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Ondas De Cura
Ondas De Cura
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E-book136 páginas2 horas

Ondas De Cura

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Sobre este e-book

Em janeiro de 2020, eu descobri que estava grávida, e em outubro eu descobri um câncer de mama em estágio avançado. Aos 32 anos, eu vivi dois paralelos: o da maternidade e o do câncer, com todas as suas peculiaridades. Um dia eu escolhia a roupinha do batizado da minha filha e, literalmente, no outro eu estava em uma sala fazendo quimioterapia. Aqui estão os detalhes vividos durante o tratamento, com seus altos e baixos. O livro Ondas de Cura vem mostrar aos leitores que podemos descobrir bons motivos e pensamentos que nos façam encarar um mar revolto com a certeza de que ele vai se acalmar.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de mar. de 2023
Ondas De Cura

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    Ondas De Cura - Larissa Belo

    Larissa Belo

    Copyright © 2023 Larissa Belo

    ISBN: 978-65-88925-39-3

    Todos os direitos reservados.

    Dedico este livro a todos aqueles que conheceram a minha história e aos que participaram dela em algum momento;

    Aos que querem testemunhar o poder do pensamento positivo e da fé;

    Àqueles que dedicam suas vidas, ou grande parte dela, à medicina. Que o façam sempre com amor;

    A todos vocês que passam por alguma provação relacionada à saúde. Seja como paciente ou acompanhante, tenham fé ou façam dessa fase uma forma de encontrá-la.

    Crer e mentalizar a cura pode ser um dos melhores remédios no momento da enfermidade. Creia, vai passar; é só uma fase.

    São apenas ondas turbulentas e o mar há de acalmar.

    Agradecimentos

    Meus sinceros agradecimentos à minha família, de forma mui to especial ao meu marido, Kristian, e à minha mãe, Regina. Vocês foram meu alicerce, minha força diária nos momentos mais sombrios.

    Agradeço ao meu pai, Carlos, que mesmo residindo no Rio de Janeiro, esteve presente sempre que possível. Ao meu padrasto, Robson, e aos meus irmãos, Gustavo e Marcelo, por todo apoio.

    Obrigada aos meus tios e tias, primos e primas, cunhadas e à minha sogra, que se tornaram extensão de ajuda física e espi ritual em todo o processo.

    A todos os meus amigos, que de forma carinhosa e animadora criaram conexões fortalecedoras, sempre com preocupação e companheirismo. Agradeço especialmente à Dra. Phyamma, que, além de estar ao meu lado como amiga e médica, abraçou e apoiou o projeto deste livro, fazendo tudo acontecer!

    Obrigada aos meus médicos, mastologista Dr. André Hideo Motoki e oncologista Dr. Vitor Vasconcelos Fiorin. Desde o nosso primeiro encontro, pude sentir que nossos caminhos foram cruzados por um propósito maior.

    À minha pequena Laura, que com apenas dez dias de vida demonstrou tamanha parceria e compreensão diante de tudo que acontecia em seu entorno. Obrigada, filha! Você foi a minha maior motivação e fonte de energia para encarar essa fase. Aos pouquinhos, há de entender tudo o que aconteceu e o significado da sua existência.

    E o meu maior agradecimento: a Deus. Deus de amor, bondade e misericórdia. Ele que me sustentou e me curou. Ele que me fez encarar todos os dias como ensolarados, ainda que estivessem nublados. Agradeço também à Nossa Senhora, por não me abandonar e me pôr em seu colo em todas as situações.

    Agradecimento à vida!

    Nós escrevemos essa história juntas. Mamãe com as palavras e eu sendo sua maior inspiração.

    Prefácio

    Essa é a quarta versão do prefácio que escrevo. Sei que ainda não está perfeita, mas peço licença para compartilhar com você, caro leitor, minha experiência antes, durante e depois das ondas de cura.

    Já sorri, já chorei,

    Fui tomado pelo silêncio.

    Nessa noite de sábado chuvosa,

    Conversei com o vento.

