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Teologia Sistemática Interdenominacional
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E-book1.162 páginas15 horas

Teologia Sistemática Interdenominacional

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Sobre este e-book

Versão de 26/abr/2024 (segunda edição). Atualizações deste livro estão no blog.
A "Teologia Sistemática Interdenominacional" é uma teologia sistemática (que substituiu a antiga "Confissão de Fé Cristã Interdenominacional"), que aborda doutrinas bíblicas como a doutrina da Bíblia, de Deus, de Cristo, do Espírito Santo, do Homem, do Pecado, da Salvação, da Igreja, dos Anjos, da Criação e das Últimas Coisas, além de fornecer uma nova contribuição ao debate calvinismo (TULIP) versus arminianismo (FACTS), chamada PRIDED, e um novo modelo acerca da relação da liberdade humana versus soberania divina. Além disso, além da doutrina da salvação, que é o centro do livro, destaca-se a Escatologia, na qual exalta-se o Reino de Cristo sobre tudo e sobre todos. Esta obra também faz uma ponte entre a reforma protestante e o pentecostalismo em muitas de suas doutrinas. Este livro é interdenominacional, destinado aos cristãos de qualquer linha teológica e de qualquer denominação, com uma teologia formada sobre os ombros de muitos teólogos, pastores e professores do mundo, especialmente os teólogos reformados e pós-reforma como Lutero, Calvino, Armínio e Wesley. É uma teologia sistemática como você nunca viu, fruto de mais de dez anos de pesquisa, leitura da Bíblia, oração e meditação.
Dentro deste livro, unidos a ele, estão 18 outros ebooks meus.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento4 de out. de 2023
ISBN9798215711057
Teologia Sistemática Interdenominacional
Autor

Roberto Fiedler Rossi

Sou um teólogo cristão protestante / I am a Protestant Christian theologian. For more details of my biography, see the appendix "Hard Conversion of Roberto Rossi" in my book "Teologia Sistemática Interdenominacional" in Portuguese. Para mais detalhes da minha biografia, veja o apêndice chamado de "Dura Conversão de Roberto Rossi" na minha Teologia Sistemática Interdenominacional.

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    Teologia Sistemática Interdenominacional - Roberto Fiedler Rossi

    DEDICATÓRIA

    Esta teologia sistemática dedico a Deus.

    Ao meu Pai, o Senhor Deus, pois me criou, sustentou, guardou, elegeu, e me levou ao Filho pela Palavra.

    Ao Filho, Deus Filho, Jesus Cristo, meu Senhor, pois me salvou pelo seu sacrifício em nosso lugar, pela graça, e se mostrou a mim.

    Ao Espírito Santo, o Consolador, que abre a minha mente e me mostra aquilo que ao homem não é dado ver, cuja presença viva sinto pulsando no meu coração, que enxugou muitas lágrimas minhas, que produz em nós o amor verdadeiro, que me iluminou para compreender a Bíblia, e me fez nascer de novo.

    AGRADECIMENTOS

    Agradeço à minha esposa, Suzi Ariel, e a meu filho, João Marcos, pela felicidade e completude que me proporcionam em todas as áreas da vida.

    Agradeço também ao bispo Reginaldo Campos Gomes da Igreja Comunidade Batista Plena, em Parnaíba – Piauí, por ter lido minha obra anterior, Confissão de Fé Cristã Interdenominacional, e me recompensado com grande alegria e valiosos aconselhamentos vindos da parte de Deus.

    PREFÁCIO

    Confesso ter ficado surpreso ao receber o convite do meu tão aplicado e estimado aluno de Hebraico Bíblico, Roberto Rossi, para escrever o prefácio da nova edição de sua Teologia Sistemática Interdenominacional, que o leitor agora tem em mãos. Surpreendi-me, sobretudo, com o fato de ele desejar que um batista reformado e confessional como eu prefaciasse uma obra que, em alguns pontos, fazia duras críticas ao calvinismo. Ainda não sei, confesso, o que levou o autor a me pedir que fizesse o preâmbulo de sua obra, mas estou sinceramente feliz por ter tido a oportunidade de fazê-lo.

    Não é preciso endossar integralmente um escrito para prefaciá-lo. D. A. Carson, um de meus autores favoritos, recebeu a incumbência de fazer o prólogo de um dos muitos livros de outro dos meus teólogos favoritos, Vern Poythress. O livro prefaciado por Carson, Interpreting Eden: a guide to faithfully reading and understanding Genesis 1–3, possuía pontos que não estavam em harmonia com o seu entendimento da Escritura. Ao final do prefácio, ele proferiu as seguintes palavras, das quais eu agora me aproprio: ... livros que eu recomendo por concordar com eles têm sua própria utilidade fácil; livros que eu recomendo por lutarem, de forma altamente informada e estimulante, com textos bíblicos, quer eu concorde com eles ou não, são ainda mais úteis.

    O livro de Roberto Rossi se encaixa na segunda categoria que Carson descreve. Trata-se de uma obra que, apesar de eu não endossar integralmente, lida com a Bíblia com seriedade e competência. As opiniões do autor – em especial, aquelas de que eu discordo – são bem articuladas e apresentadas de forma instigante e convincente. Portanto, recomendo efusivamente a leitura deste livro, não porque eu o considere uma apresentação perfeita das doutrinas cristãs (sobretudo, no que diz respeito à chamada soteriologia, a seção mais importante e detalhada da obra), mas porque o autor defende, com habilidade e erudição, os pontos de vista que ele sustenta.

    A solidez e robustez das opiniões que mantemos são verdadeiramente testadas quando as nossas posições sofrem fortes ataques e, mesmo assim, permanecem em pé. Quanto mais poderoso for o cerco que assediar a cidadela de nossas crenças, mais robustas e rijas precisarão ser as muralhas que as cercam. Ataques poderosos nos demonstram as brechas dos muros de nossa cidade e os pontos em que eles precisam de reparo. A Teologia Sistemática Interdenominacional é, por certo, um desafio enérgico e vigoroso tanto à ordo salutis calvinista quanto à arminiana. Se você, então, quer testar a pujança do sistema soteriológico do qual é adepto, não deixe de ler, com atenção, a presente obra. Nada melhor que uma confrontação de qualidade para testarmos as nossas crenças e comprometimentos. Ferro afia ferro, como nos ensinou Salomão.

    O leitor afeiçoado a dogmáticas e credos perceberá que Roberto Rossi defende certas opiniões que lhe são bastante peculiares e que não serão encontradas em outros autores. Mais uma vez, chamo a atenção do leitor para o coração do livro, isto é, a seção concernente à doutrina da salvação. Não há, pelo que sei, outro autor que mantenha o mesmo sistema que Roberto Rossi, o qual, nitidamente, esforçou-se para colher os acertos, segundo sua própria concepção, de cada um dos principais sistemas soteriológicos da ortodoxia evangélica. Ele não se comprometeu de antemão com nenhum sistema fechado, mas se propôs a avaliá-los à luz de seu entendimento das Escrituras. Esse é o motivo, talvez, por que ele optou pelo uso do adjetivo interdenominacional no título do livro. Caberá ao leitor julgar se o resultado das emendas feitas pelo autor foi satisfatório e coerente. O que me cabe, porém, é ressaltar que, a despeito do julgamento que o leitor proferir quanto à soteriologia rossiana, o trabalho do escritor foi minucioso e engenhoso. Não se pode, de forma alguma, acusar o autor de ficar em cima do muro, pois o que ele deseja é ser fiel ao ensino bíblico, o qual se acha, na concepção dele, pulverizado entre as opiniões de diversos ramos da cristandade.

    Não quero, contudo, que o prezado leitor imagine que não concordo com tópico algum da obra. Tal opinião estaria tão longe da verdade quanto a Terra, do Sol. Os pontos de concordância são muito mais abundantes do que os de divergência. Em especial, destaco a seção de escatologia da obra, na qual o autor faz uma habilidosa defesa do amilenismo e, surpreendentemente, do preterismo parcial. Dada a popularidade esmagadora do pré-milenismo dispensacionalista entre os evangélicos brasileiros, assim como do método futurista de interpretação das profecias bíblicas, o raro encontro com amilenistas é sempre uma feliz coincidência. Mais incomum ainda é que se encontrem preteristas. Eu, como Roberto Rossi, sou amilenista preterista e, também como ele, muito aprendi com Jay Adams, cuja escatologia, finalmente, é apresentada ao público brasileiro de maneira concisa, direta e franca. Arrisco-me a dizer que o leitor será mais beneficiado com a leitura da seção de escatologia da presente obra do que com a leitura das obras de muitos dos maiores, mais influentes e mais populares dogmáticos.

    Por fim, reitero que a Teologia Sistemática Interdenominacional é um livro cuja leitura muito favorecerá e beneficiará o leitor que quiser ter acesso a uma dogmática sucinta e objetiva, a qual, em suas notas bibliográficas, o remeterá a obras mais extensas e completas, obras que lhe permitirão aprofundar-se nos assuntos de seu interesse. Grande e promissor lançamento!

