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Um passeio, da física quântica à engenharia genética, passando por nós e indo um pouco adiante.
Um passeio, da física quântica à engenharia genética, passando por nós e indo um pouco adiante.
Um passeio, da física quântica à engenharia genética, passando por nós e indo um pouco adiante.
E-book170 páginas2 horas

Um passeio, da física quântica à engenharia genética, passando por nós e indo um pouco adiante.

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Sobre este e-book

A obra propõe um passeio, da física quântica à engenharia genética, passando por nós e indo um pouco adiante. Trata-se de uma viagem sutil e profunda que mergulha nos maiores mistérios da humanidade.A proposta é trazer o conhecimento científico através de uma linguagem acessível, digna de um escritor de livros de ficção. No entanto, o autor utiliza seu conhecimento acadêmico para abordar o assunto com seriedade, onde a base teórica é fruto de uma extensa pesquisa visando trazer informações atualizadas, apoiadas por livros e artigos de renome.Em uma bela fusão do complicado e do sutil, o objetivo é simplesmente desafiá-lo a pensar através de um enredo surpreendente e incomum.Alguns dos assuntos abordados:Forças fundamentais, Teoria do Tudo, espaço-tempo, multiverso, teoria das cordas, teoria M, Big Bang, relatividade especial e geral, DNA, engenharia genética, armas químicas, hereditariedade, células-tronco, melhoramento genético, clonagem, morte programada, telomerase, antimatéria, matéria escura, energia escura, mecânica quântica, experimento da dupla fenda, salto quântico, emaranhamento quântico, teletransporte quântico, evolução química, mundo do RNA, panspermia, Deus e nós.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento5 de mar. de 2023
ISBN9781526076687
Um passeio, da física quântica à engenharia genética, passando por nós e indo um pouco adiante.

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    Um passeio, da física quântica à engenharia genética, passando por nós e indo um pouco adiante. - Fernando Henrrique De Marchi

    1 - Números

    Parte da história de tudo pode ser contada através dos números, e por isso será inevitável que eles surjam constantemente durante esse nosso passeio, que vai da física quântica até a engenharia genética, passando por nós e indo um pouco adiante. Será comum falar sobre bilhões e trilhões já que estaremos explorando a imensidão do que há para fora, no universo, como também a imensidão que se esconde em cada minúscula parte de nós mesmos. No entanto, quando o assunto é a enigmática viagem buscando nossas origens, existe um número que é absolutamente intrigante. Apesar do grande mistério envolvido, a compreensão matemática é bem simples, já que não é necessário fazer qualquer equação, pois se trata simplesmente do número 1.

    A primeira vez que o número 1 surge como um grande enigma é na representação do nosso universo. Até cerca de duzentos anos atrás, predominava a crença de que vivíamos em um universo estático onde tudo o que existe se mantinha em locais ou órbitas constantes e imutáveis por toda a eternidade. No entanto, quando por fim aprendemos a enxergar com mais clareza o que existe lá fora, o que de fato encontramos é um universo em expansão o qual abrange tudo o que podemos ver e aponta para um princípio simultâneo. A crença predominante atual é de que toda matéria e energia existentes estavam condensados a um tamanho microscópico. Em resumo, isso significa dizer que o tudo, o qual podemos enxergar, estava comprimido a um tamanho subatômico em uma escala tão pequena que nem sequer somos capazes de observar. Ou seja, em nossa perspectiva podemos dizer que tudo estava dentro do nada, e então ocorreu a misteriosa expansão formando o cosmo em que vivemos. Essa unidade da qual fazemos parte segue um ciclo de vida repleto de perfeições matemáticas, pelas quais a nossa ciência ousa até mesmo calcular como será seu fim.

    O próximo número 1 a ser considerado é a árvore da vida correspondente aos nossos genes. Só existe um único código genético que descreve todos os seres vivos. Esse código compõe um grande livro da vida formado pelo DNA. Tal código é composto por apenas quatro bases nitrogenadas que podemos comparar com às letras em um livro. Tais letras são agrupadas de três em três para formar os aminoácidos que podem ser comparados com palavras. Por sua vez, estes são agrupados para compor as proteínas que podem ser entendidas como as frases. Desta forma, de frase em frase, é descrito minuciosamente como será uma flor ou um ser humano. Tudo está ali: a cor, o tamanho, o cheiro, texturas, as mais inusitadas armas de sobrevivência, e até mesmo a descrição da estrutura cerebral capaz de dar suporte a nossa consciência.

