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Você é um robô
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E-book284 páginas4 horas

Você é um robô

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Sobre este e-book

Guía de autoajuda e desenvolvimento pessoal

Livro de autoajuda


 

Dentro de nós existe um mundo em contínua ebulição, composto por toda uma treliça de circuitos, conexões e estruturas que dão origem a uma torrente permanente de pensamentos e emoções, que gradualmente circulam em nossas mentes em muitas ocasioniões sem nós os provoquemos de forma voluntária; isso acontece diariamente ao longo de all as hours do dia.

É um espaço apaixonante de imágenes que surgem de maneira acelerada e se repetem e desaparecem com o passar do tempo. É como um universo caótico e desorganizado, sobre o qual se faz necessário estabelecer uma ordem, uma classificação de prior, uma lógica e uma nova estrutura. É o nosso mundo interior.

É como outra vida oculta que deveríamos tirar para fora e tentar analisá-la, em vez de continuarmos no filme diário em que às vezes estamos imersos e não nos reconhecemos, de forma que chegamor a nos sentir vazios quando verificamos que em muitas ocasiões não estamos nós mesmos.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento28 de set. de 2020
ISBN9781071534281
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    Você é um robô - Manuel Triguero

    Você é um robô

    Manuel Triguero

    ––––––––

    Traduzido por Gerson Aguilar

    Você é um robô

    Escrito por Manuel Triguero

    Copyright © 2020 Manuel Triguero

    Todos os direitos reservados

    Distribuído por Babelcube, Inc.

    www.babelcube.com

    Traduzido por Gerson Aguilar

    Design da capa © 2020 Mónica Gallart

    Babelcube Books e Babelcube são marcas comerciais da Babelcube Inc.

    À minha família.

    Aos amigos que tive.

    Aos livros que li...

    Índice

    Introdução

    1.A mente

    2. Os pensamentos

    3. A programação mental

    4. Os hábitos

    5. A influência externa

    6. As experiências vividas

    7. O conhecimento de si mesmo(a)

    8. Quem somos

    9. A coerência

    10. O mundo interior

    11. A observação

    12. foco de atenção

    13. A quietude

    14. Os relacionamentos

    15. O controle

    16. A mudança

    SOBRE O AUTOR

    Introdução

    Em certo período da minha vida cheguei a experimentar um vazio de tal magnitude, que nada do que acontecia ao meu redor me afetava. Eu havia me isolado tanto, tentando evitar qualquer estímulo externo que pudesse me prejudicar, que minha vida se tornou insípida, sem um objetivo claro, sem um propósito aparente. Eu apenas me limitava a vagar e esperar que passassem os dias eternos sem nenhum outro afã além de continuar vivo à espera de que algo interessante acontecesse, algo que pudesse me impulsionar a mudar, a transformar minha vida em algo diferente do que havia sido até aquele momento.

    Em muitas ocasiões eu sabia que não estava sendo eu mesmo, e não me reconhecia em minhas condutas. Não me sentia satisfeito comigo mesmo quando algumas vezes fazia coisas das quais mais tarde me arrependia. Eu me comportava como se fosse um robô, seguindo uma programação mental criada somente para mim, e repetindo sempre a mesma coisa.

    Apesar de tudo isso, eu ainda tinha uma carta a meu favor: sempre senti uma enorme curiosidade sobre o funcionamento mental do ser humano, bem como sobre tudo o que se relaciona com o seu comportamento. Constantemente tenho me perguntado por que uma pessoa age de uma determinada maneira; pelas causas que há por trás de tudo o que acontece.

    Chegar a entender tudo isso, de alguma maneira, é entender a mim mesmo exatamente como sou; ainda que haja diferenças entre nós, com respeito à maneira de agir ou sentir, em muitos aspectos somos iguais.

    Por isso que, depois de longos anos vagando na incerteza, senti a necessidade de descobrir o que realmente importa: encontrar a finalidade para a qual vim a este mundo, encontrar o propósito e o que me fizesse sentir eu mesmo a todo instante, sob qualquer circunstância

    Comecei a indagar em meu próprio interior e, com o passar do tempo, não somente fui descobrindo qual era esse propósito, mas também tive a oportunidade de descobrir que havia um mundo infinito com uma riqueza incrível dentro de mim. Cheguei a um ponto em que tive a convicção de que esse mundo sempre esteve ali presente, aguardando-me, esperando que eu o acordasse e que me desse conta de sua existência.