    André Galvão Soares

    Professor de Hebraico BíblicoExegese do Antigo Testamento e Geografia e Arqueologia da Bíblia na Faculdade Teológica da Trindade

    PREFÁCIO DO AUTOR

    Este servo muito aprendeu, muito errou, mas a Graça me alcançou. Sou um vil pecador alcançado pela misericórdia de Deus. Este livro começou, em 2010, como um grande post de um blog, e depois, em 2015, como um livro descontinuado com o nome de Pontos de Fé e Doutrina Segundo a Palavra de Deus, um livro simples de 80 páginas, acerca de teologia arminiana contemporânea semipelagiana, pré-tribulacionista, pré-milenista, dispensacionalista, tricotomista. Com o passar do tempo, Deus foi me abençoando mais, pois, do arminianismo pentecostal contemporâneo mudei para o arminianismo clássico das Obras de Armínio (5 pontos), não mais semipelagiano. Passados mais alguns anos, estudando as vertentes teológicas, quando o Senhor nos mostrou a Perseverança com forte base bíblica, passamos para um arminianismo clássico de 4 pontos na doutrina da salvação, que crê na Perseverança dos Santos; depois dele, para um calvinismo moderado na doutrina da salvação, tal como o de Spurgeon, porém a eleição calvinista deixou a desejar. Também deixamos a expiação ilimitada para uma expiação moderada (nem arminiana, nem calvinista rígida). Portanto, não mais sendo estritamente arminiano de 4 pontos na doutrina da salvação.

    Deste modo, deixando a eleição calvinista de lado, na primeira edição da Confissão de Fé Cristã Interdenominacional em 2018, na doutrina da salvação, eu havia chegado a um equilíbrio teológico entre o arminianismo e calvinismo, porém adotando a eleição incondicional luterana como opção, em vez da condicional arminiana ou incondicional calvinista, a qual me foi muito útil na época.

    Em 2019, na segunda edição com ISBN, pela graça de Deus, com ajuda de professores e colegas do seminário, deixei a eleição luterana que defendi por mais de 3 anos para uma eleição arminiana, sendo então praticamente como um arminiano batista na doutrina da salvação (pois as confissões de fé batistas confessam a perseverança dos santos), exceto por uma pequena diferente noção da expiação de Cristo (sendo esta de dois aspectos, uma linha mais moderada, como já dito). O livro da primeira para a segunda edição foi consideravelmente aprimorado e ampliado em geral, mudando como da água para o vinho.

    As últimas edições (2020, 2021, 2022, 2023) escritas nos anos seguintes, até a terceira edição da edição especial da Confissão de Fé Cristã Interdenominacional (abril/maio de 2023) foram grandemente aprimoradas.

    Eis que no final de maio de 2023 o Espírito Santo me levou a lançar essa obra como ela é, uma Teologia Sistemática. Portanto, esse livro, a Teologia Sistemática Interdenominacional é a edição final da antiga Confissão de Fé, que por muitos anos atualizei. Um alerta ao leitor: Esse livro foi construído progressivamente, como uma colcha de retalhos: escrevendo, estudando, orando, pesquisando, apagando, escrevendo... mas a Bíblia é a Palavra de Deus inerrante, e não uma colcha de retalhos. Portanto, leia esse livro (que considero ser iluminação do Espírito, ou seja, de edificação – mas não inerrante nem inspirado), mas, principalmente, leia a Bíblia Sagrada, que é inerrante e inspirada, que é a PALAVRA DO DEUS VIVO, pois é da Palavra que vem a fé salvadora.

    As últimas atualizações, de dezembro de 2023 e da segunda edição de março e abril de 2024, estão publicadas em meu blog: http://pontosdefeedoutrina.blogspot.com.br/.

    Esse livro, enfim, é uma teologia sistemática abreviada, que aborda temas complexos sem estender demasiadamente os temas, exceto em seções muito importantes, ou que necessitam de maior atenção ou cuidado na explicação. Abordo a doutrina do Batismo no Espírito Santo como geralmente mal compreendida, uma vez que é complexa, além de que Deus alcança o pecador pelo Seu Espírito, mesmo antes da regeneração-salvação, o visitando muitas vezes com seus dons. Certamente a doutrina mais elaborada neste livro, e mais importante, é a doutrina da Salvação, em que o evangelho da Escritura é o poder de salvação para todos os que creem, a única autoridade (Sola Scriptura), com o único mérito de Cristo (Solus Christus), justificação pela fé somente (Sola Fide), disponível a todos, apenas pela graça imerecida de Deus (Sola Gratia), e não por obra, ritual, batismo, justiça ou mérito humano, mas dando a glória somente a Deus (Soli Deo Gloria). Apresento uma doutrina das últimas coisas que exalta o Reino e a Pessoa de Cristo revelada na Escritura. Não defendo uma doutrina do homem e do pecado otimista, como se vê hoje em muitos lugares, mas devemos sempre olhar para cima, para a graça Soberana em Amor de Deus e ignorar as vozes da capacidade humana à parte de Deus. Talvez o maior propósito deste livro, depois da doutrina da salvação, que é a principal parte, é o aprofundar-se no caráter amoroso e apaixonante de Deus, pois a essência de Deus é o Amor, que se distribui de várias formas, atributo este que não deixa de lado a santidade nem a justiça divina, que também são virtudes. O Capítulo Extra Como Deus lida com o futuro explica brevemente um pouco da teoria da relatividade de Einstein para mostrar a Superioridade de Deus às nossas teorias racionais, e também trata assuntos como o bem e o mal, vontade permissiva de Deus versus decretos soberanos de Deus, além de fornecer um pequeno estudo sobre como Deus lida com o futuro.

    Atualmente frequento denominações das quais jubilo no Senhor por pregarem, em geral, a Bíblia, e não, no púlpito, dar aulas de teologia – teologia em geral não alimenta a alma, exceto se estiver ligada com a Palavra, pois o que realmente alimenta a alma é a Palavra de Deus, e a Bíblia é infinita, pois é Palavra do Deus infinito.

    Boa leitura!

    Roberto Fiedler Rossi

    SUMÁRIO

    DEDICATÓRIA

    AGRADECIMENTOS

    PREFÁCIO

    PREFÁCIO DO AUTOR

    INTRODUÇÃO

    INTRODUÇÃO À TEOLOGIA SISTEMÁTICA

    1 DOUTRINA DA BÍBLIA

    2 PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DAS ESCRITURAS SAGRADAS

    2.1 Pressupostos Teológicos

    2.2 Regras de Interpretação da Escritura

    2.3 O Princípio da Clareza das Escrituras

    2.4 Outros Pilares Deste Livro

    3 DOUTRINA DE DEUS

    3.1 Introdução

    3.2 Os Nomes de Deus de Êxodo 3:14-15: Ehyeh e YHWH

    3.2.1 Introdução

    3.2.2 Tentando Interpretar Êxodo 3:14-15 (Ehyeh e YHWH)

    3.2.3 Ehweh/Ehyeh e YHWH: Como se Relacionam?

    3.2.4 Yahweh

    3.2.5 Enfim, Yihweh ou Yahweh?

    3.2.6 Fontes Extrabíblicas Antigas que Mencionam Yahweh

    3.2.7 Mas Quem é Yahweh? Apenas o Pai?

    3.2.8 Conclusão: Como Devo Chamar o Senhor nosso Deus?

    3.3 A Natureza de Deus

    3.4 A Trindade e os Fatos Bíblicos: Citação da Agência de Informações Religiosas (AGIR)

    3.4.1 A Trindade: Esclarecimentos Adicionais

    3.5 O Verdadeiro Deus

    3.6 Deus É Amor. A Essência de Deus: Podemos Conhecer a Deus?

    3.7 Argumentos a Favor da Existência de Deus: a Base Racional do Teísmo, por Norman Geisler

    3.8 Argumentos Cosmológico, Moral e Ontológico a Favor da Existência de Deus – Citações de William Lane Craig

    3.9 Oração

    4 DOUTRINA DE CRISTO

    4.1 Cristo, o Verbo de Deus

    4.1.1 Meditação na Palavra: O Sacrifício de Cristo

    4.1.2 A Cruz

    4.2 Cristo Nasceu sem Pecado

    4.3 Maria como Mãe de Deus

    5 DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO

    5.1 Espírito Santo

    5.2 Introdução: Nem Todos os que Possuem Dons Espirituais São Nascidos de Novo

    5.3 A Antiga e a Nova Aliança

    5.4 O Batismo no Espírito Santo e o Revestimento de Poder

    5.5 Aplicação para nós hoje, depois de Pentecostes

    5.6 Uma Pequena Crítica à Doutrina do Batismo no Espírito Santo como Defendida pelas Assembleias de Deus

    5.7 O Real Significado de Atos 2 Para Nós Hoje

    5.8 Por que, realmente, o Batismo no Espírito Santo, com quem vem o Revestimento de Poder (Dons), é a Regeneração?

    5.9 Conclusão

    6 CRIACIONISMO BÍBLICO

    6.1 O Dilúvio foi Global?

    6.2 Meditação Bíblica: Gênesis

    7 DOUTRINAS DOS ANJOS E DEMÔNIOS

    7.1 Anjos

    7.1.1 Criação dos Anjos

    7.2 Satanás e os Demônios

    7.2.1 Acerca do Nome Lúcifer

    7.3 Período Curto de Paz, Sem Tentação, no Éden

    7.4 Os Demônios Podem Possuir um Nascido de Novo?

    7.5 O Que São os Lugares Celestiais? Satanás tem acesso ao Paraíso?

    7.6 Refutando a Heresia de Alguns que Dizem que os Demônios Procriaram com as Mulheres da Época Pré-Diluviana

    8 DOUTRINA DO HOMEM

    8.1 Introdução à Antropologia Bíblica: Natureza Humana

    8.1.1 O Homem como uma Unidade Composta por Alma e Corpo

    8.1.2 Corpo, Alma, Mente e Cérebro

    8.1.3 Alma e Espírito: Diferenças?

    8.1.4 Dicotomia e Hermenêutica Bíblica. Críticas à Tricotomia

    8.1.5 Essa Doutrina Leva em Consideração os Versículos de Alma e Espírito Apenas Quando Significam Um Componente Espiritual da Natureza Humana, e Não Expressões Como Vida e Pessoa, Definidos Pelo Contexto

