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Provocações Além das Fronteiras: questionando crenças e ideologias
Provocações Além das Fronteiras: questionando crenças e ideologias
Provocações Além das Fronteiras: questionando crenças e ideologias
E-book105 páginas1 hora

Provocações Além das Fronteiras: questionando crenças e ideologias

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Sobre este e-book

"Provocações Além das Fronteiras: Questionando Crenças e Ideologias" é uma obra que desafia o leitor a explorar o desconhecido, a questionar o inquestionável e a refletir sobre as crenças que moldam nossa existência. Neste livro, o autor navega pelas águas turbulentas da filosofia, da religião e da política, desmantelando dogmas e desafiando o status quo. Com uma escrita afiada e argumentos bem construídos, o texto convida a uma jornada intelectual que transcende barreiras geográficas e ideológicas, incentivando um diálogo aberto e uma busca incessante pela verdade. Prepare-se para ter suas convicções testadas e seu mundo ampliado, enquanto "Provocações Além das Fronteiras" redefine o que você considerava absoluto.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento27 de jun. de 2024
ISBN9786527024439
Provocações Além das Fronteiras: questionando crenças e ideologias

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    Provocações Além das Fronteiras - Everson de Oliveira Souza

    1 PROVOCAÇÕES FILOSÓFICAS

    Apresentar algumas provocações filosóficas sobre determinadas temáticas é atuar filosoficamente sobre elas novamente, no intuito de repensar que a filosofia nunca é exaustiva em nenhum objeto de pesquisa seja qual for o trabalho realizado. Sempre há espaços para novos debates, críticas a teorias criadas, surgimento de novas teorias, etc. No entanto, esse amor pela sabedoria por meio de provocações/reflexões só pode ser aplicado pelo ser humano consciente de sua próprio ignorância, buscando respostas para determinadas dúvidas. A seguir, apresentaremos algumas provocações filosóficas no intento de causar algum espanto no campo das ideias, abrindo caminhos para novas teorias.

    1.1 Penso, logo sou ou existo?

    Frequentemente é usada a frase do pensador René Descartes Penso, logo existo. Pensamento que surgi da dúvida absoluta. O pensamento do francês René Descartes destaca-se na Modernidade. O primeiro racionalista moderno defendeu que o conhecimento era inato ao ser humano e propôs um método dedutivo como ponto inicial de qualquer conhecimento que se pretenda verdadeiro, claro e distinto. Exímio matemático, suas contribuições para as ciências exatas foram essenciais para o maior desenvolvimento da geometria analítica, por meio do plano de coordenadas cartesiano, e a física moderna também contou com significativas contribuições do filósofo.

    Resgatando as teorias platônicas sobre o conhecimento, Descartes deu origem ao racionalismo moderno, defendendo que o conhecimento já nasce com o ser humano, ou seja, é inato, que na medida em que estuda, vai descobrindo tal conhecimento oculto em si. Ele também operou uma verdadeira revolução na filosofia ao propor que o pensamento filosófico deveria basear-se em um método mais exato.

    Desde os tempos em que estudou em La Flèche, o filósofo observava que os seus professores de matemática sempre chegavam a conclusões exatas, enquanto os de filosofia descordavam entre si com frequência. Na visão do filósofo, isso atestava o fato de que a filosofia necessitava de um método preciso e exato, baseado no raciocínio dedutivo.

    Com relação ao conhecimento, Descartes dividiu o ser humano em dois elementos, como Platão, e nomeou-lhes "res cogitans" e "res extensa", isto é, coisa pensante e coisa extensa. Para ele, a coisa pensante era uma espécie de alma que habitava o corpo (coisa extensa) e era capaz de pensar, além de estar com o conhecimento racional naturalmente embutido dentro de si.

    As ideias de Descartes tinham como base, que a razão e todo o conhecimento racional são inatos ao ser humano. A diferença entre o nível de inteligência de uns e de outros é o modo como utilizamos a racionalidade. Para ele, o conhecimento filosófico, para atingir um bom resultado, deve ser claro e distinto, afastando tudo o que pode gerar qualquer dúvida. Seria também necessário estabelecer um método para que o conhecimento filosófico atinja a verdade.

