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São Ciprianus
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E-book396 páginas3 horas

São Ciprianus

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A Verdadeira História Leia este livro por sua própria conta e risco. Em 1898, um desconhecido investigador e arqueólogo alemão chamado Alecxander von Büren, através de pesquisas detalhadas, chegou à região de Évora em Portugal. e com a sua equipe, durante as escavações, descobriu onde a bruxa Lagarrona teria escondido pergaminhos, em textos antigos, que na tradução revelavam os segredos de Cipriano e corroboram a história a seguir. Os mouros que viviam na região de Évora, em Portugal, viviam em boas casas e tinham muitos bens materiais porque o rei, Praxadopel, era bondoso e tinha muita sabedoria. Os cristãos que moravam em casas brancas com cruzes de madeira também eram felizes. Este rei mouro - Praxadopel - possuía grande riqueza. Em Montemor, terra de flores douradas, existia um castelo “habitado por anjos”, segundo o relato. Tudo o que resta daquele castelo são ruínas, pedras sobre pedras e lodo sobre lodo. Hoje em dia chama-se Castelo de Giraldo . . Este castelo em ruínas dá arrepios” Mas por que esse marco é importante para a nossa história da Bruxas de Lagarrona? Enterrado nas rochas está o túmulo de Montemur. Lá foram encontrados os resíduos mortais de sete indivíduos junto com pergaminhos escritos pela guardiã Lagarrona. Graças a estes pergaminhos, São Cipriano, pesquisador de fenômenos mágicos e bruxaria, descobriu a casa dos bruxos que ainda existia séculos depois. Esta casa é terrível. Há um buraco de tamanho humano no meio. No interior, camaleões, cobras e lagartos estão pintados por toda parte. Há quatro sapos e vários meninos louros por fora, com sorrisos sádicos segurando um galho de rama usado para assustar sapos. No canto desta casa mal-assombrada está um homem e um cavalo feitos de pedra. Meio monstro, meio humano. O que isso significa? Centauro? Em outro canto está a estátua de uma garota cobra. Sereia negra? Pelas paredes da casa podiam ser vistas muitas pinturas de caracóis, bichos peçonhentos, rãs; escaravelhos sagrados, símbolos do Egito mágico, vespas, carochas, tudo isso desenhado naquele antro de feitiçaria. O chão era todo ladrilhado de negro e um frio envolvia todo o ambiente. Um letreiro pintado ao chão continha a inscrição fatídica: “O primeiro a abrir esta cova verá coisas jamais vistas”. — Cava por diante para que resistas ao grande temor que teu peito prova. Verás os sortilégios mágicos que prendem os homens, O filtro do amor que amarra as mulheres. Não temas, não temas, não mostres temor: Acharás sucessos, magia e amor. E por certo em tudo será vencedor. Lagarrona, a grande bruxa, tinha, ao escrever esta inscrição, alguma coisa em mente: deixar seus segredos para quem soubesse interpretá-los. E Simão Mago sabia analisá-los, pois desde que foi iniciado como alto sacerdote estudava tudo sobre bruxaria e magia. Assim, as interpretações deste pergaminho, deu a Simão Mago a posse de um conhecimento esotérico antigo, tão fabuloso como os hieróglifos das pirâmides. Lagarrona nestes escritos deixou a interpretação das cartas, o método de deitá-las para adivinhar o futuro, feitiços para o amor, bruxarias para ganhar dinheiro, ter sorte no jogo, adivinhações por meio de bacias d água, de espelhos mágicos, por meio de cebolas, de perfumes. Durante séculos estes segredos, gravados nos pergaminhos, ficaram na torre do Castelo de Malta, pois o sacerdote que os encontrou, após traduzi-los para o português, ocultou-os em uma arca, a sete chaves. Um certo Fausto, tido como homem afortunado, que desejava muito ser remido da pecha de usurário (indivíduo obcecado por adquirir e acumular dinheiro, que não gosta de gastar, avaro, mesquinho, sovina), limpando a velha torre, cheia de teias de aranha e morcegos, achou os escritos antigos. E pretendia dividir seus conhecimentos com a humanidade, mostrando-se assim generoso e condescendente. A velha bruxa não era analfabeta, Cipriano teve seu primeiro encontro com a Bruxa na Mesopotâmia, na Babilônia, [atual Iraque] onde se reuniam os ocultistas que
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de nov. de 2023
São Ciprianus

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    São Ciprianus - Jbdrummond

    A Verdadeira História

    Leia este livro por sua própria conta e risco. Em 1898, um desconhecido investigador e arqueólogo alemão chamado Alecxander von Büren, através de pesquisas detalhadas, chegou à região de Évora em Portugal e, com a sua equipa, durante as escavações, descobriu onde a bruxa Lagarrona teria escondido pergaminhos, em textos antigos, que na tradução revelavam os segredos de Cipriano e corroboram a história a seguir.

