no qual nos debruçamos. Não falamos de nós

    como pessoas, com emoções e sentimentos, embora sejam os sentimentos que nos confiram força e são estes que moldam todo o nosso trabalho, o nosso ser, mas como analisadores. É verdade que os psicólogos têm enfatizado a necessidade de se buscar uma ciência ética comprometida com a emancipação humana, resgatando as mediações psicossociais marginalizadas até poucos anos atrás, como a dimensão afetiva, e ético-valorativa nas relações. Eis que percebo nesta obra um grito de apelo de Ângela, em buscarmos permanentemente este movimento de revisão e reflexão sobre os nossos fazeres. Qual o tipo de ciência que estamos produzindo, por que, para quem, são questionamentos que emergem no livro como um compromisso ético em trabalhar por uma psicologia que faça sentido para pessoas.

    Neste percurso me deparei com um exemplo de como fazer da vida a realização de um bem. Através de uma retórica ousada, viva, provocativa, e com uma sensibilidade que parece emanada por anjos, o texto flui como a água, conciliando delicadeza com a força.

    Cristalina e ao mesmo tempo intensa a leitura nos desafia, como se perguntasse, e você já pensou desta forma, ou melhor, já se percebeu desta forma? Por diversas passagens emocionei-me, com a

    perspectiva da qual Ângela vê e vive a vida. Uma vida que se mescla com o trabalho vocacionado de uma psicóloga questionadora, uma pesquisadora da alma e de uma existência que faça sentido. Desde uma dimensão autobiográfica, as recordações e as experiências profissionais parecem sistematizar na obra uma psicologia dos momentos, na qual a autora reconstrói a sua identidade, a sua unicidade, como se agregasse às peças de um mosaico.

    Neste mosaico destaco também o potencial para outras obras, que certamente trariam consistentes contribuições à área da saúde, com o conhecimento e ações da autora junto ao publico da terceira idade, com ênfase na qualidade de vida de pessoas acometidas pela Doença de Alzheimer.

    Um desafio é apresentar aos leitores esta obra, sem reduzí-la, ou enquadrá-la, pois se trata de uma leitura que requer a atenção dos olhos e do coração. O livro cumpre a sua função de plantar sementes, sementes que podem alterar o rumo de uma vida. Sentime tocada por este livro. Agradeço pela oportunidade, e desde já, parabéns a autora.

    Patrícia Martins Goulart Criciúma, 11 de Março de 2007

    Atualizando você, leitor, em 2019

    Hoje leio e releio este livro, gosto do que escrevi com percepção clara e acolhedora como se fosse uma amiga que aceita a pessoa do jeito que ela é com suas imperfeições e virtudes. Reconheço aspectos da minha personalidade que ainda precisam do meu cuidado do esforço de superação principalmente na paciência, na tolerância, deixar o outro ser as suas escolhas ainda que eu saiba (consigo perceber o futuro é uma característica antiga e dói perceber assim ) o que poderá acontecer.

    Hoje sou mais e mais interessada nas minhas emoções e sentimentos, fico atenta a tudo que vivencio com intensidade maior do que na época em que escrevi o livro Mosaico-A semente foi plantada, constatando que esta semente germinou e fez surgir uma Angela que passou por desafios, não se abandonou e segue se buscando.

    O Livro que você vai ler nada mais é do que uma conversa comigo mesma. Diante de grandes perdas materiais, ficamos um ano sem perspectiva de emprego foi uma reestruturação que atingiu as bases de nossa família, muitos questionamentos, os referenciais foram todos reconstruídos. Para que o medo e a insegurança não me destruíssem resolvi mergulhar em mim mesma através da escrita.

    Não imaginava, naquela época, que buscava a minha essência, mas foi isto que aconteceu, um verdadeiro resgate. Saí fortalecida e consegui assim dar o apoio que minha família precisava.

