Se o medo tivesse um som
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Pré-visualização do livro
Se o medo tivesse um som - Rodrigo Santos
RODRIGO SANTOS
REVISÃO
Leonardo Cunha
FOTO (CAPA)
Julie Jablonski_Flickr
DESIGN E DESENVOLVIMENTO
Patrícia Oliveira
ISBN
978-65-86464-19-1
© 2020 MV Serviços e Editora.
Todos os direitos reservados.
R. Teotonio Regadas, 26 – 904
Lapa • Rio de Janeiro • RJ
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Os primeiros postes da rua começavam a se acender com a despedida do crepúsculo. Dentro de casa, Ana Maria escutou o primeiro assovio da panela de pressão e ficou aliviada. Pelo menos o feijão do jantar ficaria pronto a tempo, fresquinho, do jeito que Paulo César gostava.
Quando a porta se abriu, revelando em seu pórtico um homem de meia idade vestindo um terno que parecia comprado em um brechó — e cujo dono anterior era um pouco mais cevadinho que Paulo César, o feijão já havia esfriado, todos os postes estavam acesos e Ana Maria comia doce de leite na colher à frente de uma TV decorativa.
— Boa noite — as palavras saíam mastigadas lentamente. Ana Maria sentiu o cheiro de álcool quando Paulo César se inclinou para beijá-la.
— Como foi o seu dia?
— Ah, nada demais — Paulo César atravessou a sala em direção à cozinha, aumentando o tom de voz — Você acredita que o Mendonça apareceu na delegacia para reclamar de uma vaca?
— Mas o que aconteceu com a vaca? Roubaram?
Na cozinha, Paulo batia as panelas, acendia a boca do fogão. Não demorou e voltou com uma pequena tigela de onde comia feijão com uma colher.
— Acabou a pimenta?
— A da geladeira acabou. Mas acho que ainda temos aquele pote que dona Fidelina nos enviou, lembra? Deve estar dentro do armário da copa.
O homem pousou a timbaca na mesa e retirou o terno, pendurando-o no espaldar. Sentou-se à mesa e voltou a comer o feijão.
— E a vaca, homem?
— Que vaca?
— A vaca do Mendonça, que você falou agora!
— Ah, sim — disse, com a boca cheia. — Ele me apareceu com a maior cara de triste, a vaca estava sumida há alguns dias, e foi encontrada na Beira-Rio, quase no extremo da fazenda, já cheia de urubus em cima. Parece que alguém ou alguma coisa cortou o pobre do animal do pescoço ao bucho e largou lá.
— Que horror... — Ana Maria se sentou no sofá.
— O pior é que o pobre quer que eu trate como se fosse assassinato. Você respeite a lei, Samuel!
, eu disse a ele. Mas você precisa investigar
, e eu E você acha que eu vou gastar o dinheiro do contribuinte para investigar a morte de um animal?
. E ele querendo me mostrar a foto da coitada da vaca no celular.
— Será que é onça?
— Nita — Ana Maria sorriu como o apelido carinhoso, até porque Paulo César não a chamava mais assim com frequência. — Deve ter uns 20 anos que não aparece onça aqui em São Fidélis. Isso tá com cara de ser alguma armação dos Mendoncinha, sei lá. Aqueles meninos nunca foram flor que se cheire.
— Vamos deitar, meu xêro? Já está tarde...
— Eu vou ficar mais um pouco aqui, Nita. Vai que eu já vou.
Ana Maria se levantou do sofá, pegou a timbaca vazia da mesa e levou para a cozinha, aproveitando para tapar a panela que certamente Paulo César teria deixado aberta.
O cheiro veio primeiro que o som, o aroma de terra molhada e revirada. Então as primeiras gotas grossas começaram a cair, ruidosamente. Paulo César se servia de uma dose de cachaça, retirada da garrafa pet semanal que trazia do alambique e