Algoritmos - Uma revolução em curso

De Diogo Queiroz de Andrade

Sabe com quantos algoritmos interagiu nas últimas 24 horas? Esta tecnologia discreta, ainda pouco esclarecida e divulgada, é o sinal mais claro da enorme revolução computacional que estamos a viver, quase sem darmos conta e demasiado depressa. Este ensaio dá voz a alguns dos investigadores portugueses mais destacados nesta área, ajudando a compreender os impactos positivos e negativos do recurso emergente aos algoritmos. Precisamos de os entender para sermos capazes de os moldar à medida do mundo que queremos construir, até porque se impõe um alerta: esta tecnologia transformadora pode conduzir a humanidade a um futuro tão extraordinário como catastrófico.

• Idioma: Português
• Editora: Fundação Francisco Manuel dos Santos
• Data de lançamento: 1 de set. de 2023
• ISBN: 9789899153233

Diogo Queiroz de Andrade

Diogo Queiroz de Andrade é jornalista e investigador com o foco na intersecção entre tecnologia, cultura e poder. Desde que os jornais portugueses começaram a dar atenção ao digital, foi diretor criativo do Observador, diretor-adjunto do Público, diretor do Forum e colunista do Eco. Atualmente dá aulas de Inovação e Estratégia na Universidade Nova de Lisboa e é diretor de Inovação da Global Media, grupo que inclui o Diário de Notícias, a TSF e o Jornal de Notícias. 

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Algoritmos: Uma revolução em curso

Sabe com quantos algoritmos interagiu nas últimas 24 horas? Esta tecnologia discreta, ainda pouco esclarecida e divulgada, é o sinal mais claro da enorme revolução computacional que estamos a viver, quase sem darmos conta e demasiado depressa.

Este ensaio dá voz a alguns dos investigadores portugueses mais destacados nesta área, ajudando a compreender os impactos positivos e negativos do recurso emergente aos algoritmos. Precisamos de os entender para sermos capazes de os moldar à medida do mundo que queremos construir, até porque se impõe um alerta: esta tecnologia transformadora pode conduzir a humanidade a um futuro tão extraordinário como catastrófico.

Diogo Queiroz de Andrade

é jornalista e investigador com o foco na intersecção entre tecnologia, cultura e poder. Desde que os jornais portugueses começaram a dar atenção ao digital, foi diretor criativo do Observador, diretor-adjunto do Público, diretor do Forum e colunista do Eco.

Atualmente dá aulas de Inovação e Estratégia na Universidade Nova de Lisboa e é diretor de Inovação da Global Media, grupo que inclui o Diário de Notícias, a TSF e o Jornal de Notícias.

Retratos*

* A colecção Retratos da Fundação traz aos leitores um olhar próximo sobre a realidade do país. Portugal contado e vivido, narrado por quem o viu — e vê — de perto.

Algoritmos

Uma revolução em curso

Diogo Queiroz de Andrade

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Largo Monterroio Mascarenhas, n.º 1, 7.º piso

1099-081 Lisboa,

Portugal

Correio electrónico: [e-mail]

Telefone: 210 015 800

Título: Algoritmos, Uma revolução em curso

Autor: Diogo Queiroz de Andrade

Director de publicações: António Araújo

Revisão de texto: Vasco Rosa

Validação de conteúdos e suportes digitais: Regateles Consultoria Lda

Design: Inês Sena

Paginação: Guidesign

Fotografia da capa: Luís Quinta

© Fundação Francisco Manuel dos Santos e Diogo Queiroz de Andrade, Setembro de 2023

Livro redigido com o Acordo Ortográfico de 1945.

As opiniões expressas nesta edição são da exclusiva responsabilidade do autor e não vinculam a Fundação Francisco Manuel dos Santos.

A autorização para reprodução total ou parcial dos conteúdos desta obra deve ser solicitada ao autor e ao editor.

Edição eBook: Guidesign

ISBN 978-989-9153-23-3

Conheça todos os projectos da Fundação em www.ffms.pt

A receita da revolução

Contexto e história

Velocidade e confiança

Os dados, a culpa e os poderes

A caixa opaca e o desalinhamento

O potencial extraordinário e o risco existencial

Saber mais

A receita da revolução

Fazer a crónica de uma revolução em andamento é sempre desafiante. Neste caso, quando o que está em causa é algo tão portentoso como o futuro da humanidade, o risco é ainda maior. E para um jornalista, que se preocupa essencialmente com factos e tem horror a especulações, é particularmente difícil produzir informação sobre uma realidade que não só está em mudança como possui várias linhas de leitura sobrepostas. Mas esta obrigação auto-imposta de escrever sobre um processo em curso tem razão de ser: quanto maior for o número de pessoas capacitadas para entender e discutir as opções que se nos colocam, maior é a possibilidade de fazermos as escolhas certas. Por isso, o desafio deste livro é dar conta do que está a acontecer, alertar para os problemas e enunciar as recompensas potenciais de uma tecnologia que promete muito mas ainda não está longe de se cumprir.

O sujeito deste livro é o algoritmo, uma palavra que se vai tornando corriqueira mas que nem sempre é entendida como merece. E vale mesmo a pena começar por aqui. Um algoritmo é, tão-só, uma receita: tem a listagem dos ingredientes, tem uma ordem e tem as instruções de utilização para se atingir um objetivo pré-determinado. Joana Gonçalves de Sá, cientista portuguesa que se tem destacado na análise das consequências socioeconómicas da utilização dos algoritmos, recorre frequentemente a esta metáfora da receita. E isso porque ela se adapta bem à explicação de alguns dos problemas dos algoritmos: tal como uma receita não garante um bom prato, um bom algoritmo não implica um bom resultado final; para concretizar um bom prato é preciso que quem cozinha tenha os conhecimentos apropriados, que os instrumentos estejam disponíveis e que os ingredientes tenham o máximo de qualidade. Só assim se poderá beneficiar de uma boa refeição e satisfazer os comensais. Ora, o que tem acontecido com a grande maioria dos algoritmos hoje à solta pelo mundo é que, não só as receitas não são extraordinárias, como a qualidade dos ingredientes e dos cozinheiros também tem sido no mínimo defeituosa — o que acarreta consequências dramáticas para a sociedade.

A lógica da receita aplica-se bem ao modelo de tentativa e erro que tem caracterizado o desenvolvimento das aplicações de cariz algorítmico. A nossa insistência da utilização do modelo de aprendizagem automática é precisamente a tentativa de aprimorar uma receita até que nos dê um resultado excelente. O que temos feito, como também explica Joana Gonçalves de Sá, é fazer um computador ler milhares de receitas para apreender um modelo de