Ao enquadrarmos o segmento dos vinhos de gamas superiores portugueses, constatamos que, em poucas décadas, Portugal passou de um país em que, até aos anos 90 do século passado, eram poucos os tintos verdadeiramente assinaláveis como sendo de topo. Foi a partir desta década que a verdadeira revolução dos vinhos conseguiu-se através do gigantesco salto dado pelas ciências enológica e vitícola.
É verdade que, sobretudo com a viragem do milénio, Portugal (tal como o resto do mundo), abraçou a doutrina de Parker, pela qual vinho de categoria superior era-o na direta proporção das características resultantes da extração, potência, concentração e utilização de madeira nova. Mas, tal como os melhores vinhos ganham com a passagem dos anos, também em Portugal essa doutrina esbateu-se, com vinhos de perfil mais ameno e amigável, que oferecem frescura e elegância; delicadeza de estrutura e taninos; sentido de lugar e terroir mas, igualmente; capacidade de envelhecimento – notória pela