    Nunca pude imaginar que por uma questão de necessidade (cheguei a uma situação em que já não podia mais continuar vivendo comigo mesmo) eu encontrasse, naquele mundo, todo um universo cheio de possibilidades incalculáveis e, muito menos, que eu me descobrisse através do silêncio

    Em seguida entendi que a partir de então eu podia me transformar, controlar de certa forma a minha mente através do pensamento, mediante minha própria observação. Entendi que tão somente tinha que me deixar arrastar pela quietude e fixar o meu olhar naquele mundo composto de imagens e emoções que se encontrava dentro.

    Graças a isso, descobri que a mente é o bem mais precioso que temos, que parte do que somos é justamente fruto do que pensamos sobre tudo o que aconteceu conosco, que a qualidade dos pensamentos influencia no que acabamos sendo, e que o conhecimento de nós mesmos pode mudar o próprio enfoque dos eventos que ocorreram no passado, das lembranças que tenhamos sobre o que foi vivido.

    De tudo isso, e do resto de coisas que aprendi através daquele exercício de autoconhecimento ao que me vi obrigado pela necessidade de me encontrar, trata este livro.

    Tive a felicidade de ir recopilando em algumas anotações o conteúdo de tudo aquilo que descobri sobre o meu próprio mundo interior. Nelas estão recolhidas as conclusões às quais cheguei naqueles momentos de meditação.

    Nunca senti uma paz interior como a que experimentei quando naqueles instantes em que me encontrava a sós comigo mesmo. Foi como acessar uma sabedoria universal que me fez ser consciente de que tudo o que eu pensava sobre mim era tão somente uma invenção do pensamento.

    1.A mente

    Nossa mente é uma ferramenta essencial para a nossa sobrevivência, bem como o nosso desenvolvimento no ambiente em que vivemos. Graças a ela podemos desenvolver todo o nosso potencial: todas aquelas qualidades que possuímos e que, em muitas ocasiões, não as conhecemos.

    É o bem mais precioso que temos, por isso a nossa principal preocupação deveria consistir em chegar ao conhecimento de seu funcionamento, conhecendo os elementos mais importantes que a compõem pois, dependendo de como a empreguemos, assim será a nossa passagem pela vida em todos os sentidos.

    Embora não somente seria suficiente conhecer os principais componentes que a formam, uma vez que também é necessário alcançar a sabedoria adequada para compreender como empregá-la e extrair todo o seu potencial oculto.

    Para isso se requer uma constante curiosidade e busca de informações que possam nos esclarecer as dúvidas e preencher aquelas lacunas que, na maioria dos casos, temos sobre alguns aspectos que são essenciais e que regem a vida mental.

    Por tudo isso, deveria ser dito em primeiro lugar que a mente é composta por uma parte inconsciente e outra consciente. A parte inconsciente abrange aproximadamente 95% do total, e o restante é constituído pela parte consciente. Isso explica que na maior parte do dia simplesmente agimos como um robô, de uma forma inconsciente, e que o resto do tempo em que somos conscientes é muito escasso.

    É o que provoca também que existam diferenças entre nós com respeito ao modo de enfrentarmos a realidade: se o fazemos de maneira consciente ou, em vez disso, agimos sobre ela como se fôssemos autômatos, de maneira inconsciente na maior parte do tempo.

    Se o modo de estar diante dessa realidade que nos cerca é consciente, tudo o que provenha do exterior nos ajudará a sermos melhores do que somos, a nos desenvolvermos de uma forma mais plena e completa. Se tentarmos permanecer conscientes todo o tempo que nos for possível, perceberemos a maior parte dos detalhes que em muitas ocasiões nos passam despercebidos, tanto em nosso entorno quanto em nosso próprio interior. Estaremos mais atentos a tudo que nos possa afetar de forma direta. Saberemos inclusive nos antecipar às consequências que acarreta seguir um determinado impulso ou pensamento, pois os mesmos estão na base de toda conduta.

    Em contrapartida, quando vivemos de um modo inconsciente, deixamo-nos arrastar por toda uma série de processos automáticos com os quais previamente programamos, à base de repetições de conduta. Dessa maneira deixamos que seja o nosso próprio inconsciente que nos controle e assuma o comando absoluto de nossas vidas, dirigindo-nos ao seu gosto e segundo lhe convenha.