    8.1.6 O Termo Bíblico Coração

    8.1.7 O Homem é uma Unidade: Aplicações Práticas

    8.1.8 Conclusão

    8.2 Origem da Alma

    8.3 O Homem e a Mulher como Imagem de Deus

    8.4 Casamento, Divórcio, Submissão Conjugal e Sacrifício

    8.4.1 Considerar a Possibilidade de Divórcio

    8.4.2 Base Bíblica Adicional para o Novo Casamento de um Cristão

    8.4.3 As Mulheres e a Pregação da Palavra

    8.4.4 ANEXO: Billy Graham Responde

    8.4.5 Conclusão

    8.5 Livre-Arbítrio do Homem Natural?

    9 DOUTRINA DO PECADO

    9.1 Introdução

    9.2 Origem do Pecado

    9.3 Consequências da Queda e Depravação Total

    9.4 A Culpa e Corrupção Herdadas pela Queda, a Aliança das Obras feita no Éden e a Relação de Adão com a Humanidade

    9.5 Aborto e Homossexualidade à luz da Bíblia

    9.6 Acerca das Crianças Pequenas

    9.7 Boas Obras

    9.8 Graus de Pecado

    9.9 Apostasia

    9.9.1 Hebreus 6:4-6 e 2Pedro 2:20-22

    10 DOUTRINA DA SALVAÇÃO

    10.1 INTRODUÇÃO

    10.2 EXPIAÇÃO DE CRISTO

    10.2.1 Introdução à Expiação: Causa, Necessidade e Termos Bíblicos, por Wayne Grudem

    10.2.2 Extensão da Expiação de Cristo. Reflexão

    10.2.3 Próximas Subseções

    10.2.4 Apenas os Pecados dos Eleitos foram Imputados a Cristo. Cristo Morreu uma Expiação Substitutiva Apenas pelos Eleitos

    10.2.5 A relação entre a Queda de Adão e o Sacrifício de Cristo a Todos e a Cada Um. Cristo, a Justiça de Deus!

    10.2.6 Textos para Esclarecimento: 1Timóteo 4:10 e 1João 2:2

    10.2.7 Charles Spurgeon

    10.2.8 Conclusão

    10.3 CONVERSÃO

    10.3.1 O Processo de Conversão e a Graça Preveniente

    10.3.2 Adão Teve Livre-Arbítrio Após a Queda?

    10.3.3 Como Faço a Ligação Teológica entre a Depravação Total Calvinista, a Expiação Calvinista Moderada e a Graça Preveniente Armínio-Wesleyana acerca da Culpa Herdada?

    10.3.4 Impedimentos à Salvação

    10.3.5 Acerca do Mistério da Fé

    10.3.6 Acerca dos que Resistem ao Espírito Santo

    10.4 EFEITOS DA SALVAÇÃO DIVINA

    10.4.1 Regeneração e Justificação: O Que Vem Primeiro?

    10.4.2 Sobre a Graça de Deus

    10.5 DA ETERNA ELEIÇÃO DE DEUS

    10.5.1 Introdução

    10.5.2 A Eleição no Ponto de Vista Arminiano Reformado

    10.5.2.1 Pontos de Vista de Armínio a Respeito da Predestinação

    10.5.2.2 Os Decretos de Deus

    10.5.3 Reflexão

    10.5.4 Ligação de Graça Resistível e Eleição Condicional com a Graça Preveniente do Espírito Santo na Conversão

    10.5.5 Romanos 9, João 10.26, Atos 13.48 e Isaías 45.7

    10.5.6 Uma Defesa ao Arminianismo

    10.5.7 O Amor e Propósito de Deus versus a Eleição Calvinista

    10.5.8 Contra a Dupla Predestinação e a Condenação de Bebês; Acerca da Salvação de Pessoas que Nunca Ouviram o Evangelho

    10.5.9 O Perfil dos Eleitos de Deus

    10.6 PERSEVERANÇA DOS SANTOS

    10.6.1 Evidência da Perseverança #1: 1João 3.6,9

    10.6.2 Evidências da Perseverança #2 - #12

    10.6.3 Certeza da Salvação

    10.6.4 Evidência da Perseverança #13: Lucas 14.26-33

    10.6.5 Revelações Divinas Acerca da Perda da Salvação

    10.6.6 Pequena Fé

    10.6.7 O Esfriar na Fé

    10.6.8 Explicando Êxodo 32.33

    10.6.9 Hebreus 6 Fala da Perda da Salvação? Baseado em Hebreus 5

    10.6.10 Acerca do Aceitar Jesus e uma Exortação à Verdadeira Salvação

    10.7 VISÃO GERAL DA DOUTRINA DA SALVAÇÃO PROPOSTA

    10.7.1 Panorama da Salvação

    10.7.2 TULIP, FACTS ou o quê? Como Resumir Teologicamente esta Soteriologia? PRIDED.

    10.7.3 Conclusão

    10.7.4 Curiosidade: O Que Ocorre se o Homem Nascer com Alguma Habilidade às Coisas Espirituais? Apelo Interdenominacional.

    10.7.5 Dedicatória: Sobre os Ombros de Gigantes

    11 DOUTRINA DA IGREJA

    11.1 Introdução

    11.2 Batismo

    11.2.1 Pedobatismo ou Credobatismo? O Batismo Substituiu a Circuncisão?

    11.3 Ceia do Senhor

    11.3.1 Introdução

    11.3.2 A Presença de Cristo na Ceia

    11.3.3 Ceia do Senhor

    11.3.4 Mateus 26 e João 6

    11.3.5 Recebemos Vida de Cristo Primeiramente no Ato da Salvação, e depois na Ceia

    11.3.6 Conclusão

    11.3.7 Era Usado Vinho ou Suco de Uva na Ceia do Senhor?

    11.4 Sábado Cristão?

    11.5 Culto Racional e Avivado: Línguas e Profecia

    11.6 Pastores, Apóstolos e Evangelismo

    11.7 Dízimo e Prosperidade

    12 DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS

    12.1 Introdução

    12.1.1 Considerações Iniciais e Unidade do Corpo de Cristo em Matéria de Escatologia

    12.2 Apocalipse Tem Muitas Alegorias, Pois É Uma Revelação

    12.3 A Visão Pré-Milenista Dispensacionalista

    12.4 Jesus venceu o Diabo, Já Reina, e Reinará Eternamente

    12.5 Acerca do Período dos Mil anos encontrados na Escritura

    12.6 Acerca da Vinda do Senhor Jesus e do Dia do Senhor em 2Tessalonicenses

    12.7 As Setenta Semanas de Daniel, e os Sete Anos da Aliança do Anticristo

    12.8 Acerca da Grande Tribulação

    12.9 Acerca do Alcance da Pregação do Evangelho

    12.10 Acerca da Datação do Livro de Apocalipse e da Besta de Apocalipse 13

    12.11 Acerca do Império Romano e do Reino de Cristo

    12.11.1 As Duas Testemunhas

    12.11.2 O Império Romano Abrangia Toda a Terra?

    12.11.3 Apocalipse 12

    12.12 A Relação Entre a Besta, a Prostituta sobre a Besta e os Dez Chifres

    12.13 Acerca da Batalha de Apocalipse 19 e do Sermão do Monte das Oliveiras de Mateus 24

    12.13.1 Selos, Trombetas e Taças de Apocalipse

    12.14 Acerca do Homem do Pecado de 2Tessalonicenses e da Apostasia da Igreja Católica

    12.15 Meu Senhor tarde virá. Mateus 24-25

    12.16 Acerca do Fim desta Era: Satanás será totalmente solto. O Dia do Senhor

    12.16.1 Deus lhes Enviará a Operação do Erro (2 Ts 2.11)

    12.17 Acerca do Povo de Deus. O Israel de Deus

    12.17.1 A Salvação de Israel conforme Romanos 11

    12.17.2 Gogue e Magogue. Os Últimos Tempos

    12.17.3 Gogue e Magogue Cercam a Cidade Amada: Possibilidades para Interpretar Apocalipse 20.9

    12.18 Jesus voltará. O arrebatamento. A Segunda Vinda

    12.18.1 João 14.3 fala de uma vinda de Jesus de duas fases?

    12.19 Como foi nos dias de Noé

    12.20 Acerca do Estado Intermediário

    12.21 A Ressurreição e o Juízo Final

    12.22 O Tempo Está Próximo. A Primeira Ressurreição

    12.22.1 Uma Palavra Acerca do Milênio

    12.23 Acerca da Condenação Eterna

    12.23.1 O Inferno e o Amor de Deus

    12.23.2 A Base Teológica Para a Doutrina do Inferno, por Norman Geisler

    12.23.3 O Inferno é Igual ao Lago de Fogo? O Diabo Está no Inferno? Explicando 2Pe 2:4. O Que São os Termos Sheol, Hades, Gehenna e Tártaro?

