Proibido Para Menores E Para Imbecis

De G.j.r.darco

ESTE LIVRO NÃO É ACONSELHADO PARA MENORES DE 18 ANOS. Em uma pequena cidade do interior paulista, nada parece mais simples do que a vida levada à sua própria maneira . Errado. Onde não há nada para se fazer, as mentes mais insanas começam a traçar planos, e a criatividade para se divertir tende a aumentar. Vivendo assim de bar em bar, passando do olhar para o contato físico em poucos minutos, é que vive nosso personagem, que, acima de tudo grita aos quatro ventos que é humano! Baseando-se em algumas de suas experiências, o autor nos traz as noites boêmias e os olhares intrigantes da filosofia de boteco há muito tempo perdida. A arte da sedução e um filho que não é seu jogado às suas costas, o qual ama mais que a própria morte. Jogado em meio ao caos chamado vida, as experiências aparentemente absurdas desse adolescente preso ao corpo de um adulto, nos faz lembrar de quando tudo era permitido. Até mesmo sonhar.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 27 de jan. de 2014

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PORIBIDO PARA MENORES E PARA IMBECIS, por G. J. R. Darco

Proibido

para

Menores

e para

Imbecis

G. J. R. Darco

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PORIBIDO PARA MENORES E PARA IMBECIS, por G. J. R. Darco

Aviso aos leitores e a quem possa interessar:

Essa é uma obra de ficção. Baseada única,

exclusiva e totalmente em minha criatividade.

Toda e qualquer semelhança com a realidade

é mera coincidência.

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Para G. que realizou o milagre da vida em mim;

Para B. cujo entusiasmo me fez seguir adiante;

Para T. que mudou todo o curso da história.

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Muito lhe foi perdoado porque muito amou… vai em paz...

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Capitulo um (único?).

Aos 24 anos de idade decidi que minha vida deveria acabar.

Aos 14 decidi que ela deveria acabar aos 27. Assim como

meus grandes ídolos (principalmente Kurt e Elis – essa morta aos

36).

Acendi um cigarro e decidi começar a escrever um livro. Um

livro que eu sempre quis escrever, mas nunca me veio coragem,

tempo e disposição.

Comentei com um amigo, o Thomaz – músico, compositor,

autor, poeta, skatista, malabarista e que, nas horas vagas, trabalha

com T.I.

- Vai lá e tenta bundão! - foi o conselho dele.

- Porra Thomaz! Eu não sou escritor, caralho!

- Já tentou?

- Não...

- Então, bundão! Vai lá e tenta.

Senti-me como o inglês tomando uma dura do alquimista.

E durante semanas, o capítulo único acabou nesse ponto

(a)final aí em cima.

Até que hoje acordei mais ou menos inspirado e decidi

escrever um pouco. Ver o caderno de citações e colagens da

Megera inspirou um pouco, diga-se de passagem.

Porém, me deixou meio irritado. Como alguém tem

BILHÕES de citações entre colagens em cadernos, escrituras na

parede e postagem nas redes sociais e nem sequer viveu uma

delas? Esse negócio de ficar pensando e pensando e pensando me

irrita. EXTREMAMENTE! Saia do quarto, saia de casa, saia da

vida, saia da rotina, saia do bueiro! Vá viver!

Vamos limpar a bunda com a Mona Lisa, comer o Abaporu na

janta, vamos plantar erva nos jardins suspensos, coca no jardim do

Éden e deixar Bukowsky em coma alcoólico.

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Quero mais é fazer o cara estranho ir ao psicólogo por tanto

bullying que faremos. Fazer esses filhos da puta comer feijoada

completa com areia depois de eu chutar o caldeirão.

Foder nossas mães como nossos pais e dar um tiro na roda

viva, aliás, dois! Um na cabeça e um no coração pra ter certeza de

que o trabalho foi feito com eficácia.

E não é revolta. É só para ilustrar o meu ponto de vista: viver

a SUA vida é muito mais importante do que conhecer a vida dos

outros. De nada adianta conhecer tudo de tudo na teoria, sendo

que, na hora do empirismo, não temos nada a oferecer.

Mesmo que, depois de anos acreditando que você foi o único

a viver algo, você descubra que alguém já havia escrito sobre isso

há 200 mil anos atrás, FODA-SE.

VOCÊ viveu, VOCÊ conheceu, VOCÊ refletiu sobre, VOCÊ

aprendeu com isso.

Cada um vive a experiência que tem de viver. Ato e

consequência, meu jovem. A vida, e todo o resto, baseiam-se

nisso.

Agora vamos a um grande foda-se:

Fodam-se: intelectuais, filósofos, pintores, autores, escritores,

âncoras, diretores, atores, músicos, poetas, teatrólogos, cineastas,

psiquiatras, psicólogos (ah, como eu odeio psicólogos), varejistas,

varejeiras, formigas, filhos da puta e principalmente VOCÊ que

leva sua vida puxando o saco desses caras.

E tenho dito!

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Capitulo 75 (Ô língua!).

Acordei como numa segunda-feira qualquer: feliz, interessado

no que o dia reservava, afinal de contas era minha folga. Por mais

estranho que pareça eu folgo de segunda-feira, o que é legal às

vezes, pois vejo todos reclamarem da segunda e eu curtindo como

se fosse um domingão ensolarado.

Antes de abrir o olho, já liguei meu PC, peguei um copo de

café, meu cigarro e sentei-me em frente ao maldito/bendito

computador. Passei a tarde toda fazendo porra nenhuma. Séries,

conversas inúteis e desinteressantes. Até que o Vitaum perguntou

se eu tava a fim de tomar uma.