    Os mouros que viviam na região de Évora, em Portugal, viviam em boas casas e tinham muitos bens materiais porque o rei, Praxadopel, era bondoso e tinha muita sabedoria. Os cristãos que moravam em casas brancas com cruzes de madeira também eram felizes. Este rei mouro - Praxadopel - possuía grande riqueza.

    Em Montemor, terra de flores douradas, existia um castelo

    habitado por anjos, segundo o relato. Tudo o que resta daquele castelo são ruínas, pedras sobre pedras e lodo sobre lodo. Hoje em dia chama-se Castelo de Giraldo. . Este castelo em ruínas dá arrepios

    Mas por que esse marco é importante para a nossa história da Bruxas de Lagarrona? Enterrado nas rochas está o túmulo de Montemur. Lá foram encontrados os resíduos mortais de sete indivíduos junto com pergaminhos escritos pela guardiã Lagarrona.

    Graças a estes pergaminhos, São Cipriano, pesquisador de fenômenos mágicos e bruxaria, descobriu a casa dos bruxos que ainda existia séculos depois.

    Esta casa é terrível. Há um buraco de tamanho humano no meio. No interior, camaleões, cobras e lagartos estão pintados por toda parte. Há quatro sapos e vários meninos louros por fora, com sorridentes sorrisos sádicos segurando um galho de rama usado para assustar sapos.

    No canto desta casa mal-assombrada está um homem e um cavalo feitos de pedra. Meio monstro, meio humano. O que isso 16

    significa? Centauro? Em outro canto está a estátua de uma garota cobra. Sereia negra?

    Pelas paredes da casa podiam ser vistas muitas pinturas de caracóis, bichos peçonhentos, rãs; escaravelhos sagrados, símbolos do Egito mágico, vespas, carochas, tudo isso desenhado naquele antro de feitiçaria. O chão era todo ladrilhado de negro e um frio envolvia todo o ambiente. Um letreiro pintado ao chão continha a inscrição fatídica:

    O primeiro a abrir esta cova verá coisas jamais vistas. — Cava por diante para que resistas ao grande temor que teu peito prova. Verás os sortilégios mágicos que prendem os homens, O filtro do amor que amarra as mulheres. Não temas, não temas, não mostres temor: Acharás sucessos, magia e amor. E por certo em tudo será vencedor."

    Lagarrona, a grande bruxa, tinha, ao escrever esta inscrição, alguma coisa em mente: deixar seus segredos para quem soubesse interpretá-los. E Simão Mago sabia analisá-los, pois desde que foi iniciado como alto sacerdote estudava tudo sobre bruxaria e magia. Assim, as interpretações deste pergaminho, deu a Simão Mago a posse de um conhecimento esotérico antigo, tão fabuloso como os hieróglifos das pirâmides.

    Lagarrona nestes escritos deixou a interpretação das cartas, o método de deitá-las para adivinhar o futuro, feitiços para o amor, bruxarias para ganhar dinheiro, ter sorte no jogo, adivinhações por meio de bacias d'água, de espelhos mágicos, por meio de cebolas, de perfumes.

    Durante séculos estes segredos, gravados nos pergaminhos, ficaram na torre do Castelo de Malta, pois o sacerdote que os encontrou, após traduzi-los para o português, ocultou-os em uma arca, a sete chaves. Um certo Fausto, tido como homem afortunado, que desejava muito ser remido da pecha de usurário (indivíduo obcecado por adquirir e acumular dinheiro, que não gosta de gastar, avaro, mesquinho, sovina), 17

    limpando a velha torre, cheia de teias de aranha e morcegos, achou os escritos antigos. E pretendia dividir seus conhecimentos com a humanidade, mostrando-se assim generoso e condescendente.