    12.24 Acerca do Mistério sobre a Eternidade no Antigo Testamento

    12.25 Galardão

    12.26 Acerca do Céu e da Nova Jerusalém

    12.27 Conclusão

    12.28 Será que o fogo de Deus (Ap 20.9) ou labaredas de fogo (2Ts 1.8) que virá junto com a vinda do Senhor são as bombas nucleares? E se ocorrer uma terceira guerra mundial?

    12.29 Escatologia e a Tolerância, segundo Romanos 14

    13 CAPÍTULO EXTRA – COMO DEUS LIDA COM O FUTURO

    13.1 Glossário do Capítulo

    13.2 Condenando o Teísmo Aberto e Exaltando a Majestade Divina

    13.3 O Bem e o Mal

    13.4 Como Deus forma o futuro

    13.4.1 O Cristão Pode Usar o Dom Concedido Pelo Espírito Voluntariamente, sem que Seja a Vontade Soberana de Deus?

    13.5 Deus não é totalmente presciente se Ele não decretar tudo?

    13.6 Considerações Sobre o Livre-Arbítrio

    13.7 A Teoria da Relatividade

    13.8 A Superioridade de Deus

    13.8.1 Deus e o Tempo

    13.9 Conclusão: A Soberania de Deus

    13.10 Mensagem: A Soberania de Deus e o Coronavírus

    CONCLUSÃO

    APLICAÇÃO DA TEOLOGIA SISTEMÁTICA: USO APOLOGÉTICO

    Introdução

    80 Questões de Ateus Acerca da Fé Cristã

    20 Novas Questões Difíceis Sobre a Fé Cristã

    Resposta às 20 Razões Porque Não Sou Protestante

    Existe Vida Inteligente Fora do Planeta Terra, Segundo a Bíblia?

    Características de uma Seita

    ANEXO A – Credos Históricos Aceitos Pelo Cristianismo Ortodoxo

    ANEXO B – Catecismo de Heidelberg

    ANEXO C – Uma Análise de Romanos 9 por Jacó Armínio

    ANEXO D – Citações de Flávio Josefo sobre a Primeira Guerra Judaico-Romana

    ANEXO E – O Espírito Santo e o Amor, por Agostinho de Hipona

    ANEXO F – Reflexão: A Verdade Existe?

    ANEXO G – Uma Teoria Racional para o Entendimento da Trindade Cristã. Cada Pessoa da Trindade é Onipresente, Onisciente e Onipotente, Como Explicar?

    APÊNDICE A – Oração Para Salvação

    APÊNDICE B – Diversidade Entre os Cristãos

    APÊNDICE C – Aliancismo versus Dispensacionalismo; Reflexão sobre o Milênio na visão Dispensacionalista versus a Escritura Sagrada: A Consequência de se Interpretar Profecias do Antigo Testamento Literalmente

    APÊNDICE D – Dura Conversão de Roberto Rossi

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    OUTRAS PUBLICAÇÕES DE ROBERTO FIEDLER ROSSI E CONTATO DO AUTOR

    INTRODUÇÃO

    Primeiro, nascemos: Deus nos criou, Deus nos formou. Desde a nossa concepção, Deus nos tem sustentado, e escrito um lindo plano para cada um dos seus. Deus nos amou primeiro, e quando éramos ímpios pecadores. Nascemos em pecado, em escravidão, todavia, a graça do Espírito Santo alcança a pessoa e a leva à Palavra de Deus. Pela morte de Cristo, no seu aspecto em que engloba toda a humanidade, Deus a traz para si retirando sua culpa e cravando-a na cruz. O Pai leva a alma ao Filho através do Espírito pela Palavra, a saber, a palavra pregada, a mensagem contida na Bíblia, por quaisquer meios que se façam necessários, sejam naturais ou sobrenaturais. O Espírito que quer converter essa alma, através de um maior contato com as Escrituras, com o evangelho de Cristo, chama a pessoa a Cristo, segundo o seu bom propósito de salvar. Claramente, o chamado do Espírito é eficaz naquele que tem contato pela Palavra, através da graça de Deus, pela qual a pessoa crê pelo dom da fé, quando o Espírito é introduzido no coração. Neste momento, a alma se apropria da morte de Cristo substitutiva, no seu lugar, onde os seus pecados já haviam sido imputados a Cristo (pois o Pai conhecia os eleitos antes deles nascerem), e onde a justiça de Cristo é imputada ao pecador em vida – justiça que é pela fé somente. Essa alma tem prazer e alegria na cruz, e tem uma fé viva pelo Espírito que o Senhor Jesus deu a sua vida por ela, e não mais tem temor, medo, e angústia do seu pecado frente à ira e ao julgamento de Deus, pois dele foi absolvido. A alma é liberta de todo o mal. O Espírito Santo santifica essa alma à medida que ela continua a fazer firme a sua eleição e vocação no Senhor, em que cada vez mais, mais ‘frutos’ do Espírito são produzidos, e o crente fica cada vez mais semelhante à imagem de Cristo, com a mente de Cristo, tendo os mesmos sentimentos que Cristo Jesus. Jesus vivia em comunidade, e Ele mesmo fundou a Igreja. Seguindo o exemplo de Cristo e dos apóstolos, e a sua doutrina, certamente vencerá o mundo pela fé que uma vez foi dada aos santos. Essa alma não perecerá, mas, como passou da morte para a vida, a vida permanece, e ela perseverará até o fim, tão certo como Cristo ressuscitou dentre os mortos, e como o Espírito testifica com o seu espírito que é filha de Deus. A glorificação será alcançada no porvir, e, segundo as obras de justiça através do Espírito nesta terra, o galardão será dado. Todavia, que o nosso troféu e galardão seja o Senhor, como foi com Abraão. Estaremos, assim, de eternidade a eternidade, para sempre com o Senhor Jesus, e com o Pai, e com o Espírito Santo. Gozaremos de paz, júbilo e sentimentos nunca sentidos antes, numa realidade nunca experimentada antes, com a glória de Deus. Teremos um corpo incorruptível só conhecido pelo Senhor, e moraremos em novos céus e terra. Veremos a plenitude de Deus que habita na luz inacessível, e que homem nenhum jamais viu. Ouviremos as Palavras de Jesus, e andaremos lado a lado com ele para sempre. Bem-aventurado quem o abraçar e o beijar no tão emocionante encontro nos céus dos céus.

    INTRODUÇÃO À TEOLOGIA SISTEMÁTICA

    Como introdução à teologia sistemática, vamos explicar o que é teologia primeiro. Geisler, Norman (2010a) nos explica:

    "Teologia (lit. theos, Deus, e logos, "razão ou discurso") é um discurso racional a respeito de Deus.

    A Teologia evangélica é definida aqui como um discurso a respeito de Deus que enfatiza a existência de certas crenças cristãs essenciais, que incluem a, mas não se limitam à, infalibilidade e inerrância da Bíblia somente, a tri-unidade de Deus, o nascimento virginal de Cristo, a divindade de Cristo, a total suficiência do sacrifício expiatório de Cristo pelos pecados, a ressurreição física e miraculosa de Cristo, a necessidade da salvação somente pela fé – somente através da graça de Deus, baseada somente na obra de Cristo; o retorno corporal físico de Cristo a este mundo, a felicidade eterna e consciente dos salvos, e o castigo eterno e consciente dos não-salvos.

    A Teologia é dividida em várias categorias:

    (1) Teologia Bíblica, que é o estudo da base bíblica da Teologia.

    (2) Teologia Histórica, que é o debate teológico dos grandes expoentes da igreja cristã;

    (3) Teologia Sistemática, que é a tentativa de construir um corpo consistente e compreensível a partir do conjunto completo da revelação de Deus, seja ela a revelação especial (bíblica) ou geral (natural)." Norman Geisler (2010a).

    Grudem, Wayne (2010) dá sua definição à teologia sistemática: "Teologia sistemática é qualquer estudo que responda à pergunta O que a Bíblia como um todo nos ensina hoje? acerca de qualquer tópico."

