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E-book240 páginas19 minutos

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Sobre este e-book

Histórias curtas sobre amores encontrados e desencontrados, amizade, sexo, trabalho e relacionamentos dos mais variados. Tudo muito urbano.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de out. de 2018
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    Deformações - Pedro Afonso

    Deformações  

    Pedro Afonso 

    Sumário 

    Mozão  .......................................................................................................................................................9

    Paris  ........................................................................................................................................................ 33

    A Chegada  ............................................................................................................................................... 43

    Centro do Rio  .......................................................................................................................................... 53

    A Vila dos Justos  ...................................................................................................................................... 59

    Deformações  ........................................................................................................................................... 67

    O Duque Negro ....................................................................................................................................... 75

    O Dia Mais Gordo ................................................................................................................................... 83

    Absolustismo  ........................................................................................................................................... 93

    Relações  ................................................................................................................................................ 101

    Amar, amar, amar  .................................................................................................................................. 109

    Espelhos e Olhares  ................................................................................................................................ 111

    A Queda da Razão  ................................................................................................................................. 113

    Uma Canção Sobre Sábado  ................................................................................................................... 121

    Periélio  .................................................................................................................................................. 125

    Na Calada do JG  .................................................................................................................................... 133

    Bergman ou Truffaut?  ........................................................................................................................... 139

    O Original não se Desoriginaliza  ............................................................................................................ 143

    Noite Alta no Jardim Gramacho  ............................................................................................................ 149

    A Árvore ................................................................................................................................................ 165

    O Amor Sobre Rodas  ............................................................................................................................ 175

    Deformações    3 

    "Dedico este primeiro filho ao meu velho, 

    meu paizão e amigo, que partiu para plagas 

    melhores e não se encontra mais neste plano". 

    Deformações    5 

    "Agradeço minha mãe, meus primos, 

    de ambos os lados da família, que 

    foram mais do que irmãos, e aos meus 

    muitos amigos, normais e os doidos". 

    Deformações    7 

    Mozão 

                   Saí da academia combalida, mas satisfeita - tinha 

    que  manter  a  carne  durinha  pro  Mozão;  eu  adorava 

    passear de mãos dadas com meu lindo e vê-lo cheio de si, 

    tirando onda em exibir uma loura dos olhos verdes toda 

    bombada.  Os  homens  do  bairro  babavam  quando  eu 

    passava  para  ir  pro  trabalho  ou  pra  academia.  Na 

    academia  eu  ousava;  ia  exuberante,  com  a  calça  leg 

    super  apertada,  de  blusa  decotada  exibindo  meu  busto 

    siliconado que o Mozão, com muito suor, pagara. Eu era 

    alvo  de  olhares  maliciosos  de  minha  casa  até  a  entrada 

    da  academia,  uns  discretos,  outros  invasivos,  quase  me 

    penetrando  a  alma.  Certos  homens  chegavam  ao  ponto 

    de  mexerem  comigo  com  palavras  obscenas,  me 

    prometiam mundos e fundos, um futuro onde eu viveria 

    como uma princesa, pois eu merecia; diziam que eu era 

    linda  demais  para  ficar  com  um  cara  insignificante 

    qualquer, sem carro e ganhando pouco. 

    Isso me deixava puta! Por acaso eu tinha preço? Queriam 

    me  comer  e  o  que  me  ofereciam  eram  seus  bens 

    materiais, e  não  afeto,  amor,  lealdade,  companheirismo, 

    caráter e atenção.  

    Agora meu Mozão comprou um carro popular, mas nem 

    sempre  foi  assim.  Quando  nos  conhecemos  saíamos  de 

    Deformações    9 

    ônibus mesmo, fosse para curtir um cineminha ou jantar 

    fora.  Quando  íamos  ao  motel,  descíamos  no  centro  de 

    Caxias  e  pegávamos  um  táxi  que  estava  próximo  para 

    pagar uma corrida pequena, só para não entrarmos a pé. 

    Depois  surgiu  o  Uber  e  ficou  mais  acessível  entrar  de 

    carro no motel. 

    Cheguei  em  casa  e  fui  direto  ver  meu  gato;  a  essa  hora 

    ele já devia ter chegado.  

    - Mozão, cheguei! Cadê você? 

    - To no banheiro!  

    Abri a porta e ele estava tomando banho, terminava de se 

    ensaboar. Entrei e fechei a porta, comecei a me despir e 

    pedi que olhasse meu corpo. 

    -  Malhou  muito  a  bunda?  –  ele  perguntou,  abrindo  a 

    porta do box. 