    Tive dois acontecimentos em 2014 e 2015 em que lembrei muito dos mergulhos na minha consciência, ( lá no tempo da escrita do livro ) onde soube conduzir a lamparina de Jung com coragem ficando inteira apesar dos rios de lágrimas (isto é meu, uso as lágrimas com

    a função de me limpar e conduzir para um estado de calmaria) que chorei e ainda choro quando sinto vontade! Em 2014 meu filho André Luiz foi estudar seu Mestrado em Ciências-Física de Nano escalas em Houston, Texas, na Rice University. Para mim foi como não saber quem eu era, um medo avassalador, enorme... e fiz tudo de novo!!

    Conversei comigo mesma, me confortei, chorei no meu colo, achei um jeito busquei um pensamento para me manter inteira... e veio.

    Se André estiver feliz, eu estarei bem. E assim trabalhei, na FEEU

    (FUNDAÇÃO EDUCACIONAL EDITORIAL UNIVERSALISTA) e algumas pessoas em especial me ajudariam a retomar o Caminho da Espiritualidade. Marisa Dias me ensinou várias práticas e não tenho palavras para expressar o significado do exemplo que ela me dá sempre de generosidade, dedicação ao propósito da FEEU. Desde que comecei a trabalhar na FEEU tenho aprendido muito, estudado, feito cursos , mas o mais importante é sem dúvida a convivência e o exemplo das pessoas que lá estão que costumo chamar de pilares , são Eloáh Moraes e Leopoldina dos Santos.

    Em 2015, enfrentei junto com meu marido o desafio de lidar com sua doença grave e, embora longe, tive sempre comigo a presença de meu filho. Aqui conosco esteve José Ricardo Borba que você leitor irá encontrar em outros momentos neste livro como Urso, assim chamado por mim. Outros amigos que estão no livro seguiram me dando suporte, como a Sonia, a Letícia, Rodrigo e Ricardo.

    Minhas amizades são em número pequeno, mas preciosas, firmes.

    Estiveram tão presentes quanto minha família que ficou ao meu lado. Então, sigo em frente agradecendo pelos desafios, pela pessoa que venho me tornando, por não ter abandonado ao longo destes anos a vontade de publicar este livro e assim poder conversar com o maior número de pessoas que eu puder através desta leitura estimulando a não abandonarem a busca pelo autoconhecimento, aprimoramento, não deixem de buscar o seu melhor , façam por si

    mesmos tudo que puderem , lutem para deixar um legado de dignidade frente aos desafios da vida que no final são a grande oportunidade de dar o salto , plantar sementes para um futuro melhor. Este livro é o registro de como vivi, da sua transformação ao longo da escrita numa ferramenta de sobrevivência diante da crise, num nível de consciência profundo, transparente , corajoso. Recorro a esta experiência até hoje e sempre encontro algo que ainda não explorei! Todos os livros são uma possibilidade, são atemporais!

    Agora desejo Boa Leitura, no tempo do livro, e no seu tempo, que seja útil!

    Introdução

    Hoje é dia 24 de maio de 2005. Finalmente decido concretizar este sonho. Mas não é bem um sonho, creio eu. Tenho certeza agora que devo isso a mim mesma. Afinal, venho questionando minha postura diante da vida há muito tempo. Ontem fui conversar com duas pessoas que admiro muito: o Professor João Bernardes e minha amiga Dra. Marisa Campio Müller. Ambos são referências fundamentais, admiro e me identifico com a postura profissional deles. Por esse motivo, munida de meus textos e desenhos fui trocar algumas idéias e também na expectativa de receber orientação.

    Percebi minha insegurança, sim, mas afinal eles são realmente as pessoas certas para isso! Sabia que era o rumo certo!

    Chegando na sala de cada um deles (na Pontifícia Universidade Católica) compreendi, na forma amorosa com que fui acolhida, que mais uma vez minha intuição estava certa. Houve algo que transcendeu uma simples conversa ou um

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