Depois é expectativa, viver requer coragem: Como viver mais leve em um mundo com tantos desafios

De Sandy Duwe dos Santos

Em Depois é expectativa: Viver requer coragem, Sandy tece de uma maneira cativante e delicada narrativas sobre os sofrimentos, a fragilidade e a dor da nossa experiência humana e como podemos ajudar verdadeiramente quem sofre.
A autora traz histórias de vida pessoal e também sobre seus aprendizados em sua jornada como terapeuta, faz confissões das suas próprias noites escuras da alma, desabafos sinceros, aconselha como podemos vencer situações dolorosas em nossa vida e como podemos ser instrumentos de amor para aqueles que também convivem em nosso entorno, tudo isso de maneira poética e verdadeira, trazendo reflexões sobre o que podemos fazer para lidar com situações de modo a torná-las menos dolorosas.
Em meio a temas que emocionam, a autora convida o leitor a viajar para dentro de si em suas lembranças, seus desafios, em sua própria humanidade.
A leitura flui de uma forma leve, profunda, comovente e traz transformações e soluções para diversas demandas de nossa vida.
É um convite à reflexão, sobretudo a respeito da vida, da sociedade, da nossa responsabilidade como indivíduo, como pessoa.

• Idioma: Português
• Editora: Editora Kelps
• Data de lançamento: 11 de ago. de 2023
• ISBN: 9786553706439

Pré-visualização do livro

Sobre a vida

Desde que chegamos a este mundo, só temos a certeza de uma coisa:

Em algum momento seremos interrompidos.

Viver é como jogar uma partida de xadrez:

Cada jogada elimina uma peça por vez.

Atingem os peões, as torres, os cavalos…peças de longe e as peças ao nosso lado e um dia o atingido seremos nós.

Xeque-mate!

Por isso, o que realmente importa, é esse tempo entre o nascer e o desnascer.

O que fizemos neste intervalo é o que vai definir o sentido que você dará para sua vida.

O dia tem a mesma quantidade de horas para todos nós. Vá no seu ritmo, não se apresse, mas também não perca tempo.

A verdadeira infância feliz

Tic tac, tic tac… este é o som do relógio pendurado na parede nos avisando a todo tempo que tudo está passando.

Tic tac.

Para os pais que querem dar o melhor para seus filhos, e com isso se submetem a uma extensa jornada de trabalho, passam pouco tempo com seus filhos, sentem-se culpados e acreditam que podem suprir a falta diária de amor e carinho com presentes, eletrônicos, brinquedos para preencher esse vazio.

Tic tac.

Para os pais que se sentem tão cansados – fisicamente, emocionalmente e mentalmente –, que acreditam que passar 30 minutos sentados no tapete da sala, brincando com seu filho e olhando a televisão perto deles, pode completar os momentos de solidão e saudade.

Ao mesmo tempo em que os pais querem dar o melhor, eles estão perdendo o melhor dos seus filhos. As professoras contam para eles as suas primeiras palavras, os seus primeiros passos, as suas primeiras gargalhadas, as suas dificuldades rotineiras. Só não contam as horas que passaram chorando sentindo a sua falta ou quando adormecem abraçados a um urso de pelúcia desejando que fosse eles.

Tic tac.

Não posso negar – de maneira alguma - que, tanto antigamente quanto hoje, ser criança não é fácil! E que talvez o que possa realmente fazer a diferença e garantir a melhor infância é o tipo de adulto que está ao lado das crianças.

Um adulto que leve seu filho, irmão ou sobrinho a praças, parques, sorveterias, praias e que realmente brinque com eles, que aquele momento seja somente deles e de mais ninguém.

Estamos dentro de um círculo da evolução humana que corre rápido demais. Não percebemos isso em nosso cotidiano, somente quando paramos para pensar que podemos ver que há tantas coisas a serem reparadas.

Uma infância feliz é o maior presente que os pais podem dar aos seus filhos, é a chance de transformar essa fase em algo mágico e leve da vida.

Então, que possamos ver nossas crianças como seres de alma, sentimentos, seres iluminados e cheios de encanto. E garantir que elas ganhem mais espaço nas nossas vidas, nas nossas horas, em nossos corações, pois criança é uma oportunidade para construirmos nossa infância feliz.

Seja você um irmão, uma irmã, um tio, uma tia, um pai, uma mãe, um avô, uma avó... brinque com suas crianças e aproveite para resgatar a sua infância feliz também. Sempre há tempo, mas o melhor é agora.

Tic tac.

Relacionamento como autoengano

Gosto de pensar que nós, seres humanos, não nascemos para ser sozinhos. Ninguém basta por si só. Precisamos compartilhar a nossa vida, os nossos momentos, as nossas dores.

Não porque estamos em busca de algo que nos complete, porque já nascemos completos, e, sim, procurar alguém que possa somar, que possa fazer da vida uma passagem mais leve.

Mas, antes de iniciarmos um relacionamento com outra pessoa, devemos ser felizes com nós mesmos e nos conectar com alguém que também seja feliz consigo. É preciso vibrar na mesma frequência.

Muitos casais buscam a aparência perfeita perante seus amigos e familiares, mas não buscam ser suas melhores versões para si mesmos e até mesmo para seus filhos.

Quando estão fora, a vida é uma fábula feliz, mas, então na volta, quando chegam em casa, a realidade está na porta, virando a chave e dizendo: entre!

Aí entra o autoengano, quando muitas pessoas ficam umas com as outras acreditando que essa ilusão pode alimentar o relacionamento, que isso é o suficiente para enfrentar todas as dificuldades da vida.

Devido a essa ilusão, as pessoas entram em um relacionamento acreditando que o amor do outro também é suficiente, vivendo à espera da mudança, de uma vida feliz, na esperança de que essa pessoa seja alguém melhor:

Ele me ama, vai parar de se drogar.

Ela me ama, vai parar de ingerir bebidas alcoólicas.

Ele me ama, vai parar com a violência e a agressão.

Ela me ama o suficiente para não me trair novamente.

Isso é apenas o autoengano, pois acabamos nos apaixonando pela nossa ilusão, pela nossa utopia, por algo inventado e irreal, esperando um amanhã