A Itália E O Vaticano

De Claudionor Aparecido Ritondale

Duas viagens para a Itália: uma, em 2011, com a visita a 17 cidades e o Vaticano; outra, em 2014, quando visitamos Roma, Florença, Veneza e Milão. Os relatos de algumas experiências, lugares visitados e dicas estão neste longo roteiro, com passagens bastante detalhadas sobre obras de artes de importantes museus. Vale como roteiro, como sugestão e como preparação para uma viagem incrível à Itália e ao Vaticano. O primeiro volume (de quatro) trata da cidade de Milão, com uma breve menção a Sirmione, em que fizemos uma passagem rápida.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 11 de jun. de 2015

Pré-visualização do livro

A ITÁLIA E O VATICANO QUE

VISITAMOS

VOLUME I: MILÃO

Claudionor Aparecido Ritondale

São Paulo

2016

Sumário

BREVE APRESENTAÇÃO ................................................................................................................ 8

EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA .......................................................................................................... 10

AS REGIÕES ADMINISTRATIVAS DA ITÁLIA .............................................................................. 12

MILÃO, A PRIMEIRA CIDADE E AS PRIMEIRAS EMOÇÕES ..................................................... 20

O Hotel Nhow .............................................................................................................................22

O Castelo Sforzesco .....................................................................................................................34

Breves notícias para uma visita .............................................................................................36

A Fundação Viscôntea............................................................................................................36

O Castelo demolido ................................................................................................................36

O Castelo reconstruído ..........................................................................................................36

A residência senhoril ............................................................................................................. 37

O domínio francês ................................................................................................................. 38

A fortificação espanhola........................................................................................................ 38

A dominação austríaca ...........................................................................................................39

A conquista napoleônica ........................................................................................................39

A restauração austríaca ......................................................................................................... 40

O Castelo restaurado ............................................................................................................. 40

Os eventos do Castelo ............................................................................................................ 41

O Castelo Viscônteo ............................................................................................................... 41

A Senhoria dos Viscontis .......................................................................................................43

O Castelo reconstruído pelos Sforzas.....................................................................................46

A Senhoria dos Sforzas .......................................................................................................... 47

A residência senhoril ............................................................................................................ 50

O Salão de Baile ..................................................................................................................... 51

Os Apartamentos Ducais ....................................................................................................... 51

A Capela ................................................................................................................................. 52

Os últimos trabalhos no Castelo ............................................................................................ 52

O castelo disputado entre franceses e espanhóis ................................................................... 53

A fortaleza estrelada dos espanhóis .................................................................................... 54

A caserna austríaca ................................................................................................................ 55

O Castelo e o Vão Bonaparte ............................................................................................... 56

O Castelo da Restauração e do Ressurgimento ...................................................................... 57

Um Castelo para os milaneses ...............................................................................................58

Informações gerais................................................................................................................ 60

A riqueza das coleções do Castelo Sforzesco ..........................................................................62

Outros pontos importantes de Milão ......................................................................................... 68

Museu Arqueológico Municipal ............................................................................................ 68

Galeria de Arte Moderna ...................................................................................................... 68

Museu de Ciência e Tecnologia Leonardo da Vinci ........................................................... 68

Museu Poldi Pezzoli ...............................................................................................................69

Museu da Internazionale e do Milan ..................................................................................... 76

Palazzo Reale (Palácio Real) .................................................................................................. 77

Villa Reale (Vila Real) ............................................................................................................ 78

Pinacoteca e Biblioteca Ambrosiana ...................................................................................... 78

Torre Branca .......................................................................................................................... 87

Arco da Paz ............................................................................................................................ 87

Pinacoteca de Brera .............................................................................................................. 88

Alguns pontos que visitamos .................................................................................................... 138

O Teatro Alla Scala e o Museu do Teatro ............................................................................. 138

A Galeria Vittorio Emanuele II ............................................................................................ 144

A emoção maior de ver o Duomo ......................................................................................... 148

Santa Maria delle Grazie e a Última Ceia, de Da Vinci .......................................................... 160

O HOTEL AMBASCIATORI ..................................................................................................... 164

Arredores do hotel Ambasciatori ......................................................................................... 165

RESTAURANTE OFFICINA 12 NO NAVIGLIO GRANDE ....................................................... 166

A BASÍLICA DE SÃO LOURENÇO MAIOR (SAN LORENZO MAGGIORE) ........................... 167

Síntese histórica .................................................................................................................... 171

