Revista GULA

TEJO

DOIS BRASILEIROS ESPECIALISTAS EM VINHOS DO MUNDO TRILHANDO AS ESTRADAS DO TEJO VINÍCOLA, COM DEZENAS DE PRODUTORES, RESTAURANTES, MONUMENTOS HISTÓRICOS, CULTURAIS E PAISAGENS INSPIRADORAS PARA VISITAREM.

Antes mesmo da chegada dos romanos à região, a vinha já era cultivada às margens do mais extenso rio da Península Ibérica

Foi assim que, ao lado do meu parceiro de estudo e descobertas pelo mundo do vinho, Igor Beron Dip WSET, passamos o nosso mês de novembro. Vivendo em Portugal há mais de 3 anos, já havíamos provados alguns vinhos ícones da região. Mas ao contrário das denominações emblemáticas do país, onde estivemos diversas vezes - Douro, Alentejo, Dão, Bairrada, Lisboa, Vinho Verde, etc. -, praticamente não tínhamos sujado os pés nas areias ou argilas do Tejo. E é exatamente isso que acontece com a esmagadora maioria dos brasileiros que cada vez mais se apaixonam pela nossa pátria-mãe, apesar da proximidade de menos de 1 hora de carro da capital Lisboa: a região do Tejo é totalmente negligenciada pelos sedentos turistas brazucas, uma imensa pena. Não que os vinhos do Tejo não sejam apreciados em terras verdes e amarelas. Pelo contrário, segundo a Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo), entre setembro de 2019 e setembro de 2020, houve um crescimento superior a 100% nas exportações da região para o nosso país, em cima já de uma base grande. Ou seja, amamos beber os vinhos do Tejo, mas pouco sabemos da fabulosa riqueza histórica, geográfica, cultural e do gigantesco potencial enoturístico da região.

Antes mesmo da chegada dos romanos à região, a vinha já era cultivada às margens do mais extenso rio da Península Ibérica, perto do seu estuário em Lisboa, pelos tartessos, civilização que ali viveu na Idade do Bronze. Com mais de um milênio de tradição, não é estranho que o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, tenha se referido aos vinhos locais no Foral - documento real de estabelecimento de um município - da importante cidade administrativa romana de Santarém, em 1170. Terra dos Templários, e depois da caçação desta ordem religiosa e militar na Europa, da nova Ordem de Cristo, a região ostenta alguns dos mais fabulosos monumentos deixados pelos monges guerreiros, ainda carregados de mistério, como o espetacular Convento de Cristo em Tomar e o Castelo de Almourol em Vila Nova da Barquinha, entre

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