    E é que a mente geralmente nos direciona exatamente para onde ela quer, sem que sejamos muito conscientes disso. Simplesmente nos deixamos arrastar pelos impulsos inconscientes e automáticos, bem como por toda uma série de pensamentos repetitivos que emergem à nossa consciência na forma de imagens. Deixamos que eles sejam os que nos conduzam e nos guiem sem ao menos nos deixar saber o destino a que nos conduzem, e nem que finalidade têm os nossos hábitos e condutas monótonas que se repetem várias vezes, criando uma programação mental que nos aprisiona e nos obriga a agir sempre da mesma maneira.

    Tentar compreender a mente, portanto, ajuda-nos a entender muito melhor como é o nosso funcionamento interno, como trabalha o nosso inconsciente e emerge o seu conteúdo à nossa consciência; e como a mesma presta atenção a ditas imagens, que circulam interminavelmente e de forma repetida, dando preponderância a algumas e descartando outras, não lhes outorgando tanta atenção.

    Da mesma forma, conhecer todo esse sistema, estando ciente do que acontece, proporciona-nos uma ferramenta de grande utilidade para controlar nossos pensamentos e condutas, uma vez que tais mecanismos são aqueles que estão na base de nossos comportamentos e hábitos. Compreender como funciona nos ajuda a entendermos a nós mesmos, a sermos mais conscientes de nossas reações.

    O conhecimento do funcionamento de nossa própria mente nos ajuda da mesma maneira a ter um maior domínio de nossos impulsos mais inconscientes e automáticos. Conhecendo o nosso mecanismo mental, podemos chegar ao controle não só de nós mesmos, mas também de muitas coisas que acontecem ao nosso redor.

    ––––––––

    A MEMÓRIA

    Temos em nosso cérebro uma capacidade através da qual vamos armazenando as informações que recebemos, as quais percebemos em nossa experiência com o mundo.

    Essa capacidade é a nossa memória, que nos permite coletar todas aquelas experiências vividas, bem como todas as informações que acessamos diariamente e outros dados, também percebidos por nossos sentidos, dos quais mal percebemos que estejam sendo observados, mas que nosso sistema perceptivo também está capturando e armazenando, ainda que não sejamos muito conscientes disso.

    Na realidade, o conteúdo com o qual nossa memória é nutrida se baseia em tudo o que percebemos de nosso exterior, de nosso contato com o mundo através de nossos sentidos, através da percepção. Não há nada em nossa memória que não tenhamos visto antes, que não tenhamos sentido.

    Quando observamos esse conteúdo, em forma de imagens e pensamentos, percebemos que toda essa informação tem a ver com o nosso passado. É um conhecimento que surge da nossa memória e pertence ao que tenhamos observado, às experiências que tenhamos vivido; assim como tenham sido essas experiências, também serão os pensamentos e as imagens que fluam à nossa consciência posteriormente.

    As informações que adquirimos do exterior são armazenadas nela, de forma que estarão ali quando precisarmos das mesmas. Surgirão quando nos encontrarmos diante de uma situação semelhante e requeiramos ditas informações para poder solver as dificuldades que estejam associadas à situação com a qual nos deparamos.

    Toda essa bagagem de dados será mantida em nossa memória esperando para ser usada. Simplesmente, em um determinado momento, estaremos em uma situação relaxada, sem atender a muitos estímulos e, de repente, encontraremo-nos com uma informação sem que a tenhamos procurado. Aparecerá, permanecerá por um tempo limitado e depois desaparecerá.

    Às vezes esses conteúdos armazenados serão exibidos automaticamente, sem que façamos um grande esforço para trazê-los à nossa consciência; em outros casos, serão conteúdos que emergirão, tornar-se-ão visíveis, porque nós os procuramos, porque nos perguntamos uma série de questões através das quais essas informações aparecem, tornam-se conscientes, para que possamos dispor das mesmas nessas situações nas quais as necessitamos.

    De todo o material existente, nossa memória seleciona aquilo que é mais significativo. Quando a utilizamos a longo prazo e nos dispomos a relembrar coisas do passado distante, o que vem com maior facilidade à nossa lembrança tem a ver com o que resultou em um dia significativo para todos nós, e que tenha causado tal impacto que, depois de muitos anos, ainda continuamos nos lembrando como se fosse o primeiro dia.

