Coleção O Que É - Socialismo
()
Sobre este e-book
Relacionado a Coleção O Que É - Socialismo
Ebooks relacionados
A Revolução Coreana: O desconhecido socialismo Zuche Nota: 3 de 5 estrelas3/5A revolução sul-africana Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA revolução vietnamita: da libertação nacional ao socialismo Nota: 3 de 5 estrelas3/5Conflitos Na Sociedade Pós-moderna Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA revolução boliviana Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO que é Comunismo? (Coleção Esclarecimento 03) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Hipótese da Revolução Progressiva: Uma abordagem pós-gramsciana da transição ao socialismo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA sombra de outubro: A Revolução Russa e o espectro dos sovietes Nota: 1 de 5 estrelas1/5A revolução alemã Nota: 0 de 5 estrelas0 notasColeção O Que É - Comunismo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSobre a História e Significado do Comunismo de Conselhos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Revolução Mexicana Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Caminhos Do Golpe De 64 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasManifestações ideológicas do autoritarismo brasileiro: Escritos de Marilena Chaui, vol. 2 Nota: 5 de 5 estrelas5/5Utopias Do Século Xx Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Regresso das Ditaduras? Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRosa Luxemburg: Dilemas da ação revolucionária Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTeorias cínicas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA dialética invertida e outros ensaios Nota: 5 de 5 estrelas5/5Que fazer?: A resposta proletária Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPor que o socialismo ruiu?: De Berlim a Moscou | 1989-1991 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO pensamento político em movimento: Ensaios de filosofia política (Volume 2) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO que é Anarquismo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO manifesto comunista Nota: 5 de 5 estrelas5/5Correntes Políticas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasReflexões sobre o socialismo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Revolução Mundial Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPetrogrado, Xangai Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO populismo reacionário: ascensão e legado do bolsonarismo Nota: 5 de 5 estrelas5/5100 Anos da Revolução de Outubro (1917 – 2017): Balanços e Perspectivas Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
História para você
Yorùbá Básico Nota: 5 de 5 estrelas5/5Crianças de Asperger: As origens do autismo na Viena nazista Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Origem das Espécies Nota: 3 de 5 estrelas3/5História medieval do Ocidente Nota: 5 de 5 estrelas5/51914-1918: A história da Primeira Guerra Mundial Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCidadania no Brasil: O longo caminho Nota: 5 de 5 estrelas5/5Fundamentos da teologia histórica Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUmbandas: Uma história do Brasil Nota: 5 de 5 estrelas5/5MARIA ANTONIETA - Stefan Zweig Nota: 5 de 5 estrelas5/5A história da ciência para quem tem pressa: De Galileu a Stephen Hawking em 200 páginas! Nota: 5 de 5 estrelas5/5O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTudo o que precisamos saber, mas nunca aprendemos, sobre mitologia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSe liga nessa história do Brasil Nota: 4 de 5 estrelas4/5História da Amazônia: Do período pré-colombiano aos desafios do século XXI Nota: 5 de 5 estrelas5/5História do homem: Nosso lugar no Universo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMulheres Na Idade Média: Rainhas, Santas, Assassinas De Vikings, De Teodora A Elizabeth De Tudor Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCivilizações Perdidas: 10 Sociedades Que Desapareceram Sem Deixar Rasto Nota: 5 de 5 estrelas5/5Os Bnei Anussim Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA história de Jesus para quem tem pressa: Do Jesus histórico ao divino Jesus Cristo! Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHistória social da beleza negra Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Maiores Generais Da História Nota: 5 de 5 estrelas5/5O homem pré-histórico também é mulher Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO diário do diabo: Os segredos de Alfred Rosenberg, o maior intelectual do nazismo Nota: 5 de 5 estrelas5/5Interseccionalidades: pioneiras do feminismo negro brasileiro Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Revolução do Haiti e o Brasil escravista: O que não deve ser dito Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Avaliações de Coleção O Que É - Socialismo
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Coleção O Que É - Socialismo - Blanco Cunha Daniela
Título – Socialismo
Copyright © Editora Lafonte Ltda. 2020
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida por quaisquer meios
existentes sem autorização por escrito dos editores e detentores dos direitos.
