Contos De Quartel
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Contos De Quartel - Eliazer Costa Vieira
Contos de Quartel
ELIAZER COSTA VIEIRA
A obra trata de dezoito contos de fatos ocorridos durante os vinte e dois anos de serviço do autor como Oficial da Polícia Militar. Alguns tendo ele como um dos personagens e outros assisti-dos ou contados pelos personagens.
Eliazer Costa Vieira
Meus agradecimentos à Shyrlene (esposa), Layla e Lorrainy (filhas) e minhas homenagens àqueles que me trouxeram a este mundo e me ensinaram a trilhar o caminho do bem, Altamir e Hilda, pais queridos.
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Contos de Quartel
Conteúdo
INTRODUÇÃO ..................................................................... 7
Primeiro Conto ..................................................................11
ERA SÓ ILUSÃO DE ÓTICA .............................................11
Segundo Conto ..................................................................19
O ALUNO SONRIZAL .......................................................19
Terceiro Conto ...................................................................25
O VERDE.........................................................................25
Quarto Conto .....................................................................31
O Aluno e o Salão de Beleza ..........................................31
Quinto Conto ..................................................................... 37
A Necrópsia e o Desmaio ............................................... 37
O Aluno, o Fuzil e o Tenente ..........................................43
Sétimo Conto .....................................................................49
O Contador de Abacate .................................................49
Oitavo Conto ..................................................................... 57
A Tropa - Espelho do Comandante ................................ 57
3
Eliazer Costa Vieira
Nono Conto .......................................................................63
O Tenente Fugiu Pelado .................................................63
Décimo Conto ....................................................................69
Segura Meu Pau Soldado ...............................................69
Décimo Primeiro Conto .................................................... 77
Cabelo Arrepiado .......................................................... 77
Décimo Segundo Conto .....................................................85
Saiu Correndo do Banheiro ...........................................85
Décimo Terceiro Conto ......................................................91
Um Subcomandante Apavorado ....................................91
Décimo Quarto Conto ........................................................ 97
O Velho Morreu ............................................................. 97
Décimo Quinto Conto ......................................................103
O Cheiro Suave ............................................................103
Décimo Sexto Conto ........................................................111
A Culpa é do Computador............................................111
Décimo Sétimo Conto ......................................................117
Sargento Trapalhão ......................................................117
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Contos de Quartel
Décimo Oitavo Conto ......................................................123
... E Ainda Quebrou a Pia .............................................123
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Eliazer Costa Vieira
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Contos de Quartel
INTRODUÇÃO
Os fatos narrados neste livro se referem a casos reais acontecidos nas décadas de oitenta e noventa do século passado, tendo chegado ao meu conhecimento nos longos vinte e dois anos em que servi à Polícia Militar do Estado do Espírito Santo, onde ingressei em 1981 como Aluno do Curso de Formação de Oficiais. Referido curso foi realizado na Academia da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, onde tive grande parte do meu caráter profissional forjado.
Naquele Estado, na Polícia Militar de referência no país, fiquei quase três anos, sendo declarado Aspirante a Oficial no dia 08 de outubro de 1983, quando retornei ao Espírito Santo e aí iniciei a minha carreira de Oficial da Polícia Militar, tendo chegado ao posto de Tenente Coronel, quando, após ser aprovado no Concurso de Provas e Títulos para Magistrado do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, requeri a minha passagem para a Reserva não Remunerada no dia 30 de janeiro de 2003, ingressando no mesmo dia na carreira da magistratura como Juiz Substituto, vindo a me aposentar dezessete anos após como Juiz de Direito.
Foram bons anos. No total, 22, dos quais somente tenho boas recordações. Nesse período, tive participação em alguns dos contos contados e em outros, tomei 7
Eliazer Costa Vieira
conhecimento através dos próprios envolvidos.
É Claro que passados pouco mais de quarenta anos desde quando se iniciou o primeiro conto, vários colegas que estiveram envolvidos, diretamente ou não, já não se encontram mais entre nós. A eles, aproveito a oportunidade para homenageá-los.
