Enquanto a Revista de Vinhos conversa com Massimo Bottura sobre gastronomia e o futuro dos restaurantes na Casa Maria Luigia, o seu hotel rural de 12 quartos nos arredores de Modena, a conversa com o chef de 58 anos é interrompida quando este salta da cadeira para procurar um disco. “Deixe-me colocar Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band!”, exclama com a urgência de um cirurgião prestes a entrar na sala de cirurgia. Vestido com jeans, sapatilhas New Balance, t-shirt do Pato Donald e um casaco navy da Gucci com as iniciais monogramadas na manga, Bottura poderia facilmente representar um dos personagens coloridos da capa icónica do álbum original dos Beatles que procura nas prateleiras da sala de música do hotel.
Para entender Massimo Bottura, é preciso compreender o seu amor pela música, especialmente jazz. Colecionador ávido, cuja coleção pessoal de discos de vinil tem mais de 10.000 títulos, inspira-se no mundo da música. O seu prato, Tribute to Thelonious Monk, consiste na carne branca de um filete de bacalhau contrastando com o negro profundo e rico da pele crocante e caldo de tinta de lula para homenagear visualmente as teclas do piano que a lenda do jazz dominou.
O cérebro de Bottura move-se como uma melodia de bebop entre os temas e,