    A velha bruxa não era analfabeta, Cipriano teve seu primeiro encontro com a Bruxa na Mesopotâmia, na Babilônia,

    [atual Iraque] onde se reuniam os ocultistas que estudavam a magia dos antigos Caldeus [sobretudo Astrologia].

    Considerando essa informação como fato possível, uma Bruxa ou feiticeira na/ou da Babilônia seria, naturalmente, versada naquele tipo magia característica da cultura Mesopotâmica, aquela normalmente classificada como magia das trevas, da mão esquerda, magia negra: Grécia, necromancia, vidência, evocações, parcerias com demônios, envultamentos

    [encantamento à distância: os bonecos de cera.

    Essas bruxas e bruxos foram aqueles que preservaram alguma coisa das tradições da magia das tribos nômades e reinos antigos, de tempos ainda mais arcaicos entre os quais destacam-se os Caldeus e os Assírios.

    Era uma Magia de sombras, frequentemente desprovida de escrúpulos, sem critérios éticos, que livremente associava-se com entidades não humanas e pouco confiáveis: demônios, gênios, formas-pensamento, elementais, espíritos de pessoas mortas.

    Uma bruxa assim poderia mesmo ter existido. E não somente uma, mas várias. As bruxas Lagarronas seriam algo como uma categoria de feiticeiras. O maior desafio seria estabelecer a verdadeira identidade da bruxa.

    18

    Notas do Editor

    Advertência – Leia este livro com a mente aberta e o espirito desarmado. Ele conta a história de Cipriano de Antióquia, o famoso bruxo, que, depois de ter dominado as artes ocultas, a magia negra, a alquimia, a astrologia, a cartomancia, a quiromancia dentre outras, se converteu ao cristianismo e foi declarado santo pela Igreja Ortodoxa e Católica.

    Importante lembrar que esta obra foi traduzida do hebraico para o latim e, a seguir para o português, portanto, muitas informações podem ter sido alteradas e distorcidas neste processo.

    Ela nos traz fragmentos da vida de Cipriano, e também formulas magicas e segredos dos bruxos e feiticeiras da era pré medieval.

    Rituais de magia negra, formulas e práticas para se atingir os mais variados objetivos estão aqui descritos em detalhes e, portanto, devem ser manejadas com equilíbrio, maturidade e parcimônia.

    Alguns destes rituais foram banidos e condenados pela sua crueldade, mas retratam as visões e crenças de uma época pretérita, quando eram consideradas efetivas, e o senso comum de então, as tinham como reais.

    Estas informações, atravessando os séculos, podem ser consideradas como registros históricos e curiosos, assim também como elementos que se inserem na categoria de crenças.

    Crenças para uns, crendices para outros. Fatos verdadeiros ou mitos. Vivemos em uma sociedade cuja realidade é em grande medida, movida e criada pelas crenças.

    O mundo que conhecemos pode, de certa forma ser considerado uma grande magica produzida pelo Criador.

    As palavras têm muito mais força do que simples comunicação verbal, porque elas têm o condão de mudar estados mentais, alterar frequência cerebral.

    19

    A mágica é produzida por palavras, símbolos e sons que alteram nosso estado de consciência e nos colocam em contato com o plano invisível onde repousa toda a energia que foi usada na construção do universo na sua contínua transformação.

    Palavras são comandos mentais. Um exemplo simples é quando dizemos a uma pessoa que a amamos ou odiamos.

    Imediatamente sua atitude mental muda para melhor ou pior.

    Esta mudança mental alterando a natureza dos sentimentos cria uma força efetiva que é levada como vibração ao Grande Fluido Universal.

    A Fé é aquela força poderosa que move montanhas, e antes da racionalidade, dos sentimentos, tem sido esta a força motriz que nos trouxe até os dias atuais, com tudo que foi conquistado pela civilização em valores materiais e imateriais.

    O Universo que conhecemos e que nos parece algo solido e estável, na verdade é composto por uma massa de energia multidimensional e hiper-vibracional, em movimento e mudanças constantes.

    20

    Todas a matérias orgânicas e inorgânicas são constituídas em sua origem basilar de um mesmo e único elemento, que só diferencia cada coisa da outra pela sua organização e estrutura eletrônica.

