Amplie: Como comunicar a Palavra de Deus a cristãos e não cristãos a partir da mesma mensagem
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Amplie - Hélder Favarin
Ficha catalográfica elaborada por: Tatiana Santana Matias - CRB-08/8303
232.2 Favarin, Hélder.
F275a Amplie: como comunicar a Palavra de Deus a cristãos e não cristãos a partir da mesma mensagem / Hélder Favarin. – São Paulo: Senáculo, 2022.
Epub: 1.011KB
ISBN: 978-65-993075-46
1. Cristianismo. 2. Bíblia. 3. Pregação. 4. Mensagem. 5. Comunicação.
I. Título. II. Editora Senáculo.
Editor
Heber de Oliveira
Tradução
Julia Marques
Revisão gramatical
Script Assessoria
Capa
Heber de Oliveira
Diagramação e Produção de ebook
Catia Soderi
Revisão de prova
Julya Taís de Oliveira Pereira
Impressão e acabamento
Psi7
Copyright © Hélder Favarin
Título original: Amplía: predicar a cristianos y no cristianos en España desde un mismo sermón / edição publicada pela Andamio editorial, 2021 (Barcelona, Espanha).
Publicado com a devida autorização e com todos os direitos em língua portuguesa
reservados para a Editora Senáculo.
Os textos das referências bíblicas foram extraídos
da Nova Versão Internacional (Bíblia online), salvo indicação específica.
Proibida a reprodução por quaisquer meios
(mecânicos, eletrônicos, xerográficos, fotográficos, gravação, estocagem em banco de dados etc),
a não ser em citações breves com indicação de fonte.
1ª edição: 2022
Ao meu Senhor Jesus Cristo,
a quem tenho a imerecida honra
de conhecer e pregar a respeito.
À minha amada esposa Ana
e aos nossos quatro presentes:
Matteo, Raffaello, Valentina e Pietro.
Aos meus queridos pais,
Valderez e Francisco.
Sumário
Agradecimentos
Prefácio
Apresentação
Introdução:
construindo quatro pontes em nossas mensagens
Quatro divisões na pregação
evangélica dominical
Um paradigma ampliado
da pregação congregacional
Capítulo 1
Amplie o público:
comunique a cristãos e não-cristãos
1 Coríntios 14.23-25
A ausência de referência à pregação
nos cultos da Igreja no Novo Testamento
Capítulo 2
Amplie a hermenêutica:
comunique tanto a Bíblia quanto a Cristo
Lucas 24.13-47
Colossenses 1.28
Capítulo 3
Amplie o uso da apologética:
comunique em defesa da fé
Atos 17.22-31
O contexto do sermão de Paulo no Areópago
O conteúdo do sermão de Paulo no Areópago
Capítulo 4
Amplie a contextualização:
comunique de forma contextualizada
A importância da contextualização
O contexto religioso
e a secularização na Europa
Recomendações práticas para a contextualização da mensagem
Vocabulário compreensível
Camadas adicionais
do pano de fundo e do contexto
Introdução atraente para cristãos
e não-cristãos
Reconhecimento da presença de não cristãos
Comunicação indutiva da autoridade bíblica
Uso de autoridades culturais influentes
Apêndice
Amostra de mensagem 1
A extraordinária revelação de Deus
(Gênesis 14.18-20)
Amostra de mensagem 2
Surpreendidos: Indícios de Deus na natureza
(Atos 14.15-17)
Amostra de mensagem 3
E verão seu rosto
(Apocalipse 22.4)
Bibliografia
Agradecimentos
Quero agradecer pelo incrível apoio e grande amor de minha família. Minha esposa, Ana, tem sido, como sempre, minha melhor amiga, companheira e animadora neste caminho. Graças a seu sacrifício em assumir mais responsabilidades, pude ter mais tempo para me dedicar a este projeto. Nossos filhos, ainda que pequenos, me apoiaram mais do que imaginam em todas as inevitáveis ausências para que eu pudesse me concentrar na investigação e na redação deste livro.
