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As origens das discriminações reversas: revisionismo histórico
As origens das discriminações reversas: revisionismo histórico
As origens das discriminações reversas: revisionismo histórico
E-book120 páginas1 hora

As origens das discriminações reversas: revisionismo histórico

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Sobre este e-book

A obra trata de temáticas bem complexas a respeito do racismo, além de englobar outras pautas delicadas socialmente e culturalmente, tais como a fobia à comunidade LGBTQIA+, o estupro, a misoginia etc. A pessoa responsável pela autoria da obra faz algumas analogias ao longo do texto a partir de obras literárias e outros objetos vinculados à arte e à religião para retratar e exemplificar essas questões, como também promover a reflexão crítica em cima desses materiais veiculados pelo mundo inteiro. Dessa forma, realiza um diálogo fluido com o leitor, instigando-o a acompanhá-la nas discussões e entender o seu posicionamento.
Ademais, a revisora, enquanto leitora e levantadora de algumas bandeiras aqui discutidas, sugiro que alguns conceitos sejam mais aprofundados, estudados e esmiuçados, pois em alguns momentos alguns pontos de vista ficaram dúbios – a exemplo, a crença (ou não) no racismo reverso – ou até mesmo podem soar como gatilhos.
O livro é dedicado aos maiores Youtubers brasileiros e discute a transfobia de JK Rowling.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento30 de mai. de 2022
ISBN9786525414744
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    As origens das discriminações reversas - Princesa Ativista

    CAPÍTULO I

    –RACISTA,EU?

    O racismo faz parte da essência do ódio e do medo; faz parte da ideologia, da ignorância, da vida humana; não tem compreensão do saber e nem a reflexão do querer. O racismo é a ilusão de superioridade em um mundo que sonha com igualdade. O racismo é a origem do racista que não entende o que significa o amor pela sua vida.

    Caro leitor, cara leitora, ambos ou nenhum dos dois, posso te fazer uma pergunta? Você é racista? Se a resposta for não, vou te fazer outra pergunta: Você já foi racista com algum amigo ou conhecido? Não? Hum! Se eu dissesse que consigo provar que você está mentindo, ou melhor, que você está completamente enganado... Sei o que você deve estar pensando. Você que é o mentiroso. Você está enganado, eu não sou racista. Se você realmente pode provar isso, então prove. Tudo bem, meu amigo, aceito o desafio.Irei provar o seu racismo com mais quatro perguntas. Prometo que serão apenas quatro, e, se isso não fizer você refletir sobre o assunto, então pode pegar esse livro e jogá-lo no lixo.

    Primeira pergunta, qual é a origem do comportamento machista em nossa sociedade? Essa é fácil – você deve ter pensado, é o orgulho. Você está correto! Segunda pergunta, qual é a origem do comportamento de homofobia em nossa sociedade? Outra pergunta fácil, é o medo. Um ponto para você, está completamente correto, é o medo. Penúltima pergunta. Preparado? Qual é a origem do comportamento de racismo em nossa sociedade?

    Se você não foi capaz de responder a essa pergunta, como você sabe, de fato, que não é ou nunca foi racista? Afinal, você nem sequer conhece a forma correta de tratar uma pessoa com respeito ou humanidade. Lembre-se, o racismo não é apenas ódio, mas principalmente ignorância. Infelizmente, sim, caro leitor, você é um racista por ignorância, mas é um racista.

    O racismo estrutural é uma violência que move determinada cultura já que uma sociedade é uma discriminação étnica que não atinge apenas uma pessoa, mas move um grupo de indivíduos por meio de frases, comportamentos e ações que levam à diminuição e à morte de pessoas negras, que são colocadas como inferiores e submissas aos brancos. É por esse motivo que dizemos que a nossa sociedade possui um racismo estrutural, pois nem o básico sobre a origem do comportamento racista nós temos algum conhecimento.

    Calma, sei como você deve estar se sentindo: culpado, magoado, envergonhado. Mas existe um lado bom em tudo isso. Vou dizer qual é! Primeiramente, a origem do comportamento racista é a humilhação. Se você encontrar qualquer pessoa negra ou de outra etnia – menos a branca – em sua frente, todos irão dizer a mesma coisa: quando sofri racismo pela primeira vez me senti humilhado, desprezado, destruído por dentro. Como se, naquele momento, não fosse uma pessoa; como se não fosse um ser humano. Apenas um animal ou um ser desprezível que não merecesse respeito nem compreensão de ninguém. Sim, a origem do racismo é a humilhação.

    A maior parte das pessoas, tanto negras como brancas ou de qualquer outra etnia, por ignorância ou ódio, não sabem qual é a origem do racismo e, por isso, não sabem de fato se o já sofreram ou se são racistas de uma forma velada. Normalmente, quando falamos de estruturas racistas no Brasil, as pessoas brancas são divididas em três grupos.

