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A Verdade Que É Pregada
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A Verdade Que É Pregada
E-book303 páginas4 horas

A Verdade Que É Pregada

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Sobre este e-book

As experiências da Igreja, nos dias dos apóstolos, são de alto valor e extraordinária importância para a Igreja de hoje. Não para a Igreja viver, hoje, exatamente como a Igreja viveu, naqueles dias. Mas suas experiências, naqueles dias, devem ser consideradas à luz do que a Escritura estabelece para a Igreja. Não é preciso que os membros da Igreja, hoje, vendam suas propriedades para a manutenção conjunta da comunidade, porque a Escritura não ordena que se faça isto. Se um grupo, hoje, não contar com a simpatia de todo o povo, não deixa, por isso, de ser Igreja.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de set. de 2021
A Verdade Que É Pregada

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    A Verdade Que É Pregada - Apóstolo Luiz Fernando

    A VERDADE QUE É PREGADA

    APÓSTOLO LUIZ FERNANDO

    1

    2

    Índice:

    Introdução:_________________________05

    A Igreja Primitiva:____________________07

    O Protestantismo:____________________15

    Arminianismo:_______________________20

    Calvinismo:_________________________135

    Homilética:_________________________156

    Pregação Expositiva:__________________166

    Teologia da Prosperidade:_____________258

    Falsas Doutrinas:_____________________271

    Heresias Superadas:___________________283

    Falsos Mestres:______________________289

    Avaliando o Pregador:_________________297

    Viver no Poder de Deus:_______________303

    Porque Estudar Teologia:______________317

    Hermenêutica:______________________325

    Teologia Sistemática:_________________350

    3

    Os Maiores Pregadores:______________359

    Conclusão:_________________________366

    4

    Introdução

    Hoje vivemos uma situação bastante difícil em meios as Igrejas da atualidade, enfrentamos várias situações que em sua maioria divergem dos ensinamentos primórdios ensinados pelos nossos ancestrais e líderes nato da antiguidade, como os apóstolos em suas condutas e ensinamentos.

    Nessa época dos Apóstolos tinham uma convicção diferenciada de apregoar o Evangelho. Partiram de um princípio fraterno e tínhamos um amor diferenciado para com os membros e os demais.

    A pergunta que me faço nesse instante é onde nos perdemos nossas raízes e ensinamento pétreos de Jesus Cristo.

    Nesse livro vamos relembrar as atitudes da Igreja Primitiva e a comparação com a atual, nos seus ensinamentos, métodos que usavam e pincipalmente a conduta a qual os Apóstolos usavam em suas pregações e vidas.

    O Apóstolo Pedro em certa feita pregando em um monte e devidamente inspirado por Deus consegui entrar nos corações de mais de 3000 almas, que se propuseram e acreditaram na pregação dele, sendo que os mesmos mudaram suas atitudes e passaram a servir a Deus.

    5

    Era realmente uma época maravilhosa, apesar das dificuldades que eles tinham, sem tecnologia, em muitas vezes sem condições financeiras, passando por uma série de perseguições e pagando com suas próprias vidas por amor a Deus.

    Será que hoje nos pregadores e servos de Deus conseguiríamos ser fieis como eles eram?

    Essa e outras respostas estarão tratadas nesse livro em comparativos e estudos de teólogos e análise confrontada com vários estudos disponíveis e de fácil acesso para nossa formação espiritual, moral e ética.

    Lembrando sempre que a Bíblia com suas diversas traduções é sempre eficaz e muito bem explicada, contudo há muitos trechos, parábolas, profecias que a ajuda literária, as exegeses, são exatamente validas.

    Contudo, vamos juntos aprender com a palavra de Deus.

    Boa Leitura

    Apóstolo Luiz Fernando

    6

    A Igreja Primitiva

    As experiências da Igreja, nos dias dos apóstolos, são de alto valor e extraordinária importância para a Igreja de hoje. Não para a Igreja viver, hoje, exatamente como a Igreja viveu, naqueles dias.

    Mas suas experiências, naqueles dias, devem ser consideradas à luz do que a Escritura estabelece para a Igreja. Não é preciso que os membros da Igreja, hoje, vendam suas propriedades para a manutenção conjunta da comunidade, porque a Escritura não ordena que se faça isto. Se um grupo, hoje, não contar com a simpatia de todo o povo, não deixa, por isso, de ser Igreja.