    E é que as informações que ali se encontram têm a ver com dados que nos sejam relevantes de alguma maneira; é um tipo de informação ligada a emoções. Tudo o que tenha um componente emocional permanece gravado em nossa mente. E então aparece automaticamente, inesperadamente, em nossa consciência. Se isso ocorre de uma maneira repetida, por fim nos leva à ação, pois isso nada mais é que o resultado de pensamentos que se repetem uma e outra vez em períodos muito constantes.

    Portanto o que lembramos com mais assiduidade está relacionado a eventos que em seu tempo tiveram uma forte carga emocional para nós, de modo que não podemos nos esquecer com facilidade, e isso faz com que se repita em nossa consciência uma e outra vez, quase sem que percebamos.

    Se prestar atenção, a princípio, quando permanece imóvel, sem fazer nada, as primeiras idéias que o(a) invadem têm a ver com o que você tenha feito recentemente. Você comprova como tais idéias se repetem incessantemente. No caso de continuar detido sem permitir que essas primeiras idéias o(a) levem à ação, em seguida aparecem pensamentos relacionados a eventos um pouco mais distantes no tempo. Esses se repetem com menos intensidade que os primeiros, pois têm a ver com fatos mais pontuais que aconteceram em um tempo mais distante do momento atual. Surgem esses e não outros porque foram fatos muito significativos para você, que vieram carregados de uma emoção que ficou registrada em sua memória.

    Se naquele momento estivermos nos lembrando de algo desagradável que nos tenha acontecido, os pensamentos terão uma conotação negativa, serão desagradáveis, também nos levarão a sentir as emoções que nos causaram aquelas experiências que vivemos no passado, e experimentaremos as emoções tal e como as sentimos quando aqueles fatos aconteceram, quando em seu momento vivemos aquela experiência.

    Cada vez que trouxermos aquele fato à nossa consciência, mais o fixaremos em nossa memória, mais ele se reforçará e com o tempo reaparecerá sem que o percebamos.

    ––––––––

    A PERCEPÇÃO

    Tudo é percebido, embora apenas parte dessa informação proveniente do exterior seja a que capturamos finalmente. Ficamos somente com essa parte, visto que seria impossível processar todos os dados que existem ao nosso redor ao mesmo tempo.

    Portanto nem todas as informações encontradas em nosso exterior chegam à nossa memória; somente acessa aquela parte que capturamos, através de alguns filtros que o nosso sistema perceptivo usa para separá-las, de modo que somente obtemos uma parte das informações que nos rodeiam.

    Todo esse processo acontece de forma muito rápida e automática. Todas as informações que capturamos passam por esses filtros a uma grande velocidade, e mal o percebemos.

    Na maior parte das vezes, não somos conscientes nem sequer das informações que estamos retendo em nossa memória. Não percebemos, naquele momento, que em nossa mente foram introduzidos alguns dados que têm a ver com a realidade que estamos vivendo. Naqueles momentos recebemos informações que, de forma quase imperceptível, entram por nossos sentidos e que, com o passar do tempo, também da mesma maneira, podem chegar a emergir em nossa consciência.

    Acontece que em nossa memória existe um conteúdo conscientemente adquirido que entrou por nossos sentidos, bem como um outro que foi obtido do mesmo modo, pelos mesmos filtros, mas do qual não tenhamos sido bastante conscientes naquele momento da aquisição.

    O filtro principal que o nosso sistema perceptivo utiliza para priorizar uma informação em detrimento de outra tem a ver com a procura de uma coerência. Nossa percepção, para descartar certas informações provenientes de nossos sentidos, recorre ao nível de coerência que ditas informações possuem em relação às informações prévias que já possuímos.

    Esses dados que nos chegam devem estar relacionados aos já existentes. Essa informação pode ter uma prioridade mais alta com relação a uma outra na hora de ser armazenada e descartada.

    Em resumo, esse filtro perceptivo tenta exatamente encontrar uma coerência entre os dados que nos chegam e os já existentes, que já estão em nossa memória. Tenta encontrar nela aquelas informações relacionadas para tentar dar sentido às novas, às que entram através dos nossos sentidos.

    As informações vindas de fora, para serem interpretadas, juntam-se ao conteúdo que já possuímos, dando origem à interpretação final que fazemos do que nos acontece. Quando começamos a analisar todos os dados que nos chegam do exterior, o que fazemos é adicionar informações que já possuímos, pelo que essas informações recebidas se tornam um conteúdo contaminado pelos pensamentos que já temos relacionados com esse conteúdo.