    A Apologética (gr. apologia, defesa) trata da proteção da Teologia cristã contra os ataques externos. A Polêmica atua na defesa do Cristianismo ortodoxo contra ameaças doutrinárias internas, tal como uma heresia ou um ensino absurdo. [Este livro é uma Teologia Sistemática, e possui capítulos específicos destinados também à Apologética]." Geisler (2010a).

    Como este livro foca nas doutrinas bíblicas, e em que devemos crer, Grudem (2010) esclarece o que são doutrinas: "Uma doutrina é o que a Bíblia como um todo nos ensina hoje acerca de algum tópico específico."

    Este livro, a Teologia Sistemática Interdenominacional, é dividida em:

    1. Doutrina da Bíblia, Bibliologia; 2. Princípios de Interpretação das Escrituras Sagradas, Hermenêutica; 3. Doutrina de Deus, Teontologia ou Teologia propriamente dita. Dentro da Doutrina de Deus coloquei também uma área baseada na Teologia Filosófica (estudo de tópicos teológicos baseado principalmente na razão e nem tanto na Bíblia); 4. Doutrina de Cristo, Cristologia; 5. Doutrina do Espírito Santo, Pneumatologia; 6. Criacionismo Bíblico (Doutrina da Criação Divina); 7. Doutrinas dos Anjos (Angelologia), e dos Demônios (Demonologia), incluindo de Satanás (Satanologia); 8. Doutrina do Homem, Antropologia; 9. Doutrina do Pecado, Hamartiologia; 10. Doutrina da Salvação, Soteriologia; 11. Doutrina da Igreja, Eclesiologia; 12. Doutrina das Últimas Coisas, Escatologia; 13. O capítulo 13 compreende uma teoria (e não uma doutrina), baseado na Bíblia, de como Deus poderia lidar com o futuro, ou seja, é uma discussão sobre a Liberdade Humana versus a Soberania Divina.

    Devo salientar que os capítulos mais complexos e importantes para mim são o dez e o doze, ou seja, Doutrina da Salvação (Soteriologia) e das Últimas Coisas (Escatologia). Depois do capítulo 13 vem a Conclusão do livro. Após a Conclusão, fica a Apologética. Já os ANEXOS neste livro são escritos cuja maior parte eu não escrevi, e os APÊNDICES são escritos cuja maior parte eu escrevi.

    Como escreveu Wayne Grudem (2010, p. 3)a aplicação à vida é uma parte necessária dos estudos de teologia sistemática. Em nenhum lugar das Escrituras encontramos uma doutrina estudada como um fim em si mesma ou isolada da vida. Os escritores bíblicos sempre aplicam seus ensinos à vida. Portanto, qualquer cristão que ler este livro deve ter sua vida cristã enriquecida e aprofundada durante o estudo.

    Este livro escrevo e publico sozinho, voluntariamente, para o Reino de Deus, portanto, que o leitor use-o para louvor da Glória de Deus (Efésios 1.14)!

    1 DOUTRINA DA BÍBLIA

    Cremos na Bíblia Sagrada, as Escrituras Sagradas, com seus 66 livros, incluindo o Antigo e o Novo Testamento, "como a Palavra de Deus em linguagem humana(Convenção Batista Brasileira, 2017), 1Ts 2.13, escrita por homens inspirados pelo Espírito Santo (2Pe 1.21) e capacitados pelo próprio Deus a escrever, respeitando suas personalidades. A Bíblia, resumidamente, é a Palavra de Deus, Palavra que saiu da boca de Deus (Mt 4.4). Ela não só é prova de que Deus existe, como tem a existência de Deus como fato consumado desde Gn 1.1. A Bíblia é a maior autoridade em termos de fé (Rm 10.17, Hb 11.1) e conduta (Gl 5.22, Pv 1), ou seja, autoridade em tudo na vida, sendo o padrão supremo de verdade, visto que Cristo é a Verdade (Jo 14.6), e a mensagem de Gênesis a Apocalipse leva a Cristo. Deus não mente, nem se arrepende verdadeiramente (Nm 23.19). A autoridade da Escritura significa que todas as palavras da Escritura são palavras de Deus de tal modo que descrer ou desobedecer a qualquer palavra da Escritura é descrer ou desobedecer a Deus (Grudem, 2001). A Bíblia deve ser examinada sempre, estudada (Jo 5.39, Js 1.8). Ficamos convencidos das declarações da Bíblia de ser a Palavra de Deus à medida que a lemos (Grudem, 2001).

    A Bíblia foi escrita em um período aproximado de 1500 anos (em torno de 1500 ou 1400 a.C. – Séc. I d.C.), por mais de quarenta autores de locais e cultura diferentes. Foi escrita por pastores como Moisés, reis como Davi e Salomão, cobradores de impostos como Mateus, fazedores de tendas como Paulo, pescadores como Pedro, sacerdotes como Esdras, profetas como Isaías e Jeremias, Daniel e Ezequiel, etc. A Bíblia foi escrita em três línguas diferentes, hebraico, aramaico e grego. Ainda assim, ela não tem nenhuma contradição doutrinária, simplesmente porque foi o Espírito Santo que inspirou ou superintendeu a escrita por meio desses mais de 40 autores a escreverem as Escrituras Sagradas: escreveram uma única mensagem central, que aponta para Cristo.

    "Não somente os livros de Moisés foram escritos 1500 anos antes de Cristo, mas lembre-se que, de acordo com a tradição, o livro de Jó foi escrito 400 anos antes disso". O Livro Eterno, Volume 1: A História da Bíblia. 5:45-6:00, 2021. Portanto, segundo a tradição, o livro de Jó foi escrito 1900 anos antes de Cristo e, se levarmos isso em consideração, a Bíblia foi escrita em um período de quase dois milênios (1900 a.C. – final do Séc. I d.C.).

    A Bíblia é composta por 66 livros, 39 do Velho Testamento e 27 do Novo Testamento, segundo o Cânon. Mas quem inventou a expressão novo e velho testamento? É bíblica:

    A expressão Velho Testamento pode ser encontrada em: 2Co 3.14 "Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido;"

    A expressão Novo Testamento pode ser encontrada em: Mateus 26.28 "Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados." Também em Marcos 14.24; Lucas 22.20; 1Co 11.25; 2Co 3.6; Hebreus 9.15.

    Falando um pouco disso, o próprio significado da palavra testamento explica porque Cristo teve que morrer (Hebreus 9.16) como Cordeiro Santo para tirar os nossos pecados (João 1.29). Para explicar adequadamente, favor ler Hebreus capítulos oito e nove, nos quais o autor compara a antiga aliança, antigo pacto e antigo testamento com o novo testamento ou nova aliança através do sangue de Jesus (Mateus 26.28), através de um sacrifício celeste e perfeito, e, sendo perfeito e celeste, foi feito uma única vez; e não mais sangue de bodes e touros, que tinham que ser contínuos, sendo assim, insuficientes e imperfeitos. O antigo testamento foi abolido (2Co 3.14) e, em seu lugar, veio o novo (Hebreus 9).

    Devo ainda escrever que os autores bíblicos foram inspirados pelo Espírito Santo de tal modo que escreveram uma só vez (diferente de qualquer outro livro), sem revisar o conteúdo, sob a supervisão do Espírito, e assim a Bíblia foi escrita sem contradições por mais de 40 autores em 2000 anos, de tal modo que é inerrante (falo dos 66 livros do Cânon). Já os livros comuns, como esse, também como as teologias sistemáticas, eles sofrem muitas revisões e aperfeiçoamentos (escrevendo, apagando, pensando, meditando, escrevendo novamente...) e, mesmo que são baseados na Bíblia, nossas interpretações possuem pressupostos humanos e teológicos, o que faz com que, já que nossos livros são de autoria humana falível, sejam imperfeitos. Diferente da inspiração das Escrituras, cujo autor é Deus (a Bíblia é o único livro escrito pelo dedo de Deus, respeitando as personalidades humanas), hoje, para nós, existe a iluminação (e não inspiração): o Espírito nos ilumina (ilumina os humildes), ou seja, nos capacita a entender ou dá sabedoria para que entendamos as Escrituras, pouco a pouco, e a perfeição só será alcançada, seja no conhecimento, teologia ou em qualquer outra parte (além da Bíblia, a Palavra de Deus, que é Perfeita), no céu. Por isso a Bíblia é o livro dos livros, e um best seller a cada ano. Meu livro não salva ninguém. Mas é da Palavra, a Bíblia, que vem fé que salva (Rm 10.17).

    Como dito, a Bíblia é um produto da inspiração do Espírito, respeitando as personalidades das pessoas que escreveram, ou seja, é um livro de origem ou natureza divina e humana. Ainda que seja de natureza divina, não é divina como Deus é divino, ou seja, a Bíblia não deve ser idolatrada, nem adorada. Assim como uma bênção é chamada divina, e é fruto de Deus, que é divino, a bênção por si só não é divina fora de Deus, pois Deus é o ‘divinador’ ou abençoador – a fonte da bênção. Portanto, sem o Espírito Santo que inspirou a Bíblia, e que fala conosco pela Palavra, que é a Bíblia, a Bíblia seria um livro comum. Entretanto, falando de Deus, Ele permanece divino sem a criação, e sem a Bíblia, ou seja, Ele é divino em Si mesmo, podendo receber adoração, glória, honra e louvor de eternidade em eternidade.