    A ligação entre todas as espécies pode ser facilmente observada quando encontramos a mesma linha de programação contida no DNA desde os seres mais simples até os mais complexos. Um bom exemplo é que nós, humanos, compartilhamos certas partes do código genético existente nas bactérias. Isso nos faz pensar que a vida é tão absolutamente rara que parece ter um único princípio, seja qual ou como for.

    O terceiro enigmático número 1 é a própria humanidade. Somos os únicos seres vivos da Terra capazes de dominar a razão e ter consciência sobre a vida, a morte e fazer especulações além da morte. Somos os únicos que conseguem compreender o significado de fim, e ao mesmo tempo mensurar padrões que tendem ao infinito. Somos pó, como os demais seres vivos, mas também somos poesia. Conceitos tais que apenas nós compreendemos!

    Brancos, pretos, amarelos e vermelhos, somos um único povo com um provável princípio único. E se não aprendermos a valorizar essa unidade poderemos acabar causando um fim também simultâneo para todos.

    Já nos basta seguir explorando estas três unidades que agregam os mais profundos segredos. Um universo que se divide em bilhões de galáxias, uma única árvore da vida que se ramifica em milhões de espécies, e uma única espécie racional que se distribui em bilhões de consciências. Estas ramificações possuem seus próprios enigmas a serem explorados. Para cada uma delas, acreditamos saber calcular quando foi o princípio, temos muita informação sobre o meio correspondente ao tempo em que vivemos, e até mesmo especulamos sobre o fim. Mas, afinal, qual é a confiabilidade de nossa ciência e o que ela de fato pode nos mostrar?

    Um ditado popular baseado em uma declaração do filósofo Sócrates diz: Quanto mais sei, mais sei que nada sei. Tal conhecimento, ou reconhecimento, formulado 400 anos a.C. é uma sabedoria perfeitamente aplicável à humanidade atual! Saber que não sabemos é a porta para um maior aprendizado. Porém, o pouco que já sabemos é de tirar o fôlego! Vamos lá?

    2 - Significante insignificância e a ilusão da Realidade

    Antes de mergulhar nos enigmas do universo é interessante rever rapidamente a nossa própria significância e entender como nossos sentidos afetam a percepção do que é a realidade.

    Para perceber o que somos, basta um pouco de observação. Se estivéssemos na janela do vigésimo andar de um prédio, o que corresponde a cerca de sessenta metros de altura, a nossa percepção nos permitiria ver e ouvir o caos da rotina humana. Motores de carros acelerando, buzinas soando, latidos de cachorro, e provavelmente escutaríamos algum tipo de propaganda. Enquanto isso, veríamos pessoas indo e vindo em várias direções, em uma confusa rotina onde a pressa predomina.

    Vamos subir só um pouquinho mais em busca de tranquilidade. A apenas onze mil metros, altura equivalente a um voo comercial, os barulhos de nossa confusão teriam cessado. Agora é possível escutar o som do vento e observar a nossa minúscula escala existencial. Considerando que este voo teve partida em uma região populosa, alguns milhões de pessoas poderiam estar diante de nossos olhos no pedacinho de terra que estaríamos observando.

    Viajando um pouco mais alto, a onze mil quilômetros de altura, já podemos enxergar a terra como um todo. A humanidade inteira estaria na bela bola azul perante os nossos olhos. Somos mais de sete bilhões de vidas humanas, no entanto, a essa distância, o sinal de nossa existência se torna muito sutil, quase imperceptível.

    Imagine agora uma construção de um quilômetro de altura, largura e comprimento. Com certeza, em qualquer cidade, tal obra se tornaria um ponto turístico devido às proporções incomuns. Por outro lado, bastaria uma hora para dar a volta a pé em torno da construção, isso sem muita pressa. Afinal, seriam apenas quatro quilômetros de caminhada. O que quero que você compreenda é muito simples: dentro desta caixa relativamente pequena seria possível empilhar toda a humanidade!

    Figura 1: Caixa da humanidade projetada na cidade de Nova York, nos Estados Unidos.

    Tal perspectiva serve para deixar ainda mais evidente a nossa diminuta escala. No entanto, não se esqueça de que a própria Terra também pode se enquadrar no conceito de insignificante. Para ter essa percepção nem sequer precisamos ir longe, basta compará-la ao nosso Sol, o qual é mais de um milhão de vezes maior.