Não foi meu objetivo causar constrangimento para ninguém. Tão somente, procurei relatar cada fato da forma mais autêntica possível, alterando só os nomes dos personagens para preservá-los.
Busquei ter o cuidado necessário para demonstrar a realidade, sem, contudo denegrir qualquer pessoa que tenha sido personagem.
Tem casos traumáticos, dramáticos e outros somente de brincadeira. O que interessa, é que todos têm alguma parte jocosa, que poderá levar alguns leitores a momentos hilariantes.
O certo é que, além da diversão, parte da história vivida por mim e muitos dos meus companheiros dessa caminhada policial militar, se encontra narrada neste livro.
Alguns contos se referem a fatos ocorridos no tempo do Curso de Formação de Oficiais em Minas Gerais, já outros são do período de oficial na Polícia do Espírito Santo.
O que posso asseverar é que o tempo não volta e assim, das pessoas que foram representadas por personagens deste livro, talvez, nunca mais venham a fazer parte do meu 8
Contos de Quartel
convívio. Mas, uma coisa é certa, elas fizeram parte da minha vida e o que posso dizer agora é somente uma expressão:
MUITA SAUDADE DE TODOS VOCÊS E
MINHAS
HOMENAGENS
ÀQUELES
QUE
CONVIVERAM COMIGO NA JORNADA POLICIAL
MILITAR, QUER SEJAM PARES, SUPERIORES OU
SUBORDINADOS.
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Eliazer Costa Vieira 10
Contos de Quartel
Primeiro Conto
ERA SÓ ILUSÃO DE ÓTICA
Na academia da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, durante o período em que fazíamos o Curso de Formação de Oficiais, na cidade de Belo Horizonte, lá pelos idos dos anos oitenta, ainda no começo da década, um dos meus colegas, como normalmente fazia em todos os finais de semana em que não se encontrava trabalhando, saiu com outros alunos e foi a uma Boite.
Esse colega, um dos poucos que tinha carro na época, no início da noite, tomou um banho, perfumou-se, vestiu uma de suas melhores roupas e partiu para o estabelecimento de danças. Ele já era um assíduo 11
Eliazer Costa Vieira frequentador e conhecido de muitas das mulheres frequentadoras, sendo, inclusive, chamado de Alain Delon, por entenderem as referidas damas da noite, que ele tinha certa aparência com o referido ator de cinema. A noite seria longa.
Naquela época, depois de autorizados a viverem fora da Academia, alguns colegas formaram um grupo que alugou um apartamento e montou uma república na Rua Platina, no bairro Prado. Éramos sete. Dentre nós, dois eram chegados a beber um pouco mais e nas sextas e sábados, quando de folga, dificilmente voltavam para casa antes das cinco da manhã. Desses dois, um era o personagem em questão. Devíamos ter entre dezoito e dezenove anos.
Assim o colega Fernandes, como era usual, depois de uma longa noite nas bebedeiras e outras coisas, chegou em casa já depois das sete da manhã. Enquanto ele chegava e procurava seu quarto para tentar dormir um pouco mais, alguns dos outros colegas já estavam acordados, dentre eles eu. Como ele chegou quieto e não quis conversar, ninguém o questionou e ele se recolheu aos seus aposentos.
Durante a manhã, enquanto alguns limpavam a república, outros arrumavam e preparavam a farda e o calçado a ser usado na segunda, já que a rigidez militar não permitia ao aluno entrar em forma com qualquer desalinho na farda, quer seja um simples tecido amarrotado, barba mal feita, ou sapado com alguma poeira.
Já depois do almoço, normalmente, nós cumpríamos 12
Contos de Quartel
escalas nos domingos fazendo o policiamento dos jogos de futebol que ocorriam no Estádio do Mineirão. Não me ocorre, no momento, o motivo porque estávamos de folga nesse domingo específico.
Assim, não sendo caso de almoçar na academia, marcamos de ir a um restaurante que ficava em um posto de gasolina bem próximo de casa, chamado Postinho.
Já se aproximando das treze horas, todos se arrumaram para o almoço e como o colega Fernandes continuava deitado, tomei a iniciativa de lhe