Chuvas De Setembro

De Ricardo Correia

Qualquer coisa pode acontecer quando uma mulher rica desaparece, e quem resolve esse desaparecimento? O peão, ele garante o jogo, mas pode ser facilmente descartado. Neste mistério clássico, o detetive William Orpheum, e seu aprendiz de detetive, Archie Roof, desvendarão o desaparecimento de Ava Zachary, moradora da cidade de Todmorden e herdeira de uma linhagem muito rica e influente. Mas quem dera tudo fosse assim tão fácil, pois o caso muda de rumo após um corpo ser encontrado. o que aconteceu com Ava Zachary? por que tudo é tão confuso? E o que traz tanta morte à Todmorden?

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 7 de fev. de 2022

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Chuvas de Setembro- Ricardo Correia

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Chuvas de Setembro- Ricardo Correia

Chuvas de

Setembro

Às vezes é preciso voltar ao início para tudo se esclarecer

Ricardo Correia

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C H U V A S D E S E T E M B R O

P O N T A G R O S S A - P A R A N Á D E Z E M B R O

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Autor

Ricardo Correia

Ilustração Capa

Ricardo Correia

ISBN: 978-65-00-37095-9

Siga o Instagram do autor para acompanhar informações sobre a obra: @ricards_corrs

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Sumário

I Capítulo- setembro ....................................................................................... 9

II Capítulo- Todmorden. ............................................................................... 21

III Capítulo- O quarto do cadáver. ................................................................ 38

IV Capitulo - Perguntas ao Fantoche ............................................................ 42

V Capítulo- Sangue de Lorde.........................................................................46

VI Capítulo- Um breve enterro......................................................................62

VII Capítulo- O mordomo banhado a sangue................................................70

VIII Capítulo- Perigo no trem....................................................................... 78

IX Capítulo- Sinto muito Archie!...................................................................87

X Capítulo- Febre.........................................................................................102

XI Capítulo- Um felizes para sempre curto demais..................................126

XII Capítulo- As chamas só me fortalecem.................................................131

XIII Capítulo- L de Landus..........................................................................141

XIV Capítulo- De volta à Todmorden..........................................................153

XV Capítulo- Adormecida sobre o rio gelado..............................................163

XVI Capítulo Final- O verdadeiro assassino é o ódio..................................173

Epílogo............................................................................................... ..........191

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P A R A Q U E M N Ã O L Ê U M B O M M I S T É R I O

H Á M U I T O T E M P O . . .

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I Capítulo- Setembro

Na cidade de Londres, crimes que a polícia não consegue resolver são assumidos por outros profissionais.

William Horpheum é um detetive muito prestigiado por seus casos, por isso é frequentemente procurado por quem precisa de seus serviços, isso resulta em uma vida sem descanso. Exceto por aquele mês, que nenhum caso chegava até ele e seu novo aprendiz Archie Roof.

Pode parecer estranho esse desejo, mas tem dias que William espera que alguém bata em seu escritório, lhe dando uma notícia trágica para tornar a vida solitária e vazia do homem, mais emocionante.

Em uma manhã chuvosa, típica do mês de setembro, o detetive bem-sucedido levanta da sua cama, e como sempre, toma café enquanto checa as notícias em seu jornal, notando que nada de interessante havia acontecido durante aquela semana.

William termina seu café enquanto rabisca as charadas matinais do jornal. O homem veste seu casaco, pega seu 9

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guarda-chuva e se desloca para o seu respectivo escritório, onde aguardará a chegada de Archie, seu aprendiz.

A entrada do escritório está encharcada, seu aprendiz havia chegado antes dele. Archie está sentado em sua mesa de sempre, conversando com um velhinho que se veste formalmente. William deixa seu guarda-chuva na porta e cumprimenta os dois homens. Vendo que William havia chegado, o velhinho, fala:

— Bom dia, sou Harry, o mordomo e governante da casa da família Zachary.

William nota que Archie, seu colega, está inquieto, ele observa no peito do terno do mordomo um desenho de uma rosa e uma moeda, provavelmente o brasão da família Zachary. Voltando sua atenção para o rosto do mordomo, William cumprimenta:

— O que posso fazer pelo senhor numa manhã tão chuvosa?

Diz William sorrindo, o mordomo porem sério continua:

— Ouvimos falar sobre o seu trabalho anteriormente, sabemos que o senhor é o próprio Sherlock Holmes vivo.

O detetive abre um sorriso orgulhoso em seu rosto, mostrando suas covinhas no meio da barba ruiva, então ele responde:

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— Obrigado, é uma honra uma família tão nobre admirar meu trabalho, mas como posso ajudar?

— A filha do meu patrão, Isaias Zachary, está desaparecida faz vinte dias, a polícia de Todmorden falou muito bem do senhor para meu patrão.

Após Harry terminar de falar, Archie me olha, o garoto está apreensivo, então o velhinho continua:

— Confesso que todos nós da mansão estamos assustados. Ava é muito especial para todos nós.

William deixa a maleta que estava segurando na mesa, e pega um papel e uma caneta, os deixando próximos, o detetive se volta ao mordomo e diz:

— Entendo o desespero, desaparecimento de pessoas sempre são complicados de se resolver. Mas é claro que tudo se resolve.

William senta-se na mesa em que o papel e a caneta estão e chama o mordomo para perto:

— Essa é uma ficha com dados da pessoa que requisitou os serviços de investigação, como o senhor é o representante acredito que deva assina-la.

O mordomo lê toda a ficha e preenche seu nome inteiro ali e outros dados pessoais. William dá a ficha para Archie, que a guarda em uma gaveta de arquivos, após isso, William diz:

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— Agora, preciso que me conte os detalhes, pois preciso de algo para começar, não é mesmo?