O OBIKÀ DUOMO E UMA VISTA ESPLÊNDIDA .................................................................... 174

O CAFFÈ COVA ........................................................................................................................ 175

Cova na literatura e no cinema ............................................................................................ 177

Os produtos que fazem a fama do Caffè Cova ...................................................................... 178

Dicas para uma melhor conservação do panetone do Caffè Cova........................................ 180

Pandoro ............................................................................................................................... 180

A confeitaria ......................................................................................................................... 182

Bolos e criações personalizadas ........................................................................................ 183

Chocolate e bombons ........................................................................................................... 184

Os gianduiotes ..................................................................................................................... 184

Bombons e geleias................................................................................................................ 185

O cartão postal do Cova ....................................................................................................... 185

Caixas de seda Moiré ........................................................................................................... 186

Miniaturas ........................................................................................................................... 187

Bombons .............................................................................................................................. 188

O Café .................................................................................................................................. 189

O Chá ................................................................................................................................... 190

A Enoteca ............................................................................................................................. 190

O RESTAURANTE SALUMAIO DI MONTENAPOLEONE...................................................... 191

MODA E COMPRAS EM MILÃO.............................................................................................. 193

A ÚLTIMA JOIA: BASÍLICA DE SAN MAURIZIO AL MONASTERO MAGGIORE (SÃO

MAURÍCIO NO MOSTEIRO MAIOR) ...................................................................................... 194

Descrição geral ..................................................................................................................... 197

Recinto dos fiéis ................................................................................................................... 198

Capela da Ressurreição ou Bergamina ................................................................................ 199

Capela de Santo Estéfano ou Carreto................................................................................... 199

Capela de São João Batista ou Carreto ............................................................................... 200

Capela da Deposição ou Bentivoglio ................................................................................... 200

Capela de São Paulo ou Fiorenza ......................................................................................... 201

Capela da Deposição ou Simonetta ...................................................................................... 201

Capela de Santa Catarina de Alexandria .............................................................................. 201

Capela do Ecce Homo ou Bentivoglio ................................................................................. 202

Recinto das monjas ............................................................................................................. 202

Órgão .................................................................................................................................. 206

Restauros ............................................................................................................................ 208

Música e poesia em São Maurício ...................................................................................... 208

Visita à igreja ...................................................................................................................... 208

DE MILÃO A SIRMIONE ............................................................................................................. 209

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BREVE APRESENTAÇÃO

Fazer um livro sobre uma viagem para um único destino não é algo simples, porque,

ainda que haja algum tipo de unanimidade sobre quais pontos visitar, sempre haverá algum tipo

de propósito absolutamente individual para que alguém conheça algum pequeno recanto que

outra pessoa não visitaria.

Está longe do objetivo destes quatro volumes que tratam de duas viagens à Itália (uma

delas incluiu o Vaticano), justamente devido a essas questões individuais, ser um amplo roteiro

para toda e qualquer pretensão de viagem à Itália.

Se houver interesse em algum recanto que não está aqui descrito, não cremos,

entretanto, que os volumes em si serão dispensáveis. O que neles é apresentado é uma série de

lugares segundo o ponto de vista de quem empreendeu a viagem, que pode coincidir com o de

muitos guias e muitos turistas.

Quem se dispuser a conhecê-los e utilizá-los vai poder desfrutar de algumas situações

que não devem se alterar em alguns anos e poderá conhecer pontos que certamente vão encantá-

lo.

Sejam bem-vindos ao roteiro e divirtam-se!

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EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA

Não julgamos possível resumir a impressão de um país, a não ser sob uma forma

preconceituosa. As aventuras que a alma humana pode desvendar numa visita a qualquer lugar do

mundo podem revelar-se um universo tão variado que é impossível fixar um conceito ou uma

definição sobre um lugar. Os próprios habitantes terão impressões diversas sobre seu país. A Itália

sempre foi a terra de parte de nossos antepassados. Eles resolveram um dia que deveriam deixá-la

para conseguir o que julgavam ser um futuro melhor. Acho que, de alguma forma, eles

conseguiram seu objetivo porque conseguiram formar um patrimônio e criaram vários filhos, que,

por sua vez, puderam ter seus filhos, que a essa altura já também tem seus filhos, talvez até netos.

