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O Peregrino Dos Ventos
O Peregrino Dos Ventos
O Peregrino Dos Ventos
E-book149 páginas1 hora

O Peregrino Dos Ventos

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Sobre este e-book

A tragédia do desaparecimento misterioso de sua filha, Girassol faz com que a vida de Ebenezer se transforme em um lugar de solidão, em meio à natureza. Sua vida toma um novo sentido, quando duas crianças o encontram, e nasce desse encontro, uma amizade que formulará novas questões e por fim, elucidará o mistério. Um romance repleto de sensibilidade, emoção, drama, e reflexões, onde o leitor encontrará respostas, e formulará perguntas, sobre o sentido da vida, e de nosso papel dentro da humanidade que nos constrói. Nesta obra, o autor provoca o leitor à revelar-se diante de supostos acontecimentos e surpresas que o teatro da vida nos faz encenar.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de out. de 2023
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    O Peregrino Dos Ventos - Paulo Cardoso - Pacard

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    ISBN: 9798551057673

    Selo editorial: Independently published

    Paulo Cardoso – 2020

    Direitos Reservados ao autor

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    paulopacard@gmail.com – dpacard@gmail.com

    +55 (48) 999 61 1546 whatsapp apenas

    Sumário

    Janela I - Fernando e Daniela

    Janela II - Girassol

    Janela III - Os Álamos

    Janela IV - Família, família

    Janela V - O quarto de Madalena

    Janela VI - Os livros antigos

    Janela VII - Os sonhos

    Janela VIII - O Menestrel dos Sonhos

    Janela IX - O passeio

    Janela X - O lago e a caverna

    Janela XI - O Peregrino dos Ventos

    Janela XII - Madalena

    Janela XIII - Serenata                Resiliência

    Janela XIV - Serenata

    Janela XV - Lillith

    Janela XVII - Somnium Domminum

    Janela XVIII - A outra face

    Janela XIX - Fúria

    Janela Derradeira

    Janela I - Fernando e Daniela

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    A brisa do mar regia o bailado das folhas secas que rodopiavam subindo e descendo, subindo e descendo, desafiando-se umas às outras, até que uma rajada marota soprava-as para o alto e de lá sumiram, ora para o mar, ora para as campinas

    Férias na casa de campo dos avós é um presente, um tempo esperado o ano todo. Fernando e Daniela chegaram no dia anterior ao feriado, mas já estavam de férias, e cada minuto deve ser aproveitado, o melhor que der.

    - Levou meu chapéu! - Gritou Daniela, rindo só por rir!

    - Por que não pôs a mão na cabeça, sua tola? Era certo que voaria. Deixe que eu pego pra você!

    - Você vai atravessar a cerca de arame farpado? É perigoso!

    Fernando riu, envaidecido. Deu de ombros, e pulou a cerca com habilidade de um acrobata. Em poucos minutos, o belo chapéu de palhinha cor bege, ornado com um raminho de flores do campo, adornava os cabelos dourados, quase brancos, de Daniela.

    - Eu não mereço nada? Nem vai me agradecer?

    - Bobão! Valeu!

    - Tá! Valeu. Na próxima vou deixar lá pra vaca mascar, o seu chapéu.

    - O que vamos fazer agora? - Perguntou Fernando.

    - Ah, sei lá. Não fazer nada não tá bom?

    - Tá, né! Então tá. Um lugar lindo desses e você quer não fazer nada... se fosse pra não fazer nada, a gente podia ter ficado em casa, jogando. Ou dormindo, jogando, vendo filme enfiado debaixo da coberta.

    - Tá calor pra ficar debaixo da coberta.

    - É.

    - Vamos caminhar pelo bosque! - Sugeriu Fernando - Tem uns caminhos super legais ali.

    - Não é perigoso?

    - Não. Bem tranquilo! Eu conheço tudo. Sei onde fica a cabana do velho maluco.

    - Ela existe mesmo? Já ouvi falar dela. Eu tenho medo.

    - Medo por que? Ele é inofensivo. Vovô já me mostrou a cabana dele, de longe… Ah, temos que levar uma coisa pra ele comer, não temos?

    - Ah, legal! Vamos levar umas frutas e pão, será que ele come isso?

    - Claro, né, tontinha! - suplicou Fernando - Ele é velho, velho come de tudo que colocar na frente deles - Daniela ri

    - Vovô come umas coisas estranhas, desde criança. Já comi com ele. Algumas coisas são legais - comenta Fernando.

    - É, ele já me ensinou a fazer umas daquelas comidas de roça dele. Um dia a gente pode fazer né?