    Podemos dizer também que, de acordo com a experiência da dupla fenda, onde se constatou que os elétrons se comportam ora como matéria, ora como onda, podemos supor que o plano invisível ou etéreo é constituído pelo mesmo elemento que forma a matéria.

    O ser Humano, com seus pensamentos, quando impregnados pelo estado de fé e em sintonia com a Grande Mente Universal é verdadeiramente co-criador do Universo.

    Posto isto sabemos que, crendo ou não, coisas estranhas acontecem em nosso cotidiano, que nenhuma ciência humana consegue entender e/ou explicar. Talvez esta e outras obras similares, atravessando as barreiras dos tempos, nos projetem alguma luz sobre estes fenômenos inexplicáveis.

    JBDrummond

    21

    Image 1

    Cyprianus O Bruxo

    Cyprianus, conhecido como Bruxo, nasceu em Antióquia, localizada na antiga Pérsia, hoje Iran. Seus pais, vendo que o filho era talentoso, o que lhe permitia ganhar a admiração dos homens, indicaram-no ao sacerdócio dos deuses, e mandaram dar-lhe toda a instrução necessária para isso.

    Cyprianus aprendeu a arte de sacrificar ídolos. Ninguém conhecia os segredos da idolatria melhor do que ele.

    Aos trinta anos, Cyprianus viajou para a Babilônia para aprender astrologia e numerologia, os mistérios e segredos dos caldeus. Além de utilizar nestes estudos o tempo que podia, se empregava no conhecimento de outras verdades, Cyprianus aumentou a sua iniquidade, ao dedicar-se inteiramente ao estudo da magia para conseguir, por esta arte, relações estreitas com os diabos, o que levou a uma vida simultaneamente tumultuada, libertina, escandalosa e impura.

    Embora parceiro, Eusébio, que fora seu colega de escola, recriminasse Cyprianus pela sua má vida, tentava tirá-lo do profundo abismo em que o viu lançado. Este, no entanto desprezou as exortações e censuras do seu antigo colega e, usou sua inteligência infernal para ridicularizar os sagrados mistérios e os virtuosos doutores da lei cristã, por odio a qual veio a se 22

    unir aos bárbaros perseguidores para compelir os cristãos a negar Jesus Cristo.

    A vida de Cyprianus atingiu o seguinte estado. Esmagar este infeliz recipiente de contumélias e desgraças com seu cajado e transforma-se em algo de bom. Então, somente a graça de Deus poderia operar tremendos milagres no seu coração.

    Primeiro caso relevante antes da conversão Em Antióquia vivia uma jovem chamada Justine, rica e bonita, que fora cuidadosamente educada em superstições pagãs por seu pai Edeso e sua mãe Cleydônia. Justine era dotada de uma inteligência rara e assim que ouviu os sermões de Prailus, diácono de Antióquia, abandonou as extravagâncias das práticas gentias e, abraçando a fé cristã, logo conseguiu converter seu próprio pais.

    Depois do baptismo, a jovem citada tornou-se uma das esposas mais devotas de Jesus Cristo. Dedicou sua vida ao santo mestre e procurou por todos os meios preservar esta preciosa e delicada virtude. Por isto ela agia com rigor, modéstia e entregava-se à oração e à solidão. No entanto, um rapaz chamado Aglaides se apaixonou por ela assim que a viu e pediu seus pais em casamento, ao que Edeso e Cleydônia concordaram. Apesar dos empenhos e súplicas de Aglaides, Justine não aceitou o casamento.

    Aglaides usou então a arte de Cyprianus, que na verdade usou os meios mais potentes de sua ciência diabólica para cuidar que Justine se tornasse amante de Aglaides. Ele entregou sacrifícios aos demônios, que o prometeram resultados garantidos, atacando Justine com tentações e ameaças.

    No entanto, Justine se fortaleceu com a proteção de Deus vencendo sempre as tentações demoníacas.

    Irritado por não ter conseguido derrotar a garota, Cyprianus rebelou-se contra o demónio que estava ali e disse: 23

    ⸺ Sua força e grandes milagres não estão operando.

    Diga-me o motivo dessa mudança e quais armas estão sendo defendidas para inutilizar seus esforços.

    O demónio sem saída, disse a verdade, afirmando que o Deus de Justine era o Senhor supremo do céu da terra e do inferno e que nada podia contra o sinal do crucifixo com que ela continuamente se protegia, assim que ele aparecia para tentá-la e foi compelido a fugir por causa da sombra do sinal da cruz.

