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Análise do discurso: caracterização discursiva de um sermão de C. H. Spurgeon
Análise do discurso: caracterização discursiva de um sermão de C. H. Spurgeon
Análise do discurso: caracterização discursiva de um sermão de C. H. Spurgeon
E-book127 páginas1 hora

Análise do discurso: caracterização discursiva de um sermão de C. H. Spurgeon

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Sobre este e-book

Esta pesquisa teve como objetivo analisar e explicitar as estratégias enunciativas na construção de um discurso religioso. Para a fundamentação da pesquisa, usamos os conceitos contidos nas obras de Bakhtin, Benveniste, Fiorin, Marcuschi e Barros. Em um primeiro momento, demonstramos a diferença considerável entre um sermão e uma homilética. Após isso, partimos para a análise do discurso religioso, à luz dos fundamentos teóricos da enunciação, objetivando identificar e analisar as estratégias do enunciador do discurso projetadas no enunciado (texto), explicitando os efeitos de sentido que essas estratégias produzem, identificando e analisando as formas como o destinatário do texto é nomeado no próprio texto, explicitando os efeitos de sentido que essas projeções produzem para a interação "narrador/narratário" e explicitando a imagem que as diferentes estratégias enunciativas constroem do enunciador e do enunciatário. Assim, ao realizarmos a análise desse discurso religioso, nos atentamos às possibilidades do uso do "eu", podendo ser ele explicitamente mencionado no texto ou não, podendo, num e noutro desses dois casos, o "eu" interpelar ou não o narratário e se há perguntas retóricas na interpelação do narratário.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento21 de jul. de 2023
ISBN9786525298696
Análise do discurso: caracterização discursiva de um sermão de C. H. Spurgeon

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    Pré-visualização do livro

    Análise do discurso - Edson França Martinez

    capaExpedienteRostoCréditos

    AGRADECIMENTOS

    Principalmente a Deus, de quem emana todo o saber e o conhecimento. A Ele agradeço pelo direcionamento da minha vida, pela capacidade e pela sustentação nos anos de estudo dedicados para à obtenção do título de Mestre em Letras.

    Aos meus pais, por me apoiarem e incentivarem em toda a jornada de estudo de minha vida. Desde os primeiros passos na escola, sempre foram zelosos em acompanhar o meu desenvolvimento.

    Ao Conselho da Igreja Presbiteriana de Torrinha e aos membros da amada Igreja, assim como os membros da Congregação Presbiterial de Jaú, que compreenderam os momentos de minha ausência nas atividades da comunidade e permitiram a conclusão deste estudo.

    À minha esposa, Lisangela Ap. Ramos Martinez, pelo auxílio, paciência, incentivo e compreensão durante os dois anos de viagens para a conclusão deste sonho.

    À Maria da Conceição, pelo carinho, amor, orações e companheirismo nas horas mais difíceis desta jornada.

    Em especial, ao meu orientador, Prof. Dr. José Gaston Hilgert, pela dedicação, orientações pertinentes e olhar criterioso sobre a dissertação.

    A Deus, revelado em Jesus Cristo, digo: Tu és o meu Senhor, outro bem não possuo, senão a ti somente (Salmo 16:2)

    SUMÁRIO

    Capa

    Folha de Rosto

    Créditos

    INTRODUÇÃO

    1. NATUREZA E CONTEXTO BÍBLICO DA NARRATIVA DO EVANGELHO DE JOÃO, CAPÍTULO 2, VERSÍCULOS DE 1 A 11

    2. BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA DO ESTUDO

    2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO SEMIÓTICA

    2. 2. CONTEXTUALIZAÇÃO NO CONTINUUM DA FALA À ESCRITA

    3. AS PROJEÇÕES DA ENUNCIAÇÃO NO ENUNCIADO

    4. TEMATIZAÇÃO E FIGURATIVIZAÇÃO DO ENUNCIADO

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    REFERÊNCIAS

    ANEXO 1

    Landmarks

    Capa

    Folha de Rosto

    Página de Créditos

    Sumário

    Bibliografia

    INTRODUÇÃO

    Todos, de alguma forma, já fomos destinatários de um sermão proferido por alguém ou até já o proferimos para outrem. Quando se procura a etimologia da palavra sermão, encontra-se a palavra "sermo, oriunda do latim, que quer dizer falar, discursar". Já quando pesquisado em um dicionário, neste caso no Dicionário Houaiss, o termo tem as seguintes definições:

    Discurso religioso pronunciado no púlpito por um predicador, esp. católico; prédica, predicação, pregação; 2) discurso moralizador, ger. longo e enfadonho; 3) qualquer fala com o objetivo de convencer alguém de algo; 4) admoestação em tom severo; repreensão, descompostura.

    Em termos amplos, sermão é um discurso oral feito por um indivíduo, sustentando uma crença, comportamento humano ou lei. Aquele que profere o sermão busca apresentar a seu destinatário conhecimento adquirido por experiência de vida ou por estudo, partindo do princípio de que esse destinatário estaria desprovido de tal conhecimento.

    Quando se fala que um religioso proferiu um sermão, o termo sermão assume um sentido específico pois, quando ele se dirige a uma determinada comunidade falando da Palavra de Deus, o faz respaldado pela homilética. Homilética, que é a ciência, arte e técnica de comunicar o evangelho (REIFLER, 2002, p. 12). Por isso, a partir do Concílio Vaticano II, iniciado em 1962 e concluído em 1965, a Igreja Católica Apostólica Romana deixa de chamar a mensagem bíblica conduzida pelo Padre de sermão e passa a chamá-la de homilia. Nesse sentido, a palavra sermão assume um sentido específico, que é o de difundir, explicar, interpretar os textos bíblicos.