    Pedi a ele uma inspiração, e quem sabe um relento.

    Após ler este livro, tenho certeza de que você não será a mesma pessoa. É assim que acontece também quando uma pessoa enfrenta o câncer. Você está prestes a ter o privilégio de ler palavras de sensibilidade de alguém que entende o amor de verdade.

    Li, reli

    Rasurei e desenhei.

    Em meio ao papel amassado, fiquei lisonjeado e emocionado.

    A dor da notícia,

    A imobilidade do pensamento. A solidão da incerteza,

    A alegria de cada momento.

    Acredite, caro leitor, o amor verdadeiro só nasce em meio as terras mais áridas.

    Ao regar as terras áridas,

    Uma semente há de germinar. De repente uma flor nasce,

    E o sertão vira mar.

    Por fim, recomendo que você cuide melhor de suas memórias e viva seu tempo.

    Talvez a principal vantagem evolutiva do homo sapiens em relação aos demais primatas foi a capacidade de reunir, armazenar, contar sua história e aprender com as vividas pelos seus semelhantes.

    Quanto ao tempo, eu sou oncologista e lido diariamente com o câncer. Mais do que isso, também tive câncer. Aprendi com meus pacientes e sendo paciente a viver o meu tempo.

    Espero que você faça o mesmo depois das ondas de cura.

    Boa leitura.

    Dr. Vitor Fiorin

    Apresentação

    Olá! Eu sou a Larissa e escrevi esse livro para te contar um pedacinho da minha história, uma história de luta e de vitória.

    Mas, antes, vou narrar brevemente alguns cenários e pessoas presentes no meu processo, para que você entenda a importância delas em minha vida.

    Eu nasci no Rio de Janeiro, em 1988, e morei durante a infância em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, até que, por motivo de trabalho da minha mãe, viemos morar em Vila Velha, no Espírito Santo. Isso aconteceu quando eu tinha 9 anos e meu irmão 12. O Guto – ele se chama Gustavo, mas para mim será sempre o Guto – é uma espécie de irmão mais velho e pai, ao mesmo tempo. Ele sempre foi o cara que mais brigou comigo, mas também aquele que comprou todas as minhas brigas. A essa altura, meus pais já estavam divorciados há 4 anos. Eu tinha apenas 5 anos quando eles se separaram. Por falar neles, meu pai se chama Carlos e minha mãe Regina.

    O processo de mudança de estado nos afastou do meu pai, fisicamente, pois ele continuou sua vida no Rio. No entanto sua presença sempre foi muito marcante em nossa vida. A amizade entre meus pais sempre foi fator-chave para que a relação familiar se mantivesse firme. Meu pai teve um filho do segundo casamento, nos presenteando com o nosso querido Marcelinho, irmão caçula.

    De lá para cá, moramos muitos anos com meus avós, Vó Zininha e Vô Zé. Ele sempre mais sério; ela, minha maior sintonia de vida, uma segunda mãe: sentia mesmo de longe quando eu não estava bem. Essa é basicamente minha estrutura familiar, um tanto confusa, mas muito amável.

    Casei-me em 2018 com o Kristian, aos 30 anos. Meu marido é um verdadeiro bon-vivant. Que graça poder compartilhar a vida com um camarada desses ao lado! Temos muitas histórias juntos. O Kristian é personal trainer, e eu geógrafa. Amamos rodas de samba, um pagode bem tocado – inclusive me arrisco no pandeiro.

    Começamos a namorar em 2013, fizemos muitos passeios e algumas viagens inesquecíveis. No nosso primeiro destino internacional (Chile), em 2015, seguimos a tradição de trancarmos os cadeados na ponte Pio Nono, em Santiago, enquanto fazíamos juntos uma promessa lançando as chaves nas águas do Rio Mapocho. Prometemos amor eterno! Meses depois, por acasos da vida, terminamos a relação e vivemos um ano separados.