    ⸺ Bem, se assim for, respondeu Cyprianus, estou muito propenso por me dedicar ao serviço deste Senhor, que pode mais do que tu. Se o sinal cristão te obriga a fugir, não quero mais abusar do teu prestígio, renunciarei a toda feitiçaria, confiando na bondade de Deus que me acolherá como seu servo.

    O demônio estava irado devido à perda de muitos conquistados dos quais tomara posse de seus corpos. Porém, logo foi compelido a partir, pela graça de Jesus Cristo, que era dono dos seus corações.

    Como resultado, ele foi desafiado a uma luta amarga contra Cyprianus e os inimigos de seu espirito aos quais venceu graças a devoção de Justine por seu Deus.

    Muito contribuiu para este resultado o seu amigo Eusébio, que Cyprianus de imediato foi procurar e disse entre lágrimas: Meu grande amigo, chegou o momento feliz de reconhecer os meus enganos e espero o teu Deus, a quem já confesso, seja o único e verdadeiro, acolha-me entre os teus humildes servos, para o maior triunfo da tua benévola misericórdia .

    Eusébio ficou muito satisfeito com essa mudança milagrosa. Abraçou com carinho o amigo felicitou-o pela heroica decisão, encorajando-o a confiar sempre na verdade infalível de Deus, que nunca desampara aqueles que sinceramente o buscam.

    Assim fortalecido, Cyprianus soube resistir com coragem a todas as tentações do demónio.

    24

    Por isso fazia constantemente o sinal da cruz, tendo sempre o santo nome de Jesus nos beiços e no coração. Os demônios, que permaneciam desapontados com a ineficácia de todos os seus truques, tentaram levar Cyprianus ao desespero, dizendo-lhe:

    ⸺ O Deus de Justine é o único verdadeiro, mas é um deus puro, um Deus que pune até os menores crimes com extrema severidade. A maior prova somos nós mesmos, os demônios, que por um único pecado de orgulho fomos sentenciados a um castigo extremo. Se é assim, como pode perdoá-lo Cyprianus? Por causa do seu erro fatal um lugar foi preparado para você nas profundezas do inferno. Portanto, não espere misericórdia. Retenha os olhos abertos para uma vida divertida, satisfazendo-se de todas as luxúrias"

    Essa tentação realmente ameaçou a salvação de Cyprianus. O seu amigo Eusébio, consciente da crise que o abalou, encorajou-o e consolou-o, dando-lhe apoio e recomendando-lhe a benévola misericórdia com que Deus acolhe e perdoa a todos que se arrependem sinceramente, independente de seus pecados.

    Então o próprio Eusébio o levou à assembleia dos fiéis, onde eram admitidos aqueles que desejavam aprender os mistérios da fé cristã.

    No livro Confissão, o próprio Cyprianus diz que foi com respeito e piedade que os fiéis veneraram e homenagearam o verdadeiro Deus e isto tocou fundo no seu coração. Ele diz:

    "Eu fui neste coro cantando louvores para Deus e aclamando ao fim de cada salmo com Aleluia, tudo com respeitosa atenção e doce harmonia, parecendo estar entre homens santos No final da cerimônia os presentes ficam surpresos pelo fato de um padre como Eusébio ter apresentado ao povo cristão naquela reunião sagrada, um bruxo. E o bispo presidente ficou ainda mais surpreso, já que ele não achava que o apelo de Cyprianus era sincero.

    25

    No entanto, Cyprianus esclareceu todas as dúvidas, incendiou todos os seus livros de magia, e juntou-se a um grupo de professores religiosos. Ele já havia distribuído todos os seus pertences aos pobres.

    Suficientemente instruído na doutrina cristã, Cyprianus foi baptizado pelo bispo, com Aglaides, amante de Justine, que, arrependido da sua loucura, quis emendar a sua vida e seguir verdadeira fé.

    Movidas esses dois exemplos de misericórdia divina, Justine cortou os cabelos em sinal do sacrifício que fez a Deus voto de sua virgindade, também repartiu seus bens com os pobres.