    As experiências da Igreja Primitiva nos inspiram na prática da fé cristã e, muitas vezes, até nos emocionam.

    Mas as experiências naqueles dias não são regra para os dias de hoje, mesmo estando elas registradas na Escritura. A não ser que seu registro esteja acompanhado de algum ensino ou ordem, para isso.

    (Isto é um princípio de interpretação bíblica). Porém, suas experiências, num tempo especial, mostram e, portanto, ensinam sua condição de vida em todos os tempos.

    Assim, esta lição não deve ser apenas de informações históricas, e, sim, informações históricas que informem ou ensinem para a prática de agora. Pois não há uma 7

    Igreja Primitiva e outra nos dias de hoje, mas, sim, experiências, nos primeiros dias e nos dias de hoje, na vida da mesma Igreja.

    Então, vejamos a IGREJA PRIMITIVA, em suas experiências, ou seja, a Igreja em suas primeiras experiências.

    1 - VIVEU ALGUM TEMPO DE BONANÇA

    Durante algum tempo, a Igreja viveu uma experiência de um cantinho do céu na terra.

    1. Havia acatamento da doutrina e temor (At 2.42,43).

    O temor de Deus, que havia em cada alma, ou seja, o reconhecimento de que Deus é o Senhor e que tem o poder, a autoridade e o domínio sobre tudo e sobre todos, fazia com que houvesse perseverança na doutrina dos apóstolos, pois ela era acatada como provinda de Deus.

    2. Havia unanimidade (At 2.46; 4.32). O acatamento da doutrina estabelecia unanimidade, pois não havia quem quisesse fazer as coisas de acordo com as suas próprias ideias. Ao contrário, aceitava-se o padrão dado por Deus, através dos apóstolos.

    3. Havia comunhão (At 2.42,44-46). Já que ninguém discordava do padrão, antes, perseveravam unânimes, proporcionava-se a comunhão. Não só 8

    estavam juntos os crentes, como tinham convivência fraterna.

    4. Havia liberalidade e suprimento (At 2.45; 4.32,34,35). Resultante da fraternidade na convivência em que, Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das cousas que possuía; nenhum necessitado havia entre eles, pois se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade.

    5. Havia simpatia do povo (At 2.47). Até este ponto, o povo, ainda não sublevado pelos sacerdotes, por certo, estaria admirando e apreciando o modo de vida dos cristãos.

    6. Havia milagres encorajadores. A realização de milagres por mãos dos apóstolos (At 2.43; 5.12; 14.3; 19.11) autenticava a pregação da Igreja (2 Co 12.12) e convencia os ouvintes da palavra (At 4.4) e até encorajava a Igreja (At 4.30,31).

    7. Havia conversões animadoras. Num só dia a estatística da Igreja cresceu quase 2.600% (At 2.41) e continuou a crescer, dia a dia (At 2.47).

    Mas esta experiência de bonança não perdurou.

    2 - COMEÇOU, LOGO, A ENFRENTAR PROBLEMAS

    Pedro, Tiago e João tiveram a experiência de presenciar a transfiguração de Jesus, e nela queriam permanecer, 9

    conforme a sugestão de Pedro: Mestre, bom é estarmos aqui e que façamos três tendas; uma será tua, outra para Moisés e outra para Elias. (Mc 9.5b).

    Mas, a seguir, havia uma multidão abaixo do monte e, com ela, o sofrimento. Houve um tempo como o monte da transfiguração; depois, começaram as aflições de que falara o Senhor aos primeiros componentes da Igreja: No mundo passais por aflições (Jo 16.33b); —

    Antes, porém, de todas estas cousas, lançarão mão de vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome (Lc 21.12); —

    porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos (Mt 24.24).

    1. Ressentimento, inveja e oposição

    Estes foram os primeiros problemas que surgiram na vida da Igreja. As autoridades ficaram ressentidas e sobrevieram e prenderam Pedro e João (At 4.1-3) e,

    Levantando-se, porém, o sumo sacerdote e todos os que estavam com ele, isto é, a seita dos saduceus, tomaram-se de inveja e prenderam os apóstolos e os recolheram à prisão pública (At 5.17,18). Assim, se fez oposição à pregação e ao ensino em nome de Jesus (At 4.18; 6.9-14).