    1Ts 2.13 (Paulo), acerca da veracidade da palavra da pregação dos apóstolos como Palavra de Deus: Por isso também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade), como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que crestes.

    Josué 1.8 (Josué, sucessor de Moisés), acerca do estudo da Palavra: Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem-sucedido.

    Salmos 119.105 (Rei Davi), acerca da preciosidade da Palavra, que quem a estuda tem o seu caminho iluminado, como lâmpada para os seus pés não vacilarem: Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.

    2Tm 3.15-17 (Apóstolo Paulo), acerca do conteúdo principal da Bíblia: E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.

    Quando todas as partes (livros) da Bíblia são levados em conta, a Bíblia intenta narrar a história da vinda do Messias para que então aqueles perdidos e pecadores humanos possam ter vida por Ele (Lc 24.25-27, 44; Jo 20.30-31, At 2.21-24, 10.43, 28.23-25). Os escritores bíblicos incluíram quaisquer detalhes que eles acharam necessários para realizar esse propósito. Grenz (2000).

    A Bíblia, no seu manuscrito original, é inspirada de modo Plenário e Verbal (2Tm 3.15-17):

    Inspiração Plena ou Plenária significa que a atividade do Espírito Santo em superintender a escrita da Escritura se estende a toda a Bíblia. Tudo o que é encontrado dentro do cânon é Escritura, o produto da supervisão do Espírito Santo.

    Inspiração Verbal. Basicamente, esse termo declara que a atividade do Espírito Santo se estende até às próprias palavras da Escrituras. Devemos ser cuidadosos, porém, de não igualar a ideia com a teoria do ditado verbal. Ao invés de afirmar que Deus ditava cada palavra, devemos entender a inspiração verbal apenas alegando que o Espírito superintendeu o processo de seleção de palavras e ordem das palavras na medida em que são capazes de comunicar o significado pretendido do texto. Na medida em que as palavras e a sintaxe são os principais portadores de significado, o conceito de inspiração verbal enfatiza o envolvimento divino na escrita da Escritura para que as palavras empregadas nos documentos transmitam a mensagem pretendida de Deus. Stanley Grenz (2000).

    Alguns teólogos usam os termos infalível e inerrante para descrever a veracidade da Bíblia que flui da sua inspiração do Espírito (Grenz, Stanley, 2000):

    Simplificado, a declaração a Bíblia é infalível significa que esses escritos não são susceptíveis de enganar. Como o Espírito se moveu na vida dos autores, o produto pode ser confiável. Os escritores não pretendem fazer com que os leitores ficassem desnorteados.

    A Bíblia também é totalmente inerrante no seu manuscrito original, ou seja, não possui erro algum, seja de história, geografia, astronomia, medição, ciência, etc.

    Grudem (2010) acrescenta acerca da inerrância da Bíblia nos manuscritos que temos disponíveis HOJE, que:

    Pode-se declarar que sabemos o que o manuscrito original dizia em 99% das palavras da Bíblia [comparando-se os manuscritos disponíveis hoje]. Mesmo em muitos dos versículos em que existem variantes textuais, a decisão correta é muitas vezes bem clara. Na pequena porcentagem de casos em que existe incerteza significativa quando ao conteúdo do texto original, o sentido geral da frase é, via de regra, bem claro pelo contexto. Desse modo, para propósitos bem práticos, os textos acadêmicos de publicação recente do Antigo Testamento hebraico ou do Novo Testamento grego são iguais aos originais. Assim, quando dizemos que os manuscritos originais eram inerrantes, estamos também subentendendo que mais de 99% das palavras de nossos manuscritos de hoje são também inerrantes, pois são cópias exatas dos originais. Além disso, sabemos onde estão as leituras incertas. Assim, os manuscritos de hoje são, para quase todos os fins, iguais aos manuscritos originais, e, portanto, a doutrina de inerrância também diz respeito diretamente aos manuscritos de hoje. Grudem (2010).

    O Cânon, a regra de medida adotada pela Igreja, constitui a lista ou coleção de livros inspirados que temos hoje, no caso dos protestantes, 66, que formam a Bíblia Sagrada. O cânon não é determinado pela Igreja, nem a Igreja é mãe e nem regula o cânon, mas a Igreja descobre o cânon, a Igreja é filha do cânon, reconhece o cânon, é testemunha do cânon, e é serva do cânonBíblia Apologética de Estudo, 2011.

    O que quero dizer com isso é que o conjunto de livros inspirados da Bíblia não foi formado aleatoriamente, ou por mão humana, separado da direção de Deus. Isto para que saibais que Deus inspirou algumas Escrituras das milhares que existiram, e a parte dos homens foi tão somente estudar e orar a Deus pelo Espírito para que, pelas doutrinas, separasse o que é inspirado (pelas doutrinas ortodoxas), e o que não é inspirado (pelas heresias e contradições). Todos os 66 livros da Bíblia Protestante são inspirados pelo Espírito Santo, pois não têm contradição real. Se alguém acredita que os livros da Bíblia possuem alguma suposta contradição doutrinária, orem e busquem conhecimento do Senhor para ver que, na realidade, não possuem contradição alguma. Os critérios para a escolha dos livros (Bíblia Apologética de Estudo, 2011), é ver se:

    1. O livro foi escrito por um porta-voz de Deus?

    2. O livro foi confirmado por um ato de Deus?

    3. O livro foi escrito no poder de Deus?

    4. O livro foi aceito pelo povo de Deus?

    Assim, reconhecemos, com humildade, que o Cânon foi escolhido por Deus, e a Bíblia não é uma colcha de retalhos, pois Ele é o Guia dos seus servos, e a Bíblia Protestante é a Palavra de Deus escrita aos homens, o registro da revelação de Deus aos homens, viva e eficaz! Nela se encontra o evangelho (boas novas) de Cristo:

    Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.

    Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé. Romanos 1:16,17.

    2 PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DAS ESCRITURAS SAGRADAS

    2.1 Pressupostos Teológicos

    Para interpretar as Escrituras com competência serão informados alguns dos principais pressupostos teológicos. Estes são necessários, pois o que nós acreditamos influencia diretamente na interpretação da Escritura.

    As nossas experiências, as nossas crenças, aquilo que somos, a nossa constituição, essas coisas funcionam como um óculos através do qual você enxerga a realidade. Todo mundo olha para a realidade com um óculos, não existe uma leitura nua, não há, como dizem, fatos brutos, todos são interpretados. Então, não existe uma leitura neutra em nada, nem na ciência. Os cientistas não são neutros como eles querem parecer, porque o cientista é uma pessoa que tem crença, tem pressupostos, tem teologias, e estas coisas influenciam na leitura e na interpretação. Na verdade, se eu estiver usando um óculos com lente amarela, verei tudo amarelo. Então, as lentes influenciam o enxergar da realidade. Estou usando essa metáfora para dizer que, na interpretação, aquilo que você acredita vai fazer a diferença, e essa é a razão pela qual há tantas interpretações, mas é por causa dos pressupostos, das crenças e convicções das pessoas.

    Cremos que Deus existe e é um Deus que fala conosco, seja através da revelação especial [Bíblia, milagres ou revelações, colchetes meus] ou através da revelação geral [cujo instrumento é a criação ou natureza]. Lopes, Augustus Nicodemus (2018a).

    Os pressupostos teológicos descritos aqui são seis:

    1. A existência de Deus – Deus existe e atua na história. Milagres e profecia são possíveis. Portanto, podemos interpretar os relatos da atividade sobrenatural de Deus como história e não mito. Nada impede que o Cristo da fé tenha sido o mesmo Jesus da história.

    2. Revelação Progressiva – Deus se revelou progressivamente. A revelação não foi dada de uma única vez, da mesma forma, numa mesma época e às mesmas pessoas. Portanto, devo ler o texto bíblico comparando as suas diferentes partes, considerando que elas têm uma unidade básica, mas que existe desenvolvimento (progresso) dentro delas (dentro dos livros da Bíblia). Devemos interpretar o Antigo Testamento à luz do Novo Testamento, por exemplo, quem ler o Antigo Testamento sairá com a conclusão equivocada que o homem pode ter quantas mulheres quiser. Porém, Deus foi revelando aos poucos a vontade dele para a instituição do casamento. E assim percebe-se que o plano de Deus era semelhante ao do começo: um homem e uma mulher, até que a morte os separe.

    3. Inspiração e Autoridade – Os escritores bíblicos foram movidos pelo Espírito, de tal forma que seus escritos são inspirados por Deus. Portanto, são autoritativos e infalíveis. Devemos interpretar suas partes difíceis sem recorrer a soluções que impliquem na presença de erros, contradições ou inverdades nelas.