Agradeço por todo o apoio dos meus pais, Francisco e Valderez, os quais com seus ensinamentos e exemplos nos inspiram a voar mais alto e a lembrar que devemos servir a Deus e aos demais sempre com excelência e humildade.
Quero expressar os meus sinceros agradecimentos ao Dr. Don Sunukjian, meu orientador no doutorado em pregação, cuja dissertação gerou este livro. Foi uma honra aprender tanto com ele e crescer com suas inúmeras críticas construtivas.
Estou profundamente agradecido pelo enorme apoio recebido da igreja C29 Granada, na Espanha. Sua amizade, visão e os tempos sabáticos que me concederam foram fundamentais para esta jornada.
Agradeço a Andrés Reid, Jaime Memory e Andy Wickham por suas valiosas revisões ao conteúdo deste livro. Graças a eles este projeto tornou-se melhor. Estimo sua amizade e admiro seus corações e ministérios.
Especialmente a Deus, a minha mais profunda gratidão. Cooperar em Sua Missão é uma graça indescritível.
Soli Deo Gloria.
Prefácio
Recebi, com grande alegria, o convite para prefaciar esta robusta obra, AMPLIE, da lavra do amado servo de Cristo, Hélder Favarin. Trata-se de um homem estudioso, piedoso, cheio da graça, habilitado a tratar do assunto e desafiar nosso coração. Este livro é o fruto de sua tese de doutorado acerca de um dos mais relevantes temas na atualidade, ou seja, como comunicar a Palavra de Deus a cristãos e não cristãos a partir da mesma mensagem.
A obra obedece ao rigor acadêmico sem perder a leveza da abordagem devocional. O autor, com perícia invulgar, compulsa as grandes obras sobre pregação do passado e traz à lume o que dizem os grandes corifeus da temática do presente. Portanto, o autor nos toma pela mão e caminha conosco pelo corredor do tempo, lançando luz sobre esse assunto tão fascinante.
A igreja cristã precisa urgentemente de um reavivamento nos púlpitos. Precisamos voltar à supremacia da Palavra e à primazia da pregação. Faço coro com o que diz Martyn Lloyd-Jones, quando diz que a pregação é lógica em fogo, que brota de um homem que está em chamas. O grande avivalista John Wesley dizia aos seus alunos: Coloquem fogo em seu sermão, ou coloquem o seu sermão no fogo
. Quando perguntaram a Dwight L. Moody como poderiam começar uma busca de avivamento na igreja, ele respondeu: Acendam uma fogueira no púlpito
. Estou convencido de que se o pregador for um graveto seco a pegar fogo, até lenha verde começará a arder.
Hélder, nesta obra primorosa, nos brinda com este alentado trabalho acadêmico, oferecendo-nos muitos insights, abrindo-nos avenidas iluminadas de conhecimento sobre a importância da pregação, a primazia da pregação e as formas mais adequadas de se pregar. Trata com diáfana clareza a realidade de que um sermão bíblico, ao mesmo tempo que edifica a igreja, evangeliza os inconversos. A Palavra de Deus tem vida em si mesma e sempre que é exposta com zelo, fidelidade e poder, tem em si a promessa de que não voltará vazia.
A leitura deste livro é mais do que uma boa oportunidade para crescer na área da pregação; é, também, um imperativo para aqueles que desejam crescer na arte de proclamar o Evangelho com fervor e zelo, conhecimento e graça, vigor e poder.
Leia com atenção esta obra. Medite e coloque em prática os princípios aqui exarados. Amplie seu entendimento. Estique os músculos de sua alma. Esta obra não é o fim da linha, mas o começo de uma jornada que pode ser percorrida por todos nós. Avante, com Cristo e por Cristo, levando o Evangelho até aos confins da terra!
Boa leitura!
Hernandes Dias Lopes
Apresentação
Imagino que se você está lendo este livro significa que ama a Deus, sua Palavra e sua Igreja. Estou convencido de que alguns de vocês conhecem a Deus melhor do que eu, bem como à sua Palavra e sua Igreja. Por este motivo, estou grato e me sinto honrado em que você tenha decidido percorrer estas páginas comigo, com objetivo de ser um comunicador do Evangelho mais frutífero em nossos tempos. Francisco Mira pontua, com razão, que nosso mundo e sociedade necessitam desesperadamente escutar a Palavra de Deus exposta fielmente e de forma relevante
¹.