-E macaco quer banana, Vitaum?

Não deu outra, fui ao mercado com a roupa que estava

mesmo, bermuda rasgada, camisa cavada e chinelão no pé.

Comprei um fardinho e deixei gelando enquanto esperava o

bendito.

-Porra, véio, preciso falar com você, cara! Tive uma ideia

sensacional pra gente gravar um som.

-Diz ae...

-Então mano, vamo gravar Comida/Nego Drama, saca?

Do jeito que a gente sempre toca nos churrascos e afins, vai ficar

muito massa...

-Vitaum, essa é sua ideia pioneira que ninguém nunca,

jamais realizou?

-É, por quê?

Abro uma aba no navegador, linko o Youtube, procuro por

‘Nego Drama violão’, tem mais ou menos uns 9.350 vídeos.

-Vitaum, isso não é novidade cara...

-Como assim? Nunca tinha visto ninguém fazer isso além

da gente...

Risada vai e risada vem nesse meio tempo, entre um cigarro de

palha e algumas latinhas de cerveja barata.

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Ligo meu mic no pc, pego o violão e faço a base da musica, só

pra fazer um teste, o som até que fica legalzinho, mas preciso de

uma placa de som.

-Então está decidido! Vamos gravar essa porra!

-Mas Vitaum, é musica dos outros, não tem que ter

permissão não?

-Claro que não, burro! Não tá vendo que tem milhões de

vídeos com essa musica no Youtube? Ou você acha que toda essa

galera foi presa?

-Presa não sei, mas se os donos da música não gostarem e

me encontrarem na quebrada eu me mijo todo...

Daí não teve jeito, acabou a parte ‘músico profissional’ dos

dois e tome mais cerveja pra dentro, mais cigarros de palha e mais

cigarros industrializados. Os meus preferidos.

Conversa vai, conversa vem.

Bêbados e mais falantes, chegamos ao momento ‘tia da

fofoca’.

-Mano! Você viu a Joana?

-Não. Que é que tem?

-Tá muito esquisita com o carinha lá...

-É, o...

-Anderson! – cara de desdém – isso porque ela reclamava do

Gustavo hein.

-Não entendi (?).

-Mano, vivia reclamando que o Gustavo era alcoólatra, que

tinha que arrumar um trampo bom, estudar, que não sei mais o

quê.

-E aí?

-E aí? E aí que esse cara que ela ta agora é tatuador reserva de

um estúdio de tatuagem que começou agora, ou seja...

-Nossa... O cara só tatua quando o outro tá de folga?

-E olha lá! Tem gente que faz questão de esperar o outro cara

voltar.

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-Vai vendo. O cara é tipo servente de tatuador. – pausa

dramática - Cara, a Joana sempre foi meu sonho de consumo.

-Sério Vitaum?

-Orra! Só que nunca disse nada pra ninguém, por causa do

Gustavo né.

-Hm.

-Mas e aí, ela vai casar?

-Parece que sim... Ta grávida, diz que tá feliz. Felicidades pra

eles então, né. Só não consigo me conformar, ela sempre foi cheia

de atitude e personalidade, nunca baixava a cabeça pra ninguém,

fazia o que bem entendia na hora que queria. Muito rock n’ roll.

-Vai vendo.

-Vai vendo. Mas eu queria muito que ela o Gu ficassem

juntos, eles faziam um casal bacana. Pra você ver como é a vida né,

vivia brigando com o Gustavo, agora ta com um cara que é

tatuador reserva, perdão, servente de tatuador, toca numa banda

ruim pra caramba. E o Gu tá lá fazendo faculdade de Biomedicina,

trampando no hospital, tá bem, daqui a pouco o cara se forma e

vai ganhar maior grana.

-É... Se fodeu...

-Que seja... MANO! Acabou a breja... Tenho cinco conto, tem

grana aí?

-Devo ter alguma merreca no cartão, mas tenho que comprar

cigarro também...

-Vamos lá.

24 horas depois – Terça-feira.

Eu no trampo:

-Falou pra vocês aê galera, até amanhã.

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Monto na minha moto, contente pelo dia de trabalho ter

corrido bem e rápido, contente por ter sobrado umas duas ou três

latinhas do dia anterior.

Chego em casa, meu irmão com a maior cara de merda, ainda

acordado (coisa rara pois ele trabalha durante o dia e eu a noite,

nossos horários nunca batem):

-Ow, ta sabendo da Joana?

-Que é que tem? Morreu também? Porque agora é moda né...

- Foi internada hoje, tá doente, um tipo de doença fodida...

-Como assim?

-Passou mal hoje, foi no médico, e descobriram.

-E agora?

-Tá internada, acho que amanhã a galera vai lá ver ela. Recado

dado. Vou dormir.

-Beleza, vai lá.

Fico com cara de merda e pensativo, agora mais do que nunca

vou precisar daquelas cervejas que sobraram. ‘Isso porque a gente

tava falando dela ontem... Caralho, que foda... Mas não há de ser

nada, ela tá grávida, Deus não vai levar ela embora tendo uma

criança pra cuidar... ’ – tentando convencer a mim mesmo.

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Uma semana depois:

Aniversário do Gabriel e da Dani – Rock República. - 2:30 /

3:00 da manhã.

Vitaum no telefone:

-Ae!

-Fala, Vitaum.

-Mano! Tô fera! – é o jeito