    Há algo que não me canso de lembrar: somos tão pequenos que podemos considerar nosso planeta como poeira das estrelas, contudo, ironicamente, o astrônomo Carl Sagan nos explica que há mais estrelas no espaço do que grãos de areia em todas as praias da Terra, ou seja, as próprias estrelas também podem ser consideradas apenas como poeira no espaço.

    ***

    Mas, afinal, qual é a verdadeira importância das escalas que observamos no universo?

    Vamos fazer um exercício mental que inverte a perspectiva sobre a humanidade. O desafio é muito simples – nossa missão a partir de agora é mandar para a caixa todas as gerações que estão vivas. Só permanecerá a salvo quem nascer daqui para a frente! Porém, antes de encaixotarmos a humanidade, você terá a obrigação de memorizar o rosto de todos que serão jogados lá dentro.

    Para ajudar em sua missão, lhe será atribuída a poderosa capacidade de memorizar um rosto por segundo. Além disso, você conseguirá trabalhar dez horas por dia, sem diminuir o ritmo nem por um momento, e sem precisar fazer pausas, seja para ir ao banheiro, comer ou por qualquer outro motivo! Assim, neste ritmo robótico, a sua tarefa será realizada com uma precisão de memorização de 3.600 rostos por hora, o que equivalerá a 36 mil pessoas memorizadas a cada dia. Essa pressa toda é porque só poderemos colocar a humanidade na caixa depois que você concluir sua tarefa.

    Caso você não queira encaixotar toda a humanidade, existe uma boa notícia, sua missão é impossível de ser concluída. Equivalemos a um mar de pessoas tão imenso que levaria mais de quinhentos anos para que você terminasse seu trabalho, ainda que trabalhasse todos os dias da semana sem jamais falhar.

    Na velocidade designada, os rostos memorizados não chegariam nem perto de equivaler ao menos ao número das pessoas que morrem todos os dias. Somos como ondas da vida indo e vindo naturalmente, e a maré está subindo, pois nascem mais pessoas do que morrem.

    Se diminuirmos a escala de observação, a vida humana fica ainda mais interessante. Podemos nos comparar a universos independentes que carregam trilhões de vidas, cada qual de extrema complexidade.

    Ao fazermos a observação da escala subatômica, a construção de um ser humano fica ainda mais impressionante. Se é interessante o relato de que há mais estrelas no espaço do que grãos de areia em todas as praias da Terra, então saiba que existem mais partículas no seu corpo do que estrelas no universo observável.

    ***

    O objetivo até agora foi simplesmente deixar evidente que nossos conceitos de grande e pequeno, muito ou pouco, são diretamente afetados pela perspectiva da análise empregada. Nossas limitações tornam difícil separar o que é a realidade do que é apenas um conceito da realidade.

    Quando olhamos para o céu em uma noite de tempo aberto, o máximo de estrelas que somos capazes de enxergar a olho nu está em torno de três mil, o que é uma proporção ridiculamente baixa, sendo que todas estão apenas dentro da nossa galáxia. Quando observamos a nós mesmos, nossos olhos são por completo incapazes de identificar a complexa maquinaria que existe dentro de cada uma das células que nos compõem. Não importa a direção – se é para dentro ou para fora – somos programados para perceber uma escala limitada, onde nosso conceito de realidade também se limita na mesma proporção. Resta-nos então criar equipamentos que possam nos auxiliar no entendimento do que na realidade existe a nossa volta.

    Um bom exemplo de algo que conceituamos como real são as cores. Quando alguém fala em azul, outro ser humano compreende facilmente o significado e pode de imediato exemplificar que o céu é azul. Mas não se engane achando que existe uma universalização do conceito. Hoje, a ciência especula que os nossos neurônios não são configurados para responder a cor de uma forma padrão. Na prática isso significa que se você pudesse ver através dos meus olhos, talvez se abismasse ao descobrir que a cor que eu enxergo no céu corresponde ao que você compreende como verde. Isso se deve ao fato de que as cores não existem. Elas são meramente a forma que nossos cérebros interpretam as ondas de luz dentro de suas diferentes frequências. E o que podemos enxergar é apenas uma minúscula fração do espectro das frequências existentes da chamada radiação eletromagnética.

    É tão fácil confundir realidade com fatores que são tão só conceituais que, quando nos aprofundamos o suficiente, tudo o que enxergamos e percebemos aparenta ser um mero conceito.

    Pense assim; se a ideia de que o universo já esteve comprimido ao tamanho molecular estiver correta, conforme prevê a teoria do Big Bang, nosso entendimento de tamanho é colocado em xeque sob diversas formas. O grande pode ser comprimido

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