Direção Editorial Ethel Santaella
Tradução Ciro Mioranza
Diagramação Demetrios Cardozo
Imagem de capa Art Furnace / Shutterstock
Editora Lafonte
Av. Profª Ida Kolb, 551, Casa Verde, CEP 02518-000, São Paulo-SP, Brasil
Tel.: (+55) 11 3855-2100, CEP 02518-000, São Paulo-SP, Brasil
Atendimento ao leitor (+55) 11 3855-2216 / 11 – 3855-2213 – atendimento@editoralafonte.com.br
Venda de livros avulsos (+55) 11 3855-2216 – vendas@editoralafonte.com.br
Venda de livros no atacado (+55) 11 3855-2275 – atacado@escala.com.br
Daniela Cunha Blanco
SOCIALISMO
SOCIALISMO, UMA MULTIPLICIDADE
DE SENTIDOS E DE MOVIMENTOS
Quando pensamos no termo socialismo, uma série de imagens nos vem à cabeça: as lutas proletárias do século XIX na Europa, a ideia de um governo voltado para as mazelas do social, uma série de teorias em torno das formas de governo, uma ideologia, entre outras. O termo nos remete ainda a outros aspectos, que parecem estar ligados por laços de sangue ao socialismo, como o comunismo, o anarquismo, a socialdemocracia. Isso acontece de certa forma, pois o socialismo possui em seu sentido e em sua história um pouco de cada um desses elementos. De difícil definição, o socialismo pode ser entendido como, mais do que um conceito, um conjunto de ideias que movimentou uma série de lutas e teorias durante todo o século XIX, na Europa. Alguns pontos comuns podem ser afirmados, como a ideia de uma sociedade mais igualitária. Mas, em geral, o movimento, ao longo da história, irá nos mostrar que o socialismo viveu não poucas divergências. E que, além disso, seu nome era, muitas vezes, intercambiado com o termo comunismo, tendo ambos, em determinado momento, o mesmo significado. Mais ainda, os pensadores ditos socialistas são conhecidos também como representantes de outras vertentes de pensamento que surgiam na época, como o anarquismo. Desse modo, constatamos que uma real compreensão do que é o socialismo deve passar, necessariamente, por uma análise de sua história e de seus diversos movimentos, ora convergentes em relação a algumas ideias, ora divergentes entre si.
Em princípio, podemos afirmar que o socialismo se configura como um forte movimento de ação e pensamento em um período de grandes mudanças pelas quais a Europa passava no século XIX. Com a Revolução Industrial, responsável por mudar o eixo do trabalho, transferindo-o dos campos para as cidades e, ainda, com as ideias revolucionárias propagadas pela Revolução Francesa, a Europa foi vendo suas antigas estruturas sendo corroídas até ruir. São questionadas, nesse momento, a forma de governo (monarquia absolutista), a reorganização econômica (feudalismo), a preponderância do poder nas mãos da nobreza, o poder da Igreja, entre outras estruturas. Desse modo, podemos afirmar que esse foi um período da história que operou transformações em todos os âmbitos da sociedade, político, econômico, religioso, moral e social. Os movimentos de luta foram levados a cabo pelas mais diversas camadas da sociedade: a alta e a baixa burguesia, os proletários urbanos, os trabalhadores do campo, os artesãos e todas as camadas mais pobres da sociedade. É claro que suas lutas nem sempre foram unificadas e houve diversos momentos da história em que as classes brigaram entre si. Mas o fato é que a grande questão que fazia mover o pensamento e a luta socialista era a luta de classes; o maior protagonista e, ao mesmo tempo, objeto das teorias era a classe operária dos centros urbanos, classe operária pensada por Jacques Rancière como:
Algumas dezenas, algumas centenas de proletários que tinham vinte anos por volta de 1830 e que, nessa época, decidiram, cada um por sua conta, não mais suportar o insuportável: não exatamente a miséria, os baixos salários, as habitações inconfortáveis ou a fome sempre próxima, mas mais fundamentalmente a dor do tempo roubado todos os dias a trabalhar a madeira ou o ferro, a coser roupas ou a pespontar sapatos, sem outro objetivo que não fosse manter indefinidamente as forças da servidão juntamente com as do domínio; o humilhante absurdo de ter de mendigar, dia após dia, esse trabalho onde a vida se perde. (RANCIÈRE, 2012, p. 7).
O socialismo, compreendido como uma ideologia e um movimento, surge nesse contexto da luta operária, resultante da Revolução Industrial. Mas seu processo não pode ser remetido de maneira tão simples às greves operárias. Na verdade, houve uma série de outras classes envolvidas na configuração do socialismo, especialmente uma elite intelectual, no seio da qual surgiram diversos pensadores, teóricos e líderes de movimentos políticos. A palavra socialismo é usada pela primeira vez em 1827, em um artigo na Cooperative Magazine, jornal do socialista inglês Robert Owen. Desde o princípio, o termo trazia a ideia de uma reforma política mais cooperativa em oposição ao individualismo, mais igualitária em oposição à crescente disparidade de classes, evidenciada pelo capitalismo. O socialismo nasce, assim, como uma ideia de sociedade cuja organização garantiria a igualdade a todos. Mas as diversas perspectivas, a partir das quais essa igualdade era entendida, mostram a complexidade do movimento e do pensamento socialista. Enquanto para alguns, a sociedade ideal só poderia ser pensada abolindo a desigualdade, a ponto de não subsistirem mais classes sociais diversas, para outros, devia haver ainda a figura de uma elite financeira, na figura dos banqueiros e dos grandes comerciantes. Outra questão em disputa, nas diversas vertentes socialistas, era a maneira de instaurar semelhante sociedade ideal: pela violência ou pela razão, tomando o poder e instituindo uma ditadura proletária ou fazendo ruir de imediato toda e qualquer estrutura