Primeiramente, este livro é o resultado da minha tese de doutorado sobre pregação. Naturalmente, isto foi afetado pela minha experiência como evangelista, pastor e missionário na Espanha. Eu, sinceramente, desejei (e vejo como uma responsabilidade) que estes vários anos de pesquisa de doutorado resultassem em uma humilde contribuição para a Igreja e que transcendesse o meu desenvolvimento pessoal como um pregador/comunicador do Evangelho. A nível local, gostaria que tais estudos contribuíssem com o nosso ministério de pregação na C29 Granada, essa amada igreja local que, junto com outros queridos amigos, Ana e eu tivemos o privilégio de plantar.
Deus continua levantando uma nova geração de comunicadores da Palavra ao redor do mundo – pessoas apaixonadas pela pregação bíblica e contextualizada. Temos o privilégio de servir a alguns deles por meio da RedTimoteo, um programa para jovens evangelistas na Espanha que criamos em 2014. Espero que este livro seja útil para eles e também para outros jovens pregadores nos seminários, igrejas, programas ou de
forma autodidata.
Tenho a esperança, pela qual também oro, de que Deus utilize estas páginas para ampliar nossa visão sobre a pregação semanal e que mais descrentes conheçam ao Senhor por meio dos nossos sermões; e que, ao mesmo tempo, nós, cristãos, nos tornemos mais parecidos com Jesus.
O Mestre disse: Vamos a outros lugares, aos povoados vizinhos, a fim de que eu pregue também ali, pois foi para isso que eu vim
(Mc 1.28). Que mistério e que privilégio o Senhor nos enviar, hoje, para cumprir a mesma missão no mundo.
Coram Deo².
Hélder Favarin
Introdução:
construindo
quatro pontes
em nossas mensagens
Muitos de nós oramos, pedindo para que Deus levante uma geração de evangelistas expositivos; pregadores que exponham a Bíblia em termos missionais; pregadores com o coração transbordante de amor pelos pecadores; pregadores que não rejeitam a exposição bíblica quando querem se relacionar com a sua cultura; pregadores que não exponham a Bíblia sem ter a consciência das pessoas que o rodeiam e que não fazem parte da igreja.
(Zack Eswine)
³
Há pouco mais de 20 anos sinto a necessidade, a responsabilidade e o privilégio de pregar a Palavra de Deus. A cada oportunidade de fazê-lo meu coração acelera, minhas mãos suam, minha mente se concentra e a adrenalina é liberada. Frequentemente experimento a combinação paradoxal do quase incontrolável desejo de pregar e uma apática indiferença que vai surgindo e tenta me dominar minutos antes de agir (e que desaparece quando começo a falar). Com o tempo, creio ter discernido que essa última sensação faz parte dos efeitos da batalha espiritual que os pregadores experimentam. Acontece algo parecido com você?
Há, no entanto, uma situação que percebo que intensifica a maioria desses fenômenos em mim, embora seja algo que muitos de nós, pregadores, desejamos vivenciar todas as semanas: a presença de não-cristãos na reunião. Existe uma maneira de descrever o privilégio de comunicar a Palavra de Deus a pessoas que poderão nascer de novo e ser eternamente transformadas graças ao que ouviram de Deus através de sua boca?
