EM VOGA
Apesar de tradicional, o mundo do vinho não é, nem nunca foi, estático. Há clássicos quase eternos, mas também há modas que, às vezes, arrebatam em determinados períodos. Algumas se transformam em algo permanente, outras têm um ápice, mas logo arrefecem. É um fenômeno recorrente, que depende de diversos fatores, entre eles a evolução do gosto das pessoas, da tecnologia etc.
Na história, já vimos fenômenos como os vinhos “retour des indes”, por exemplo, durante o século XIX. Eram vinhos embarcados em navios que zarpavam para “as Índias” e depois retornavam. Isso fazia com que os vinhos “apurassem” o sabor, segundo os negociantes da época. Esse tipo de bebida foi extremamente valorizado durante alguns anos, contudo, logo foi abandonado.
Pode-se voltar ainda mais no tempo, para a antiguidade, quando o vinho raramente era bebido “puro”. Na maioria das vezes, acrescentavam--se especiarias, mel e outros produtos na bebida para torná-la mais palatável, pois, nem sempre seu sabor era dos melhores (muitas vezes, devido à má conservação, já passava por processo de oxidação – avinagrava –, por exemplo). Hoje, beber vinho misturado com algo é quase inconcebível.
Sim, nessa jornada, já houve vários vinhos aclamados e, posteriormente, esquecidos por completo, ou quase. Os vinhos com resina, por exemplo, foram moda durante um período da antiguidade. Hoje ainda existem quase como uma curiosidade na Grécia (os Retsina). Os Vin de Constance, sul-africanos, já foram mundialmente conhecidos no século XIX, quase sumiram e só agora têm sido resgatados.
Ou seja, o vinho já passou por diversos “fenômenos”. Mais recentemente, vivemos uma era de “blockbusters”, vinhos com muita fruta e muita madeira, estilo ainda valorizado por alguns consumidores e produtores, mas que, aos poucos, foi sendo colocado à
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