    O método cartesiano proposto por Descartes, estava primeiramente calçado na dúvida metódica e hiperbólica. Esse processo de dúvida era metódico por ser ordenado, organizado por um método, e hiperbólico porque deveria estender-se a tudo e a todos exageradamente. Surgia aqui o ceticismo moderno que, diferente do ceticismo helênico, não suspendia os juízos do conhecimento por completo e absolutamente, mas por hora, até que se chegasse a um conhecimento seguro. O primeiro passo para isso era a negação do conhecimento empírico e do senso comum.

    O método cartesiano tinha como regras a:

    Evidência: nunca aceitar como verdadeiro um conhecimento duvidoso, aceitando apenas aqueles conhecimentos claros e distintos, sem possibilidade de erro.

    Análise: dividir o problema filosófico que se quer estudar em quantas partes forem possíveis, pois assim a sua compreensão e resolução são facilitadas.

    Síntese: após a divisão, sempre começar resolvendo os problemas menores e menos complexos, pois a junção da resolução das partes menores pode resultar na resolução de um problema mais complexo.

    Enumeração: enumerar todas as partes, pois assim se tem uma maior facilidade de organização. Também faz parte dessa regra a necessidade de revisão de cada parte após a sua conclusão.

    A dúvida metódica e hiperbólica de Descartes fê-lo alcançar o que ele diz ser o primeiro conhecimento seguro por meio da dedução: o cogito. Descreveremos a seguir, o passo a passo percorrido pelo filósofo para chegar-se ao cogito:

    1º passo: eu devo duvidar de tudo para atingir um conhecimento verdadeiro;

    2º passo: ao duvidar de tudo, duvido da minha existência;

    3º passo: ao duvidar, eu estou pensando;

    4º passo: se penso, logo eu existo.

    Diz um velho ditado italiano traduttore, traditore! (tradutor, traidor). Essa afirmação aponta para o fato de que, ao traduzir-se uma sentença para outra língua, ela pode perder muito de seu sentido original. Com o cogito cartesiano não foi diferente.

    Apesar de traduzirmos o cogito para o português como penso, logo existo, a escrita original em francês é je pense, donc je suis, que também poderia ser traduzida como penso, logo sou. Acontece que o verbo francês "est indica duplamente ser (essência e identidade) e estar (condição existencial). Como há uma distinção entre os verbos ser e estar na língua portuguesa, a tradução perdeu-se um pouco e a melhor forma de compreender o cogito em nossa língua foi com a versão penso, logo existo". É possível também inferir o sentido de existência do cogito cartesiano após a segunda meditação de Meditações metafísicas, em que Descartes explica que essência e existência, no interior de sua obra, são iguais.

    Entretanto, cabe refletir se há alguma possibilidade de interpretação divergente quando se emprega a palavra ser pela palavra existir, ou seja, a frase penso, logo existo teria um significado diferente se fosse escrita penso, Logo sou. Outra importante reflexão que pode ser feita é, o ser ou o existir está limitado na capacidade de pensar?

    Ser é ter identidade, propriedade intrínseca, apresentar em determinada condição ou situação. Ser é a existência de alguma coisa, é aquilo que é. Na filosofia, ser é considerado não só como um verbo (existir) mas também como substantivo (tudo o que é).

    Sabemos que a definição já foi utilizada explicações variáveis. Para Aristóteles o ser é, em sua melhor expressão, cada uma das coisas que é, e cada uma das coisas que é, em seu sentido mais latente, equivale à substância (ousía), pela qual o sentido último do ser se revela. Para Parmênides ser e não-ser tem o sentido de algo que existe (o ser) e algo que não existe (o não ser). Parmênides está afirmando que algo que existente não pode se tornar nada, da mesma forma que o nada não pode vir a se tornar algo. O ser é

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