É uma receita cuja origem se perde no tempo. Servia-se nos casamentos, na casa da noiva, aos convidados antes da partida para a igreja, não só para repor o estômago de quem chegava de longe, como para dar forças e alento para a cerimónia que se seguiria.
Anda originalmente associado a festas e comemorações. No fundo, as miudezas do anho ou borrego que se matava para o evento serviam de aproveitamento, de forma a conseguir, juntamente com o sangue, um petisco saboroso e saciante, sobretudo em terras de Entre-o-Douro-e-Minho, nos vales Douro, Tâmega e Sousa. Mas surge também na Bairrada e Ribatejo.
Apelidado também de “badulaque” ou “verde” atualiza a vertente de sustentabilidade da cozinha tradicional e popular, sendo durante séculos considerado “iguaria dos pobres”.
A primeira vez que comi bazulaque foi em Mesão Frio. Numa taberna. Nunca mais esqueci aquele sabor e consigo entender porque lhe chamam “banquete de pobres”, mas é um prato muito rico em sapidez e história, mostrando como a nossa cozinha é sustentável na origem.
Por outras palavras, quem não tem gato caça com rato e nada se deitava fora. A cozinha popular aproveitava o sangue, a colada (os pulmões, coração, fígado e rins) para os aplicar em sólidas refeições com muita molhanga e pão, neste caso,