    -  Bunda  e  perna.  –  disse,  baixando  com  feminilidade  a 

    calça  e  a  calcinha  juntas.  –  Posso  tomar  banho  com 

    você? – perguntei. Ele assentiu, excitado. Fiquei de frente 

    pra ele, que tirou minha blusa e a jogou no chão, lambeu 

    com voluptuosidade meus seios fartos, mordiscando com 

    suavidade  os  bicos,  o  que  me  fez  contorcer  e  me  deixar 

    toda molhadinha. Depois me deu um beijo de língua tão 

    intenso que chegou a percorrer o céu da minha boca e as 

    laterais  da  minha  bochecha,  com  as  mãos  firmes  como 

    as  de  um  ferreiro  segurando  a  minha  bunda.  Senti  seu 

    pau  intumescer-se  aos  poucos  nas  minhas  coxas, 

    subindo  como  uma  naja  encostando-se  ao  delta  da 

    minha  vagina;  a  cabeça  roçava  com  furor  meus 

    crescentes  pêlos  pubianos.  Tomei  uma  ducha,  para  ele 

    me  ensaboar,  o  que  fez  com  perícia.  Agora  o  pau  dele 

    tava  envernizado;  peguei  nele,  apertei-o  entre  os  dedos, 

    alisei  a  cabeça  e  o  punhetei.  Mozão  agarrou-me  pelos 

    cabelos  e  fez-me  ajoelhar  e  pagar  um  belo  boquete 

    naquele  membro  super  enrijecido.  Mamei  com 

    disposição,  engolindo  até  a  base,  de  vez  em  quando 

    dando umas cuspidinhas na cabeça e lambendo o corpo 

    cilíndrico  cheio  de  veias,  apalpando  seu  saco 

    carinhosamente  com  a  mão.  Meu  cabelão  estava 

    praticamente  amarrado  em  uma  de  suas  mãos;  com  a 

    outra ele alisava meu rosto candidamente, aliando ao ato 

    lascivo um pouco de afeição.  

    Naturalmente,  o  Mozão  ficou  cheio  de  tesão,  tirou  seu 

    pau  da  minha  boca  e  me  pôs  de  costas  pra  ele, 

    empinando meu rabo e pondo minhas mãos na parede. 

    Penetrou-me  com  força,  dando  estocadas  vigorosas, 

    segurando  minha  cintura  fininha  e  de  quando  em 

    quando  me  apertando  um  dos  seios  ou  alisando  com 

    reverência minhas coxas grossas. Ás vezes eu virava meu 

    rosto e o beijava na boca, sentindo-o me arregaçar - senti 

    minha vagina encher-se de esperma e jorrar em volta da 

    pica dele; este sabia me fazer gozar. Ele metia com tanta 

    força que minha bunda balançava violentamente. Pedi a 

    ele  que  deitasse  no  chão,  queria  cavalgá-lo.  Estava  um 

    calor da porra e o chão do banheiro foi como um bálsamo 

    pra  ele.  Antes  de  sentar  no  seu  pau,  dei  uma  chupada 

    rápida.  Peguei-o  e  enfiei-o  em  mim.  Comecei  a  subir  e 

    descer, subir e descer, com as mãos do Mozão nos meus 

    peitos;  ás  vezes  ele  enfiava  o  dedo  do  meio  na  minha 

    Deformações    11 

    boca  e  eu  simulava  um  boquete.  Gemíamos  extasiados, 

    eu  gritando  de  prazer  sentindo  seu  membro  latejando 

    dentro de mim e ele jogando a cabeça pra trás; pelo seu 

    rosto transido pude perceber que logo, logo ele ia gozar. 

    Aumentei  de  intensidade  minha  montaria  como  uma 

    amazona  bárbara;  ele  dava  tapas  de  leve  em  minhas 

    coxas, apertando-as vigorosamente.  

    Aí  ele  gozou.  Senti  a  porra  dele  encher  meu  canal 

    vaginal,  primeiro  um  jorro  abundante,  depois  aos 

    intervalos,  descompassadamente.  Fiquei  um  tempo  a 

    olhá-lo,  esperando  seu  pau  diminuir  dentro  de  mim, 

    cavalgando-o lentamente, para ele aproveitar ao máximo 

    o momento deleitoso que eu lhe oferecia. 

    Levantei a bunda o suficiente para que o pau dele saísse 

    de mim, e deitei-me novamente sobre ele, beijando-lhe o 

    peito,  o  pescoço,  o  queixo  e  a  boca,  mordendo-lhe  os 

    lábios  de  macho.    Em  seguida  saímos  do  banheiro,  nos 

    enxugamos, nos vestimos e fomos para a sala. 