Não tivemos a expectativa de conhecer aquilo que alguns chamariam de nossas raízes

(ou uma parte delas), então não fomos às pequenas cidades de onde partiram alguns que foram

nossos antepassados para o Brasil, os italianos de nossas famílias que nunca se nacionalizaram.

Pode até ser que ainda queiramos buscar o que muitos descendentes fizeram: visitar a terra dos

antepassados, hoje obviamente cidades muito mais modernas e talvez sem nenhuma lembrança de

quem foram aquelas pessoas. Os registros históricos certamente estarão lá, porque, do contrário,

ninguém obteria os papeis para um eventual processo de dupla cidadania. Isso de voltar a uma

terra da qual só ouvimos falar e que eventualmente teria algo com nossa origem pode ser,

entretanto, apenas uma consideração narcísica que quisemos afastar, ao menos por enquanto, já

que o objetivo do livro era servir a várias pessoas, em seus objetivos mais próximos aos nossos,

que era o de conhecer cidades mais pitorescas e – digamos – universais. Se houver coincidência

com alguma cidade dos antepassados – nossos ou de quem quer que seja –, será apenas uma

coincidência. Se ela será feliz ou não, depende da interpretação de cada um. Nós nos reservamos o

direito de não revelar se houve a coincidência para nós ou não.

Não temos nada contra quem queira ver a terra de seus antepassados, daí o roteiro

poderá incluir isso por conta da própria pessoa, o que pode dificultar a total universalidade do

livro, ou aproximá-lo ao menos um pouquinho de algo mais particular.

Deixando de lá algo tão arqueológico, iniciamos pelo jeito de como fomos até lá.

Partimos da cidade de São Paulo, a capital do Estado de São Paulo, no Brasil. Nossa primeira

viagem iniciou-se em 1º. de julho de 2011. Retornamos ao Brasil em 16 de julho de 2011. Como o

aeroporto internacional do Estado não fica na cidade de São Paulo, saímos de Guarulhos, que é

onde ele está. Tivemos que nos deslocar até lá. Optamos por carro particular e conseguimos um

serviço de estacionamento que aceitasse a opção do Sem parar, que facilita o pagamento para a

fatura mensal que viria em data posterior – ou seja, não precisamos desembolsar nada na entrada

nem na saída do estacionamento. Depois de um tempo estacionado, o carro pode receber a ajuda

de um mecânico se não responder à partida rápida (por algum problema, por exemplo, com a

bateria, devido ao período sem funcionamento do carro) e até receber uma rápida ducha para

retirar a poeira e a sujeira da exposição ao tempo. Isso é bom e já está incluso no preço final. O

estacionamento fica nas imediações do aeroporto e tem serviço de traslado. Eles não cuidam da

bagagem no desembarque, mas isso não foi problema.

A companhia que nos serviu de avião foi a KLM, holandesa. Por isso, fomos com escala

em Amsterdam, com um dos bons free shops de aeroporto do mundo.

A primeira parada na Itália foi em Milão (Milano, em italiano). O hotel foi N How, que

fica afastado do centro da cidade e tem uma decoração bem contemporânea. Fomos por uma

companhia que é especializada em excursões pela Itália, a Polvani Turismo. Eles escolheram os

hotéis.

Depois de Milano, fomos à cidade de Sirmione, de passagem. A seguir, a cidade dos

amantes famosos da história de Shakespeare, Romeu e Julieta, que é a cidade de Verona, também

em rápida passagem.

Depois de Verona, a cidade maravilhosa e com urbanismo único, que é Veneza (Venezia,

em italiano). De Venezia, fomos de passagem para a Igreja de Santo Antonio, na cidade de Pádua

(Padova, em italiano). De Padova fomos para Firenze (Florença, em português).

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Vimos, na região da Toscana, onde está Firenze, a cidade medieval de San Gimignano e

a belíssima Siena. De Siena fomos de passagem pela cidade de Perugia, que é tipicamente uma

cidade de universitários.

De Perugia, fomos à mística região da Úmbria, onde conhecemos em passagem rápida a

Basílica de São Francisco (San Francesco) em Assisi (Assis), onde vimos as obras de Giotto e

Cimabue.