    10

    2. Falta de sinceridade, de acatamento, de unanimidade e de consideração uns com os outros Pior que aqueles, foram estes, porque dentro da própria Igreja. Pessoas querendo parecer o que, na realidade, não eram (At 5.1-10). Ainda que este caso tenha sido sanado de modo drástico, de maneira a ter vindo grande temor a toda a Igreja, aquele temor não se conservou.

    A autoridade apostólica começa a ser contestada (1 Co 9.1,2; 2 Co 11.4; 12.11; 3 Jo 9). Aquela unidade de alma se desfez (1 Co 1.11-13; 3.3,4; At 15.36-39). E também aquela convivência de comunhão fraterna já não era a mesma (1 Co 11.21,22).

    3. Discriminação e murmuração ou queixa (At 6.1) Esta passagem informa que o próprio crescimento da Igreja ocasionou estes problemas. Enquanto as pessoas a serem atendidas na distribuição diária eram poucas, não acontecia de algumas ficarem esquecidas; enquanto as viúvas eram todas dos hebreus, não havia preferências ou proteção; mas, surgindo estas coisas, houve também murmuração, queixa, reclamações.

    4. Perseguição (At 8.1)

    A inveja, que motivou a oposição iniciada com a prisão de Pedro e João, e ampliada com a prisão dos apóstolos, tornou-se em ódio enfurecido, que 11

    apedrejou Estêvão, e resultou em grande perseguição contra a Igreja, em Jerusalém, dispersando os discípulos. Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere (At 8.3).

    Mas, como o Senhor prevenira Seus discípulos de que passariam por aflições, também lhes prometeu que as portas do inferno não prevaleceriam contra a Igreja (Mt 16.18).

    3 - ENFRENTOU OS PROBLEMAS E SUPORTOU AS

    AFLIÇÕES

    Se o Senhor permitiu problemas e aflições na vida da Igreja (e, se eles existiram, foi por permissão de Deus), também, foi a providência de Deus que a sustentou.

    1. Por ter garantia da palavra do Senhor (Mt 16.18) A afirmação de Jesus é que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja. E os discípulos creram que as palavras de Jesus são palavras da vida eterna (Jo 6.68). Por isso, podiam dizer: Em todas estas cousas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou (Rm 8.37). E estas cousas são as do sofrimento (Rm 8.35).

    2. Sua ação e sua sustentação não vinham de si mesmas

    12

    Ainda nos dias bonançosos, o Senhor é que lhe acrescentava os que iam sendo salvos (At 2.47).

    Quando as pessoas olhavam, admiradas, para Pedro e João, por terem curado um coxo, na Porta Formosa, eles explicaram que não foi por seu próprio poder que realizaram aquele milagre (At 3.12).

    Paulo, ensinando a segurança vitoriosa dos eleitos (portanto, da Igreja), esclarece que a segurança vem de Deus: Se não há quem possa ser contra nós, para nos acusar, condenar ou separar-nos do amor de Deus, é porque... se Deus é por nós, justificando-nos e nos mantendo, em Cristo Jesus (Rm 8.31-39). Se em todas as coisas (e até as coisas do sofrimento) somos mais que vencedores, é por meio daquele que nos amou

    (Rm 8.37). Se o servo do Senhor está em pé, é porque o Senhor é poderoso para o suster (Rm 14.4).

    Foi por este poder e cuidado de Deus que a Igreja Primitiva se manteve em meio aos problemas e aflições.

    3. Pela esperança da glória por vir

    O que Estêvão — o primeiro mártir da fé cristã —

    demonstrou, em seu apedrejamento (diante da fúria dos homens, que rilhavam os dentes contra ele, e via o céu aberto — At 7.54-60), isto mesmo Paulo ensina:

    "Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos 13

    do tempo presente não são para comparar com a glória por vir a ser revelada em nós."

    Esta esperança sustentou a Igreja Primitiva para enfrentar os problemas e suportar as aflições que lhe sobrevieram.

    14

    O Protestantismo

    O protestantismo é um conjunto de doutrinas religiosas cristã do século XVI, derivada da Reforma Protestante liderada pelo padre alemão Martinho Lutero. O

    protestantismo, junto com o catolicismo e com a ortodoxia formam as três principais divisões do cristianismo. Devido aos protestos causados pelo manifesto de Lutero, em 31 de outubro de 1517, o termo protestante ganhou notoriedade, sendo os seus seguidores chamados de luteranos ou

    evangélicos.