O velho se senta na cadeira a frente de William, e começa a contar os detalhes:

— Então senhor William, Ava tinha vinte e três anos, e estava noiva. Dia dez de agosto todos os criados da mansão receberam o aviso de que não precisariam comparecer para trabalhar onde Ava morava. E como pedido, ninguém foi lá. Ava estava sozinha na mansão, pois seu noivo estava em viagem, como sempre está constantemente. Depois desse dia, todos nós voltamos à mansão, mas Ava não estava lá, ligamos para o noivo dela, mas ele disse que ela poderia ter ido viajar para a casa do pai dela. Ligamos para a casa de Isaias, que nos disse que Ava não estava lá, então já assustados, esperamos um dia conforme o protocolo, e como a patroa Ava não apareceu comunicamos a polícia local de Todmorden que começou buscas por toda a cidade, mas depois desses vinte dias tudo ficou sem sentido para eles.

William olha para Archie, que como uma máquina escreve tudo, então o detetive comenta:

— Muito intrigante tudo isso, por acaso o marido de Ava tem um escritório em Todmorden? O que ele faz da vida?

Harry responde:

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— Em Todmorden não mais em Londres sim, e ele é contador.

— Ótimo, por favor o endereço.

Archie anota o endereço falado por Harry. Então por fim Harry se despede:

— Então posso dizer que o senhor aceitou o caso, não?

William sorri e diz:

— Se meu colega estiver de acordo, podemos começar amanhã mesmo.

Archie que estava lendo a ficha preenchida pelo mordomo, volta sua atenção aos dois homens, respondendo:

— Sim, eu estou de acordo.

Wiliam nota o entusiasmo de seu aprendiz e se levanta para apertar a mão do mordomo, que ao invés de lhe apertar a mão, lhe entrega passagens de trem, retiradas do paletó:

— Essas passagens são para amanhã, as sete em ponto, vão até a plataforma dez para Todmorden, me esperem na estação quando descerem do trem

Intrigado, William questiona o mordomo:

— Sim senhor, mas como tinha certeza de que aceitaríamos o caso?

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— Simples, vocês têm prazer em resolver casos, e a gente paga bem.

O mordomo dá uma risada curta a qual William imita, então ele se despede dos dois homens:

— Tenham um ótimo dia, até amanhã senhores.

— Adeus senhor Harry, tenha um bom dia.

E assim o mordomo se retira do escritório, sumindo na rua ainda encharcada. William vai até a mesa de Archie e pega para ler os papeis onde Archie anotou tudo o que Harry contou. Então William se volta para Archie:

— O que você achou Archie?

— Achei que é um caso complicado, ela sumiu em Todmorden, mas pode estar em Londres ou em qualquer lugar. Casos de desaparecimento me deixam nervoso.

— Vamos ter que trabalhar duro, mas acredito que vai ser um ótimo aprendizado para você. Em base do que ele contou, você definiria como a resolução do caso?

Archie coça a cabeça e vai até um quadro negro, onde ele pega um giz e começa a rabiscar e falar:

— É complicado dizer, mas como ela sumiu na mansão, onde ela estava supostamente sozinha, ela deve ter fugido com alguém. Acho que essas pessoas ricas tem problemas emocionais demais. Agora analisando criminalmente, uma 14

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noiva não teria fugido, então alguém aproveitou que ela estava sozinha e resolveu...

Archie faz um sinal com o dedo indicador na garganta.

William lê o que Archie escreve no quadro: Fuga, ou assassinato e ocultação do corpo. Depois de ler e ouvir a opinião do rapaz William diz:

— A primeira opção para mim foi sequestro, não sei se você viu, mas anos atrás os Zachary sofreram atentados, mas foram coisas como sabotagem dos produtos deles, nada de risco a vida. Agora faz vinte dias que ela está desaparecida, se fosse sequestro teriam comunicado a família, por isso já descartei minha ideia.

Archie escreve no quadro de novo, enquanto diz:

— Mas vamos deixar mesmo assim como a primeira opção o sequestro, a família Zachary é muito rica faz sentido por um lado.

William pega o papel do endereço e telefone do escritório do noivo de Ava e fala para Archie:

— Vou ligar para o escritório do noivo de Ava, marcar um horário, ele parece ser muito ocupado.

Archie assente com a cabeça. William pega o telefone e disca o número. Uma mulher atende:

— Bom dia, escritório dos John, como posso ajudar?

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— Bom dia, sou o detetive William Horpheum, queria falar com... — William lê o nome do noivo de Ava no papel —

John Jafrin, ele está?

— No momento ele está em uma reunião importante senhor, posso dar o recado, se me deixar um número retornarei.

— Não é necessário, mas ligo depois senhora. E por acaso ele tem algum horário livre para hoje?

A mulher se cala por um tempo:

— Parece que a agenda dele está cheia por hoje, amanhã é possível?

— Amanhã eu tenho uma viajem senhora, mas pode falar para ele que liguei. Nos encontraremos em outra oportunidade.

— Tudo bem, tenha um bom dia.

— Igualmente.

William desliga e fala com Archie que está achando notícias sobre os Zachary nos jornais velhos guardados:

— Parece que não vai ser desta vez que iremos falar com o noivo de Ava.

— Ele se recusou?

Pergunta Archie, então William responde: 16

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— Não, apenas estava ocupado pelo dia todo.

— Oh, é uma pena.

William volta para sua mesa, voltando a escrever anotações de um caso de furto muito complicado, resolvido por ele e Archie nos meses passados. Muitos detetives honrados os elogiaram por tal façanha.

Dando quatro horas o expediente havia acabado, Archie e William tinham acabado a papelada e já iam fechando o escritório. William não tinha família, já Archie que era muito mais novo, morava com os pais, que os