    Domingo  de  manhã  o  Mozão  já  tinha  ido  à  feira, 

    comprado  frutas,  legumes  e  verduras,  pão  integral, 

    queijo  branco  e  tapioca.  Preparou-me  uma  tapioca 

    (apenas  duas  colheres  das  de  sopa)  com  uma  fatia 

    pequeníssima de queijo branco e um copo de suco puro 

    de  abacaxi.  Esse  foi  meu  desjejum  pra  ir  pra  academia 

    (eu vou todos os dias!) feito pelo homem mais venturoso e 

    abnegado  do  mundo.  Escolhi  uma  calça  maneira,  bem 

    provocante,  um  tênis  leve  e  uma  blusa  bem  colada  ao 

    corpo,  com  um  sutiã  pequenino  só  para  tampar  as 

    aréolas  dos  meus  peitos  duros.  Peguei  meus  óculos 

    escuros,  pois  estava  um  sol  escaldante  e  o  mormaço 

    fazia-nos comprimir as pálpebras. Prendi o cabelo no alto 

    da  cabeça,  num  coque.  Mozão  já  tomara  café  e  estava 

    lendo  um  livro.  Nunca  vi  um  homem  para  gostar  de  ler 

    tanto  como  o  meu  amor.  Lia  ininterruptamente,  a 

    qualquer  hora,  em  qualquer  lugar;  lia  livros,  jornais, 

    revistas...  Era  o  homem  mais  culto  que  eu  conhecia  – 

    mesmo  meus  amigos  formados  em  faculdades  de 

    diferentes  áreas  não  tinham  a  sabedoria  e  o  seu 

    conhecimento.  Falava  de  qualquer  assunto,  tinha  um 

    senso  crítico  espetacular  para  obras  cinematográficas, 

    entendia  de  música  como  ninguém.  E  ainda  era  um 

    tremendo  roqueiro.  Com  o  ele,  eu  fui  a  festas  das  mais 

    loucas,  com  gente  interessante  e  despojada.  Íamos  a 

    muitos shows barulhentos, mas ás vezes ele também me 

    levava  a  eventos  mais  calmos.  Roqueiros  doidos,  dândis 

    ateus,  intelectuais  requintados  e  motociclistas  porras-

    loucas  integravam  o  rol  de  amizades  do  Mozão.  Aonde 

    que  eu  conheceria  tanta  gente  foda  morando  com  um 

    pagodeiro qualquer? 

    -  Mozão  –  falei,  agachando-me  ao  seu  lado.  –  Só  não  te 

    dou  uma  mamadinha  porque  você  vai  ficar  com  tesão  e 

    vai querer me comer. Ok? 

    - E o que tem isso? 

    - Aí eu vou ficar cheia de porra malhando? Vai descer e 

    molhar minha calça. Vai dar pra ver. 

    - Eu gozo fora. 

    Deformações    13 

    -  Não.  Você  não  vai  resistir.  Te  conheço.  –  disse-lhe, 

    dando-lhe um beijo de língua e dizendo que o amava. 

    Despedi-me do meu gostoso e ganhei a rua. No ponto eu 

    era alvo de olhares, motoristas buzinavam ao me ver; uns 

    chegavam a oferecer carona, perguntar para onde eu ia, 

    estavam  dispostos  mesmo  a  me  levar  ao  meu  destino. 

    Motoqueiros  metidos a  fodões  paravam  com  suas  motos 

    exageradas e tunadas, tentando conquistar-me com suas 

    máquinas.  Muitos  assassinavam  o  português,  dirigindo-

    me  ditos  patéticos,  cantadas  chinfrins.  Coitados.  Mozão 

    desconstruía-os  com  sua  argúcia,  sua  gramática 

    imaculável e frases de efeito dignas do professor Karnal.  

    Quando o ônibus veio o motorista só faltou estender um 

    tapete vermelho para minha subida no coletivo. Dei bom 

    dia a ele com extrema educação e ele me respondeu com 

    segundas  intenções,  totalmente  malicioso,  puxando 

    assunto  desnecessário.  Limitei-me  a  minha  primeira 

    saudação.  Sentei-me perto  de  uma  senhorinha  já  idosa, 

    enquanto  alguns  homens,  mesmo  acompanhados  de 

    suas 

    esposas, 

    não 

    resistiam 

    olhavam-me 

    enviesadamente,  desrespeitando  suas  consortes.  Afe! 

    Homens! Poucos se diferenciavam. Ser gostosa e bonita é 

    muito bom, todavia tem suas impertinências. Ás vezes é 

    complicado  até  para  trabalhar,  pois  cantadas  são 

    constantes,  principalmente  de  líderes.  E  ciúmes  de 

    outras  mulheres  são  freqüentes;  não  se  cuidam, 

    comendo  a  porra  toda  desmesuradamente  e  não  raro 

    criam intrigas por pura inveja do meu corpo bem feito. Já 

    fui  demitida  de  um  emprego  por  não  aceitar  sair  com  o 

    gerente. É foda.  

    Na  academia  eu  malhei  com  vontade;  cada  peso  que  eu 

    levantava no leg press inclinado eu pensava no Mozão me 

    comendo  nessa  posição;  quando  eu  fazia  agachamento 

    eu imaginava o Mozão  ali embaixo com seu  pau  tinindo 

    de  duro  a  me  penetrar.  Comecei  a  ficar  com  tesão.  Eu 

    não  tinha  palavras  para  definir  meu  lindão.  Era  o  cara 

    mais  honesto  do  mundo,  fidelíssimo!  E  isso  não  era  só 

    porque eu era bombada e gata não! Mozão já fora casado 

    antes  de  me  conquistar  definitivamente.  Sua  ex-mulher 

    fora  uma  menina  das  mais  graciosas  do  bairro, 

    entretanto com o passar do tempo relaxou na dieta e nas 

    atividades  físicas,  obtendo  uma  barriga  flácida  e 

    ganhando  proporções  dantescas  nas  ilhargas.  Mesmo 

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