A Dassault Falcon completa seis décadas de atuação no competitivo e tecnológico mercado de aviões de negócios. Quando a marca ingressou neste segmento, em 1963, com o Mystère-Falcon 20, o Ocidente assistia a uma rápida evolução na demanda por aeronaves privadas. Nos Estados Unidos, havia quase duas décadas que os aviões a pistão de pequeno porte eram um sucesso entre o público, mas existia, na época, uma nova necessidade para atender ao crescente número de executivos e personalidades, sobretudo músicos de sucesso, que necessitavam se deslocar rapidamente entre diversos pares de cidade. A Lockheed havia lançado anos antes o JetStar, e diversos fabricantes miravam neste mercado, como a britânica de Haviland, a novata Lear Jet, entre outros. A então Avions Marcel Dassault estava focada em aeronaves militares de alto desempenho, com destaque para os Mirage III e a família Étendard.
O engenheiro e industrial francês, nascido Marcel Ferdinand Bloch, que se envolveu com a aviação logo em seus primórdios, destacando-se por sua visão não apenas de engenharia, mas também de negócios. Em 1928, criou a Société des Avions Marcel Bloch, que dois anos depois apresentou o Bloch MB.81, um elegante avião militar destinado ao uso como ambulância aérea. O pequeno avião já trazia inovações bastante audaciosas, como um compartimento para o transporte de um paciente, um cockpit aberto, com para-brisa aerodinâmico, um bom equilíbrio dinâmico e assim por diante. O avião entrou em serviço em 1935, tendo sido produzido 21 unidades, um marco expressivo para aqueles tempos, ainda mais considerando ser um projeto destinado a uma missão inusual.
PÓS-GUERRA
No pós-guerra, após reestruturar sua empresa e até mesmo a vida pessoal, Marcel Dassault focou seus esforços na tecnologia de propulsão a jato com fins militares. Embora tenha tido sucesso com seus modelos comerciais, sobretudo com o SE.161 Languedoc, desenhado por Dassault e produzido pela Sud-Est (SNCASE), que entre 1945 e 1948 atingiu a marca de cem aviões produzidos, a situação política da França favorecia o segmento militar. Naquele período, a França havia estabelecido uma política de Estado de independência