    O reformismo fazia duras críticas às algumas práticas comuns à igreja católica da época, tais como a venda de indulgências e de relíquias sagradas, a obtenção do perdão por meio de pagamentos, a negociação de cargos eclesiásticos através do dinheiro, o casamento de membros do clero, além de questionar a autoridade papal.

    Atualmente, existem mais de 801 milhões de seguidores do protestantismo em todo o mundo, chegando a 37% de adeptos. Estando a maior parte dos seus féis situados no norte do Europa, no Reino Unido e Estados Unidos, sendo os americanos o maior número de fiéis ao protestantismo com mais de 160

    milhões de cristãos.

    15

    Origem

    Descontente com algumas imoralidades e com os abusos cometidos pela igreja católica, Martinho Lutero, um monge agostiniano e professor de teologia, voltou-se contra os dogmas do catolicismo românico por meio da publicação das suas 95 teses que contestavam a ideia de que o perdão poderia ser adquirido através da comercialização de indulgências, praticado pelo frade dominicano Johann Tetzel.

    Estes escritos foram afixados na porta da igreja de Wittemberg, na Alemanha, causando a ira do papa Leão X, que pediu que Lutero confessasse o seu engano. No entanto, Lutero não atendeu ao pedido do papa em 1520, nem deu ouvidos à ordem do imperador Carlos V em 1521, que acabou sendo considerado um fora-da-lei, e posteriormente excomungado pela igreja católica em 1530.

    Diante desta situação, Lutero deu início a Reforma Protestante e fundou uma nova cultura religiosa com fundamentos próprios e doutrinas mais flexíveis. Esta nova religião ganhou vários adeptos pelo mundo, principalmente na Europa.

    Fundamentos

    Os princípios do protestantismo baseia-se nos escritos, chamados de cinco solas, que resume as crenças teológicas básicas dos reformadores. Todos os cinco 16

    fundamentos contrapõem os ensinamentos da Igreja Católica Apostólica Romana. Os princípios são:

    • Somente a Escritura (Sola scriptura) – Reconhece a bíblia como a única escritura sagrada criada por Deus, na qual baseia-se para seguir a sua palavra.

    • Somente a Graça (Sola gratia) – A salvação é obtida através da graça de Deus.

    • Somente a Fé (Sola fide) – A justificação é alcançada por meio da fé e não por meio de boas ações, como era pregado na igreja católica.

    • Somente Cristo (Solus Christus) – A salvação só é alcançada através do intermédio de Cristo.

    • Glória somente a Deus (Soli deo Gloria) – Toda glória é devida somente a Deus, pois a salvação só é obtida pela sua vontade.

    Principais Igrejas Protestantes

    O reformismo pregado por Lutero abriu espaço para diversas outras correntes religiosas como:

    • Presbiterianos – Criado pelo teólogo francês João Calvino (1509-1564). Pregavam que só os escolhidos por Deus se salvariam. Sendo criado depois, pelo teólogo holandês James Armínio, outra ramificação chamada: arminianismo.

    17

    • Anglicanos – Foi criado, em 1534, pelo rei da Inglaterra Henrique VIII, que tinha o objetivo de anular o seu casamento para casar-se com Ana Bolena. No entanto, a separação não foi aceita pelo papa Clemente VII, o que levou o monarca a romper com a igreja católica e formar a sua própria religião.

    • Batistas – O movimento anabatista surgiu durante a reforma protestante e fundou a sua primeira igreja em 1 de janeiro de 1525.

    • Metodistas – Foi criada no século XVIII, na Inglaterra, e tinha a intenção de reformular a igreja anglicana. No entanto, o objetivo dos metodistas não tiveram êxito, dando início a uma nova corrente protestante.

    • Pentecostais – No século XX surge uma vertente do metodismo, sendo fundada em 1910, a Congregação Cristã do Brasil; e na sequência a Assembleia de Deus, e em 1962, a Deus é Amor. Os pentecostais creem na cura pela fé.

    • Neopentecostais – São formados pelas igrejas: Universal do Reino de Deus e a Igreja Renascer em Cristo. Os neopentecostais têm a pratica de realizar grandes cultos e também de fazer exorcismos.

