Discipulado – O Caminho da Cruz

De Elias Vasconcelos

A igreja de nossos dias poderia pensar mais sobre o que significa o caminho do discipulado e suas implicações, pois os mesmos trazem a herança de princípios espirituais, que resultam em princípios práticos e éticos, que há dois mil anos, permitiram aos primeiros irmãos: semearem neste mundo o Evangelho; construírem uma comunhão fraternal de fiéis e serem parte de um novo Reino sobre a terra, totalmente diferente daqueles que existiam em seus dias. E, tudo isso sem poder político,dinheiro, poder militar, academias de teologia e filosofia ou monopólio de meios de comunicação; antes somente por andarem no caminho da cruz, o estreito caminho que leva à vida (Mt 7:14).



O discípulo precisa ser exatamente como seu Mestre é. Sem adaptações,sem manifestar opinião pessoal, sem adequações, sem modernização. Quanto mais o discípulo se parece com seu Mestre, mais ele se torna discípulo. Em "Discipulado o Caminho da Cruz", somos levados a considerar nossos métodos e conceitos. E observar que, muitas vezes, queremos produzir um padrão conforme nossos interesses ou regras estabelecidas a partir dos nossos valores resultantes de tradição, religiosidade ou mesmo interpretação. Pior ainda quando há manipulação do ensino por interesses diversos.



Heber Ribeiro de Souza

• Idioma: Português
• Editora: Editora Letras
• Data de lançamento: 23 de mai. de 2019
• ISBN: 9788566209310

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Cristo.

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O QUE NÃO É DISCIPULADO

Antes de explicar como a Bíblia Sagrada caracteriza o discipulado, é interessante olhar como esta categoria bíblica tem sido entendida e distorcida pelos homens através de uma compreensão meramente racional e contemporânea.

Seis e meia dúzia ou door e porta são a mesma coisa. Sinônimos e palavras estrangeiras, que possuem o mesmo significado, existem devido ao enriquecimento linguístico do ser humano. Porém, há outras palavras, cujos significados foram modificados com o passar do tempo. Por exemplo, alqueire, uma palavra árabe, que originalmente referia-se a uma bolsa presa ao lombo dos animais de carga que carregavam grãos, hoje é conhecida como uma capacidade de medida de área. Outra palavra é favorito, que vem do latim favere e significa auxiliar, proteger, alimentar, e que com o passar dos tempos veio a significar aquele que é mais querido, preferido. Mas não se deve nunca confundir o discipulado verdadeiramente bíblico, evangélico e cristocêntrico com o que foi convencionado chamar de discipulado. É necessário não deixar que algumas palavras percam seu significado original, pois, por certo, os novos significados fariam com que o sentido original e verdadeiro destas palavras fosse perdido, trazendo um terrível prejuízo para as pessoas.

Algumas destas convenções a que muitos atribuíram chamar de discipulado são:

• Frequentar a classe de Discipulado ou catecúmenos na Escola Bíblica Dominical. Por que isso não é discipulado? Porque geralmente essas classes, em sua grade programática, apresentam mais conteúdos de caráter teóricos e teológicos do que comportamentais. Suas aulas são trabalhadas de maneira coletiva, massificada, impessoal; com metodologias didáticas baseadas em teorias psicológicas; não trabalham de maneira individual, particular, pessoal e não buscam comunhão com a pessoa de Jesus. Contudo, não significa que o estudo teórico tenha pouca importância na caminhada cristã, mas quando não está associado ao verdadeiro discipulado de Jesus, exposto nas páginas do Novo Testamento, é algo que descaracteriza por completo o ensino sobre o discipulado.

• Realizar leituras de livros da categoria Discipulado. Isso não é discipulado. Como veremos adiante, o discipulado não é algo meramente abstrato ou que nasce de informações contidas em livros. Na verdade, há inúmeros títulos nesta categoria, onde o discipulado é apresentado a partir das convenções mencionadas neste tópico. O único livro onde se encontra orientações sobre o discipulado, objeto de reflexão deste pequeno estudo, é na Bíblia