    4. História da Redenção – A Bíblia deve ser lida como o registro dos atos redentores de Deus na história. Estes atos foram interpretados e registrados por escritores inspirados por Deus. Portanto, a Bíblia deve ser lida, não como um manual de ciências, astronomia, geografia ou física, mas como um livro teológico.

    5. Cristo – Devemos ler a Bíblia sabendo antecipadamente que Cristo é a substância de todos os tipos e símbolos do AT, do pacto da graça e de todas as promessas; que os sacramentos, genealogias e cronologias da Escritura nos mostram as épocas e tempos de Cristo. Cristo, portanto, é a própria substância, centro, escopo e alma das Escrituras.

    6. Cânon – O cânon protestante das Escrituras é a coleção feita pela Igreja de livros que ela reconheceu que foram dados pela inspiração de Deus. Cada livro deve ser lido e entendido dentro deste contexto canônico, que é o contexto apropriado para a interpretação. Podemos usar material extra bíblico para esclarecer determinadas passagens, mas os limites do cânon determinam o horizonte da exegese. Lopes, Augustus Nicodemus (2018b).

    2.2 Regras de Interpretação da Escritura

    Foram selecionadas duas fontes para o esclarecimento das regras de interpretação das Escrituras.

    Lund e Nelson, Hermenêutica, Vida, 2007.

    1° – Que o primeiro requisito para o bom entendimento das Escrituras é um espírito de discípulo humilde. Tanto é assim, que uma pessoa comparativamente ignorante, que humildemente invoca a luz do Espírito de Deus no estudo da Bíblia, conseguirá conhecimentos bíblicos exatos com mais facilidade do que um homem de talento e sabedoria humana que, preocupado e carecendo do espírito de discípulo, empreende seu estudo. Numerosos exemplos apoiam esta verdade.

    2° – Que as grandes doutrinas e princípios do Cristianismo estão expostos com clareza nas Escrituras.

    3° – Que, por conseguinte e em realidade, só se invocam as regras de interpretação para conseguir o significado verdadeiro dos pontos obscuros e de difícil compreensão.

    4° – Que, apesar disso, é de grande importância que até o cristão mais humilde tenha alguma ideia de tais regras e de sua aplicação, porquanto é seu dever aprofundar-se nas Escrituras, confirmar-se em suas verdades e familiarizar-se com elas para seu próprio proveito e para poder iluminar aos que as contradizem.

    5° – Para conhecer o sentido inato da Bíblia, ela mesma deve ser sua própria intérprete.

    6° – Que o verdadeiro sentido de seus textos é conseguido pelo significado de suas palavras, e que assim, pela aquisição do verdadeiro sentido das palavras, se consegue o verdadeiro sentido de seus textos.

    7° – Que não se deve esquecer por um momento que o significado das palavras está determinado pela peculiaridade e uso da linguagem bíblica, devendo-se, portanto, buscar o conhecimento do sentido em que se usam as palavras antes de tudo na própria Bíblia.

    8° – Que as palavras devem ser tomadas no sentido que comumente possuem, se este sentido não estiver manifestamente contrário a outras palavras da frase em que ocorrem, com o contexto e com outras partes das Escrituras.

    9° – Que, no caso de haver uma palavra com significado diferente, oferecendo-se assim ou de outro modo um ponto obscuro, recorra-se às regras acima citadas para se conseguir o sentido exato que intentava o escritor inspirado, ou melhor, o próprio Espírito de Deus.

    10° – Que, à parte da correta interpretação de passagens e textos separados quanto às doutrinas, estas só são bíblicas e exatas quando expressam tudo quanto dizem as Escrituras em relação a elas.

    Ultimamente tenho visto que os dez parágrafos acima poderiam explicar melhor as regras fundamentais para interpretar as Escrituras, por isso estou complementando com outra fonte (Samson, John, 2012).

    1. Considere o Autor (quem escreveu o livro? - Qual era o seu passado, idioma, cultura, vocação, preocupações, educação, circunstância, que estágio da vida?).

    2. Considere a Audiência (por que o livro foi escrito? Quem era o público? O que essas palavras significariam para seus destinatários originais?).

    3. O significado das palavras (isso se tornou muito mais fácil em nossos dias com toda a informação e tecnologia à nossa disposição).

    4. Configuração histórica (evite o anacronismo - tentar entender o passado ao vê-lo usando óculos do século 21 - não ajudará a entender o significado original do autor).

    5. Gramática (como as coisas estão sendo expressas - imperativo é um comando, um subjuntivo seria você gostaria de fazer isso? - dois significados muito diferentes resultam).

    6. Questões textuais (há alguma dúvida sobre os manuscritos mais antigos ou mais autorizados em comparação com outros de uma data posterior - e como isso influencia nossa compreensão do que foi originalmente escrito?).

    7. Sintaxe (isso se refere a palavras e seu relacionamento uns com os outros. Por exemplo, Romanos 5.1 diz: "Tendo sido justificado (uma ação do passado) pela fé, temos paz com Deus". Seria incorreto pensar que devemos ganhar a paz com Deus antes da justificação ter lugar. A sintaxe é clara que é resultado de ser justificado primeiramente que a paz se segue. A sintaxe correta é um componente vital de uma boa interpretação).

    8. Forma de Literatura (devemos interpretar a Bíblia literalmente, mas isso não significa que não reconhecemos que as parábolas são parábolas, e que para interpretá-las corretamente, as interpretamos como parábolas literais! A narrativa histórica é narrativa histórica, substantivos são substantivos, verbos são verbos, analogias são analogias).

    9. Contexto Imediato (um texto fora do contexto torna-se um pretexto. Pode ser feito para dizer algo não pretendido pelo autor). Verifique sempre o contexto imediato de um verso ou passagem para determinar a interpretação correta.

    10. Contexto do documento (Por exemplo, em Romanos, há um certo argumento que Paulo está perseguindo, e quando o reconhecemos, isso nos ajuda a determinar o que se entende em versos isolados quando sabemos o propósito do que está sendo escrito. Mantenha sempre o propósito geral do autor em mente quando se olha em detalhes no sentido dos textos). Isso, como os outros, é uma regra muito útil.

    11. Contexto do autor (isto se refere a olhar para todos os escritos de uma pessoa - os escritos de João, os escritos de Paulo, os escritos de Lucas, etc.).

    12. Contexto bíblico (o contexto mais amplo possível, toda a Bíblia, permitindo-nos perguntar se nossa interpretação é consistente com toda a Escritura. As Escrituras nunca são contraditórias para si mesmas).

    13. Compreenda a diferença entre declarações prescritivas e descritivas na Bíblia. O versículo está nos dizendo para fazer algo ou descreve uma ação que alguém faz?

    14. Construa toda doutrina em inferências necessárias, em vez de possíveis. Uma inferência necessária é algo que definitivamente é ensinado pelo texto. A conclusão é inevitável. É necessário. Uma possível inferência é algo que poderia ser verdade, mas não algo realmente declarado pelo texto.

    15. Interprete as passagens pouco claras nas Escrituras à luz do claro. Embora todas as Escrituras sejam dadas por Deus, cada passagem não é igualmente clara (fácil de entender). Até mesmo o apóstolo Pedro lutou com os escritos de Paulo às vezes, como ele achou algo "difícil de entender, o que o indesejável e instável distorce, como fazem também o resto das Escrituras, para a sua própria destruição" (2Pedro 3.16).

    16. Pense por si mesmo, mas não sozinho. Nós não somos sábios quando nos isolamos. Deus tem dotado outros com enormes percepções, não só em nossos dias, mas em toda a história da Igreja. Esses professores são presentes de Cristo para o Seu povo (Efésios 4.8-12). Use sua ajuda. Aqui estão [três] citações perspicazes a este respeito:

    "A tradição é fruto da atividade de ensino do Espírito nas eras, já que o povo de Deus buscou o entendimento das Escrituras. Não é infalível, mas também não é insignificante, e nos empobrecemos se o ignorarmos.- J.I. Packer, Upholding the Unity of Scripture Today."

    "Embora a tradição não governa nossa interpretação, ela a guia. Se, depois de ler uma passagem particular, você criou uma interpretação que não foi percebida por nenhum outro cristão por dois mil anos, ou foi defendida por hereges universalmente reconhecidos, as chances são muito boas de que você deveria abandonar sua interpretação." - R.C. Sproul.

    "Parece estranho, que certos homens que falam muito do que o Espírito Santo revela a si mesmos, devem pensar tão pouco do que revelou aos outros". - C. H. Spurgeon, Comentários e Comentários.

    Samson, John, 2012.

    2.3 O Princípio da Clareza das Escrituras

    Como disse Lund e Nelson na última seção desse capítulo de Interpretação das Escrituras, relembremos o primeiro ponto para adequada interpretação das Escrituras, que enfatiza que qualquer um pode entender a mensagem principal da Bíblia. As partes principais da Bíblia são claras, e o Espírito de Deus revela seu conhecimento aos humildes:

    Que o primeiro requisito para o bom entendimento das Escrituras é um espírito de discípulo humilde. Tanto é assim, que uma pessoa comparativamente ignorante, que humildemente invoca a luz do Espírito de Deus no estudo da Bíblia, conseguirá conhecimentos bíblicos exatos com mais facilidade do que um homem de talento e sabedoria humana que, preocupado e carecendo do espírito de discípulo, empreende seu estudo. Numerosos exemplos apoiam esta verdade.

