A poucos em Portugal assentarão tão bem as vestes de ‘vigneron’ como a Amílcar Salgado; e dizemos ‘vigneron’ nas suas múltiplas dimensões, enquanto produtor de uvas, vinificador, guardião de património genético e lídimo representante de um terroir tão específico como o que granjeia em Ribeira de Oura, próximo de Vidago, na sub-região de Chaves.
É o próprio quem nos conta que tudo começa em 1998, “com uma ideia muito definida” do que pretendia. “Andei três anos para comprar esta propriedade, que conhecia desde a minha infância e adolescência, pois fazia parte do percurso a pé da minha aldeia a Vidago para apanhar o autocarro para a escola, em Chaves. Fui trabalhador rural durante o meu tempo de férias e cheguei a trabalhar nesta propriedade, que era de uma família com alguma importância”. A família a que se refere é Pizarro Montalvão Machado, descendentes dos conquistadores da América Latina, e a propriedade localiza-se na freguesia de Arcossó, hoje União de Freguesias de Vidago, Arcossó, Selhariz e Vilarinho das Paranheiras.
A quinta, com 12 hectares, foi reconvertida em 2003; a esta, Salgado juntou três outras parcelas: uma com 7 hectares, adquirida em 2016, e duas vinhas velhas, uma delas, com 3.000 m2 e outra com 5.000 m2, dos anos 30. No seu conjunto, estes 20 hectares de vinhas dão origem