Da rebeldia à civilização
ASSUMIR RISCOS E QUEBRAR paradigmas. Muitos dos 40 anos de carreira do português Luis Pato tiveram essa vertente. Tanto que até hoje ele brinca que não é um enólogo, é um estudante de enologia – “só serei enólogo quando morrer e parar de aprender”. Ou seja, toda a transformação que ele fez na Bairrada e no conceito que havia da variedade Baga surgiu de experimentação e, depois, com anos de experiência.
Sua “rebeldia”, diz ele, já teria nascido com seu pai e avô. O avô foi um sobrevivente da I Guerra Mundial nos fronts de batalha na França e também da pandemia de Gripe Espanhola – “sobreviveu provavelmente porque era cachaceiro”, brinca –, que se instalou na Quinta do Ribeirinho, propriedade histórica da família Pato. Ele foi um dos primeiros a cultivar vinhas, o que foi seguido por seu filho, João – “um inovador na parte de viticultura”.
Luis Pato “herdou” isso e passou a criar algo novo em uma região considerada bastante tradicionalista e conservadora. Até então, os vinhos locais eram considerados bastante rústicos, ainda que longevos. Foram suas experimentações e audácia que transformaram essa visão e colocaram a Bairrada em evidência no cenário mundial.
Para comemorar 40 anos de carreira, Pato esteve no Brasil e contou, em conversa exclusiva, algumas das fases marcantes de sua vida, além de falar de seu processo criativo. Uma aula de sabedoria que vale a pena conferir.
Você tem uma carreira marcada por diversas inovações que fez no vinho da Bairrada, sempre criando algo novo...
[Interropendo] Tem este vinho (Quinta do Ribeirinho Sercialinho) de uma vinha de mais de 60 anos, só o filé mignon,
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