Revista GULA

Côte des Blancs

Grand Crus mágicos catapultam a Chardonnay ao pináculo da sua expressão e tensão mineral.

//JACQUES SELOSSE

Ao refletirmos sobre a história da Champagne, até há pouco tempo inexistiam moldes/inspirações na região fora as grandes casas. Anselme Selosse foi o primeiro a lançar seu estilo riquíssimo em singularidade, sem medo do julgamento, ou mesmo qualquer influência do mercado. Confiante e confortável com suas criações, inspiradas intimamente por sua experiência de vida na Borgonha, foi o pioneiro na biodinâmica, vinificações por parcelas, baixa dosagem e menor atmosfera, além de inúmeros outros conceitos de base, da forma mais pura de exprimir a magia de seus gloriosos terroirs. Anselme, sempre incansável, também buscou suas referências fora. Viagens a Jerez e à Borgonha lhe fizeram caminhar de encontro a um momento de epifania, quando realizou que não iria produzir o que o mercado demandava, mas sim encontrar seu próprio caminho e vivências para nos contar, com imensa autenticidade. Ainda bem que o fez, pois as suas histórias engarrafadas são alguns dos lembretes que recebemos da vida, reafirmando que vale a pena termos nascido. E sem ele e a sua paixão por ensinar, possivelmente não teríamos: Alexandre Chartogne, Jérôme Prévost, Olivier Collin… Os Selosse (Anselme e Guillaume) dão origem a champagnes vinosos, de estilo oxidativo e vitalmente complexos, que desabrocham novas camadas a cada batida do coração. Tudo isso em níveis de concentração estonteantes! Nesse estilo, elevado à máxima potência de qualidade, a Substance que provamos alcançou a perfeição em nosso guia e recebe, merecidamente, os 100 pontos da GULA.

//PIERRE PÉTERS

Posto de forma muito simples e direta, nenhum outro produtor expressa melhor a finesse, a precisão e a mineralidade calcária de filigrana da Côte des Blancs que a esse insuperável néctar raçudo de calcário. Em 2008 assume a casa Rodolphe Péters, enólogo, comunicador e obcecado pela máxima qualidade. Rodolphe compara muito inteligentemente os 4 Grand Crus da Côte des Blancs às estações: Cramant é o outono, complexo e especiado, Avize o verão, solar e maduro, Oger a primavera, floral e frutado, e Le Mesnil o inverno, austero, mineral

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