Ainda que seja sempre conveniente evitar as generalizações, acredito que é justo dizer que as nossas pregações nos cultos, reuniões, celebrações, serviços (ou como quer que sua igreja denomine os encontros semanais) estão voltadas, sobretudo, para os cristãos. Nossos sermões semanais não parecem comunicar adequadamente aos não-cristãos⁴ que podem estar presentes na reunião ou escutando a pregação pela internet. Sejamos sinceros: há muitos cristãos que não se sentem motivados a convidar descrentes para ouvir a pregação do domingo em nossas congregações locais. E se algum descrente assistir o culto, é possível que ouça uma mensagem que lhe soe estranho ou não? Jaume Llenas afirma:
Uma das suposições que mais afetam as nossas pregações é de se dar por certo que pregamos a cristãos e que as mensagens estão destinadas a um público de convertidos. A partir daí temos mensagens de edificação e mensagens de evangelização, com uma clara distinção de temas e linguagem. Temos mensagens evangelísticas, onde apresentamos as bases do evangelho e outras mensagens, a maioria, onde o propósito é incentivar um maior zelo entre os crentes.⁵
Como bem apontou Jaume, muitos de nós adotamos esse paradigma habitual entre os evangélicos que dizem que a pregação dos nossos cultos deveria ser focada na edificação dos cristãos, enquanto a pregação aos descrentes deveria estar presente em iniciativas evangelísticas como eventos especiais, campanhas e até mesmo cultos evangelísticos. Sob tal perspectiva, os cultos semanais são oportunidades para se pregar, exclusivamente, para cristãos. Na verdade, a maior parte da literatura homilética fomenta este paradigma. Por exemplo, o homilético Abraham Kuruvilla afirma: A pregação é um evento onde se expõe a mensagem concreta de uma passagem específica (e a exigência divina nela), fazendo com que afete a vida dos filhos de Deus, a fim de transformá-los para a glória de Deus
⁶.
O hábito de pregar exclusivamente para os cristãos nas reuniões de domingo é percebido na maneira como criamos nossos sermões, em seu conteúdo e na linguagem que utilizamos.
A maioria de nós, os pregadores, não costumamos elaborar nossos sermões tendo em mente os descrentes. Enquanto estudamos e preparamos nossos sermões para os cultos, poucos levantam questões como: Os descrentes entenderão estas afirmações?
; De que maneira eles poderiam refutar esta verdade?
; Será que isto exige um argumento apologético?
; Quais ‘ídolos’ culturais eu deveria trazer à luz e falar sobre eles quando estiver expondo a verdade bíblica?
; Como devo introduzir meu tema para captar a atenção de todos, incluindo os ouvintes que nunca escutaram um sermão ou que talvez não estejam interessados no ensinamento bíblico?
; Quais terminologias ou ensinos bíblicos/evangélicos precisarão de uma explicação, definição ou contextualização para que todos os presentes entendam o que pretendo comunicar?
. Parece que estamos muito mais inclinados a deixar que sejam os membros das nossas igrejas (os cristãos em geral) que influenciem na preparação das nossas mensagens. Não é verdade?
Geralmente, o conteúdo que expomos também é destinado apenas aos cristãos. Esperamos que os ouvintes possuam um certo grau de conhecimento bíblico e uma certa base que torne a mensagem compreensível. Nosso ponto de partida tende a ser aquele em que se encontram os cristãos, e não aquele no qual os não-cristãos de nossa cultura poderiam estar. Isto inclui seu desconhecimento da Bíblia, seu grau de interesse, sua predisposição para obedecer aos mandamentos bíblicos, suas necessidades, perguntas, experiências de vida e seus conceitos religiosos equivocados.
Nosso costume de pregar apenas para os cristãos presentes nas reuniões das igrejas se percebe também na linguagem que frequentemente utilizamos. A maioria das pessoas que não estão na igreja não sabem o que significa Antigo e Novo Testamento; quem foi Abraão ou Moisés; o que queremos dizer com profetas
e apóstolos
; o que pretendemos com esperamos que se junte a este corpo
ou por que chamamos uns aos outros de irmãos
e irmãs
. É muito comum que usemos em nossas pregações essas terminologias sem traduzir, explicar ou descrever o que queremos dizer. Para algumas pessoas do nosso público, que não estão inseridas em um contexto eclesial, parece que estamos falando outro idioma. Por vezes, isto pode fazer com que se sintam excluídos ou que vivenciem a mensagem apenas como observadores externos. Jaume Llenas recorda sua própria experiência:
"Recordo, perfeitamente, meu espanto quando entrei em uma igreja evangélica pela primeira vez: a letra dos hinos e certas expressões me causavam uma profunda estranheza e desconforto. O choque não era apenas espiritual, era cultural. O que se fazia e dizia era de várias décadas passadas e de um contexto