    A homilética, segundo nos aponta Reifler (p. 20), em si é a teoria e prática da pregação do evangelho do nosso bendito Senhor Jesus Cristo, que revela o poder e a justiça de Deus para todo homem que nEle crê (Romanos 1.16). Além disso, o termo ‘homilética’ surgiu durante o Iluminismo, entre os séculos XVII e XVIII, quando as principais disciplinas teológicas receberam nomes gregos, como, por exemplo, dogmática, apologética e hermenêutica (p. 11), tendo em vista que o termo ‘homilética’ deriva do substantivo grego homilia, que significa literalmente ‘associação’, ‘companhia’, e do verbo homileo, que significa ‘falar’, ‘conversar’ (p. 11), e foi mundialmente aceito para referir-se à disciplina teológica que estuda a ciência, a arte e a técnica de analisar, estruturar e entregar a mensagem do evangelho" (p. 11).

    Para que um religioso realmente faça um bom sermão, no sentido da homilética, ele deve valer-se dos recursos da retórica (assim como da eloquência), utilizar os meios e métodos da comunicação moderna e aplicar a avançada estilística (p. 12). Além disso, ele deve se aprofundar na hermenêutica, que é a ciência, arte e técnica de interpretar corretamente a Palavra de Deus, e valer-se da exegese, que é a ciência, arte e técnica de expor as ideias bíblicas, pois, como diz Reifler (p. 12), "a homilética depende amplamente da hermenêutica e da exegese¹. Uma homilética sem hermenêutica bíblica é trombeta de som incerto (1º Coríntios 14.8) e uma homilética sem exegese bíblica é a mera comunicação de uma mensagem humanista e morta".

    Tendo assim contextualizado e definido o sentido da palavra sermão, o objetivo geral da presente dissertação é desvelar procedimentos discursivos – semânticos e sintáticos – na construção do sermão "As talhas de Caná".

    Para tanto, será utilizado o sermão sobre As Talhas de Caná² (SPURGEON, 2016, p. 94-102), proferido pelo Reverendo inglês Charles Haddon Spurgeon³, da Igreja Batista britânica, a seus fiéis, com base no versículo do texto bíblico do Evangelho de João, capítulo 2, versículo 7: Jesus lhes disse: Enchei de água as talhas. E eles as encheram totalmente (Bíblia de Genebra, 2009, p. 1374).

    O sermão escolhido para análise foi As Talhas de Caná, mas poderia ter sido escolhido qualquer outro do referido pregador, pois foi considerado um dos mais brilhantes expositores dos textos bíblicos do século passado. Devido a sua excelência e profundidade na exposição das Escrituras Bíblicas, recebeu o título de O Príncipe dos Pregadores. Suas mensagens, além da maneira brilhante de expor os textos bíblicos à luz dos fundamentos da homilética, também oferecem um rico material a ser analisado do ponto de vista dos fundamentos teóricos do discurso.

    Escolhemos esse tema para esta dissertação, em razão do interesse em acrescentar à nossa formação acadêmica em Teologia e no estudo das teorias da Homilética a análise e a interpretação dos discursos religiosos com base nos fundamentos linguísticos, especificamente, dos ensinamentos dos estudos do discurso.

    Como dissemos, o objetivo geral da presente dissertação é desvelar procedimentos discursivos – semânticos e sintáticos – na construção do sermão As talhas de Caná, proferido por C. H. Spurgeon. Como objetivos específicos, este livro buscará: a) identificar e analisar a projeção das categorias da enunciação no enunciado/texto; b) explicitar os efeitos de sentido que a projeção dessas categorias produz no texto; c) destacar e analisar as principais estratégias argumentativas na relação destinador/destinatário no sermão; d) identificar e analisar os percursos figurativos e temáticos que estruturam os sentidos do texto.

    Para alcançar os objetivos estruturamos a dissertação nas seguintes etapas:

    No primeiro capítulo identificaremos e caracterizaremos o texto do ponto de partida do sermão de C. H. Spurgeon. Situaremos a narrativa⁴ de João sobre as Talhas de Caná em seu contexto e, dentro dele, definiremos a sua natureza do ponto de vista das leituras bíblicas. Essa contextualização é importante, na medida em que ela lançará luz sobre as próprias escolhas do pregador na construção de seu texto.

    No segundo capítulo, apresentaremos um breve contexto teórico de nosso estudo. Faremos isso em duas etapas: na primeira trataremos do contexto semiótico geral, deixando, no entanto, conceitos específicos para serem apresentados nos capítulos da análise; na segunda, traremos elementos que permitirão situar o sermão no continuum dos gêneros textuais proposto por Koch e Oesterreicher (1985), que se estende do polo da fala ao polo da escrita.

    No terceiro capítulo analisaremos o texto do ponto de vista da enunciação, tratando das projeções das categorias da enunciação no enunciado e das relações entre destinador e destinatário, com ênfase especial nos efeitos de sentido produzidos pelas projeções. É nesse capítulo que também caracterizaremos o sermão na perspectiva do continuum referido.

    No quarto capítulo, dando continuidade à caracterização discursiva do sermão, ocuparemo-nos com a estrutura semântica do sermão, focalizando os percursos figurativos e temáticos.

    E, por fim, nas considerações finais procuraremos retomar os pontos que consideramos mais relevantes em nosso trabalho.

    Para concluir essas considerações introdutórias, cabe uma breve observação metodológica. No segundo capítulo nos limitaremos a informações gerais destinadas a situar teoricamente o nosso estudo. Os fundamentos

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