    Lund e Nelson, Hermenêutica, Vida, 2007.

    Norman Geisler também diz acerca da clareza (ou perspicuidade) da Bíblia:

    O princípio frequentemente incompreendido da perspicuidade bíblica não declara que tudo nas Escrituras é claro; [O que esse princípio significa?] ele afirma que os ensinamentos centrais das Escrituras são claros. Como se diz, popularmente: Na Bíblia, as coisas principais são as coisas claras, e as coisas claras são as coisas principais. Na realidade, o próprio Evangelho quase é declarado em palavras monossílabas, e nenhuma delas tem mais de cinco letras: "Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida (1Jo 5.12). Além disto, Jesus disse claramente: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14.6). Os que duvidam e os que distorcem só precisam ouvir apergunta: Qual destas palavras você não compreende?".

    Geisler, Norman. Teologia Sistemática, Vol. 2, 2010, pág. 570.

    Grudem complementa esse raciocínio:

    Lê-se que o caráter das Escrituras é tal [claro] que mesmo os símplices podem compreendê-las corretamente, tornando-se sábios. "O testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices" (Sl 119.130). Aqui a pessoa simples não é meramente a que carece de capacidade intelectual, mas a que carece de juízo correto, que tende a cometer erros e é facilmente desencaminhada. A Palavra de Deus é tão compreensível, tão clara, que até pessoas assim adquirem sabedoria por meio dela. Isso deve servir como grande encorajamento para todos os crentes: crente nenhum deve se julgar néscio [tolo] demais para ler as Escrituras e compreendê-las o suficiente para adquirir sabedoria com elas.

    Grudem, Wayne. Teologia Sistemática: Atual e Exaustiva, 2010, pág. 71.

    2.4 Outros Pilares Deste Livro

    Assim como a seção 2.1 Pressupostos Teológicos explica o pilar teológico em que este livro se baseia (que é, de acordo com Augustus Nicodemus, "1. A existência de Deus. Deus existe. Jesus da fé é o mesmo da história. 2. Revelação Progressiva. Deus se revelou progressivamente, pouco a pouco. 3. Inspiração e Autoridade. A Bíblia é inerrante. 4. História da Redenção. A Bíblia é um livro teológico. 5. Cristo é a chave da interpretação bíblica. 6. O Cânon protestante é o limite da exegese" [senão caímos em contradição e heresia]), existem outros pressupostos sob os quais esse livro se mantém. E assim como a seção 2.2 Regras de Interpretação da Escritura informa as leis seguidas para interpretação da Bíblia usadas neste livro, existem outras regras seguidas como fundamento desta obra. Esta é uma seção pessoal, na qual declararei minhas próprias fontes, e declararei como este livro foi construído em mais de dez anos.

    1. Teologia Ortodoxa. Na seção 2.1 e 2.2, e em todo o livro, seguimos a ortodoxia teológica, o que os fiéis escreveram ao longo de mais de 1900 anos. Não me lembro de alguma coisa importante que retirei de uma fonte heterodoxa que esteja neste livro e seja defendida por mim. Também seguimos e interpretamos a Bíblia pelo método histórico-gramatical, e não o liberal método histórico-crítico, nem o fantasioso método alegórico usado na idade média (que dizia que cada verso tem quatro significados diferentes). A única exceção nisso é que eu creio que Deus (que é infinito) pode ter escrito alguns versos chave com dois significados (assim eu não limito a Deus ter se revelado em cada verso apenas com um significado com esse pressuposto), por exemplo, Gênesis 3.15: E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. 1º Significado, significado que não importa muito nesse caso: Sabemos que as pessoas realmente detestam cobras, e as pessoas matam as cobras ferindo a cabeça delas, e as cobras picam as pessoas, quando as cobras estão no chão, no pé (ex. calcanhar), na canela, na perna, etc. 2º Significado, o significado importante: Deus o Pai prometeu que enviaria Jesus, filho de Maria segundo a humanidade, descendente de Eva, que derrotaria a antiga serpente, que é Satanás.

    Ou: Ezequiel 28 serve tanto literalmente para Satanás, como alegoricamente para o príncipe de Tiro; Ou: Oseias 11.1 fala tanto de Israel como de Jesus: ambos foram chamados do Egito (do Egito chamei a meu filho, citado por Mateus 2:15).

    2. Pesquisa. Metade das coisas escritas neste livro foi pesquisando, sim, lendo (comecei pelas confissões de fé de umas 20 denominações, como a dos primeiros Concílios, a de Westminster, a de Heidelberg, as Luteranas, as Pentecostais, as Batistas, etc.), e metade disso na língua portuguesa com os livros que possuo – possuo pouca coisa, mas só compro o que realmente preciso (como os livros de Wayne Grudem, Livro de Concórdia (luterano), Obras de Armínio, Teologia de John Wesley, diversas outras Teologias Sistemáticas como a de Louis Berkhof, Herman Bavinck, Norman Geisler, livro sobre casamento e posts na internet de Hernandes Dias Lopes, livros sobre o debate arminianismo-calvinismo como Por Que não sou Calvinista de Jerry Walls e Dongell, livros de John Bunyan, de Ken Ham sobre criacionismo, livro de hermenêutica do Lund e Nelson, livros da vida e história de Spurgeon de Iain Murray (onde aprendi parte da expiação calvinista moderada), livros reformados com comentários de MacArthur como Justificação pela Fé Somente de Don Kistler, e algumas literaturas antigas quando eu era declaradamente pentecostal em doutrina como a Bíblia de Estudo Pentecostal, Cursos de Teologia Sistemática em pequenos módulos (IBAD), outros cursos de teologia, Comentário Bíblico Pentecostal (sim tenho isso também); alguma coisa no youtube (como vídeos de Augustus Nicodemus) e na internet, como o site apologético do CACP), e a outra metade na língua inglesa (porque em inglês existe muito mais variedade de literatura, inclusive teológica ortodoxa, como os livros que também possuo de Stanley Grenz (teologia sistemática), o livro de Jay Adams de Escatologia, livro sobre o debate calvinismo-arminianismo Por Que não Sou Arminiano de Peterson e Williams (que complementa o Por Que não Sou Calvinista, originalmente lançado no mesmo dia); alguns filmes de Ray Comfort; agora na internet o comentário completo de Matthew Henry e de Jim Gibson sobre Apocalipse, posts de Kenneth Gentry, também sobre Escatologia, na internet Matthew J. Slick, e para coisas bem complicadas em grego e em hebraico, atualmente, dicionários bíblicos, léxicos, artigos, enciclopédias etc.). Para uma completa visão do que foi consultado e referenciado ver as Referências Bibliográficas ao final do livro.

    3. Lógica. Creio que a lógica é de Deus (assim como a exatidão matemática de que 2 + 2 é sempre 4), e foi dada por Deus para solução de muitos problemas, se o raciocínio lógico for corretamente colocado, claro. Sou formado em engenharia mecânica, porém não trabalho na área. No entanto, na minha vida desenvolvi um pouco de conhecimento lógico, raciocínio lógico, e, depois de alguns anos de oração e depois de convertido, vi que isso pode ser usado a favor da teologia em oração. Por exemplo, condena-se o compatibilismo (essa doutrina diz que se Deus decreta que alguém irá, por exemplo, pecar, essa pessoa, que não pode escapar disso, é que fica sendo responsável pelo pecado) porque não faz jus ao caráter de Deus de amor da Escritura, e, apenas pela lógica, Deus fica sendo o autor do pecado nessa teoria. Condena-se também a teoria em que Deus cria pessoas para serem ignoradas eternamente sem dar-lhes oportunidade alguma de salvação, pois a Bíblia diz em outros lugares que Deus deseja que todos sejam salvos: isso ficaria sendo uma contradição. E contradições bíblicas não são lógicas, pois ficam sendo mistérios sem sentido. E Deus não é Deus de contradição, nem de confusão (1Co 14.33). E a Bíblia não possui realmente contradições, se achamos que ela possui somos nós é que estamos errados. Não gosto de apelar ao mistério, como nestes dois casos citados alguns apelam, pois faz com que abandonemos a lógica por trás disso que é muito mais real e racional do que crer num paradoxo.

    Creio também que a doutrina da perseverança dos santos é muito clara nas Escrituras, pois como Jesus disse que o Pai sempre nos alimenta, nos veste e nos dá o que beber, também faz todo sentido que guarde nossa salvação, que é muito mais importante do que bebida, vestes ou comida. O selo, testemunho e penhor do Espírito Santo defendem isso. Deus iria assumir alguém como verdadeiro filho adotivo e se arrepender? Não seria sábio de um pai terreno fazer isto, quanto mais do Celestial, que sabe e forma o futuro.

    Também, Se Deus é amor, e condena alguns pro inferno, logicamente existe uma razão por isso, e essa razão está neste livro. Acerca das origens da vida, como o evolucionismo

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