De Assis, fomos para Nápoles (Napoli, em italiano), onde ficamos praticamente uma

única noite. De Napoli fomos para Cápri, a maravilhosa ilha, onde vimos uma gruta muito bonita,

além da cidade agregada a Cápri, que é Anacápri. Depois ficamos num hotel maravilhoso em

Sorrento, terra belíssima. De Sorrento, fomos à famosa Costa Amalfitana, com vistas panorâmicas

de Positano e Praiano, duas cidadelas lindas. Visitamos rapidamente Amálfi, depois regressamos a

Sorrento. Depois de Sorrento, a cidade que foi tragada pela erupção do vulcão do Monte Vesúvio, a

conhecidíssima Pompeia (Pompea). E, por último, a cidade eterna, Roma, e o Vaticano.

A segunda viagem foi por nós feita em 2014. Visitamos as quatro principais cidades

turísticas da Itália – Roma, Florença, Veneza e Milão. Como não tivemos tempo de ver muito do

que nos interessava nessas quatro cidades, houvemos por bem retornar a elas e esmiuçá-las

melhor. Não conseguimos esgotar ainda nossos interesses, razão pela qual pretendemos retornar a

elas – também com a intenção de rever alguns lugares incríveis.

Muitas das fotos destes volumes foram tiradas por Luciana de Oliveira França

Ritondale, outras são da internet e de livros-guias turísticos. Há uma ou outra foto que foram

tiradas por outras pessoas durante as viagens. Os textos basearam-se em livros e portais da

internet que revelam um pouco de cada cidade. A organização deles e a redação de textos originais

é de Claudionor Aparecido Ritondale.

Orientamos os quatro volumes de nossas viagens pelas quatro principais cidades que

visitamos na segunda viagem, mas enxertamos passagens das outras 13 e do Vaticano por onde

estivemos, ainda que brevemente, na primeira viagem. Nos quatro volumes, portanto,

apresentaremos algumas impressões de 18 lugares que visitamos.

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AS REGIÕES ADMINISTRATIVAS DA ITÁLIA

Excursões podem ter algo de positivo, especialmente se não se faz um roteiro com

alguma antecedência razoável. Um aspecto negativo é haver algum tipo de programação que não

seja depois vista como pelo menos razoável.

Fomos recebidos no aeroporto de Malpensa, que é distante da cidade de Milão, talvez

numa semelhança que haja entre Guarulhos e São Paulo. Não é difícil ver que em grandes cidades

os aeroportos ficam um bocado distantes de seus centros, isso é funcional.

Fomos recebidos praticamente logo depois de retirarmos as malas. A guia falava um

português com forte sotaque italiano e com impregnação de algumas palavras mal traduzidas – na

realidade, o italiano dela era algo que predominava sobre seu português. Muito simpática, já

tratou de nos levar ao ônibus, apresentar-nos o motorista e falar de maneira rápida sobre o que

teríamos pela frente. Éramos 13 pessoas, às quais mais adiante se juntariam mais duas.

Chegamos rapidamente a Milão, ao Hotel NHow. Milão era em 2010 a segunda cidade

mais populosa da Itália. Quando lá estivemos, em 2011, essa posição se mantinha. Quem, no

entanto, vive em São Paulo acha-a acolhedora, com seus 1.310.000 habitantes, apenas, perto dos

quase 18 milhões de São Paulo.

O hotel NHow fica na Via Tortona, 35. Não é no centro da cidade, mas numa área mais

deslocada. Um taxista que nos conduziu num determinado dia achava o hotel um tanto estranho.

Milão fica na Lombardia, região ao norte da Itália. Por ser rica e ter uma história de buscar

independência, essa região é vista pelos italianos mais pobres do Sul com certa desconfiança, por

considerarem os do Sul como arrogantes os milaneses. Há muitas intrigas regionais, aquilo que

consideramos no Brasil como bairrismos, talvez a razão pela qual a Itália nunca tenha realmente

sido unida, mesmo após a unificação há 151 anos (oficialmente, em 17 de março de 1861). E talvez

ainda a razão por que ainda persistem quase 1.000 dialetos falados em uma península não tão

grande como é o país.

A divisão regional da Itália, apenas para localizarmos inicialmente Milão é a seguinte:

são 20 regiões, que se distribuem conforme o mapa abaixo.

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Figura 1: Mapa da Itália por regiões e principais cidades.

A administração local é caracterizada pelo Regionalismo, ou seja constituída por

organismos públicos chamados organismos territoriais: a Região, a Província e a Municipalidade

(ou