    Exatamente doze meses depois, nos reencontramos no aniversário de uma amiga em comum, e naquele dia decidimos reatar o namoro. Estávamos certos de que havia um destino comum em nossos caminhos. Existia amor, e isso era o primordial para prosseguirmos

    com um relacionamento verdadeiro e duradouro. Era a promessa do Chile sendo cumprida!

    Fomos namorados numa época da vida muito legal! A verdade é que esses anos foram vividos com toda intensidade e boas energias que se pode haver num casal no auge dos seus 20 e poucos anos.

    Amo e valorizo meus amigos, tenho minha família como parte de mim e sou sim uma eterna admiradora emocionada da natureza e de tudo que possa vir através dela. Sou daquelas que aplaude o pôr do sol, entra no mar para orar e conversa com a Lua.

    Minha família me chama de Lara ou Lala, e meus amigos de Laris ou Lari. Meu pai, em particular, de Issa; meu marido, pretinha; minha filha, mamãe - o melhor de todos.

    Em janeiro de 2020, descobrimos nossa gravidez. Foi exatamente nesse ano, que deveria ser marcado como o melhor ano da minha vida, aos 32, que tudo aconteceu. O meu melhor se misturou com o meu pior. Em meio ao êxtase do primeiro filho, descobri um câncer de mama.

    Você verá que nem isso foi suficiente para me abater, e é exatamente por isso que eu decidi escrever este livro. Não poderia ser diferente. Seguindo o estilo Larissa de ser, escancarei minha vontade de viver, minha fé e meu amor pelas pessoas, me agarrei na joia mais preciosa que havia acabado de receber, minha Laurinha, e mesmo com todos os desafios e medos, eu venci a batalha contra o câncer!

    Como você pode perceber, é impossível falar sobre a maternidade sem esbarrar no câncer: as histórias se entrelaçam.

    E como agravante, tudo isso em meio à pandemia da doença Covid-19! Pois é, não foi fácil.

    Agora que você já entendeu um pouco mais sobre o meu contexto de vida, você vai entender como foi mergulhar em águas profundas, das mais revoltas que eu já pude conhecer. E com propriedade, lhe digo: se você tem fé ou busca por ela, se você conhece alguém que esteja passando por um câncer, saiba que há algo maior nisso tudo. Vocês não estão sozinhos! Nossa corrente é enorme e, da forma que tiver que ser, pelo tempo que for permitido, viva os dias mais intensos e sinceros que puder. Tudo vai dar certo, da forma que precisa ser. Acredite.

    Para tudo há um propósito, e só conhece o propósito quem suporta o processo. 1

    1 Autoria desconhecida.

    Introdução

    Era janeiro de 2020, eu estava casada há dois anos. Posso dizer que aquele último réveillon tinha sido um tanto quanto tenso!

    Eu já não estava mais trabalhando na área de geografia. Atuava agora na Autoglass, uma grande empresa do ramo automotivo, no cargo de atendente de telemarketing. Não hesitei em participar do processo seletivo, ainda que não fosse na minha área de formação, pois estava cada vez mais escassa. Ocupei essa vaga me dedicando ao máximo, visando um plano de carreira. Valia a pena!

    No entanto, a escala de trabalho não me agradava muito. Tinha apenas uma folga na semana e trabalhava no horário de 15h às 22h. No dia 31 de dezembro de 2019 eu estava escalada para trabalhar. Puxa, que chato! Logo no dia do réveillon! To dos já se preparavam para comemorarmos juntos a virada do ano na casa do Vini. O Vini, ou Vinícius, é o amigo-irmão do Kristian, vizinhos de bairro.

    Pois bem, às 22h, eu saí às pressas para dar tempo de comemorar à meia-noite junto aos meus.

    Ufa! Consegui chegar! 2020 chegou entre ótimas companhias, porém, inesperadamente, meu primeiro dia do ano foi diferente de todos os outros 31 primeiros de janeiro vividos até então. Esse foi marcado por uma certa angústia, algo que eu jamais havia sentido. Hoje percebo que mais parecia uma previsão do mar de ondas muito

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