    O primeiro grupo, as pessoas que possuem conhecimento sobre seus privilégios e tentam mudar seu conceito estrutural lutando contra a ignorância e o ódio no mundo; sentem remorso e empatia pelas vidas de pessoas negras. Irritam-se com demonstrações de ódio e ignorância contra os negros, nunca se calam ou normalizam o racismo; entendem o lugar de fala, mas não o utilizam como desculpa racista ao compreenderem que essa discussão é para todas as pessoas, principalmente as privilegiadas.

    O segundo grupo, as pessoas que não se nomeiam racistas, mas se sentem constrangidas ao discutirem sobre o racismo. Tentam normalizar a violência tentando demonstrar que não são todas as pessoas e que ela seria exceção à regra, por não possuir ódio explícito contra negros; possuem o conhecimento sobre seus privilégios, mas não fazem nada para mudar. Utilizam a desculpa do lugar de fala ou que o racismo estrutural é uma discussão apenas para os negros, para não combaterem a violência, como uma forma de normalização ao seu próprio orgulho inflado e ferido.

    E o terceiro grupo, daqueles que sabem sobre os seus privilégios. Acreditam no racismo reverso, torturam, estupram e matam pessoas negras sem sentirem um pingo de remorso ou culpa por suas ações. Sentem orgulho de serem racistas e não pensariam duas vezes em tirar-lhes a vida ou de qualquer pessoa que tentarem defender os negros. São, literalmente, a definição de psicopatas, monstros e assassinos em série. Sim, caro leitor, infelizmente, esse último grupo também existe.

    Em um conceito étnico humano, o grupo de pessoas brancas que entenderia e lutaria contra a ignorância e o ódio no mundo seria o primeiro grupo; o único que realmente seria antirracista. Entretanto, se você faz parte do segundo grupo, isso não significa que você é uma pessoa má, apenas que ainda não aceitou o racismo que existe dentro de si mesmo. É necessário compreender que o racismo, a homofobia, a misoginia são sinônimos de ignorância e é o ódio que se torna o sinônimo de monstruosidade.

    Ou seja, a única coisa que te diferencia do primeiro grupo é a sua falta de compreensão e aceitação de que, sim, você possui pensamentos e comportamentos racistas por ignorância. Mas isso não significa que você é a favor do racismo; aceitar esses pensamentos e comportamentos significa refletir suas ações e seus privilégios, a fim de moldá-los para se tornar uma pessoa melhor.

    Sendo assim, há um lado bom em tudo isso. Você, meu caro leitor, que faz parte do primeiro e do segundo grupo, é uma pessoa mil vezes melhor do que um racista por ódio. Pois você sentiu culpa e remorso por suas ações, por não saber a origem do racismo. Essa mágoa e esse remorso se chamam empatia. Empatia pela vida de outra pessoa, de outro ser humano.

    Um racista não sente culpa por ser um monstro, por violentar, torturar ou tirar a vida de outras pessoas. Não, um racista não sabe agir como um ser humano decente; por esse motivo, você é mil vezes melhor do que ele.

    Agora que você sabe qual é a origem do racismo, não possui mais a ignorância sobre o assunto, ou seja, você não é mais um racista por ignorância. Será mais fácil, daqui em diante, distinguir uma piada ou uma brincadeira como uma discriminação real; nunca se esqueça que você sempre será melhor que um racista por ódio, pois você entende que possui privilégios e ignorância sobre seus próprios privilégios.

    Tolkien era racista?

    Existe um grande debate sobre Tolkien que é feito entre seus fãs: afinal, o maior escritor do universo de fantasias do mundo era de fato racista? Bom, antes de responder a essa pergunta, algumas coisas devem ser esclarecidas; a primeira delas é que essa discussão sempre é feita de maneira errada. Os fãs de Tolkien, que em 99% das vezes discutem sobre o racismo, são pessoas brancas que nunca sentiram e nunca irão sentir na pele o racismo.

    São pessoas que estão discutindo uma realidade que não pertence a elas. Não me entenda mal! O racismo estrutural é uma discussão para todos fazerem porque é uma violência social que todas as pessoas precisam combater; principalmente o homem branco, pois ele é o privilegiado sobre essa violência, ainda que exista um lugar de fala.

    Este precisa entender que ele não tem o direito de se tornar protagonista dessa história e dizer o que é ou não racismo sem estudar a fundo o que significa a estrutura racista, haja vista que ele nunca vai saber o que é sentir tal violência. 99% dos fãs brancos que discutem o racismo de Tolkien sequer chamam um negro ou leem um livro sobre racismo para fazer essa discussão.

    Essa reflexão pode ser facilmente provada com uma simples realidade: somos todos racistas por ignorância, principalmente porque vivemos em uma sociedade racista. Tolkien também era. O problema é que as pessoas brancas que fazem essa discussão precisam entender que dizer abertamente que o escritor mais famoso do mundo era racista não é a mesma coisa que dizer que ele era um monstro.

    A ignorância e o racismo de Tolkien estão fortemente presentes em seus livros. Em seu universo, ele criou, aproximadamente, treze raças, entretanto apenas cinco raças são as mais conhecidas e possuem um papel principal e fundamental em suas obras: a raça dos anões, a raça dos elfos, a raça dos

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