    Protestantes no Brasil

    O protestantismo chega ao país ainda no período do Brasil colônia, consolidando-se com a abertura dos 18

    portos. Em 1532, desembarca o primeiro protestante a pisar em terras brasileiras, o luterano Heliodoro Heoboano, filho de um amigo de Lutero.

    Foi em torno de 1630, que o protestantismo ganhou força no Brasil. Após os holandeses estabelecerem o seu domínio em Pernambuco. Em seguida foram fundadas as primeiras 22 igrejas protestantes do Brasil na região Nordeste, estando a maior delas localizada no Recife. Esta igreja contava com uma congregação da Inglaterra e da França e tinha entre os seus membros o conde Maurício de Nassau. Em 1824, o protestantismo se espalhou por todo o país.

    De acordo com o censo realizado em 2010, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de evangélicos no Brasil aumentou 61,45% em 10 anos. No entanto, a maioria da população da brasileira ainda é católica, com 124,9 milhões de seguidores, atingindo 73,6% dos brasileiros. Nos últimos anos o catolicismo registrou uma queda de 1,3% no número de fiéis.

    Entre as religiões protestantes com maior número dos adeptos nos Brasil está a Batista com 3,7 milhões, e as igrejas Presbiteriana e Adventista, ambas com 1,5

    milhões de fiéis. Já entre as pentecostais e neopentecostais destaca-se a Assembleia de Deus com 12,3 seguidores.

    19

    Arminianismo

    Arminianismo, em seu sentido mais amplo, é simplesmente não-Agostinianismo ou não-Calvinismo.

    Ele tem muitas variações, desde as visões evangélicas do próprio Armínio à ala esquerda do liberalismo. O

    que as mantêm unidas é a rejeição do conceito Agostiniano da verdadeira depravação total*

    (escravidão da vontade) e uma crença na forma significativa de livre-arbítrio, pelo menos em relação à capacidade de aceitar ou rejeitar a oferta do evangelho da salvação.

    É, realmente, uma impropriedade chamar este ponto de vista de Arminianismo, uma vez que ele existia, muito antes de Tiago Armínio (AD 1560-1609). Foi a crença de consenso na Cristandade antes de Agostinho (354-430) e foi afirmado pelo mesmo Agostinho, sobretudo, mas não exclusivamente, em seus anos anteriores. Por exemplo, Agostinho declarou, em 412

    d.C., que o Criador deu aos seres humanos o livre-arbítrio como um poder intermédio, que é capaz de inclinar-se tanto para a fé quanto a se voltar para a descrença… Deus, sem dúvida, deseja que todos os homens sejam salvos, mas não de modo a tirar-lhes a sua liberdade de vontade. O pensamento católico, na Idade Média, era misto, mas a partir do momento da Reforma, a doutrina Católica Romana oficial esteve em consonância com o Arminianismo. No século XVI, os anabatistas e a maioria da Reforma Radical ensinaram 20

    uma doutrina (restaurada) do livre-arbítrio, ao contrário dos principais reformadores.

    Quando o próprio Armínio fez a transição do catolicismo ao protestantismo, ele foi confrontado com as visões estritamente calvinistas, especialmente, aquelas de Beza em Genebra, mas ele, pessoalmente, rejeitou tanto a forma supralapsariana quanto a sublapsariana do Calvinismo. Embora tenha reconhecido a herança Adâmica da depravação total e afirmado a necessidade da graça para capacitar à fé, ele negou o significado prático da depravação**, declarando que tal capacidade da graça é universal e resistível. Assim, quanto ao saber se os pecadores têm a capacidade de aceitar ou rejeitar o evangelho, Armínio, certamente, foi um Arminiano. Alguns, tais como Gordon C. Olson, Robert Picirilli e Stephen Ashby, referem-se à visão global de Armínio e àquela de seus primeiros seguidores Remonstrantes como

    Arminianismo Reformado. Picirilli e Ashby abraçam e ampliam essa visão. Leroy Forlines chama a visão de Armínio de Arminianismo Clássico e identifica sua própria visão com ela.

    Muitos dos que continuam na tradição geral do livre-arbítrio e que são, dessa forma, Arminianos, neste sentido amplo, estão fora do âmbito da ortodoxia, do cristianismo conservador. Isso inclui grupos como Socinianos e Unitários, Quakers, alguns cultos, como 21

    as Testemunhas de Jeová, e que Erickson, geralmente, chama de ala esquerda do liberalismo.