    Cyprianus fez grandes e maravilhosos progressos nos caminhos do Senhor; sua vida foi um exercício eterno da mais estrita penitência. Na maioria das vezes, ele se prostrava no chão com cinzas na cabeça implorando a todos os seus seguidores que intercedessem à misericórdia de Deus para ele.

    E para se tornar mais humilde e se livrar de sua antiga arrogância, depois de orar várias vezes, fazia o trabalho de varrer o templo.

    Cyprianus vivia na companhia do ancião Eusébio, a quem honrava como se fosse seu pai espiritual. O divino Senhor, em reconhecimento ao seu bom comportamento e humildade, concedeu-lhe a graça de fazer milagres.

    Sua eloquência contribuiu para a conversão de muitos adoradores de ídolos. Ele usou sua famosa confissão para expor seus crimes e excessos para convencer crentes e pecadores.

    Daí a notícia da conquista que Cyprianus fez para o reino de Jesus. Seu entusiasmo chegou aos ouvidos do imperador Diocleciano, que estava então em Nicomédia. Sendo informado dos milagres de Cyprianus e da santidade de Justine, ordenou ao juiz Eutholmus, governador da Fenícia, que prendesse os dois.

    26

    Indo perante os juízes, Cyprianus e Justine responderam e reconheceram sua fé em Jesus Cristo em palavras tão eloquentes, que quase converteram o juiz em sua crença.

    No entanto, para que não presumissem que ele favorecia os cristãos, o juiz ordenou que Justine fosse açoitada com duas cordas e torturada.

    Já Cyprianus teve sua carne castigada com ganchos de ferro. Esta provação cruel criou terror nos presentes.

    Vendo o déspota que nem as promessas nem as ameaças, nem as terríveis torturas abrandavam a constância dos dois, mandou lançar cada um deles num grande caldeirão cheio de alcatrão, manteiga e cera fervente.

    Mas a tranquilidade imediata que transpareceu nos seus rostos e nas palavras dos mártires pronunciava do fato de que eles não sofriam com aqueles tormentos. Observou-se que mesmo o fogo sob as caldeiras, não tinha o menor calor.

    Em vista disso, um presbítero dos ídolos, chamado Atanásio, que havia sido por algum tempo discípulo de Cyprianus, acreditando que todos esses milagres eram causados pelos feitiços de seu antigo mestre, e desejando obter maior fama entre os homens, invocou os demônios, em seus ritos mágicos, e foi jogado na própria caldeira de onde Cyprianus havia sido atirado. No entanto, ele logo morreu devido às queimaduras, a carne caiu de seus ossos.

    Este fato causou grande perplexidade entre os presentes e estava para estourar na cidade-estado uma rebelião a favor de Cyprianus. O juiz designado decidiu enviar o mártir a Diocleciano, informando ao imperador de tudo o que havia acontecido.

    Depois de ler a carta Diocleciano ordenou que Cyprianus e Justine fossem decapitados sem maiores formalidades processuais.

    A sentença foi executada em 26 de setembro, às margens do rio Gallo, que separa a cidade de Nicomédia.

    27

    Naquela ocasião, um bom cristão chamado Theotus veio falar secretamente com o Cyprianus e foi também sentenciado e decapitado. Este homem era um marinheiro que veio da costa da Toscana e desembarcou perto da Bitínia. Seus camaradas também eram todos cristãos e, sabendo do ocorrido, vieram durante a noite recolher os corpos dos três mártires e os levaram para Roma, onde permaneceram escondidos na casa de uma piedosa senhora, até a época de Constantino, quando foram transferidos para a Basílica de San Juan de Letrãn.

    Numa das suas melhores orações, Gregory de Nazianzeno, louvando os dois mártires, Cyprianus e Justine, convidou as virgens e as casadas a imitar a jovem mártir.

    Pronunciou o médico: "A candura de sua pureza sendo furiosamente atacada pelos ímpetos de homens lascivos e as sugestões de demônios impuros e ela recorreu às armas da oração e da mortificação, macerando seu corpo com jejuns, invocando com fervor e humildade a ajuda de Cristo.

    Consequentemente, é licito utilizar as mesmas armas quando forem tentadas pelo poder das trevas. O Senhor certamente as protegerá para vencer as trevas e conquistar o diadema da vitória com o maior merecimento.

    Por fim, Gregory Nazianzeno ofereceu o exemplo de Cyprianus, cuja admirável conversão serviria de

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