    Por fim concluímos que uma determinada idéia é assim porque, na realidade, é o que nos interessa. O ponto de vista que acabamos tendo sobre as experiências e os fatos que observamos, no fim das contas, é o que sempre nos convém, que em algumas ocasiões pode se assemelhar à realidade, mas em outras pode ser que não coincida.

    Nessa união, entre a nova informação e o que já possuímos, nossa mente procura fazer com que haja uma semelhança e uma coerência entre os novos conteúdos e aqueles que já possuímos. Quando observamos algo no exterior que atrai a nossa atenção, filtramos mediante nossa percepção todos aqueles conteúdos que tenham algum tipo de relação com as informações que adquirimos previamente.

    Se estivermos cada vez mais conscientes de todo esse processo, entenderemos melhor a nossa maneira de discernir e pensar. Muitas das decisões que tomamos, em determinados momentos, passarão a fazer sentido. Compreenderemos melhor nossas reações a certas circunstâncias que nos abrangem. Em realidade, nós nos conheceremos muito melhor.

    Nesse caso, estaremos conscientes de que em nossa memória possuíamos tais informações que a seu tempo foram adquiridas sem que percebêssemos, através de nossos sentidos, tendo passado previamente por esses filtros pelos quais foram selecionadas.

    ––––––––

    O CONTEÚDO MENTAL

    As informações armazenadas são compostas pelo próprio conteúdo proveniente do exterior, além de todos aqueles elementos que, uma vez que tais informações tenham passado pelos filtros perceptivos, foram adicionados a esse novo conteúdo que percebemos, graças a alguma experiência ou aprendizado recente que tenhamos realizado.

    Os elementos que são adicionados a esse novo conhecimento proveniente do exterior, já os temos dentro de nós, já pertencem ao nosso próprio conteúdo mental. São adicionados às novas informações de tal forma que finalmente criam a nossa própria visão da realidade; pelo que essa visão da realidade sempre será subjetiva, fará parte do que é a nossa peculiar interpretação dos fatos observados, que nem sempre coincidirá com a situação real, com a verdade dos eventos que aconteceram.

    Na medida em que realizamos a nossa própria interpretação - o processamento da informação recebida - esta fica finalmente armazenada em nossa memória de uma maneira subjetiva. Não podemos dizer com total segurança que seja a real, aquela que fielmente se ajuste aos fatos observados.

    Essa informação, que é subjetiva, está na base do que posteriormente serão os nossos pensamentos: aquelas imagens que muito em breve emergirão de uma forma automática em nossa consciência, sem que participemos de maneira consciente nesse processo. Na realidade, ela se converterá nos pensamentos futuros que, por força da repetição, levar-nos-ão à ação, à realização de uma conduta.

    É assim que o nosso conteúdo mental funciona. Por vezes se trata de um conteúdo que surgirá automaticamente; em outras ocasiões, aparecerá porque tenhamos expressado um grande interesse em recuperar tal informação por entendermos que precisamos da mesma para resolver alguma dificuldade concreta em um determinado momento.

    Também devemos ter em conta que esse conteúdo mental tende a mudar à medida em que interagimos com a realidade que nos rodeia, à medida em que descobrimos novos lugares, novos relacionamentos e experiências com os quais assimilamos e introduzimos novos conhecimentos repletos de significado em nosso interior, através da percepção e seus filtros correspondentes.

    Dessa forma, a mente vai se estruturando em função do conteúdo que lhe introduzimos, com base nas experiências que vamos tendo no mundo ao nosso redor, de cada nova informação que obtemos como fruto de nosso aprendizado. Vai se moldando e se adaptando a cada momento para que continuemos sobrevivendo às novas mudanças que se produzem em nosso entorno mais imediato.

    Toda essa informação armazenada irá surgindo pouco a pouco. Será, na realidade, a que configure o que acabamos sendo, o que acabamos fazendo. Nossa programação mental continuará sendo reforçada à medida em que sigamos repetindo os mesmos padrões de conduta dia após dia - os mesmos hábitos - que ao se reiterarem com tanta frequência permanecerão incrustados a fogo dentro de nós e, com o tempo, será mais difícil tentar modificá-los ou eliminá-los; ou implantar outros novos com outra classe de condutas mais adaptativas e satisfatórias

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