    - É.

    - Vamos levar bananas? Será que ele come banana? - pergunta Daniela.

    - Dãr! E quem não come banana? - Fernando pergunta incrédulo.

    - Meu amigo do terceiro B. Ele quase vomita quando vê banana! - retruca. 

    - Tadinho. Pega pão novo ali e uma caixinha de leite. Será que ele tem intolerância à lactose?

    - Ah, sei lá. Tá, se tiver, a gente traz de volta.

    As folhas ainda bailavam à brisa que trazia o cheiro das ondas e causavam alguns arrepios. As crianças andavam a largos passos, carregando suas mochilas com alimentos e algumas roupas e cobertor para o velho da cabana.

    O caminho dentro da floresta se bifurcava por algumas vezes. E tinham que escolher a qual caminho seguiriam. Subiam ladeiras e desciam trilhas. O perfume da mata fazia coro ao trinado dos pássaros e dos insetos. As cigarras regiam uma orquestra de zumbidos e o vento balançava a copa das árvores mais altas. A temperatura era mais amena dentro da mata. Um pequeno córrego serpenteava as colinas, por vezes se derramando em cachoeiras ornadas de pedras lisas pretas e, outras, dançava em redemoinho em algum cantinho recostado do arroio, onde folhas cansadas caídas, dançavam seu derradeiro bailado antes de serem tragadas pelo jorro imponente das espumas que caíam da cachoeira.

    Um caminho de chão mais liso e firme mostrava a direção da choupana, e mais alguns passos, já ofegantes pela ansiedade do mistério, levavam à portinhola puída com um pequeno coração recortado ao centro: o visor da porta.

    Uma velha cabana, com um banco de madeira rústica na varanda e plantas do lado de fora: ervas, chás, hortaliças que cresciam entre ervas nativas e um e outro pé de frutífera antigo, com frutas esparsas e cercadas de pássaros que bicavam, nervosos, e saíam voando, desconfiados, a qualquer movimento brusco em sua direção.

    - Vamos bater à porta? - Daniela perguntou receosa.

    - Acho melhor não. Vamos bater palmas daqui, que dá pra sair correndo. Fica preparada! 

    - Aham! Eu tô. Tô com medo. 

    - Fica atrás de mim, e se ele vier na nossa direção, sai correndo que eu te acompanho. - ordenou Fernando.

    - A as coisas que trouxemos?

    - Oras, são pra ele mesmo. A gente deixa e corre.

    - Ah, tá! Legal.

    E se ele não estiver em casa, e estiver nos esperando com uma vara para nos surrar, no caminho de volta?

    - Idiota! Por que ele faria isso?

    - Tou te zoando, bobão!

    - Para! O assunto é serio!

    Janela II - Girassol

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    Não há mal que dure sempre, e nem bem que nunca acabe! (Ditado popular)

    O fim de semana era especial para a família Stein. Madalena era secretária na Prefeitura e Ebenezer, seu esposo, era diretor da escola municipal. Tinham uma única filha, Suzana, a quem chamavam de Girassol, por causa de seus cabelos dourados, seu sorriso espontâneo e pela alegria de correr pelas manhãs ensolaradas, colhendo girassóis e conversando com os bichinhos da casa: O gato Pelúcio e um cãozinho vira-lata, Denguinho. Girassol tinha, nesse tempo, cinco para seis anos de idade.

    Era uma família feliz. Nada lhes faltava e ainda sobrava amor. Muito amor.

    - Papai, vamos nadar no lago hoje? – Perguntou Girassol.

    - Essa é uma boa ideia, mas pergunte à mamãe o que acha!

    - Mamãe! Podemos nadar no lago hoje? – pergunta Girassol, entusiasmada.

    - Talvez, querida, mas primeiro coma a sua comida e mais tarde, podemos falar de novo sobre isso.

    - E por que não falamos agora, mamãe?

    - Porque agora você precisa comer toda a comida que está no seu prato – responde Madalena, antipática. 

    - Droga! Por que adulto sempre tem que complicar tudo? Papai! Fale com ela, por favor? 

    Ebenezer sorriu, e estendeu a mão para um afago à pequenina. Com uma mão, afagava o rosto de Girassol

    - Eu ouvi isso, senhorita Suzana! isso é jeito de falar? – retruca sua mãe.

    Girassol fez bico e abaixou a cabeça, mas manteve o olhar voltado para cima, como gesto de desaprovação. O pai olhou com um olhar meigo, mas fazendo com a cabeça inclinada, um olhar que demonstrava interrogação, do tipo: "E daí?

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