    A forma mais comum de Arminianismo, pós-Armínio, é aquela formulada por John Wesley e abraçada por seus seguidores no Metodismo, holiness e denominações pentecostais. É semelhante à própria visão de Armínio, mas inclui uma visão mais completa e consistente da graça preveniente de Deus, que restaura à raça Adâmica, o livre-arbítrio e a capacidade de aceitar ou rejeitar o evangelho. Esta visão é, geralmente, chamada de Arminianismo Wesleyano ou

    Arminianismo evangélico.

    Outros grupos modernos na tradição geral do Livre-arbítrio incluem alguns batistas (por exemplo, a Igreja Batista do Livre-Arbítrio, representada por Forlines e Picirilli) e as associações do Movimento de Restauração (Stone-Campbell) – (igrejas cristãs, igrejas de Cristo), das quais eu faço parte.

    Com a exceção dos católicos e grupos não-ortodoxos, como os citados acima, a visão defendida pela maioria dos mencionados, neste breve levantamento histórico, pode ser definida como Arminianismo clássico no sentido mais amplo. Eu sei que Forlines usa esse título (com um C maiúsculo) em um sentido mais específico, que inclui as doutrinas da graça preveniente e expiação substitutiva. [26] Todavia, eu vou aplicar esse título (com um c minúsculo) a todos aqueles que 22

    acreditam na forma significativa de livre-arbítrio humano, para aceitar ou rejeitar o evangelho, no entanto, a presença desta habilidade é esclarecida.

    Como, então, a doutrina Arminiana clássica da predestinação se encaixa nesse quadro? Como estou usando o termo, é a opinião de que antes que o mundo existisse, Deus, condicionalmente, predestinou alguns indivíduos específicos, para a vida eterna e o restante para a condenação eterna, baseado em seu pré-conhecimento de suas respostas originadas do livre-arbítrio, à sua lei e à sua graça. Para a maioria das pessoas aqui descritas como Arminianos clássicos, a ideia principal é que Deus predestina de acordo com o pré-conhecimento (presciência), das futuras decisões oriundas do livre-arbítrio humano. Jewett chama essa de a mais antiga visão da predestinação, remontando aos antigos Pais Gregos e a visão mais amplamente aceita hoje entre os estudantes leigos da Escritura.

    Alguns podem se surpreender ao saber que Arminianos crêem na predestinação como tal. Isso ocorre porque muitos associam a palavra com o Calvinismo e presumem que somente os Calvinistas aceitam tal doutrina. Este não é o caso, no entanto. Como Forlines diz, a doutrina da predestinação é tão essencial para Arminianos como é para os Calvinistas e nós, na categoria anterior, precisamos retomar a palavra, bem como o conceito, juntamente com todas as bênçãos dela resultantes.

    23

    Vou agora apresentar quatro coisas: uma explicação mais completa da visão arminiana de predestinação; um breve histórico da visão arminiana; uma declaração sobre os pressupostos gerais deste ponto de vista teológico, e uma breve exposição de Romanos 9 como um texto fundamental sobre este assunto.

    I. A VISÃO ARMINIANA DA PREDESTINAÇÃO

    Tal como foi definida, a predestinação é a opinião de que antes que o mundo existisse Deus, condicionalmente, predestinou alguns indivíduos específicos, para a vida eterna e o restante para a condenação eterna, baseado em seu conhecimento prévio das respostas oriundas do livre-arbítrio à sua lei e à sua graça. No desempacotamento desta definição vamos explorar o significado, os objetos, o fim, e a forma de predestinação.

    A. O Significado da Predestinação.

    O termo predestinação se refere à decisão de Deus para realizar um determinado ato futuro, realizar um determinado objetivo ou a sua determinação prévia para fazer com que algo aconteça. A atividade predeterminadora de Deus não se limita às suas decisões sobre o destino final dos indivíduos, mas também inclui outros aspectos de seus propósitos eternos. Por exemplo, quando aplicado a pessoas, Deus não somente predestinou alguns para a salvação, mas 24

    tem também predestinado alguns para papéis de serviço, em que ele os usa como instrumentos para realizar os seus propósitos em relação com a salvação.

    Discernir a diferença entre os dois é fundamental para um correto entendimento do que significa dizer que

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