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A Vida de Rute: Uma história sobre perdas e recomeços
A Vida de Rute: Uma história sobre perdas e recomeços
A Vida de Rute: Uma história sobre perdas e recomeços
E-book123 páginas2 horas

A Vida de Rute: Uma história sobre perdas e recomeços

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Sobre este e-book

Esse é um livro sobre perdas e recomeços; amizade, honra e lealdade! Sobre pessoas que vão embora das nossas vidas e, claro, daquelas que decidem ficar. A leitura desta obra nos conduz a enxergar as coisas, as pessoas e o mundo ao redor sob as lentes do céu. Dê uma olhada mais de perto no que essas mulheres podem ministrar ao nosso coração: Rute, a jovem sonhadora, e Noemi, a senhora idosa e viúva. Ambas com experiências marcantes que vão despertar
mudanças em seu coração independentemente de qual seja a sua idade.
IdiomaPortuguês
EditoraCPAD
Data de lançamento29 de set. de 2022
ISBN9786559682874
A Vida de Rute: Uma história sobre perdas e recomeços

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    A Vida de Rute - Suzane S. J. Moreira

    O Último

    Entardecer

    Osol estava se pondo em Moabe, o céu assumira um tom alaranjado — aquela exibição da natureza que normalmente nos faz perder o fôlego e agradecer pela dádiva de estar vivo para contemplar a exuberante mistura de cores —, como se o sol soubesse que seu tempo terminara, mas antes ele gostaria de impressionar seus espectadores. No entanto, Noemi não se sentia nem um pouco impressionada. Na verdade, ela olhava para toda aquela beleza e a desprezava; se dependesse dela aquele sol poderia se exibir em outro lugar. Ela sentia como se o céu estivesse insensível à sua dor! Preferia que, em vez de luz, o céu se tingisse de nuvens negras e que derramasse densas chuvas, talvez assim ela conseguiria se iludir com a ideia de que o céu também sofria, também chorava, também lamentava a sua perda.

    Noemi estava aborrecida; ela não conseguia entender como era possível tudo continuar seguindo seu curso perfeitamente, a natureza parecia indiferente à sua tristeza. Era como se Deus não se importasse nem um pouco com o seu sofrimento e provavelmente não se importava mesmo, pensava ela. Perguntava a si mesma: Por que Deus não me atendeu? Por que não ouviu minhas orações? Deus não viu minhas vigílias? O Senhor não se deu conta do meu desespero depois que meu marido morreu, o quanto que implorei para que não levasse meus filhos?. Nesse momento ela abre um sorriso de forma amarga e sombria, e murmura: Se Deus não se importou com o meu sofrimento, por que se importaria a natureza?.

    Noemi fecha a cancela de sua pequena propriedade, local esse que teria que entregar ao credor pelas dívidas que foram se acumulando na tentativa de salvar a vida dos seus dois filhos, mas infelizmente os médicos não puderam fazer nada. Quanta dor! Primeiro enterrar o esposo, depois seu filho Malom e agora enterrar também seu filho Quiliom. Seus filhos, o único bem que realmente importa para uma mãe.

    Absorta em tanta dor, esforçava-se caminhando de volta à sua casa; cada passo exigia muito esforço. Dizia em seu íntimo: Como ainda estou de pé?. Seus joelhos trêmulos recusavam a se firmar, Noemi sentia que poderia desabar a qualquer momento. Contudo se mantinha de pé, não permitindo seu corpo desfalecer.

    Inconscientemente, sua mente divagou num pensamento: O importante não é a distância percorrida, e sim os obstáculos superados ao longo do caminho. Nunca aquele pequeno trajeto entre a porteira e sua casa pareceu tão longe. Sua dor não dava tréguas, sentia-se privada do alívio que com certeza sentiria se simplesmente desmaiasse ou morresse! Ah! A morte, o mais doce remédio que me faria bem!, pensava consigo. Enquanto ia caminhando, muitos olhares estavam sobre ela. Ao ler aqueles olhares, a expressão que Noemi encontrava em cada um deles era: Como ela está suportando tudo isso? Noemi, olhando para dentro de si, também se indagava: "Por acaso tenho alguma escolha? Uma velha casa pode escolher não passar pela tempestade? Não! Terá que ficar ali suportando o ranger das vigas, o açoite dos ventos nas janelas, as telhas voando para longe, presenciando o caos invadindo o seu interior com uma fúria

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