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20 safras

AS HISTÓRIAS DE FELIPE TOSSO e da Ventisquero se entrelaçam de uma forma que é quase impossível as desvencilhar. Ele foi o responsável pela primeira safra, no ano 2000, quando – após iniciar o projeto com os nomes Viña Lo Miranda e Viña Vial – o empresário Gonzalo Vial decidiu rebatizar sua vinícola, que, a partir daí, se tornaria uma das potências do Chile.

Ao assumir Ventisquero, Tosso havia recém saído da Concha y Toro, tendo participado da criação de nada menos que Don Melchor e aprendido muito com o lendário Jacques Boissenot, na época consultor desse ícone da vitivinicultura chilena. Tosso, aliás, dá crédito a vários “professores”, como Pablo Morandé e também seu amigo John Duval, ex-enólogo da Penfolds até hoje consultor da Ventisquero.

Para celebrar as 20 safras da história de Ventisquero – que também são a sua história –, Tosso foi instigado a criar um vinho especial. E fez algo bastante singular: um vinho que é literalmente uma homenagem a todo esse tempo e aprendizado, não só no nome, mas pelo fato de ser um corte com todas as safras desse período (ver resenha do “Homenaje” ao final). Para compreender esse vinho, ou melhor, essa história, ADEGA não apenas conversou com Tosso, mas provou com ele alguns dos ícones da vinícola em safras por ele selecionadas. Confira.

Como mudou sua visão do vinho de 20 anos para cá?

“A origem é mais forte do que qualquer coisa que você faça. É mais forte que o estilo, é mais forte que colher mais maduro, menos maduro. De alguma forma, o terroir é muito mais potente”

Há 20 anos, o desafio era diferente porque, antes de tudo, partimos apenas de vinhedos próprios, e novos. Então o desafio era poder fazer bons vinhos. Eu já tinha trabalhado em linha de média e alta gama em Concha y Toro, mas lá tinha alguns vinhedos velhos, bem conhecidos, então foi uma questão de aprender tudo de novo, fazer um mapeamento, um trabalho muito duro para entender o que estávamos fazendo. O mais incrível é que quando tinha 30 anos, o ímpeto não é bem entendido, o desejo, a força, tudo isso talvez seja um pouco arrogante. Não tínhamos medo, nem respeitávamos nada. E sempre acreditamos que podíamos ser uma vinícola sem muitos limites. Mas foram outras épocas em que os vinhos e os álcoois tinham de ser grandes. Os vinhedos eram muito jovens, vinhos com muito mais taninos, mais extração, fortes e poderosos. Depois disso, de entender os vinhedos, o solo específico vai entrar nessa equação, entender as “pedras”, calcário ou granito... Hoje em dia, a reflexão sobre os vinhos que fazemos é que eles são puros de origem. Não misturamos Maipo com Apalta, não misturamos Casablanca com Leyda, não misturamos Atacama com Leyda,

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